sábado, 18 de junho de 2022

A Sociedade Tradicional por oposição ao Liberalismo - Parte I

O Homem é na sua essência sociável.

Este facto levou-o a agregar-se a outros homens, formando assim, pequenos povoados, aldeias, cidades, uma sociedade.
Na sua base sempre esteve presente uma necessidade de complementaridade de esforços, o que o levou a adicionar a sua perícia e as suas ferramentas a outros, na construção e desenvolvimento da sua comunidade, funcionando por isso como um pequeno e determinante tijolo, na construção de uma casa.
Se o Homem no seu labor é um pequeno e eficaz tijolo, o Cristianismo funciona como o cimento que consolida a obra, lhe dá forma e o conduz à monumentalidade de uma Catedral e porque vivemos em sociedade, essa condução eleva o Homem e as sociedades onde ele se insere, ao Bem Comum.
Por ser uma construção natural, foi erigida ao longo dos tempos através de um conjunto complexo de pequenos governos que garantiam a liberdade de cada comunidade e corpos de base, a justiça das medidas tomadas, contribuindo para o harmonioso funcionamento de um governo superior, o qual depois de ouvidos os anseios e necessidades desses sucessivos governos, lhes dava a resposta, garantido a prossecução de um bem comum a todos.
Se os corpos de base asseguravam a gestão do seus rendimentos, tinham também a função de limitar o poder da comunidade, município e da própria sociedade, contribuindo assim para a detecção e eliminação de caciquismos, oligarquias e despotismos.
Contudo e tal como um informático que conhece e escolhe as ferramentas mais adequadas ao seu trabalho, as mesmas são inúteis , se bem que possam ser complementares, ao trabalho de um cirurgião.
Como se pode aperceber, esta visão experiente e pormenorizada de uma realidade próxima revela-se insuficiente, há medida em que formos subindo na sociedade, pois até ao médico, na sua especialidade, não se lhe pode ser exigida uma visão global dos hospitais de um Município, ou de toda a Sociedade.
Assim, o objetivo de uma comunidade, ou de uma corporação não poderá ser o governo de um Município ou de uma Pátria, porque é incapaz de ter uma visão tão alargada, nem tal lhe pode ser exigido. O seu dever passa por conhecer profundamente os anseios dos que a compõe, resolver os conflitos e governar a Comunidade, garantindo o seu bem-estar, prosperidade e o caminho para o Bem Comum.
Já ao Rei cabe-lhe a visão mais ampla, respondendo aos conselhos das Cortes, as quais são por isso e ao mesmo tempo, o factor limitador do poder Régio.
Por outro lado, os representantes dos municípios nas Cortes verão toda a sua actuação, julgada pelo próprio município e os representantes das comunidades nos municípios deverão também prestar contas perante o tribunal da Comunidade e assim sucessivamente até aos corpos de base da sociedade, garantindo-se assim que o poder de cada representante é limitado por quem o indicou para o cargo.
(Jornal Agora!)

Por Deus, Pátria, Foros e Rei

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