É transversalmente sabido que
a especialização é a maior alavanca do progresso.
Quanto mais especializado for
um agente, maior a sua capacidade para poder responder a um problema e
solucioná-lo. Sempre foi assim e sempre será assim.
O know-how, savoir-faire ou
conhecimento processual é o conhecimento de como executar alguma tarefa…como
executá-la melhor do que aquele que não tem esse conhecimento.
Ainda bem que temos um
carpinteiro, homem que dedicou a sua vida às técnicas de trabalhar a madeira
para poder reparar um móvel lá de casa e/ou construir um armário. Com esse
know-how ele proporciona-nos melhor condição de vida.
Ainda bem que temos um
canalizador, homem que dedicou a sua vida às técnicas de trabalhar os sistemas
de águas e canalizações das nossas moradias para poder reparar algum entupimento
ou torneira que pinga lá de casa. Com esse know-how ele proporciona-nos melhor
condição de vida.
Ainda bem que temos um
mecânico, homem que dedicou a sua vida às técnicas da mecânica automóvel para
poder reparar algum problema nas nossas viaturas. Com esse know-how ele
proporciona-nos melhor condição de vida.
Ainda bem que temos um
informático, homem que dedicou a sua vida às técnicas informáticas para poder
reparar algum problema de vírus que surgiu no nosso PC. Com esse know-how ele
proporciona-nos melhor condição de vida.
Ainda bem que temos um médico,
homem que dedicou a sua vida às técnicas da medicina de modo a poder
proporcionar uma cura para algum problema de saúde que tenhamos. Com esse
know-how ele proporciona-nos melhor condição de vida.
Ainda bem que temos um
advogado, homem que dedicou a sua vida às técnicas jurídicas e às leis pois é
através dele, e pela sua mediação, que podemos resolver problemas graves que
possam afectar a nossa vida civil. Com esse know-how ele proporciona-nos melhor
condição de vida.
Ora, em lato sentido, a
dicotomia entre o regime monárquico e o republicano também se discute nestes
termos: especialização, conhecimento, know-how e realização de melhor condição
de vida para os outros.
Um Rei (ou Rainha) quando
nasce Príncipe, não nasce com graça divina superior à minha, à do carpinteiro, à
do canalizador, à do mecânico, à do médico ou à do advogado. É exactamente
igual. Mais, ele não nasce nem tem maior dignidade humana que eu, que o
carpinteiro, o canalizador, o mecânico, o médico ou o advogado…é exactamente a
mesma.
A diferença que nos distingue
é que, desde cedo, o quanto mais cedo possível melhor, enveredaram por um
caminho especializado, um caminho para servir num específico sentido. Com o
know-how que possuem, proporcionam aos outros uma melhor condição de
vida.
O Rei (ou Rainha de iure) é
por definição a especialização maior, o know-how em continuo aperfeiçoamento
para a melhor execução do cargo de nosso representante, firme, democrática e
historicamente fundado na nossa identidade pátria. O Rei é, por isso, o maior
garante da “res publica”. O Rei é o intermediário maior do povo português,
aquele que, pelo prestígio angariado em anos de formação, assegura não só um
maior reconhecimento inter-geracional (ex. todos conhecem o Rei de Espanha,
poucos conhecem o presidente da república portuguesa), bem como um maior
prestígio para a Nação, como foi durante 767 anos, e que permite melhores
resultados operacionais, até quiçá, para a acção do governo nacional. O Rei
constitucional não é um obstáculo à governação (como muito se constata em
república na relação presidente vs Governo), mas sim uma via efectiva de auxílio
institucional.
Em contra partida, o sistema
republicano comporta, na sua génese, um erro dramático. Além da impreparação
grosseira de muitos presidentes que tivemos, pois muitos seguiram carreiras
durante longos e longos anos em práticas desviantes de saber ser o nosso maior
magistrado ou muitos seguiram caminhos partidários (ou seja de partes ou
partidos), na realidade o resultado traduz-se à vista e somos uma País
objectivamente desacreditado. Um presidente, por melhor que seja, nunca terá a
formação para o cargo de um Rei. É um critério inquestionavelmente
objectivo.
A república enferma do erro
crónico de não ser mandatária (não só porque nem todos votam num só
representante nas eleições), mas sim porque no seu sentido puro a “res publica”
materializa-se na própria república, sem capacidade ou habilidade para nos saber
fazer mandatar. A “res publica”, para o republicanismo, é a própria república…e
este é o erro paulatinamente mortal para um País. A república é como ir a
julgamento sem advogado ou com um inexperiente. O Rei é o nosso melhor
mandatário, o mandatário bom, competente e tecnicamente apto mas que não
trabalha para o povo pelo regime do apoio judiciário…
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