terça-feira, 31 de outubro de 2023

Novo Guia “O Direito a ser nas escolas”

 

Nesta coutada socialista, onde serviços essenciais colapsam uns atrás dos outros, a prioridade de quem nos desgoverna é emitir guias, guiões e manuais que instruam os professores no sentido de encherem as cabecinhas dos filhos dos cidadãos de ideologia do género. Para esse efeito, saiu mais um guia: “O Direito a Ser [uma das letras do abecedário colorido] nas Escolas”. E, pasmem aqueles que ainda pensam que vivemos num país livre onde os pais têm os seus direitos fundamentais assegurados pela Constituição da República Portuguesa, pois o guia foi enviado para as escolas, «para o pessoal docente e não docente», sem que o Projecto de Lei 332/XV, que aplica e impõe a ideologia de género às escolas, tenha sido votado e aprovado na especialidade. Ou seja: o PS quer, o PS vota, o PS aprova e o povo só tem que comer e calar. Como ameaçou o Primeiro Ministro numa entrevista: «Habituem-se!».

Mais, o guia já aplica o «Texto de substituição relativo ao Projecto de Lei n.º 21/XV/1.ª (PAN), ao Projecto de Lei nº 332/XV (PS) e ao Projecto de Lei n.º 359/XV/1.ª (BE)», que, no Artigo 4.º Mecanismos de deteção e intervenção, na alínea 4, determina:

«Qualquer situação de assédio ou de prática de atos lesivos do bem-estar e do desenvolvimento saudável de estudante menor, ou de omissão do comportamento devido para os evitar, praticada dentro ou fora do espaço da escola, derivada da manifestação ou perceção de identidade ou expressão de género que não corresponde ao sexo atribuído à nascença, deve ser comunicada à comissão de proteção de crianças e jovens territorialmente competente

Assim, nas págs. 16-17 do Guia, pode ler-se:

  1. Fazer respeitar o direito a utilizar o nome autoatribuído, em todas as atividades escolares e extraescolares, que se realizem na comunidade educativa, sem prejuízo de assegurar a identificação da pessoa através do seu documento de identidade, em situação de exames nacionais ou outras similares.
  2. Assegurar o acesso a casas de banho e balneários, garantindo que este acesso é seguro e respeita a intimidade e a privacidade de cada pessoa.
  3. Na comunicação com a família, reconhecer a importância da privacidade e dignidade neste domínio. Pode haver situações em que a pessoa ainda não tenha comunicado a sua identidade de género a responsáveis legais, pai, mãe, familiares ou até mesmo no seu círculo de amizades.
  4. Detetar e comunicar às entidades competentes casos de violência ou maus-tratos, de que se tenha conhecimento, designadamente em contexto social e na família em razão destes fatores.

Vamos por partes, ou melhor, por pontos:

  1. Direito a utilizar um nome que não o seu nome próprio? Pode ser outro nome do mesmo sexo? Ou só pode escolher ser tratado por outro nome, caso também escolha ser do outro sexo? E se o aluno for gender fluid [género fluído], como aquele que mencionei no meu artigo anterior? Vai ser tratado por um nome de manhã e por outro à tarde? A mudança de nome nos documentos de identificação pública, enquanto se mantém o nome oficial para outras situações, não vai criar nas escolas o absurdo de o mesmo aluno ter dois nomes? Para uns efeitos, o aluno será identificado com o nome que consta no cartão de cidadão, para outros, será identificado com o nome auto-atribuído? Isto é que vai aqui uma açorda!
  • Porque é que o Estado, em vez de impor a ideologia do género às escolas, não começa por fazer obras nas casas de banho a fim de garantir a privacidade de todos os alunos? Então, um rapaz, com todos os atributos de um rapaz, que mantém o seu órgão sexual intacto e funcional, mas que se identifica como rapariga, pode usar a casa de banho delas e tomar banho, nu, junto com elas?

Sim! É isso que diz o Artigo 5.º Condições de proteção da identidade de género e de expressão: «1 – Tendo em vista assegurar o respeito pela autonomia, privacidade e autodeterminação das crianças e jovens, que realizem transições sociais de identidade e expressão de género, devem ser conformados os procedimentos administrativos, procurando: [..] 3- As escolas devem garantir que a criança ou jovem, no exercício dos seus direitos, aceda às casas de banho e balneários, tendo sempre em consideração a sua vontade expressa e assegurando a sua intimidade e singularidade.»

Assegurando a intimidade e singularidade «das crianças e jovens, que realizem transições sociais de identidade e expressão de género»? E as outras? As que se identificam com o seu sexo e não se identificam com a letra T da bandeira colorida? Quem é que assegura a privacidade, intimidade e a singularidade delas? Quantos daqueles que estão a ler este artigo sabem o que significa «transição social de identidade e expressão de género»? Significa que não precisam de mudar rigorosamente nada no seu corpo, nem tomar hormonas do outro sexo, mas apenas identificarem-se e/ou vestirem-se (este requisito não é obrigatório) como alguém do outro sexo. Ou seja: não é preciso “mudar de sexo” para tomar banho nu com as meninas, basta dizer que sente que é do outro sexo e pode desfrutar do gozo de estar num balneário cheio de meninas nuas. É o império dos sentidos! E isso, caro leitor, tem deixado um rasto de violações por todos os países onde a ideologia assaltou a Escola há mais tempo.

  • Então, se a pessoa (no caso, qualquer menor de idade a partir dos 3 anos) não quiser que os pais saibam que ela é trans, a Escola esconde o facto dos pais, em nome da privacidade da criança? Quanto tempo passará até que aquilo que está a acontecer na Califórnia aconteça nas escolas portuguesas? O que é que está a acontecer na Califórnia? «Em Janeiro de 2019, a ala política da Associação de Professores da Califórnia [CTA] reuniu-se para decidir sobre uma série de assuntos, incluindo o Item de Novos Assuntos #6/19-12, que era uma proposta para permitir que estudantes menores trans-identificados deixassem o espaço escolar para obter hormonas sem autorização dos pais. Os delegados aprovaram a medida. Um ano depois, o Subcomité dos Direitos Civis na Educação da CTA foi ao ponto de avançar para a criação de “clínicas de saúde na própria escola” que proporcionariam a “jovens cisgénero, transgénero e não-binários acesso igual e confidencial a uma vasta gama de serviços físicos, mentais e comportamentais.»

É isto que estamos dispostos a ver entrar nas escolas para onde mandamos os nossos filhos?

  • Denunciar, é a palavra de ordem! Denunciar os pais, o vizinho, o colega do lado… Enfim, todos aqueles que não se submetam à auto-determinação de alguém e não confessem ver o que não vêem. Considera-se «violência ou maus-tratos», por exemplo, qualquer rejeição dos pais em aceitarem, apoiarem e incentivarem a sua Maria, que era extremamente feminina, nunca tinha demonstrado qualquer desconforto com o seu sexo e de repente chegou a casa a dizer que tinha nascido no corpo errado e que agora quer ser tratada por Manuel. É a essa rejeição e ao facto de os pais procurarem levá-la a um psicólogo não-afirmativo, que os “pulhíticos” que nos (des)governam rotulam como «assédio ou prática de atos lesivos do bem-estar e do desenvolvimento saudável de estudante menor […] derivada da manifestação ou perceção de identidade ou expressão de género que não corresponde ao sexo atribuído à nascença.» (Artigo 4.º Mecanismos de deteção e intervenção, alínea 4).

E, de uma vez por todas, entenda: O SEXO NÃO É ATRIBUÍDO À NASCENÇA; É CONSTATADO.

Creio que a verdade acabará por prevalecer, mas também acredito que precisamos de lutar por ela no domínio público. Parte da luta é compreender a natureza enganadora e dissimulada da agenda da identidade de género. Lutamos com estatísticas e histórias.

PAIS,

O transgenerismo é um grande negócio travestido de movimento sobre direitos humanos. É difícil imaginar um movimento, “pelos direitos humanos”, tão incrivelmente ligado ao mercado capitalista; usado para vender roupas, maquilhagem, bloqueadores da puberdade, hormonas, cirurgias, serviços de beleza, filmes, séries de TV, tratamento para doenças mentais e lingerie, ao mesmo tempo que é financiado por bilionários filantrópicos, pela indústria da tecnologia e farmacêutica, grandes corporações e bancos.

Mas isso não acontecerá sem clientes.

As empresas que fabricam bloqueadores da puberdade e hormonas sintéticas de sexo cruzado, bem como os prestadores de serviços médicos que “oferecem” serviços cirúrgicos, têm muitos milhões €€€ a ganhar com as tendências actuais. Para aceitar a dependência de drogas para toda a vida, as dores pós-cirúrgicas e os efeitos secundários devastadores dos tratamentos, as mentes impressionáveis têm de ser convencidas de que o “género” está no centro das suas lutas de identidade e de que a medicina pode conseguir que deixem de ser rapazes e passem a ser raparigas, ou vice-versa.

O ponto de partida para esta experiência social sem precedentes é o sistema educativo, uma das ferramentas mais úteis na busca pelo poder. De acordo com Gary DeMar: «O que é ensinado na sala de aula numa geração será acreditado e praticado no governo e na sociedade na geração seguinte.»

As ideias têm consequências, mas, muitas vezes, quando nos apercebemos de que essas consequências estão a ser postas em prática, o navio já está a meio do oceano.

AINDA É HORA DOS PAIS!

Maria Helena Costa

Fonte: Inconveniente

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