As palavras portuguesas "bandeira", "forte" e "golfinho" são ainda hoje usadas no árabe falado no litoral do Sultanato de Omã, lê-se no prefácio à obra "Encantos de Omã num Olhar Português", que é apresentada na segunda-feira em Lisboa. Eduardo Amaro de Lemos e Anizabel Alves da Rocha são os autores de "Encantos de Omã num Olhar Português", obra profusamente ilustrada, que é apresentada na segunda-feira, às 18:00, na Casa-Museu Medeiros e Almeida, em Lisboa.
A cerimónia de apresentação conta com a presença do embaixador de Omã em Lisboa, e um momento musical com a guitarrista Luísa Amaro, que editou em 2014 o CD "Argvs".
A obra, em português e inglês, com a chancela da Althum Editora, é prefaciada pelo presidente da Fundação D. Manuel II, S. A. R. D. Duarte de Bragança, e conta com um texto sobre as "relações entre o Sultanato de Omã e Portugal", de autoria de Humaid Al-Maani, embaixador do sultanato em Lisboa.
D. Duarte de Bragança salienta a ligação ao mar - "os conhecimentos da arte náutica e da navegação astronómica" - que têm portugueses e omanitas.
Os portugueses instalaram pequenos fortes e feitorias na costa de Omã, tais como Mascate, Matara (Muttrah) e Sohar, e "passaram a comerciar activamente em toda a região", afirma D. Duarte Bragança, que salienta o apoio português à dinastia árabe quando os persas, apoiados por Inglaterra, conquistaram Ormuz, em 1622, tendo-se "os portugueses fixado no território omanita".
O diplomata Al-Maani afirma que "as relações históricas recentes entre os dois países tiveram início em meados dos anos 1970", e atesta que "ambos os países estão ligados por possuírem recursos humanos que poderão fomentar uma cooperação estratégica em diversas áreas, nomeadamente, na política, cultura, economia e tecnologia".
Os autores realçam, por seu turno, a troca mútua de influências, referindo áreas como a arquitectura, e afirmam que vestígios da presença portuguesa "permanecem ainda visíveis", nomeadamente "o caso do porto que construíram em Musandam, no estreito de Ormuz, ou de Mascate, a capital".
A obra divide-se em 14 capítulos, abordando questões como a geografia e a administração, a religião, economia, "oportunidades de investimento", "maravilhas de Omã", como a Gruta de Majlis Al-Jinn ou a Reserva Natural de Bandar Khayran, e ainda a cultura e tradições, referindo as canções e danças de Omã, a poesia e os instrumentos musicais, assim como o trabalho em prata, e no talhe da madeira.
Um capítulo é totalmente dedicado ao Património Cultural Material e Imaterial do Sultanato.
Fonte: DN
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