Em Bangkok, acaba de ser revelado um estudo sobre a hierarquização dos afectos.
Monitorizado por sociólogos e psicólogos sem qualquer relação com organismos do
Estado, cobrindo um universo de 100 000 pessoas escolhidas de acordo com a
estrutura social, etária e geográfica do país, aos inquiridos foi pedido que
depositassem numa urna, sem qualquer indução, dois nomes de pessoas ou
instituições que mais respeitam e amam. Natural seria que à cabeça estivesse o
pai, a mãe, o marido, a mulher e os filhos de cada um, ou, talvez, a religião
budista, a nação ou até a escola ou empresa. Mas não, para 92% dos thais, o
objecto da sua admiração e amor é o Rei. Em segundo lugar, com 75%, muito
próxima do budismo (70%), a monarquia tailandesa e só depois os familiares. Eis,
pois, o melhor argumento para quantos, pela razão e pelo sentimento, consideram
a monarquia o mais forte agente de paz social.
O Rei Bumiphol exerce funções
de monarca desde 1946, o seu reinado cobre quatro gerações, pelo que o valor da
monarquia não se limita a uma afirmação testemunhal; é transversal a toda a
população. O Rei é o homem, mas a monarquia, expressão da permanência, subsiste
como o conceito mais forte, sobrepondo-se na lealdade à religião.
No
transcurso do longo reinado de Rama IX, Portugal teve Carmona, Craveiro Lopes,
Tomás, Spínola, Costa Gomes, Eanes, Soares, Sampaio e Cavaco, deles não havendo
sulco assinalável nas vidas e preocupações dos portugueses. Pura perda de tempo
!
Miguel Castelo-Branco
Fonte: Combustões
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