Neste pós-eleições europeias, o número 7 da Crítica XXI, referente à Primavera de 2024, abre com “A Direita Nacional Populista – O outro fantasma da Europa”, de Jaime Nogueira Pinto, sobre os valores e princípios dos novos movimentos da direita nacional e popular e os seus antecedentes históricos próximos em Itália e em França.
“Donas de casa desesperadas”, o artigo que serve de tema inspirador à capa desta edição, trata de um tema que incendiou e incendeia muitas almas à esquerda e à direita. Carlos Maria Bobone, editor da Crítica XXI, que acaba de publicar Camões – Vida e Obra, distancia-se dos fogos-fátuos e analisa o conflito e a dialética entre lei e realidade a propósito da situação da Mulher.
Em “(Por enquanto) somos (quase) todos liberais!”, Miguel Morgado estuda as famílias políticas do Liberalismo, ou das muitas e várias ramificações da árvore liberal; para concluir que, apesar de todas as controvérsias, a “liberdade individual” – o conceito-chave do liberalismo – é, “fundamentalmente, a soberania do indivíduo sobre si mesmo.”
“Os arranjos florais de Scott Fitzgerald n’O Grande Gatsby”, de Inês Pinto Basto, começa com uma pergunta recorrente na academia euro-americana – “O que é uma mulher?” – para partir da realidade biológica para a “irrealidade floral” da ficção. No princípio do século XX, um tempo de “redefinição da flora”, e sobretudo da flora do “novo mundo”, Scott Fitzgerald dá nomes de flores às duas protagonistas de Gatsby e insiste em muitos outros “arranjos florais”.
José Luís Andrade estudou a história política de Portugal de 1864 a 1936 em Revolução e Ditadura ou Revolução. Nestes 50 anos do 25 de Abril, achou por bem escrever sobre “As ambiguidades do 28 de Maio” e os primeiros tempos da Ditadura Militar que pôs fim à Primeira República e abriu caminho à fundação do Estado Novo de Salazar em 1933. Vale a pena ler e comparar os princípios das duas revoluções.
Lídia Biai, em “Antigos Combatentes Africanos: uma dívida nacional”, volta a um tema que muitos querem esquecer – o destino dos guineenses ou dos portugueses nascidos na Guiné que serviram nas Forças Armadas portuguesas e foram, por isso, considerados traidores e executados pelo PAIGC. Alguns ainda na transição e ainda sob soberania portuguesa.
Rui Ramos continua a analisar o século XIX português e volta à guerra civil. Nesta primeira parte de “Terá de haver sangue” – “Preparar o choque final (1832-1834)” – a questão de legitimidade na divisão miguelistas-liberais e as tentativas vãs de conciliação preparam o confronto final, em que irá, efectivamente, haver sangue. E muito.
Nas habituais “notas Críticas”, Jaime Nogueira Pinto, José Luís Andrade e Miguel Freitas da Costa ocupam-se da recensão de várias obras.
A Utopia de Thomas More é um clássico fundamental que deu nome a um género e ao seu contrário – a Distopia. Miguel Freitas da Costa recorda o livro, a sua história editorial e o autor, que acabou mal e mártir.
Jaime Nogueira Pinto leu e gostou de A Dictator Calls, do romancista albanês Ismail Kadaré. O livro é sobre a chamada de 3 minutos que Estaline fez para Pasternak, em 1934, para saber da opinião do autor de Doutor Jivago sobre o seu confrade Osip Mendelstam, e há 13 interpretações sobre o que foi dito.
Tom Gallagher, biógrafo inglês de Salazar, escreveu agora um livro sobre a (pouca) qualidade das lideranças europeias. José Luís Andrade faz a crítica deste Europe’s Leadership Famine.
Alvorada Desfeita – E se o 25 de Abril tivesse falhado?, agora revisto e reeditado, é, como sabemos há 50 anos, um romance de história alternativa. O autor continua no anonimato, sob o pseudónimo de Diogo de Andrade. Jaime Nogueira Pinto faz a recensão.
Alberto Franco Nogueira é uma das figuras mais importantes e interessantes do nacionalismo republicano português. Sua filha, Aida Franco Nogueira, recolheu 30 conferências inéditas sobre os mais diferentes temas e problemas onde, como demonstra Miguel Freitas da Costa, se vê essa unidade de matriz ideológica.
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