Sempre houve analfabetos, porém a incultura e a ignorância eram tidas como uma vergonha. Ao contrário de agora, não era normal as pessoas nunca terem lido um livro na sua tramada vida. Hoje, a maioria está-se nas tintas para tudo o que seja cultural ou que exija uma inteligência minimamente superior à dos primatas.
Os analfabetos de hoje são os piores porque, na maioria dos casos, tiveram acesso à educação. Sabem ler e escrever, mas não praticam.
São cada vez mais e cada vez mais o mercado cuida e pensa neles. A televisão é feita cada vez mais à sua medida. As grelhas dos diferentes canais competem na oferta de programas pensados para gente que não lê, não entende, que passa ao lado da cultura, e que apenas quer divertir-se e que a distraiam, ainda que seja com os crimes mais horrendos ou com as fofoquices mais degradantes.
Amigos, o mundo inteiro está a ser construído à medida desta nova maioria. Tudo é superficial, frívolo, rasteiro, primário, para que esta gente o possa compreender e digerir.
Esta é, socialmente, a nova classe dominante, embora seja sempre a classe dominada, precisamente pelo seu analfabetismo e sua incultura. É ela que impõe a sua falta de gosto e suas mórbidas regras. E nós temos que suportar isto, nós que não nos conformamos com tão pouco, nós que aspiramos a um pouco mais de profundidade, um pouco mais, um pouco mais...
Autor desconhecido
Fonte: Eduardo Amarante
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