" Repudiando Alfredo Pimenta a partidocracia, tinha fatalmente que repudiar a ideia republicana, dado que o Presidente é um produto directo da partidocracia. Na verdade, o Presidente, pelo facto de ser eleito como candidato de uma facção, é partidocrático, e não pode, por isso ser considerado representante do todo nacional, pois como diz o vimaranense, « ele mais não representa do que a força política que o leva ao poder, enquanto o Rei não é duma opinião, nem dum partido, nem dum grupo: é Rei da Nação, herdeiro dos que formaram essa Nação, dos que defenderam o Povo, e está obrigado, perante Deus, a entregar ao seu sucessor, intacta, a herança que recebeu ». Relegado o democratismo partidocrata, que regime preconizou Alfredo Pimenta? Que forma de Monarquia? Qual a sua teoria para uma Monarquia restaurada? Responde: « Porque doutrinador da Portugalidade- monárquico porque foi a ,Monarquia que fez Portugal, mas a Monarquia pura, a Monarquia tradicional, a que vem de 1128, se afirma em Ourique, se consolida em Aljubarrota, rasga o caminho marítimo da Índia, sucumbe, devagar, em Alcácer, e resssuscita em 1640 (... )»
Não podemos, porém, passar sem aludir a um reparo que se faz a uma fase da conduta política de Pimenta, onde se aponta certa incoerência: concretamente no apoio a Salazar, que dificilmente deixaria de projectar-se na República, embora depois esclareça que apoia Salazar e não a República ( ... )" Mário Saraiva, « Sob o Nevoeiro - Ideias e Figuras »
E como concordo com este também conterrâneo! Tenho defendido muitas vezes o quão gratos devemos estar a Salazar pela sua acção refundadora da Nação, no que relevou, além da honestidade na gestão dos dinheiros públicos, uma enorme inteligência. Mas a Repúblca só se perpetuou porque ele o quis.
Cristina Ribeiro
Fonte: Estado Sentido
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