quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Feira Nacional do Cavalo - De 1 a 11 de Novembro 2013


Programa AQUI

"Ínclita Geração"

Ínclita Geração

Sinopse:

Era feita de luzes e de sombras. O pintor flamengo Van Ecky havia entendido a sua essência como ninguém e pintado as linhas do seu rosto e o seu caráter, em dois quadros distintos, para mostrar ao noivo Filipe III, duque da Borgonha. Um feito de luzes, outro feito de sombras. Isabel, tal como a sua mãe, D. Filipa de Lencastre, casava tarde. E a ideia de deixar Portugal, o pai envelhecido, os cinco irmãos em constante desacordo, e Lopo, irmão de leite e melhor amigo, para partir para um país longínquo e gelado atormentava-lhe o coração. Era a terceira mulher de Filipe, já duas vezes viúvo, esperava vir a dar-lhe o herdeiro legítimo de que Borgonha tanto precisava. A sua fama de mulherengo atravessava fronteiras… Mas Isabel sabia que nascera para cumprir um destino, ser a Estrela do Norte, que firme no céu indica o caminho. Saberia mudá-lo, torná-lo num homem diferente, acreditava Isabel. Na manga levava um trunfo que apenas partilhava com o seu irmão Henrique e com o seu fiel Lopo, na esperança de se tornar senão amada, pelo menos indispensável. Mas ao longo da sua vida, as sombras foram ganhando terreno e os acontecimentos precipitaram-se numa espiral que Isabel não conseguia travar, e de que apenas o seu filho a podia salvar. Isabel Stilwell, a autora de romances históricos mais lida em Portugal, regressa à escrita com a surpreendente história de Isabel de Borgonha, a única mulher da chamada Ínclita Geração. A geração perfeita, filhos de Avis, cantada por Camões, que marcou, cada um à sua maneira, a História de Portugal. Um romance empolgante que acompanha a vida desta mulher do século XV, que assumiu com inteligência e determinação o seu papel no governo de Borgonha urdindo alianças com França e Inglaterra, que procurou salvar Joana d' Arc da morte, abriu os braços aos sobrinhos fugidos de Portugal, num período de tumultos e divisões. Foi aliada das descobertas do infante D. Henrique, assistindo impotente à morte do seu querido irmão D. Fernando às mãos dos infiéis… Uma mulher que nunca esqueceu que era filha de Filipa de Lencastre e princesa de Portugal.


quarta-feira, 30 de outubro de 2013

PELA MONARQUIA? NATURALMENTE!


“Tanto nas eras remotas como nos hodiernos tempos, Deus de Afonso Henriques, como somos valentes e terríveis! Ó Camões! Ó Albuquerque! Ó Castro! Ó Barros e Cunha! Ó Melício! Como a gente é forte!!” – Eça de Queiroz in “As Farpas”.
Na sua génese, sensivelmente, todas as sociedades principiaram por se organizar em estruturas políticas monárquicas. Evidentemente, que até às monarquias contemporâneas – que caminham de braço dado com a democracia -, houve uma evolução, mas, também, outros regimes que existiram na antiguidade não atribuíam mais direitos aos seus cidadãos que as antigas formas de governo monárquica.
Por ser uma instituição quase da origem dos tempos, existe uma instantaneidade, uma relação imediata entre o Monarca e os cidadãos de pleno direito do seu País. O Rei, mais do que uma pessoa, é uma Instituição que encarna uma carga emblemática que faz o indivíduo sentir-se parte de um todo porque o Monarca é o primeiro depositário da tradição dos antepassados dos homens e dos costumes da Nação. O Rei não é uma personagem distante enclausurada numa redoma de luxo e privilégios, antes move-se, sem receio, no meio da multidão, auscultando as dificuldades do seu Povo e sentindo com ele, para depois dar voz aos seus anseios junto das instâncias governativas, enredadas em partidarismo, e que, não raras vezes, ignoram as questões maiores como o supremo interesse do seu Povo e que por isso perante os que governam não possuem qualquer autoridade natural.
Assim, entre o Rei e o Povo existe uma relação quase familiar e natural. Por ser livre, o Rei gozará sempre da plena liberdade de meios para garantir o bem público, porque sem as amarras de qualquer calendário político ou constrangimento partidário e ideológico poderá exercer com plena autonomia o seu Poder Moderador de forma a atingir consensos tão raros entre as forças partidárias e diversas energias sociais, visando a Coroa, tão-só, a consecução do interesse público e não do interesse individual do Chefe de Estado, não estando o Monarca confinado a ser um árbitro parcial, por consequência do alinhamento político.
Deste modo, o Rei será o dínamo da sociedade.
Por isso somos: Por PORTUGAL! Pelo REI! Pela MONARQUIA!

COMUNICADO DA DIRECÇÃO NACIONAL DA JMP




Relativamente aos insultos dirigidos ao presidente da república, a Direcção Nacional da JMP toma seguinte posição:

1. O passado político de Cavaco Silva, bem como a sua “colagem” a este Governo, são provas vivas de que a debilidade do regime republicano nunca esteve tão evidenciada. Um Chefe de Estado com um passado fortemente ligado aos partidos será sempre alvo de críticas por parte daqueles que não pertencem ao seu quadrante político, manchando a credibilidade do mais alto magistrado da Nação.

2. “O presidente de todos os portugueses” não pode pôr-se a jeito. Deve lembrar-se que jurou ser o presidente de todos, mesmo que isso seja naturalmente impossível.

3. O mais alto representante dos portugueses não pode estar sujeito a esta enxurrada de insultos, provenientes da esquerda à direita, uma vez que é a própria Pátria que se vê insultada.

4. A única forma de garantir a dignidade da Chefia de Estado reside na Instituição Real, herdeira da responsabilidade de representar os portugueses e a única detentora da independência e imparcialidade necessárias para o exercício desta função.

5. Nos últimos dias muito se tem ouvido falar em “presidência da república” e “subir na vida”. Pois bem, a JMP recorda que a Chefia de Estado nunca deve ser um lugar a atingir como prémio da ambição política desmedida. Esse factor é mais um que contribui para os insultos a que temos assistido.

A Direcção Nacional da JMP
Lisboa, 29 de Outubro de 2013

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Entrevista de SAR, D. Duarte de Bragança ao "Mensageiro Bragança"


D. Duarte de Bragança, que seria o rei de Portugal caso não tivesse havido a revolução do 5 de outubro de 1910, esteve em Bragança para participar na inauguração da nova sede da autarquia. E esteve à conversa com o Mensageiro, onde deu algumas receitas para o momento de crise que o pais atravessa.

Mensageiro de Bragança: Esteve presente na inauguração do novo edifício da Câmara de Bragança. O que lhe pareceu?
D. Duarte de Bragança: Achei, de facto, uma homenagem muito merecida ao Sr. Presidente [Jorge Nunes]. É uma pessoa esforçada, que conseguiu governar bem o concelho.

MB.: O que lhe parecem as últimas propostas do Governo?
DDB.: O Estado gasta 80 por cento do seu orçamento com os funcionários públicos. Certamente não serão necessários tantos. Não faz sentido andarmos nesta fantasia de que os lugares são todos inamovíveis, que todos os direitos adquiridos são inamovíveis. Não é possível.

MB.: Como vê a situação atual do país? Há alguma solução?
DDB.: Acho que há muitas soluções, mas é preciso ter coragem e ajudar quem quer produzir riqueza, quem quer trabalhar, e não encorajar a preguiça, o desperdício e a desonestidade. Dez por cento da riqueza portuguesa foi perdida para a corrupção nos últimos 30 anos. O dinheiro foi muito mal investido e permitiu o enriquecimento ilícito. Veja lá, estádios de futebol, Centro Cultural de Belém, pontes e viadutos por todo o lado. Andámos a viver de uma forma totalmente disparatada e agora temos de fazer dieta.

MB.: Como vê a situação do interior transmontano?
DDB.: O Estado sempre tem favorecido as zonas do litoral, onde há mais votos. Devia abrir serviços do Estado no Interior. Se os funcionários não quisessem vir, então não há lugar para eles. Quem quer o lugar, vem. A própria indústria encorajada pelo Estado devia ser sempre no Interior. Dois terços dos hospitais públicos construídos nos últimos anos foram equipados com cerâmicas importadas. Todo o nosso modelo de desenvolvimento foi errado. Gastámos o que não devíamos onde não devíamos.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Duque D. Duarte Pio em Timor-Leste para analisar colaboração

O herdeiro da Casa Real Portuguesa, D. Duarte Pio de Bragança, disse hoje à agência Lusa que está em Timor-Leste a visitar amigos e a analisar as perspectivas de progresso, nomeadamente no sector do turismo e agrícola.


"Primeiro vim rever os amigos, ver a situação e quais são as perspectivas de progresso para as quais eu possa eventualmente conseguir pessoas que possam colaborar", afirmou à agência Lusa, depois de um encontro com o chefe da diplomacia timorense, José Luís Guterres.

Segundo D. Duarte Pio de Bragança, em Timor-Leste "há dois campos que interessam muito".

"Um é favorecer o turismo aproveitando um pouco a força turística de Bali, para trazer alguns turistas cá e gostava muito de poder colaborar com a população rural para introduzir algumas culturas, ver o que se está a fazer e ver em que campo se pode fazer uma cooperação", afirmou, acrescentando que está a registar uma fundação em Díli para desenvolver aquela cooperação.

D. Duarte Pio de Bragança recebeu o ano passado, durante uma cerimónia no parlamento de Timor-Leste, a nacionalidade timorense.

"Fiz esta viagem toda com o meu passaporte timorense e acho piada que alguns alfandegários olham para mim com um ar muito espantado", disse à Lusa.


Fonte: Notícias ao Minuto

«A 3ª República colocou Portugal na bancarrota»

À entrada do Clube Militar somos recebidos por Luíz de Oliveira Dias, representante de D. Duarte Pio, Duque de Bragança, em Macau. «O Senhor D. Duarte ainda não chegou, mas está quase a chegar», avisa de pronto. De facto, poucos minutos depois, chega o pretendente à Coroa Portuguesa, que logo se mostra disponível para a entrevista previamente marcada, com a condição de não «roubarmos» muito tempo ao convidado de honra do jantar que naquela agremiação irá ter lugar. Estão inscritas 61 pessoas, a maioria simpatizantes da causa monárquica. Por mais de uma ocasião tentamos iniciar a curta entrevista, mas a enorme e legítima vontade dos presentes em cumprimentarem e trocarem algumas palavras com «o rei» faz atrasar um pouco a conversa, que começa em «media res», pois que antes de ligarmos o gravador já D. Duarte nos disse o que veio fazer a Macau e o porquê, de seguida, voltar a Timor, país do qual é cidadão nacional desde o ano passado.


O CLARIM – Senhor D. Duarte, trago à lapela as armas do antigo Leal Senado de Macau. Tem a conhecida inscrição «Não há outra mais leal» – menção ao facto de Macau nunca ter reconhecido a Dinastia dos Filipes. Sente que a Comunidade Portuguesa continua leal a Portugal e até, de certa forma, à Casa Real Portuguesa?
D. DUARTE PIO – Vejo em todas as famílias macaenses uma ligação muito profunda a Portugal e em muitas delas uma forte ligação à Casa Real. Infelizmente muitas famílias macaenses abandonaram a cidade; foram para o Canadá e para outros países e lugares. O papel das famílias macaenses e dos portugueses em Macau pode ser fundamental para tornar mais profícua as ligações de amizade entre Portugal e a China, nomeadamente no campo económico.

CL – Disse há pouco que está em Macau para participar na MIF, a convite de um grupo de empresários...
D. D.P. – Vim a convite da Associação de Jovens Empresários Portugal-China...

CL – Até porque a Casa Real pode, à sua maneira, contribuir para o incremento das relações económicas entre Portugal e o resto do mundo!?
D. D.P. – Em primeiro lugar é importante as pessoas pensarem por que estão em crise. Deve-se muito ao próprio sistema republicano de chefia de Estado, em que os presidentes estão ligados ao sistema partidário e têm muita dificuldade em fazer aquilo que os reis costumam fazer na Europa: quando vêem que um Governo está a disparatar, vão tentando exercer influência para o levar para o bom caminho, fazendo ver os problemas. Quando perguntaram à Rainha da Dinamarca para que servia a rainha, respondeu que serve para proteger o povo dos maus Governos. Efectivamente é esse o papel dos reis na Europa – para além de dar bons exemplos, exercer uma boa influência sobre os países, servir de unidade nacional, etc. Veja, por exemplo, como os ingleses, os dinamarqueses e os suecos comemoram os acontecimentos reais. Nos 60 anos do Rei da Suécia havia um milhão de pessoas no largo em frente ao palácio real a festejar.

CL – Que balanço faz dos 103 anos da República Portuguesa?
D. D.P. – Os primeiros dezasseis anos da República foram de uma violência incrível – muitas mortes, perseguições a toda a gente que não estava ao lado do Partido Republicano, uma grande perseguição à Igreja e aos católicos, igrejas roubadas, casas paroquiais roubadas. A 2ª República, que durou quarenta e tal anos, recuperou a economia, recuperou a dignidade nacional, mas não foi capaz de criar um sistema político viável. O sistema político estabelecido pelo professor Salazar não era viável no mundo de hoje e mesmo já naquela época. Ao contrário de Franco, que organizou o regresso da Monarquia, Salazar nunca se decidiu. Depois, a 2ª revolução republicana foi desastrosa. As pessoas ainda acham que merece fazer um feriado no 25 de Abril e, no entanto, quais foram as consequências!? Centenas de milhares de mortos em África – em Timor então foram 200 mil mortos, – a economia portuguesa recuou dez anos e, provavelmente, a questão de Macau não foi bem resolvida. Estou até convencido que o Primeiro-Ministro Deng Xiaoping tinha uma outra alternativa de transição muito mais interessante. A 3ª República, ao fim destes anos, gastou todo o dinheiro que recebeu e colocou outra vez o País na bancarrota. Três Repúblicas que falharam. As pessoas deviam começar a pensar se não será culpa do sistema republicano.

CL – Qual a solução?
D. D.P. – O Estado tem de ser mais económico. Não se pode gastar 50 por cento dos recursos nacionais, nem se pode gastar 80 por cento do Orçamento do Estado para pagar a funcionários públicos. Tem de se criar um sistema em que o Estado seja baratinho a manter, e que as empresas portuguesas e as pessoas que trabalham possam receber aquilo que merecem e possam ser competitivas a nível internacional. E depois da economia estabilizada ver o que está por pagar. Não é possível continuar nesta situação absurda em que temos vivido.

CL – Macau, Timor e outras antigas possessões ultramarinas podem também ser parte da solução...
D. D.P. – Os livros de História e a política oficial da República Popular da China misturam a presença portuguesa com o colonialismo inglês e outras formas de colonialismo. É importante Macau lembrar aos governantes da China que não tem nada a ver uma coisa com outra. Portugal foi o único país europeu que não fez guerra à China; sempre recusou participar em acções violentas e agressões contra a China em que entraram outros países europeus, incluindo os alemães e os austríacos. A política portuguesa foi sempre pouco clara, no sentido de salvar a face da China e não comprometer a posição portuguesa. O Imperador da China considerava Portugal um país vassalo e o Rei de Portugal considerava o Imperador da China um irmão em pé de igualdade. Este convívio profícuo e vantajoso durou 500 anos.

Alteza Real,
Para estas dezenas de portugueses que trabalham aqui na China – em Macau – as visitas de Vossa Alteza Real são, acima de tudo, uma confirmação da esperança. Da esperança no futuro da nossa Pátria e, agora sobretudo, da recuperação da crise que nos vai devastando, causada pela inépcia e a desonestidade de muitos dos políticos que sucessivamente nos têm desgraçado. É que Vossa Alteza Real representa e personifica os valores da nossa História que, ao longo dos oito séculos que os Reis nos governaram, fizeram a nossa grandeza e o nosso prestígio internacional. E que apenas cem anos de República bastaram para nos hipotecarem a soberania, a independência e a respeitabilidade internacional. Culpa dos homens? Sem dúvida, mas, sobretudo, culpa do Regime.
Meu senhor, os príncipes são educados para servir, como Vossa Alteza Real um dia disse. Por isso aqui está hoje, sempre servindo Portugal e a afirmar-nos que podemos sempre contar com Vossa Alteza e toda a Família Real. É nesse mesmo espírito com que lhe dizemos pode contar também com a nossa fidelidade.
Agradecer-lhe a alegria que nos deu agora, peço a todos me acompanhem num brinde pelas felicidades de Vossa Alteza e para que volte bem e volte depressa.
Viva o Rei!


LUIZ DE OLIVEIRA DIAS
Representante de D. Duarte Pio, Duque de Bragança, em Macau
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Fonte: O Clarim

sábado, 26 de outubro de 2013

FOTONOTÍCIA: DOM DUARTE PIO DE BRAGANÇA


Diário do Alentejo de 18 de Outubro de 2013


Fonte: Família Real Portuguesa

A ditadura do número.



O povo que habitava as antigas províncias lusitanas do reino de Leão nunca se teria constituído em nação independente se não fora dirigido para esse ideal pelo filho de D. Teresa e seus cavaleiros o que só foi possível porque o número, a multidão, se submeteu à qualidade; e nem tal domínio da qualidade sobre a quantidade se poderá dizer incompatível com a democracia. Esclarece-a e enobrece-a. Corrige-a dos seus erros. Não querer a inteligência escravizada pela ignorância não equivale a desdenhar dos humildes. Para atingir tão monstruosa concepção da convivência humana seria preciso que nos divorciássemos do Cristianismo, que renegássemos a moral em que fomos criados.
( Adaptação de texto de Carlos Malheiro Dias )


Cristina Ribeiro


sexta-feira, 25 de outubro de 2013

CONTRA FACTOS MONÁRQUICOS, NÃO HÁ ARGUMENTOS REPUBLICANOS!




Autor: Miguel Villas-Boas *

Existem muitos fundamentos a favor do Sistema de Governo Monárquico e um dos mais pertinentes é o argumento económico-financeiro que demonstra, num verdadeiro e justo confronto de custos, a mais-valia da MONARQUIA!
Nesse plano, é rigoroso e demonstrável, sem esforço, que as Monarquias são mais aforradas que as repúblicas.
É pertinente fazer este raciocínio, pois numa altura em que o Mundo e particularmente o nosso amado País vive uma crise quase sem precedentes, prova-se que de facto os Monarcas e as respectivas Famílias Reais ficam, de facto, mais económicos ao Erário Público dos seus países do que os Chefes de Estado das repúblicas.

Acareação
A Casa do Rei de Espanha publicitou pela primeira vez as finanças da Família Real em 2011, ano em que o Governo espanhol destinou à Casa Real 8,43 milhões de euros cuja gestão financeira impende directamente ao Rei Dom Juan Carlos.
Em concordância com a Constituição Espanhola, o Monarca é livre de repartir os recursos da maneira que achar mais ajustada, sendo que esses fundos se destinam à legítima remuneração da Família Real pela representação na vida pública oficial, e não só a provir a sua subsistência, mas, tal-qualmente, reservado a custear o funcionamento da Casa Real e do pessoal.
Assim, na Monarquia do Reino de Espanha, o orçamento real do Palácio da Zarzuela serve para pagar os únicos dois salários da Casa Real: o do Rei e o do Príncipe herdeiro, o Príncipe das Astúrias, Dom Felipe. Assegura, ainda, as despesas salariais dos 300 funcionários que trabalham directamente com a Coroa, desde assistentes que têm o salário igualado ao de ministros e secretários de Estado – como o chefe da Casa Real, Alberto Aza -, até às empregadas de limpeza. Destas contas apenas a segurança é paga pelo Ministério do Interior, pois são membros do Corpo de Segurança de Estado.
O Orçamento Real destina-se, também, a custear os gastos quotidianos do Palácio com alimentação, vestuário, as viagens, os carros particulares – que, conquanto de gama média-alta, não embarcam em excentricidades.
De acordo com o jornal El Mundo, o Rei só encomenda um fato novo (de valor entre os 2000 a 2500 euros) ao alfaiate Gonzalo López, de 18 meses em 18 meses, e a Rainha Dona Sofia e a nora a Princesa Dona Letizia têm o hábito de repetir, sem confrangimentos, os mesmos vestidos e fatos saia-casaco ou saia-calça. Já em Belém, é um sempre estrear de farpelas e, também, de fatiotas.
Desta forma, tornadas públicas as contas da Casa Real espanhola, ficou a saber-se que Sua Majestade não ficou alheio à crise económica – que assola sobretudo a Europa -, e que, no segundo semestre de 2010, o Rei Dom Juan Carlos determinou, ao então presidente do conselho de ministros Rodriguez Zapatero, que a partir de Junho desse ano, providenciasse um corte no orçamento anual da Casa do Rei. Assim, efectuado esse corte, em 2010, a Casa Real recebeu 8,9 milhões de euros para as suas despesas. Ora como o pagamento é trimestral, feitas as contas, por iniciativa do Rei, houve uma poupança de 1,7 milhões de euros relativamente ao ano anterior.
Examinada, sem enredados, a Presidência da República Portuguesa custou, ao Orçamento do Estado 2010, um total de 20,7 milhões de euros.
Esquadrinhando ao pormenor as contas da Família Real espanhola: em 2006, a Casa Real espanhola teve um orçamento de 8 milhões de euros. Esse valor subiu até 2009, alcançando o tecto máximo de 8,9 milhões. Desta forma, com esse corte, em 2011, a poupança ainda foi maior, e, a Monarquia espanhola teve um custo de 8,43 milhões de euros. Desta forma, o Rei não ignorou os primeiros indícios da crise, e se primeiro Dom Juan Carlos I tinha pedido para que o valor se mantivesse no ano de 2011, depois instigou o governo a diminuí-lo.

Logo, fazendo a ACAREAÇÃO da Monarquia Espanhola com a presidência da república portuguesa, em 2011, a Monarquia custou a cada espanhol 19 cêntimos, enquanto a presidência teve um importo de 1,9 euros para cada cidadão português.

Novamente, em 2012, no âmbito das medidas de austeridade aprovadas pelo Rei e pelo Governo espanhol, o orçamento da Casa Real sofreu um corte de cerca de 5% e os salários dos membros da Família Real e de todos os funcionários uma redução de 15%. Conhecidas as contas reais, ficou a saber-se que do orçamento de 2012 cerca de 300 mil euros é para o salário do Rei Dom Juan Carlos, 146 mil euros para o ordenado do Príncipe Dom Felipe e que S.M. a Rainha Dona Sofia, a Princesa Dona Letizia e as infantas Dona Elena e Dona Cristina dividem, entre si, 375 mil euros/ano. Há quem diga que não foram eleitas, mas as 1.ªs damas também não, e no entanto têm salário e despesas de vestuário pagas pelo Erário Público.
A presidência da república portuguesa no mesmo exercício orçamental custou 16,5 milhões de euros.

Continuando a fazer as contas, de acordo com o ministro das Finanças Montoro, o orçamento de 2013 da Casa Real de Espanha encolheu 2%, passando dos 8,43 milhões de euros para os 8,26 milhões de custo para o Tesouro Espanhol, o montante mais baixo desde 2007. Neste sentido – o da poupança -, também, houve mudanças na representação da Família Real espanhola que tem sido representada sobretudo por SS.MM. os Reis, pelos Príncipes das Astúrias e, ocasionalmente, acompanhando os seus pais, as pequenas Infantas Leonor e Sofia. Desta forma, este ano, as Infantas deixaram de receber gastos de representação.
Em 2013, a verba destinada para o orçamento da presidência da república portuguesa foi de 15.139.110 Euros, e, continua a manter os 500 funcionários ao serviço, ou seja, mais 200 que a Coroa Espanhola e, também, a Casa Real Britânica. Logo, por cá, não há nem grandes medidas automáticas de contenção do orçamento presidencial (no Orçamento de Estado), nem por iniciativa própria para fazer corresponder a uma imagem de moderação. Além disso, é inaceitável que os ex-presidentes da república conservem as pensões, ditas subvenções vitalícias, que figuram mais de 200 mil euros/ano por cada um dos três, ao que acresce gabinete com secretária, segurança e automóveis com motoristas.
Assim sendo, com as respectivas contabilidades apuradas conclui-se que A MONARQUIA ESPANHOLA CUSTA METADE DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA PORTUGUESA; mensurem-se as dimensões dos dois Países e retirem-se as devidas conclusões.

A Sobriedade das Monarquias Europeias

Visitando o Reino dos Países-Baixos, aí as rendas outorgadas pelo governo holandês à, então, Rainha Beatriz e aos outros membros da Família Real sofreram, em 2011, um corte de 4%, pelo que a monarca recebeu 834 mil euros por ano, enquanto que, o, então, Príncipe de Orange, como herdeiro, importou a soma de 492 mil euros do Erário público e que sustém a Sua família de 5 membros. No total, o orçamento da Família Real Holandesa foi de 5,8 milhões de euros para despesas pessoais. Os gastos com segurança, visitas de Estado e manutenção dos palácios – o grosso das despesas – que, com a excepção de um, pertencem ao Estado, ficaram a cargo do governo, pelo que no total a Monarquia Holandesa custou menos de 45 milhões de euros.
Mas mais medidas de poupança anunciadas em Setembro de 2012, pelo governo de Haia para fazer frente à austeridade que se atravessa atingiram de forma assombrosa a Casa Real que nesse ano recebeu menos 5 milhões de euros que em 2011. Assim o orçamento da Casa Real passou de 44,5 milhões de euros em 2011 para 39,5 em 2012. De igual forma, os salários reais sofreram cortes e o salário da Rainha passou para 828.000 euros, em vez dos 834.000 de 2011 e o Príncipe herdeiro recebeu 480.000 euros em vez de 492.000 de 2011 e 496.000 de 2010.
Tais cortes, levaram o primeiro-ministro a declarar que “a Casa Real holandesa já poupa o suficiente”, não sendo dessa forma forçoso “cortar mais o investimento”, para 2013.
Entretanto, em 2013, com a abdicação de Beatriz Guilhermina Armgard de Orange a Coroa Holandesa, passou para Guilherme-Alexandre, que passou a auferir o mesmo salário da mãe, enquanto que, Amélie, a nova Princesa de Orange, só terá direito à provisão que o pai auferia enquanto Príncipe, a partir dos 18 anos quando passar a ocupar o cargo, que é seu por inerência, no Conselho de Estado.

Na mesma linha no Reino da Bélgica, apesar do aumento anual legalmente fixado, o Rei Alberto II anunciou, no inicio de 2012, que renunciava ao incremento do orçamento da Casa Real para os anos vindouros de 2012 e 2013, decisão que resultou numa poupança de cerca de 600 mil euros/ano para o Tesouro belga.
Mais ainda: o governo da Bélgica vendeu por 5 milhões de euros alguns terrenos contíguos a um palacete propriedade da família real na província de Oostende e que faziam parte da herança que deveria ser recebida pelo Rei do anterior Rei Leopoldo II, seu irmão.
Com a Abdicação do Rei e a entronização do novo Soberano, Filipe, esses cortes mantêm-se.
Contabilizado tudo, a Monarquia belga custa 13,7 milhões de euros ao erário público do país, mas, mesmo assim, o novo Rei já ordenou que houvesse uma significativa redução de despesas da Casa Real, pelo que vai começar a ser feita uma indagação para verem onde pode ser cortada mais verba.

Na Noruega todas as despesas com a Monarquia, que não somente com a Família Real, totalizam 28 milhões de euros, mas, por exemplo, o Rei só aufere salário desde 1947, e a manutenção dos palácios foi bastante negligenciada pelo que só começou as ser realizada nos últimos anos, o que inflaciona o custo final anual das despesas da Coroa.
Tanto as Monarquias do Reino da Dinamarca e do Reino da Suécia têm cada uma o mesmo custo anual de 12 milhões de euros e no Luxemburgo a Família Grão-Ducal fica-se pelo custo de 8,7 milhões de euros anuais.

Lembre-se, novamente, que A PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA PORTUGUESA VAI CUSTAR, EM 2013, AO ERÁRIO PÚBLICO NACIONAL 15.139.110 EUROS – até ver.

O Superavit da Monarquia Britânica e o Melhor Cartão-de-visita Possível

Na Monarquia Britânica, a mais famosa e imponente Monarquia do Mundo, em 2012 a verba da Rainha rondou os 42,5 milhões de euros, uma redução de 5%, face a 2011, que já tinha tido igual queda comparando com o período de 2010.
Para 2013, a provisão anual da Rainha Isabel II ia inicialmente ter um aumento de 5,8 milhões euros no seu orçamento anual, destinado a cobrir as despesas de cada um dos elementos da Família Real com funções formais e aspectos relacionados com eventos oficiais, como o caso das despesas de deslocação, cujos custos em ano de Jubileu de Diamante aumentaram exponencialmente, por obrigação de deslocação da Rainha e de diversos membros da Família Real em representação da Soberana aos vários territórios de que Sua Majestade é Chefe de Estado, e ainda com alojamento e segurança da Família Real, a conservação dos palácios – tirando os Palácios privados, como Sandringham e Clarence House – e os vencimentos dos trabalhadores e as custas das diferentes entidades associadas à Casa Real.
Todavia, com as medidas de contenção que a Rainha Isabel II decidiu tomar de sua livre e espontânea vontade, estima-se que as provisões da Casa Real inglesa não ultrapassarão os 46,5 milhões de euros, menos 1,8 milhões do que fora estimado inicialmente.
Assim, relativamente à Lista Civil – como se chama ao orçamento real – da Monarquia britânica, há um Superavit do Input em relação ao Output.
Num breve relance comparativo da Monarquia Inglesa, com Países da mesma dimensão internacional, a presidência da república francesa gasta 112 milhões de Euros por ano e a presidência norte-americana tem um orçamento de 1.400 milhões de euros.

Fazendo a síntese histórica do financiamento da Monarquia Inglesa, antes de 1760, o monarca britânico custeava todas as despesas oficiais com as receitas do seu património, compreendendo os lucros das Propriedades da Coroa. Todavia, o Rei Jorge III, anuiu em entregar essas receitas da Coroa em troca da Lista Civil, acordo que subsiste até aos dias de hoje. Desta forma, o Monarca continua dono e senhorio das Propriedades da Coroa, mas não pode vendê-las; os imóveis passam por sucessão de um Soberano para outro.
Nos nossos dias, os lucros obtidos com as Propriedades da Coroa excedem largamente a Lista Civil e as ajudas de custo da Rainha: no exercício financeiro de 2003-2004, as Propriedades da Coroa produziram mais de £ 170 milhões para o Tesouro, enquanto o financiamento parlamentar da Rainha foi inferior a 40 milhões de libras.
A Soberana é tal-qualmente dona do Ducado de Lancaster como propriedade privada herdada, e da mesma forma, como as Propriedades da Coroa, o Ducado é mantido em confiança, e não pode ser vendido. As receitas do Ducado de Lancaster são as únicas que não precisam ser devolvidas ao Tesouro, uma vez que fazem parte da Bolsa Privada, e são utilizadas para despesas não cobertas pela Lista Civil. O Ducado da Cornualha é um imóvel idêntico, mantido em confiança para fazer face às despesas do Príncipe de Gales, que, como é o filho mais velho da Monarca é o herdeiro presuntivo do Trono.
A Rainha de Inglaterra está ainda sujeita a impostos indirectos, como o IVA, e desde 1993 a Rainha Isabel II paga imposto sobre o rendimento singular (IRS), embora, a Lista Civil e as ajudas de custo sejam utilizadas unicamente para as despesas oficiais, elas não são levadas em conta no cálculo dos impostos.
A Colecção de Artes espalhadas pelos diversos palácios reais está estimada em £1 bilião; só que a Colecção Real não é propriedade particular dos Windsor, mas é administrada pela Royal Collection Trust, uma instituição de caridade, e em última instância pertence ao Estado Britânico.

Mas não é só por isso que a Monarquia resulta largamente lucrativa para a Nação Britânica. Além dos Monarcas e suas Famílias ficaram mais baratas para o Erário Público, outro aspecto, muito relevante, é que AS FAMÍLIAS REAIS, muito especialmente a Britânica, TRAZEM RETORNO FINANCEIRO aos seus Países.
De facto, a Rainha Isabel II do Reino Unido, os Príncipes William e Catherine, o Príncipe George de Cambridge e o Príncipe Harry são REALmente as pessoas mais famosas da Terra, título que, também, usam sem qualquer possível contestação.
Um momento muito relevante foi, sem dúvidas, o nascimento a 22 de Julho passado, do bebé real! O filho primogénito dos Duques de Cambridge teve, não só impacto na vida da Família Real, como também na economia do Reino Unido, uma vez que estimulou as receitas do turismo – com os hotéis de Londres a ficarem esgotados -, lembranças, indústria têxtil, e, festividades, o que originou um impacto na economia de mais de 303 milhões de euros. Mal fora anunciada a gravidez de Kate, “abrira a caça” a todo o tipo de memorabilia e artigos relacionados com a maternidade e com roupa de bebé, que se intensificou à medida que se aproximava a data do parto. Com o nascimento do Príncipe George, o povo saiu às ruas a festejar o nascimento, não só do filho dos seus adorados William e Kate, mas, também, do neto de Lady Diana Spencer, Princesa de Gales. E como os súbditos de Sua Majestade sabem festejar… a economia só ficou a ganhar.
Agora com o Baptizado, no próximo dia 23 de Outubro, já começou mais uma corrida aos “souvenirs”: entre cópias do traje que o Príncipe George vai usar na cerimónia, réplicas da bacia de prata, usada há décadas pela Família Windsor, que vai conter a Água Baptismal do Rio Jordão que baptizará o Principezinho, assim como a emissão de uma Moeda Comemorativa cunhada em prata ou ouro e que entre os diversos metais, pesos e medidas tem um preço que oscila entre 15 e os 60.000 euros.
Além disso, as visitas do público ao Palácio de Buckingham geram anualmente, com o pagamento das entradas e a venda de merchandising, uma receita de mais de 50 milhões de libras. Também, acontecimentos, como o Trooping The Color, a Abertura do Ano Parlamentar e os Casamentos Reais, originaram enormes receitas entre recordações e turismo. Assim nestes 3 últimos anos de Casamento de William e Kate, Jubileu da Rainha Isabel II e Nascimento e Baptizado Real, estima-se que a Família Real Inglesa dê um retorno financeiro de mais de 6 mil milhões de euros ao Reino Unido. E para o exercício financeiro de 2014 já está previsto mais um acontecimento mediático que vai “encher os cofres” da economia britânica: o casamento real do Príncipe Harry com Cressida Bonas, a jovem aristocrata de 24 anos que derreteu o coração do filho mais novo de Carlos e Diana.
A popularidade da Família Real Britânica é um facto e o melhor cartão-de-visita possível o que, também, deve ser levado em conta depois de ser divulgado que Londres é a 2.ª cidade mais visitada do Mundo e que as receitas do turismo britânico atingiram um máximo histórico de 115 mil milhões de euros. Os turistas quando vão a Londres têm sempre a esperança, ainda que remota, de vislumbrar um membro da Família Real, e elegem como locais de eleição para visitar: os Palácios de Buckingham, St. James, Kensington, Clarence House, a Torre de Londres (habitação dos reis medievais ingleses), e o Castelo de Windsor a poucos quilómetros; por isso a cidade não seria a mesma, nem teria a mesma atracção, sem essa “iconografia real”.
A importância de um símbolo é deveras evidente; basta, por exemplo, pronunciar a expressão “A Rainha” e ninguém terá dúvidas que se refere a Isabel II.
Que república ou republicano pode presumir-se ter uma tal influência social e económica? Nenhum. Por isso, CONTRA FACTOS MONÁRQUICOS, não há argumentos republicanos!

Bibliografia:

. Jornal “El Mundo”
. Jornal “The Guardian”
. Euronews
. Reportagem TVI
. Orçamento Geral do Estado 2010, 2011, 2012, 2013 e 2014

* Membro da Plataforma de Cidadania Monárquica


quinta-feira, 24 de outubro de 2013

SAR, D. Duarte de Bragança entrevistado pela Teledifusão de Macau



A bandeira da Monarquia nunca esteve tão presente em Portugal como no ano em que se assinalou um século sobre a implementação da República. Os ecos da insatisfação da causa real chegaram mesmo a Macau, com as insígnias monárquicas a serem hasteadas no Consulado Geral de Portugal. Centro e três anos após a deposição de D. Manuel II são muitos os que defendem a restauração da monarquia e é um Portugal alternativo aquele que se discute neste TDM Entrevista. 
D. Duarte de Bragança, herdeiro do trono português, à conversa com a TDM.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Ainda se pode evitar a ditadura que chega




Aqui tenho dito e repetido vezes sem conta: Portugal tem uma solução alternativa clara ao regime que nos trouxe à humilhação, à fome e à insignificância; Portugal tem os meios de que necessita para regressar de cabeça erguida ao concerto das nações; não precisamos de teorizar nem de think tanks do rotundo intelectualismo; nada há a pensar fora das coordenadas daquelas que foram, desde sempre, as constantes e linhas de acção e sentimento da nação portuguesa. Para quem, minimamente habilitado e experiente na análise histórica, se atrever perder o medo, a resposta é muito simples, tão simples que surge como uma evidência: monarquia.


Persistem uns quantos retardatários em pedir calma e paciência, contando com uma menos que provável recuperação do sonho Europeu, sonho que não passa disso: ilusão. A Europa tábua-de-salvação, a Europa maná e cornucópia, essa morreu há dois ou três anos. De agora em diante, vingança das nações, será cada um por si. A fórmula europeia já não se discute, pois a Europa contra as nações, descerebrada, envergonhada de si, a que perdeu o orgulho e se refugiou na reforma dourada da velhice cobarde - pronta a tudo ceder e mutilar-se a vergonhosos extremos de humilhação - essa acabará dentro de dois ou três anos. Ou não viram, meus caros amigos, como cheios de cautelas, nos estão já a preparar para o triunfo de Marine Le Pen em França, para o triunfo das direitas nacionalistas nas próximas eleições para o Parlamento Europeu, para a mais que certa saída do Reino Unido da União, a tal que de união só leva o nome ?


Ainda há tempo. Ao ler a clarividente entrevista de SAR o Senhor Duarte a um jornal de Macau, no decurso de uma viagem que está a realizar pelo Extremo-Oriente - fazendo o que os nossos pobres diplomatas não sabem, não querem nem podem fazer - só me posso perguntar:


- Por que raio mantêm os donos do país o espesso manto da censura, a sistemática desinformação, o escamoteamento da evidência em torno da questão de uma mudança de regime que tornasse possível garantir a liberdade, sabendo que ao fatídico e já irreversível colapso desta III República sucederá uma ditadura?


Miguel Castelo-Branco


Fonte: Combustões

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Ambiguidades do Regime



Neste regime em que somos democraticamente forçados a viver, há curiosas ambiguidades que seriam apenas divertidas, se não fossem tão trágicas para a vida social e política.


O chefe de Estado que alguns elegeram comemora, não a data fundacional da nacionalidade, mas a instituição violenta do próprio regime, em locais fechados, com lotação cada vez menor (no ano passado, no Pátio da Galé, este ano, em sala da Câmara Municipal, para o ano, talvez, num quarto esconço ou numa casa de banho...), embora desta feita com um maior cuidado no içar a bandeira da república pelo lado correcto. Enquanto isto, os ex-presidentes, com uma honrosa excepção, desataram a fazer públicas e desavergonhadas declarações políticas, como se ainda tivessem o direito de opinar, após terem exercido o cargo durante dez anos cada um!


E pasme-se com as declarações do penúltimo abencerragem, que entende que estes governantes, que foram, como outros antes deles, eleitos por maioria dos votos dos Portugueses, devem ser julgados por outra Justiça, que não esta, após abandonarem os cargos que exercem!


Porque suponho que se não estivesse a referir à justiça Divina, a que ninguém escapa, que justiça quereria ele que fosse aplicada a este governo, que nos tem esmifrado para pagar os muitos desmandos que se têm vindo a praticar, há longos anos, nesta nossa Pátria?


Não discordo do princípio, e até acharia recomendável e higiénico que viesse sendo aplicado de há quarenta anos para cá. Pelo menos, teríamos sido poupados às suas muitas diatribes...


E que dizer dos governantes anteriores, que longe de serem os únicos responsáveis, estão hoje impunes e ufanos nas suas vidinhas privadas, até com direito a comentarem na TV o que fazem os seus sucessores, para cumprir memorandos que eles próprios assinaram?


E porque aceitaram e usufruem de um conjunto de regalias que o povo pagante não tem, como motoristas privados, polícia à porta dos escritórios, instalações e secretárias? Certamente que não lhes pagamos tudo isto, para os ouvirmos perorar.


Ao menos os Reis, que aprenderam muito com o exemplo dos seus antecessores, não criticam os sucessores, pois costumam morrer ao serviço dos Povos, sem prebendas nem mordomias…


Dom Vasco Teles da Gama


domingo, 20 de outubro de 2013

Duque de Bragança: “O Estado (português), em geral, só atrapalha”

Chamado de “rei sem reino” pelo diário espanhol El Pais, Dom Duarte Pio não fica à espera do trono que não chega e empenha-se em causas pessoais e projectos profissionais. Em entrevista ao HM, acusa o Governo português de não facilitar o investimento externo e diz que Macau ainda poderia ser de Portugal, se a República “tivesse sabido manter a política”

P2-Dom-Duarte-de-Bragança


Esteve na MIF. Do que viu, que comentário faz à presença das empresas portuguesas?
Esta participação portuguesa é muito interessante. Macau tem a vocação de ser uma porta para as empresas lusófonas entrarem na China. Hoje em dia, uma empresa europeia, e portuguesa, tem a obrigação de tentar entrar no mercado chinês, mas tem de ver como o vai fazer. E para isso nada melhor do que os luso-chineses, como é o caso das famílias macaenses. Estou convencido que as empresas portuguesas têm de fazer parcerias com profissionais experientes de Macau para não fazerem fracas figuras. E também para não serem enganados, porque há vários casos de empresas que investiram na China e que perderam o rumo.

A que nível?
Desde ficarem com as tecnologias, capacidades produtivas. Até ficarem com a propriedade da própria empresa. E como a justiça ainda é muito politizada… as empresas portuguesas que se aventuraram na China sem terem especialistas locais saíram-se mal.

Há uma estratégia consolidada por parte do Governo para dar esse apoio?
O Estado Português tem sido sempre o maior obstáculo para os portugueses irem mais longe. Temos uma burocracia excessiva, em pessoas e métodos de trabalho, demoram muito tempo a dar as licenças. Espero que este Governo tenha uma atitude diferente do anterior e que consiga dar à economia portuguesa a competitividade que o Estado tem dificultado. É verdade que há empresas competitivas, com inovações tecnológicas interessantes, mas o Estado, em geral, só atrapalha. Mesmo as delegações oficiais no estrangeiro têm um papel ingrato, porque quando um estrangeiro quer saber o que encomendar em Portugal, os representantes têm muita dificuldade em dizer o que é bom e o que não presta. E também há empresas com coisas boas e com um mau serviço. Era preciso que as empresas de cada sector se unissem e tentassem trabalhar em conjunto. Neste caso [da MIF] começou a fazer-se. Porque estas empresas vêm em comum, trabalham em conjunto. Antes só tínhamos a Agência de Investimento e Comércio Externo (AICEP), que tem feito muito bem, mas também tem pessoas que muitas vezes não falam bem a língua do país e que são pouco motivadas.

Que expectativas ou anseios é que os empresários lhe transmitiram?
Há uma coisa que acontece há muitos anos, e que ninguém percebe, é o facto de Espanha exportar toda a carne suína e lacticínios para a China e Portugal não. A nossa carne até tem uma qualidade superior, e isso tem sido incompetência dos nossos governantes. Tenho aconselhado as empresas a irem para as províncias do interior da China, que são mercados enormes e onde há muito menos competição do que nesta zona litoral. Quem vem fazer negócios aqui devia preparar-se bem.

Falou da burocracia do Estado. De que forma é que as casas reais europeias podem ajudar a dinamização dos países a este nível?
Os países com reis e rainhas fazem sempre a diplomacia económica. Por exemplo, o príncipe Felipe de Espanha vai à América do Sul e faz um sucesso enorme. Uma posição completamente diferente da minha, pois temos um sistema republicano, e em principio é só o Presidente da República. Nem a mulher do presidente tem um cargo oficial. Mas é uma mais valia importante. Um dos países mais pequenos do mundo, o Mónaco, quando chega o príncipe Alberto (a um lugar) faz um sucesso, todos querem ouvir a sua opinião. Se for a filha do Presidente da República, ninguém liga nenhuma (risos).

Nesse sentido, Cavaco Silva tem desempenhado um bom papel?
Tem, tem, completamente. Tem usado muito do prestigio do cargo e do seu trabalho, e tem sido útil.

Vítor Sereno foi recentemente nomeado representante de Portugal no Fórum Macau. Foi uma boa escolha?
Parece uma pessoa inteligente e dinâmica, e estou convencido de que vai fazer um óptimo trabalho. Ser apenas cônsul-geral, apenas para resolver alguns problemas… como delegado económico tem mais iniciativa.


“GOVERNO PORTUGUÊS GASTOU O DINHEIRO DA UE”

A sua estadia em Macau prolonga-se até Timor-Leste, onde vai participar num projecto do cariz agrícola.

O parlamento timorense deu-me a grande alegria de, no ano passado, dar-me a nacionalidade, de modo que agora tenho de acelerar a minha cooperação com Timor. O projecto é ajudar a dinamizar a agricultura rural e estabelecer uma cooperação com a Fundação Bambu, e pô-la a trabalhar com a tecnologia de Angola, aproveitando os contactos da Fundação Dom Manuel II, da qual sou presidente.

Essa Fundação pode vir a desenvolver projectos em Macau?
Podia ser. Mas o que acontece é que a Lei das Rendas em Portugal torna a rentabilidade dos edifícios muito baixa. E o capital da fundação são edifícios, que rendem pouco. Não temos muito capital disponível. Mas fazemos sobretudos projectos agrícolas, onde não é possível investir muito. Fazemos os estudos e procuramos entidades que possam financiar a sua aplicação. Macau tem uma situação diferente, com mais desenvolvimento do que muitos outros países da CPLP.

Ainda sobre Timor. Qual o rumo que deve tomar em prol do desenvolvimento?
O Governo timorense tem sido extremamente prudente e evitado cair na armadilha em que a maioria dos países cai, que é: quando têm dinheiro, gastam-no. Infelizmente os governos portugueses fizeram isso com o dinheiro da União Europeia (UE). Gastaram-no em coisas que não produzem riqueza: auto-estradas, Expo’s, tudo quanto é obras de luxo. A nossa Administração Pública em Portugal gasta 80% do orçamento para pagar aos funcionários e as suas reformas. E 50% da riqueza produzida é para pagar o Estado. Timor tem evitado cair nessa armadilha: só usa rendimentos do fundo soberano, financiado pelo petróleo e gás. Por isso o país tem-se desenvolvido devagar, evitando o desequilíbrio na sociedade. É um erro fazer um grande desenvolvimento das cidades e deixar a população rural com uma grande ambição de viver nas cidades. Isso seria fatal. Mas é interessante que do ponto de vista educativo, Timor está bastante bem, tem muita gente qualificada, e devia favorecer a implementação de negócios lá.


“O REI, NA EUROPA, DEVE DAR O EXEMPLO”


Se fosse monarca neste momento, quais seriam as suas ideias políticas para Portugal?
Nas monarquias europeias o rei é Chefe de Estado mas não governa. O rei, na Europa, deve dar o exemplo, encorajar o que é feito de bom no país. E discretamente, sem atrapalhar publicamente o Governo, avisar dos desvios que são feitos. Normalmente, os reis no mundo têm um conhecimento muito mais amplo das realidades do país e das políticas. As pessoas têm lealdade para com o seu rei, a mesma que não têm para com um político. Os políticos, por melhores que sejam, têm um objectivo óbvio, que é serem reeleitos. Os que não são sérios querem enriquecer. Ora um rei não precisa de enriquecer, porque já tem mais que suficiente, e também não precisa de votos. Quanto muito, tem de enfrentar um referendo. Felizmente ainda só houve um na Austrália, em que a rainha ganhou.

Poderia haver um resultado semelhante em Portugal?
A última sondagem deu que 40% dos portugueses dizem que não são republicanos. O que são, não dizem, podem ser anarquistas (risos). Se um dia houvesse um referendo acho que tinha possibilidade de ganhar.

A crise económica levou os portugueses a pensar que a Monarquia pode ser uma solução?
Enquanto as pessoas estavam tranquilas, com o seu salariozinho… porque em Portugal trabalham-se 11 meses e ganham-se 14, uma coisa que deixa os estrangeiros muito admirados, sobretudo os americanos, o problema não se levantava muito. Mas agora que todos acham que estão mal, é altura de se estudarem medidas e ver em que medida é que o sistema republicano não tem uma grave responsabilidade. Porque esta já é a segunda falência republicana. A primeira foi em 1926, que levou à ditadura militar e ao Governo de Salazar. E agora a terceira República chegou também à falência. Mas teve a possibilidade de pedir emprestado, à malfadada Troika. Se não fosse a Troika a socorrer-nos o Estado não conseguia sequer pagar os salários da Função Pública.


“A NOSSA ADMINISTRAÇÃO TEVE DEFEITOS”

Como vê a Macau de hoje?
A nossa Administração teve defeitos, mas é importante lembrar o que foi feito de bom.

Como por exemplo?
Ficou uma memória histórica de dois povos que souberam cooperar em beneficio mútuo durante 500 anos. Um dos grandes papéis que Macau pode desempenhar é ajudar os chineses percebam as ligações de amizade entre os dois povos. Estou convencido que se tivesse havido mais diplomacia da nossa parte provavelmente tinha-se podido continuar ainda muito tempo no estado de território chinês sob Administração Portuguesa. Mas a nossa República não foi capaz de continuar com a política.

Fala-se imenso de Macau hoje em Portugal, ao nível empresarial. A importância poderia ser maior?
É muito importante, para um português ou um europeu, chegar aqui e encontrar instituições ocidentais, leis claras e fáceis de perceber.

Há pouco falava da forma como o património local é retratado na imprensa em Portugal. Ainda há um grande desconhecimento por Macau?
95% dos portugueses nunca veio a Macau. Mas os portugueses ganhariam muito em vir mais cá, ficar uns dias aqui, é uma revelação, uma grande alegria cultural que um português tem ao chegar aqui. Conseguir chegar aos bairros históricos é um efeito fantástico. Podia haver mais turismo português aqui.


OS ERROS DOS JUÍZES NO CASO ANGOLA

Foram conhecidas as medidas preliminares para o Orçamento de Estado de 2014 em Portugal. Que análise faz?
Os impostos são um erro económico tremendo, sobretudo ao incidirem sobre a produção. Sobre o consumo, é maçador mas não tem efeitos graves. Mas tudo o que venha a encarecer a nossa produtividade é altamente prejudicial, porque ficamos menos competitivos no estrangeiro. Mas por causa das intervenções, que acho totalmente disparatadas e fora de contexto, do Tribunal Constitucional, as economias que o Estado deveria fazer não puderam ser feitas. E como 80% do orçamento é para a Função Pública, e o Estado gasta 50% da riqueza, para haver uma diminuição dos gastos do Estado não há outro caminho a fazer.

Não há, de facto?
Gostava que o doutor Seguro, do Partido Socialista, dissesse claramente qual é a alternativa que propõe. Há que renegociar a dívida: a quem devemos ir não quer renegociar. E adianta o quê? Pagamos mais anos e mais juros. Diminuir os custos do Estado: mas onde? O Estado habituou-se a ser uma imensa máquina para dar tachos e empregos a pessoas que, muitas delas, não se sabia o que faziam.

Muito facilitismo e interesses?
Conheço muitos altos funcionários que simplesmente não fazem nada. Outros que estão de baixa há anos e recebem o seu vencimento. Outros que estão deprimidos por não fazerem nada e por se sentirem inúteis ficam doentes por causa disso. Estamos num Estado que nasceu de uma matriz Marxista – a ideia dos comunistas era que o Estado dava emprego a toda a gente e não havia desemprego. O Estado português aplicou esse conceito mas paga mais do que a nossa produtividade permite.

José Eduardo dos Santos, presidente angolano, recuou nas relações estratégicas com Portugal. Que comentário faz?
É mais uma vez os juízes portugueses a quererem viver no mundo ideal e desligados da realidade. Processar políticos por eventuais crimes que não prejudicaram nada Portugal, quando muito prejudicaram foram os próprios políticos, não faz sentido. Um juiz português deve defender os portugueses, e estão preocupados com questões que os angolanos é que têm de resolver. Por causa dessa vontade exibicionista de prestígio, dada pelos juízes, acabaram por criar um enorme problema político para Portugal, e económico sobretudo. E isso é uma falta de inteligência muito grande. Dizem “não se pode criticar a justiça”. Não sei porquê. Tenho um enorme problema com a justiça, porque tenho os meus bens embargados há cinco anos por causa de um indivíduo desonesto que apresentou uma queixa contra mim e o tribunal aceitou e disse que, em caso de dúvida, embargava tudo.

Foi o que acabou por acontecer.
Tenho os meus bens embargados por uma questão de ninharia.

Os bens são da Casa Real Portuguesa?
São meus, pessoais. Os bens que eram da Casa Real, da minha família, foram nacionalizados pelo Governo do doutor Salazar que os transformou na Fundação Casa de Bragança. O que tenho foi alguma coisa que sobrou e o que ganhei por mim próprio. É pouca coisa, mas é o que tenho. E se o Estado português fica com os meus bens, depois de já ter ficado com o resto que era da família, acho muito disparatado e injusto. Além disso, todas as missões que tenho feito ao estrangeiro, ao serviço do Estado português, foram inteiramente pagas por mim, com o apoio de algumas embaixadas. Mas é estratégico e não financeiro. Nunca recebi nenhum pagamento do Estado português. Só recebi o meu vencimento de piloto da Força Aérea (risos).

Mas considera que deveria receber?
Não. Em algumas missões mais complexas, talvez. Mas sempre achei preferível que não se colocasse a hipótese. Dá-me uma liberdade muito maior.

Fala muito com o seu filho, Infante Dom Afonso (herdeiro) sobre as questões da actualidade?
Falamos todos, ao jantar, nos fins-de-semana. Eles interessam-se e discutem. Tanto a Isabel (Herédia) como eu tentamos que eles saibam a verdade das coisas para além das mentiras oficiais contadas nos jornais, que são recados políticos. Espero que eles trabalhem sempre em equipa e que se ajudem uns aos outros. Profissionalmente, as grandes paixões do Afonso são as ciências do ambiente e biologia. Também se interessa por filosofia.


Fonte: Hoje Macau

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Duque de Bragança atribui crise à “irresponsabilidade” e “desonestidade” dos políticos


"Aumentar as receitas só com os impostos e eles matam a economia produtiva", observou, defendendo cortes na função pública, que representa "80 % das despesas do Orçamento do Estado"

O duque de Bragança, D. Duarte Pio, afirmou hoje, em Macau, que a crise portuguesa tem como causas a "ignorância, a irresponsabilidade e a desonestidade" de alguns políticos e defendeu a necessidade de a população gastar menos.

"Eu acho que a crise portuguesa tem duas causas: a ignorância e a irresponsabilidade, para não dizer também uma certa dose de desonestidade, da parte de alguns políticos que se foram habituando a ter lucros que não deviam ter", disse D. Duarte Pio em declarações aos jornalistas à margem da Feira Internacional de Macau, que visitou a convite da Associação de Jovens Empresários Portugal-China.

Ao constatar que "qualquer dona de casa sabe que não é sustentável gastar mais do que o que se ganha", o duque de Bragança previa que "mais cedo ou mais tarde" o despesismo do Governo "tinha que se pagar" e lamentou que tenha sido "preciso o Governo anterior estar numa situação praticamente de falência para chamar a ‘troika'".

"Acho que se tivesse tido alguma influência como rei ou político nos anos anteriores, a minha voz teria sido mais ouvida, quando durante tantos anos fui alertando contra as despesas não reprodutivas que os governos portugueses foram fazendo", apontou, referindo nomeadamente "as autoestradas, a Expo, o Centro Cultural de Belém".

O herdeiro do trono de Portugal lembrou ainda "a fraude do BPN", defendendo que os seus responsáveis "deviam estar na prisão" e lamentou que o "Governo Sócrates tenha salvado da falência um banco que devia ter ido à falência e que é um dos maiores buracos financeiros que há em Portugal".

"Isto não é admissível que o contribuinte tenha de pagar as aventuras e a desonestidade de algumas pessoas", sublinhou.

Quanto ao Orçamento do Estado para 2014, apresentado esta semana, D. Duarte Pio considera que é "o possível, ninguém gosta dele, mas quando não há dinheiro tem de se fazer aquilo que se pode: ou se cortam as despesas do Estado ou se aumentam as receitas".

"Aumentar as receitas só com os impostos e eles matam a economia produtiva", observou, defendendo cortes na função pública, que representa "80 % das despesas do Orçamento do Estado".

Para o duque de Bragança, "ou se diminui o número de funcionários - e aí há o problema do desemprego e dos subsídios de desemprego - ou se diminuem, de algum modo, os custos do funcionalismo público, não há muita alternativa, aliás, não há mesmo alternativa nenhuma, porque o resto das despesas que o Estado tem de cortar são 20% do Orçamento".

A situação que o país enfrenta é atribuída ainda pelo duque de Bragança ao sistema republicano, apontando que "os presidentes da República, por mais sérios e dedicados que sejam, têm estado sempre comprometidos com os partidos, sendo, por isso, muito difícil intervir e corrigir os desvios dos próprios partidos".

"Se a República Portuguesa tivesse como chefe de Estado um rei tinha mais independência, mais liberdade para poder, de algum modo, ajudar a controlar os desvios que os governos possam ter, que é o caso da Escandinávia, Reino Unido, Espanha, Austrália e Nova Zelândia", acrescentou.

D. Duarte Pio defende a necessidade de o "Estado dar o grande exemplo de poupança e de encorajamento da iniciativa privada", que lamenta que seja "ainda muito vítima da burocracia", apesar de se congratular com a criação dos vistos dourados para "facilitar o investimento estrangeiro".

"E, por outro lado, pode-se viver bem com menos, mas é preciso ajudar a população a perceber como é que se pode viver sem sacrifício gastando menos, porque muita gente habituou-se a gastar demais", concluiu.

O duque de Bragança está em Macau para "apoiar a presença portuguesa" na Feira Internacional e para "rever amigos, monárquicos e republicanos, portugueses e macaenses", num jantar que hoje teve lugar no Clube Militar. No sábado, revê outros amigos num almoço no Clube Lusitano de Hong Kong.


Fonte: I online

D. Duarte atribui crise à "irresponsabilidade" e "desonestidade" dos políticos

Duque de Bragança defende a necessidade de o Estado dar o exemplo de poupança e de encorajamento da iniciativa privada. "Acho que se tivesse tido alguma influência como rei ou político nos anos anteriores, a minha voz teria sido mais ouvida quando, durante anos, fui alertando contra as despesas não reprodutivas que os governos portugueses foram fazendo".


A crise portuguesa tem como causas a "ignorância, a irresponsabilidade e a desonestidade" de alguns políticos, afirmou D. Duarte Pio, esta quinta-feira em Macau. O duque de Bragança defendeu ainda a necessidade de a população gastar menos.

"Eu acho que a crise portuguesa tem duas causas: a ignorância e a irresponsabilidade, para não dizer também uma certa dose de desonestidade, da parte de alguns políticos que se foram habituando a ter lucros que não deviam ter", afirmou D. Duarte em declarações aos jornalistas, à margem da Feira Internacional de Macau, que visitou a convite da Associação de Jovens Empresários Portugal-China.

Ao constatar que "qualquer dona de casa sabe que não é sustentável gastar mais do que o que se ganha", o duque de Bragança previa que "mais cedo ou mais tarde" o despesismo do Governo "tinha que se pagar" e lamentou que tenha sido "preciso o Governo anterior estar numa situação praticamente de falência para chamar a 'troika'".

"Acho que se tivesse tido alguma influência como rei ou político nos anos anteriores, a minha voz teria sido mais ouvida, quando durante tantos anos fui alertando contra as despesas não reprodutivas que os governos portugueses foram fazendo", apontou, referindo, por exemplo, "as auto-estradas, a Expo, o Centro Cultural de Belém".

D. Duarte lembrou ainda "a fraude do BPN", defendendo que os seus responsáveis "deviam estar na prisão" e lamentou que o "Governo Sócrates tenha salvado da falência um banco que devia ter ido à falência e que é um dos maiores buracos financeiros que há em Portugal".

"Isto não é admissível que o contribuinte tenha de pagar as aventuras e a desonestidade de algumas pessoas", sublinhou.

Quanto ao Orçamento do Estado para 2014, apresentado esta semana, D. Duarte Pio considera que é "o possível, ninguém gosta dele, mas quando não há dinheiro tem de se fazer aquilo que se pode: ou se cortam as despesas do Estado ou se aumentam as receitas".

"Aumentar as receitas só com os impostos e eles matam a economia produtiva", observou, defendendo cortes na função pública, que representa "80% das despesas do Orçamento do Estado".

Para o duque de Bragança, "ou se diminui o número de funcionários - e aí há o problema do desemprego e dos subsídios de desemprego - ou se diminuem, de algum modo, os custos do funcionalismo público, não há muita alternativa. Aliás, não há mesmo alternativa nenhuma, porque o resto das despesas que o Estado tem de cortar são 20% do Orçamento".

A situação que o país enfrenta é atribuída ainda pelo duque de Bragança ao sistema republicano, apontando que "os presidentes da República, por mais sérios e dedicados que sejam, têm estado sempre comprometidos com os partidos, sendo, por isso, muito difícil intervir e corrigir os desvios dos próprios partidos".

"Se a República Portuguesa tivesse como chefe de Estado um rei tinha mais independência, mais liberdade para poder, de algum modo, ajudar a controlar os desvios que os governos possam ter, que é o caso da Escandinávia, Reino Unido, Espanha, Austrália e Nova Zelândia", acrescentou.

D. Duarte Pio defende a necessidade de o "Estado dar o grande exemplo de poupança e de encorajamento da iniciativa privada", que lamenta que seja "ainda muito vítima da burocracia", apesar de se congratular com a criação dos vistos dourados para "facilitar o investimento estrangeiro".

"E, por outro lado, pode-se viver bem com menos, mas é preciso ajudar a população a perceber como é que se pode viver sem sacrifício gastando menos, porque muita gente habituou-se a gastar demais", concluiu.


quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Monárquicos repudiam excepção para ex-presidentes em corte nas subvenções

OE 2014 prevê corte ou mesmo eliminação da subvenção paga a ex-titulares de cargos políticos.


A Juventude Monárquica Portuguesa (JMP) considera “inadmissível” a existência na proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2014 de uma excepção para os ex-presidentes da República relativa aos cortes nas subvenções vitalícias e de sobrevivência.

“É inadmissível que os ex-presidentes da República Jorge Sampaio, Mário Soares e Ramalho Eanes sejam poupados do esforço colectivo para salvar o país, sendo o argumento da 'dignidade de Estado' inaplicável, uma vez que os referidos cidadãos têm outros meios de subsistência”, refere a JMP em comunicado assinado pela direcção.

A proposta de OE para 2014, apresentada na terça-feira, prevê cortes, podendo chegar mesmo à eliminação, das subvenções vitalícias de antigos titulares políticos que possuam um rendimento mensal superior a dois mil euros ou tenham um património mobiliário superior a 240 vezes o indexante dos apoios sociais.

Contudo, o documento prevê como “única excepção” as subvenções prescritas na Lei 26/84 (sucessivamente actualizada em diplomas mais recentes), relativas a “ex-titulares do cargo de Presidente da República”.

“A ex-chefes de Estado exige-se um comportamento permanente de serviço à pátria. Nesse sentido, não deveria ser tão-pouco necessário pensar em suspensão forçada das pensões, mas sim voluntária. Recordamos a postura do nosso rei D. Carlos I, que, sentindo as necessidades da pátria, abdicou de 20% da dotação à Casa Real”, observam os monárquicos.

“Em Portugal, não sustentamos um rei, sustentamos quatro”, ironiza a Juventude Monárquica Portuguesa.


Fonte: Público

COMUNICADO DA DIRECÇÃO NACIONAL DA JMP


Surpreendida pela proposta ontem apresentada relativa às subvenções vitalícias do titulares de cargos políticos, a Direcção Nacional da JMP toma seguinte posição:

1.É inadmissível que os ex-presidentes da república, Jorge Sampaio, Mário Soares e Ramalho Eanes, sejam poupados do esforço colectivo para salvar o país, sendo o argumento da “dignidade de Estado” inaplicável, uma vez que os referidos cidadãos têm outros meios de subsistência, para além de que o país tem assistido reiteradamente a posturas pouco dignas para um ex-Chefe de Estado, por parte de um dos visados.

2.A ex-Chefes de Estado exige-se um comportamento permanente de serviço à Pátria. Nesse sentido, não deveria ser tão pouco necessário pensar em suspensão forçada das pensões, mas sim em voluntária.

3.Recordamos a postura do nosso Rei D. Carlos I, que sentindo as necessidades da Pátria abdicou de 20 % da dotação à Casa Real.

4.Questionamos se de facto faz sentido manter estas pensões, que representam mais de 200 mil euros/ano, para além dos carros, motoristas, gabinete com secretária e seguranças.
Em Portugal não sustentamos um Rei, sustentamos 4!

5.Os esforços pare enfrentar a crise que o país atravessa devem ser repartidos por todos, nunca onerando em demasia os que menos podem, nem isentando os que mais podem e que mais responsabilidade têm.


A Direcção Nacional da JMP
Lisboa, 16 de Outubro de 2013

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

“O País está pejado de elefantes brancos”

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O Duque de Bragança, D. Duarte Pio, considera que existe “uma alternativa muito clara” à situação actual do país, que passa pela restauração da “Instituição Real”, sublinhando que um rei está acima dos interesses partidários e políticos.

Sábado, em Santarém, no Teatro Sá da Bandeira, e de portas abertas à população após a aprovação do Relatório e Contas e à apresentação da nova imagem da Causa Real, no XIX Congresso do movimento, D. Duarte Pio afirmou que “existe uma alternativa muito clara à actual situação a que chegou este regime, alternativa que passa por devolver a Portugal a sua Instituição Real e que, se não resolve por si só todos os nossos problemas atuais, será certamente, como o provam os vários países europeus que a souberam preservar, um grande factor de união popular, de estabilidade política e de esperança colectiva. Numa palavra, de desenvolvimento”, afirmou.


Manifs que são e que não são notícia


Quando a realidade não é notícia e a notícia não é realidade, a informação decai em ficção


Era uma vez um homem, um touro e uma árvore. O indivíduo estava bêbado. O animal, em liberdade. E o sobreiro no seu sítio, imóvel, como lhe compete. Ora o sujeito, à conta do álcool, não via um bicho, mas dois, um que era e outro que não era. E via duas árvores: uma que era e outra que não era. Vai daí, investiu contra ele o touro que era, escondeu-se o sujeito atrás do tronco que não era e ficou a criatura, como é fácil de imaginar, desfeita.

Esta história vem a propósito das manifestações que são e que não são notícia. Entenda-se: a que se projecta realizar na ponte 25 de Abril e a Caminhada pela Vida, no passado 5 de Outubro, respectivamente.

Era de supor que uma marcha, que reuniu cerca de três mil pessoas, que se concentrou na Praça Marquês de Pombal, que desceu depois a Avenida da Liberdade e que finalmente se concentrou no Rossio, fosse notícia. Mas não foi. Pelo contrário, os quatro gatos-pingados – mais não eram – que, nesse mesmo dia, foram aos Paços do Concelho insultar o Presidente da República e o Primeiro-Ministro, foram notícia. 

Como também foi notícia o ajuntamento dos pouquíssimos militares que, na rotunda, homenagearam os que aí, pela força das armas, implantaram a República, no mesmo dia de 1910. Por ironia do destino, a fotografia que, de esta efeméride, algum jornal publicou, veio a revelar, ao longe e de forma obviamente inadvertida, a manifestação ostensivamente ignorada pela imprensa, até pelo diário que, para fotografar a ordeira multidão que lhe passou mesmo por debaixo das janelas, nem sequer precisava de se dar ao incómodo de sair à rua.

Mas há manifestações que, mesmo não existindo, são notícia. Delas é exemplo a que uma central sindical se propõe realizar, percorrendo o tabuleiro da ponte ex-Salazar e que já mereceu múltiplas manchetes nos jornais, inúmeros tempos de antena nas rádios e incontáveis reportagens nas televisões.

Moral da história: a manifestação que não existe tem mais importância, para alguns meios de comunicação social, do que a que existiu e integrou aproximadamente três mil pessoas, percorrendo demoradamente as principais artérias da capital.

Outra originalidade de alguns jornais é a sua aritmética criativa. Ou seja, em função dos protagonistas e da temática, dois, mais dois, podem ser seis, podem ser três, ou até zero. Mas, em princípio, quatro não são.

Exemplos: uns compinchas sindicais ocupam alegremente um cantinho do Terreiro do Paço e são logo trezentos mil. Mas a mesma praça, cheia até mais não poder, como na festiva Eucaristia celebrada por Bento XVI, em 2010, não tem mais do que oitenta mil fiéis.

Estão quatrocentos mil, ou meio milhão de fiéis numa celebração litúrgica na esplanada do santuário de Fátima? Contabilizem-se, para efeitos mediáticos, apenas umas «dezenas de milhares de peregrinos», incluindo carteiristas, mirones e turistas, pois tudo serve para diminuir a importância de um evento religioso, sobretudo se for católico. Mas se meia-dúzia de sócios da patriótica Associação de Amizade Portugal - Coreia do Norte, se manifestar no Martinho da Arcada, é certo e sabido que não faltará quem, certamente inebriado por algumas bebidas espirituosas, intua alguns milhares de apoiantes da nobilíssima causa.

Quando a realidade não é notícia e a notícia não é realidade, a informação decai em ficção, uma inverosímil mentira que, por isso, não poderá resistir, por muito tempo, à evidência da verdade.

Não se sabe qual foi a causa da extinção dos dinossauros, mas a do previsível desaparecimento de uma certa imprensa é óbvia: o suicídio.


P. Gonçalo Portocarrero de Almada


Fonte: Povo

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Foto-reportagem da Festa Azul 2013 - Beja

Conferência "Em Português nos Entendemos", ESE IP Beja
Abertura da Festa Azul









Exposição de Pintura e Escultura
Palácio do Governador, Castelo de Beja














Visita de SAR o Duque de Bragança ao Expositor "Vidigueira, Cidade do Vinho"







Castelo de Beja Azul e Branco!







Grupo Coral "Os Amigos de Cante e de Alvito" cantam para SAR D. Duarte, Duque de Bragança, e para a população de Beja









E a magia continua...













A noite em que a magia chega ao fim...