A actividade ao ar livre agradava sobremaneira ao Rei Dom Carlos I de Portugal e uma das suas predilecções era nadar sozinho e relaxadamente na baía de Cascais, em frente à praia – onde não raras vezes salvou de se afogarem alguns banhistas, que o procuravam imitar, até porque o Monarca português era dos muito poucos que à época sabiam nadar.
Em Portugal o costume de fazer férias à beira-mar foi introduzido pela Família Real Portuguesa em finais do séc. XIX, costume que se estendeu à Aristocracia que até aí fazia a habitual vilegiatura nos seus solares e propriedades rurais. Era na Praia da Ribeira – oficiosamente designada de Praia do Rei - que o Rei possuía a sua barraca de banho, facilmente identificável, pois a bandeira do Reino apresentava-se hasteada quando o Monarca estava presente. Então este costume de ir à praia estendeu-se à Aristocracia, depois à burguesia e transversalmente a toda a sociedade, e não raras vezes, em reconhecimento do lançamento da real moda, se dava o nome dos Reis às praias que se ‘inauguravam’ um pouco por todo o País, como na Foz do Douro, onde, aquando da visita ao Porto D’El-Rei Dom Manuel II de Portugal, em 1909, foi baptizada uma Praia (que comporta hoje as Praias dos Ingleses, da Senhora da Luz, do Ourigo e de Gondarém) com o nome do jovem Monarca.
Esse costume introduzido por Dom Carlos e respectiva Família passou a denominar-se de ‘Ir a Banhos’, e com que dignidade o faziam.
‘D. Carlos tomava banho no seu fato de malha às riscas, que cobria os ombros e chegava aos joelhos. Depois de dar as suas braçadas, numa altura em que a maioria das pessoas não sabia nadar, saía do mar e ia a pingar até à barraca real, onde mudava de roupa – na barraca, sempre que o Rei estava na praia, era hasteada a bandeira nacional.’
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