quarta-feira, 26 de julho de 2023

Sant'Ana, Mãe de Nossa Senhora e Avó de Jesus

 


Santa Ana, ou Sant'Ana - do hebraico Hannah: Graça - foi a Mãe de Maria Santíssima e pertencia à família do sacerdote Aarão. O seu marido, São Joaquim, homem pio, fora censurado pelo sacerdote Rúben por não ter filhos. Segundo narra a Tradição, Rubén parou Joaquim quando este estava para entrar no Templo para levar a sua costumeira oferenda anual em dinheiro e disse: “Tu não tens o direito de ser o primeiro, porque não geraste prole”. 

Sant’Ana já era idosa e estéril, e São Joaquim não queria tomar outra mulher para gerar filhos, segundo os costumes hebraicos, porque amava a esposa. Confiando no poder divino, São Joaquim retirou-se ao deserto para rezar e fazer penitência. Ali um anjo do Senhor apareceu-lhe e disse que Deus havia ouvido as suas preces. Tendo voltado a Jerusalém, ambos se encontraram na Porta Áurea. 

Algum tempo depois Sant’Ana, a quem também aparecera concomitantemente um anjo (“Ana, Ana, o Senhor ouviu a tua prece e tu conceberás e parirás e falar-se-á da tua prole em todo o mundo”), ficou grávida. A paciência e a resignação com que sofriam a esterilidade deu-lhes o prémio de ter por filha aquela que havia de ser a Mãe de Jesus. 

O santo casal residia em Jerusalém, perto da Porta dos Leões, ao lado da piscina de Betesda, onde hoje se ergue a Basílica de Sant'Ana, construída pelos Cruzados e cuidada pelos Padres Brancos (Sociedade dos Missionários da África). Num Sábado, 8 de Setembro do ano 20 a.C., nasceu-lhes uma filha que recebeu o nome de Miriam - do hebraico: "Senhora da Luz", passado para o latim como Maria. 

Os pais de Maria nunca foram nomeados nos textos bíblicos; a sua história foi narrada pela primeira vez nos apócrifos Protoevangelho de Tiago e Evangelho do Pseudo-Mateus. Depois foi enriquecida de detalhes hagiográficos no curso dos séculos, incluindo a Legenda Aurea de Jacopo de Varazze. 

A Tradição conta que as relíquias de Sant’Ana foram salvas de serem destruídas pelo centurião Longinho. Os restos foram custodiados na Terra Santa até que, por obra de alguns monges, chegaram a França, onde permaneceram durante anos. Durante as incursões otomanas, o inteiro corpo da Santa foi guardado num caixão de cipreste e murado, por precaução, que se encontrava numa capela escavada sob a nascente catedral de Apt. Muitos anos depois, o corpo foi encontrado, graças a diversos milagres e graças também a uma inscrição em grego. De seguida, o corpo foi desmembrado e as relíquias enviadas por toda parte do Ocidente. Actualmente, o crânio está em Castelbuono, na Sicília, onde no dia 27 de Julho é levado em procissão. Entre os milagres, conta-se o do "lumezinho" que permaneceu aceso ao lado do caixão durante anos, apesar da ausência de ar.

A mãe da Virgem possui os mais diferentes patronatos, quase todos ligados a Maria; por ter levado no ventre a Esperança do Mundo (Maria), o manto de Sant'Ana é verde. Por isso na Bretanha, onde são devotíssimos, é invocada na colheita do feno. Por ter custodiado Maria como uma jóia num cofre, ela é patrona dos ourives e tanoeiros. Protege também os mineiros, os marceneiros, os carpinteiros e os oleiros. 

Por ter ensinado à Virgem a cuidar da casa, tecer e costurar, é a padroeira dos fabricantes de vassouras, dos tecelões, dos costureiros, dos fabricantes e comerciantes de tecidos. É sobretudo a padroeira das mães de família, das viúvas, e, por ter concebido a mais alta das criaturas humanas, sobretudo das parturientes; é invocada nos partos difíceis e nos casos de esterilidade conjugal.

in Pale Ideas


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