quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

MISSA DE SUFRÁGIO POR S. M., EL-REI D. CARLOS I E POR S. A. R., O PRÍNCIPE REAL D. LUIZ FILIPE - Coimbra



A Real Associação de Coimbra informa que no próximo dia 1 de Fevereiro (5.ª feira), pelas 18,30 horas, será celebrada na Igreja da Paróquia de Nossa Senhora de Lurdes (Montes Claros), em Coimbra, Missa de Sufrágio pelas almas de Sua Majestade, El-Rei Dom Carlos I, e de Sua Alteza Real, o Príncipe Real Dom Luiz Filipe.

Na mesma Cerimónia serão igualmente sufragadas as almas de todos os Portugueses monárquicos recentemente falecidos.

 A Missa será acompanhada pelo grupo vocal Ançã-ble.

Convidam-se todos os Portugueses a estarem presentes neste piedoso acto em memória do Soberano e do Herdeiro da Coroa de Portugal.

Que Deus Guarde Portugal e a Família Real!


Com os melhores cumprimentos,
Joaquim Costa e Nora

Missa de Sufrágio por alma SM El-Rei D. Carlos I e SAR O Príncipe D. Luís Filipe - Viana do Castelo

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

MISSA DE SUFRÁGIO POR SM EL-REI DOM CARLOS E POR SAR O PRÍNCIPE REAL DOM LUIZ FILIPE - Viseu

Foto de Álvaro Meneses.


A REAL ASSOCIAÇÃO DE VISEU INFORMA QUE NO PRÓXIMO DIA 1 DE FEVEREIRO (QUINTA-FEIRA), ÀS 19:00 HORAS, SERÁ CELEBRADA MISSA DE SUFRÁGIO POR S.M. EL-REI DOM CARLOS E POR S.A.R. O PRÍNCIPE REAL DOM LUIZ FILIPE, NA IGREJA DA NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO EM VISEU (PERTO DA ESTÁTUA DE VIRIATO).
NA MESMA CERIMÓNIA SERÃO IGUALMENTE SUFRAGADAS AS ALMAS DE TODOS OS MONÁRQUICOS PORTUGUESES FALECIDOS.

CONVIDAM-SE TODOS OS PORTUGUESES A ESTAREM PRESENTES NESTE PIEDOSO ACTO.

segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

MISSA POR ALMA DO REI DOM CARLOS - Porto

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A Real Associação do Porto informa que será celebrada, no dia 1 de Fevereiro, uma Missa em memória do Rei Dom Carlos e do Príncipe Real Dom Luís Filipe, na Igreja de São José das Taipas, na Cordoaria, pelas 19h30, presidida pelo Reverendo Pe. Jardim Moreira, convidando todos os associados e simpatizantes a nela participar. 

Esta celebração terá um carácter ainda mais especial por este ano se comemorarem os 110 anos do Regicídio de 1 de Fevereiro de 1908, do qual resultou a morte do rei D. Carlos e do seu filho e herdeiro, o Príncipe Real D. Luís Filipe de Bragança.

domingo, 28 de janeiro de 2018

Missa de Sufrágio - 110 anos do regicídio - Lisboa



Assinalando-se 110 anos sobre o trágico regicídio, a Real Associação de Lisboa cumpre o doloroso dever de mandar celebrar a habitual missa de sufrágio pelas almas de Sua Majestade El-Rei Dom Carlos I e de Sua Alteza Real o Príncipe Dom Luiz Filipe, no próximo dia 1 de Fevereiro de 2018, pelas 19:00, na Igreja de São Vicente de Fora. 
Depois da Celebração Eucarística terá lugar a romagem ao Panteão Real, onde Suas Altezas Reais os Senhores Duques de Bragança deporão uma coroa de flores junto aos túmulos reais.

Para mais esclarecimentos contacte-nos através do endereço secretariado@reallisboa.pt, pelo telefone 21 342 81 15 ou presencialmente na nossa Sede nos horários habituais.

Contamos com a presença de todos!

sábado, 27 de janeiro de 2018

A Reforma Pelo Rei



“Considerando que as coisas aqui não iam bem, e vendo os exemplos de toda a Europa, onde não vão melhor, decidi fazer uma revolução completa em todos os procedimentos do governo daqui, uma revolução a partir de cima, fazendo um governo de liberdade e de honestidade, com ideias bem modernas, para que um dia não me façam uma revolução vinda de baixo, que seria certamente a ruína do meu país. (…) Até ao momento, tenho tido sucesso, e tudo vai bem, até melhor do que eu julgava possível. Mas para isso, preciso de estar constantemente na passerelle e não posso abandonar o comando um minuto que seja, porque conheço o meu mundo e se o espírito de sequência se perdesse por falta de direcção, tudo viria imediatamente para trás, e então seria pior do que ao princípio.”
– Sua Majestade Fidelíssima El-Rei Dom Carlos I de Portugal ao seu amigo e companheiro das lides oceanográficas, o Príncipe Alberto I do Mónaco, em Carta datada de Fevereiro de 1907.

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Visita ao Palácio da Mitra - Santo Antão do Tojal



No próximo dia 27 de Janeiro, pelas 10:00, a Real Associação de Lisboa realiza mais um Roteiro Real desta vez para uma visita ao Palácio da Mitra - Santo Antão do Tojal (Loures).
O Palácio da Mitra foi mandado construir pelo primeiro Patriarca de Lisboa D. Tomás de Almeida entre 1728 e 1732 no lugar do antigo Palácio dos Arcebispos que já existia desde o séc. XIII. O seu conjunto arquitectónico que inclui o Paço do Patriarca, o Palácio-Fonte e a Igreja/Capela do Patriarca, constituem um monumental conjunto arquitectónico único no contexto do urbanismo rural português. Nesta visita vamos ter o privilégio de entrar num espaço privado e descobrir este exemplar único da arquitectura barroca, onde se destacam uma série de azulejos emblemáticos do séc. XVIII, as figuras de convite, escultura com mármores de Carrara ao gosto italiano e um jardim/horta onde ainda se conservam os pombais.

Esta visita, guiada pelo nosso associado Joel Moedas Miguel, tem lugares limitados e um custo de € 15,00 por pessoa. O ponto de encontro será no terreiro fronteiro ao Palácio.

Para mais esclarecimentos e inscrições contacte-nos através do endereço secretariado@reallisboa.pt, pelo telefone 21 342 81 15 ou presencialmente na nossa Sede nos horários habituais.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Príncipe Real D. Luís Filipe – A Grandeza Que Nos Roubaram


Príncipe Real D. Luís Filipe de Bragança
(n. 21/03/1887 – m. assassinado 01/02/1908)

‘Como nós nos não podemos aperceber do movimento da Terra, por nela estarmos, o Príncipe Real [Dom Luís Filipe] não se apercebia de que Portugal, para vir a ser Grande, até o tinha a Ele’!
– António Carlos Coelho V.B. Vasconcellos Porto, Ministro da Guerra D’El-Rei D. Carlos I (1908) in ‘A Marcha Para O Renascimento – El-Rei D. Carlos e o seu Reinado’ sobre SAR O Senhor Dom Luís Filipe de Bragança, 5.º Príncipe Real de Portugal, 4.º Príncipe da Beira e 22.º Duque de Bragança

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Dia de São Vicente, dia do nascimento do Brasil

Foto de Nova Portugalidade.

Na imagem, detalhe de "A fundação da vila de São Vicente" por Benedito Calixto de Jesus.


Foi a 22 de Janeiro de 1532, então e hoje ainda Dia de São Vicente, que se fundou a primeira vila brasileira. Os portugueses, naturalmente, conheciam já há décadas o Brasil, que haviam descoberto em 1500. Contudo, o processo de assentamento conheceu diversas fases, não se iniciando imediatamente a colonização eficaz do território pelos portugueses. Algumas tentativas primitivas, como a de 1503 em Porto Seguro, não parecem ter tido seguimento e limitaram-se à construção de pequenos fortins. Nos primeiro decénios após o descobrimento, a costa brasileira foi, sobretudo, destino de comerciantes, extraindo-se de sua costa - e comprando-se aos indígenas locais - o pau-brasil que acabaria por oferecer o nome ao nascente país.

A ilha em que se localiza a cidade, também chamada São Vicente, é assim conhecida desde a sua descoberta, em 1502. Esta dera-se, igualmente, a 22 de Janeiro. O facto é curioso, pois São Vicente é também, consabidamente, santo padroeiro de Lisboa. Exactos trinta anos sobre o descobrimento e nomeação da ilha, corria agora o ano de 1532, levantou-se nela a primeira vila brasileira. O seu fundador foi Martim Afonso de Sousa, verdadeiro gigante da acção e inaugurador da construção brasileira.

Incumbido de edificar no Brasil um novo Portugal, Sousa não se limitou à fundação de centros aglutinadores da colonização portuguesa. Em São Vicente foram erguidas as bases do poder luso, o que significou recriar nas Américas as instituições políticas, judiciais e organizativas do reino metropolitano. Estas eram exactamente as mesmas que as existentes em Portugal, não podendo ser dado crédito à tese comum de que o Brasil foi colónia portuguesa - objectivamente, não foi, e o que se fez em terra brasileira foi tão simplesmente uma continuação transatlântica do Portugal europeu. Levantou pelourinho, símbolo da liberdade municipal, ergueu uma igreja e construiu a primeira câmara municipal do Brasil português. Para esta se realizaram depois, em 22 de Agosto do mesmo ano, as primeiras eleições - isto é, o primeiro acto democrático - na História das Américas. Dois anos passados, foi ainda por São Vicente que se travou a primeira guerra da vida do jovem Brasil. Justificados por uma interpretação bizarra - e bizarra significa, no caso, falsa e abusiva - do Tratado de Tordesilhas, instalou-se nas proximidades de São Vicente uma força espanhola. Esta atacou e destruiu larga parte da vila, massacrando no processo muita da população. Os aventureiros castelhanos foram postos em debandada na sequência de enfrentamentos que se conhecem como a "Guerra de Iguape". Estava criada São Vicente e fundada a vida civilizada em terras brasileiras.

RPB

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Aleixo Garcia, o alentejano que descobriu o império inca décadas antes de Pizarro

Foto de Nova Portugalidade.


A conquista do império inca por Francisco Pizarro, que com mera centena de homens e a ajuda do seu carácter ardiloso capturou o Sapa Inca e demoliu o seu reino, foi um acontecimento determinante da História das Américas. Décadas antes do golpe de mestre que rendeu a Castela a antiga civilização andina, contudo, já um português tivera contacto com os incas. Foi Aleixo Garcia, navegador e descobridor português nascido no Alentejo e tornado servidor de Castela.

Naufragado no que é hoje o sul do Brasil, Garcia terá visto os companheiros castelhanos devorados por autóctones canibais. Acabariam salvos por uma embarcação portuguesa, levados para Lisboa e trocados, por fim, por portugueses aprisionados por Castela nas Caraíbas. De novo ao serviço da Espanha, Garcia regressou às Américas. A atraí-lo estiveram os relatos, que já por essa altura começavam a chegar aos ouvidos de portugueses e espanhóis, de cidades de riqueza fabulosa no interior da selva, templos de ouro maciço, uma "Serra de Prata" e um monarca imensamente próspero que se conhecia como "Rei Branco". Já no Paraguai, que descobriu, Aleixo e quatro outros europeus - que seriam, com toda a certeza, portugueses e castelhanos - recrutou uma força de 2000 índios e embrenhou-se mais ainda no mato. Marcharam para os Andes.

Em 1525, caminhando desde o Atlântico, alcançaram a extremidade oriental do império inca. Garcia, companheiros europeus e tropa indígena atacaram e saquearam depois numerosas aldeias e cidades incas. Causaram, ao que parece, grande estrago na região, e só foram obrigados a retirar-se quando chegou à região vasto contingente militar enviado pelo próprio imperador. Morreu nesse mesmo ano em circunstância incerta, havendo confusão quanto ao que o venceu. Na pena de alguns historiadores, o descobridor morreu após ataque de índios payaguás quando regressava com prisioneiros e saque ao Rio da Prata; de acordo com outros, foi vítima de desentendimentos com os colegas europeus quanto a que destino dar às propriedades saqueadas e assassinado por um deles. Seja como for, Aleixo Garcia conquistou a tripla glória de ser o primeiro europeu a cruzar o Paraguai, a pôr pé na Bolívia e a chegar ao império inca.

RPB

domingo, 21 de janeiro de 2018

Teatro: a verdade nua e crua

Ainda não foi há muito tempo que, na iminência do encerramento de um teatro, o país entrou em pânico: choveram os protestos, circularam os abaixo-assinados, vociferaram os artistas, pronunciaram-se os políticos e até interveio, in extremis, o chefe de Estado, bombeiro de todos os fogos, até mesmo os naturais.
Com certeza que o teatro é importante para a cultura nacional e, nesse sentido, é compreensível que o Estado incentive a sua prática. Mas não se compreende por que carga de água os portugueses devem financiar, com os seus impostos, certos projectos, que não só são deficitários como manifestamente degradantes.
O belo é um transcendental, segundo São Tomás de Aquino, isto é, a expressão sublimada do ser, da verdade e do bem: algo é belo na medida em que é verdadeiro e bom. Não é arte uma obra que não expresse valores, por muito que a estimem os seus autores ou o público, cuja preferência nem sempre coincide com o que é artisticamente melhor.
Todos têm direito à criação e expressão artística, desde que não ofendam ninguém, como é óbvio. Mas daí não decorre que qualquer manifestação artística tenha que ser subsidiada pelo erário público. Se o autor de um romance não pode pretender que o Estado subsidie a edição, que direito têm às subvenções estatais as companhias de teatro?! Se forem de qualidade as suas representações, com certeza que a crítica e o público corresponderão mas, se não for o caso, porque devem os contribuintes financiar uma actividade que é deficitária, precisamente porque é medíocre?!
Alguns exemplos da actualidade são mais do que suficientes para ilustrar que não há exagero nesta crítica.
‘The Portuguese’ é um musical que começou a ser preparado em 2015, foi estreado no passado dia 13 no auditório dos oceanos do Casino de Lisboa e que se prevê que ficará em cena, com três representações semanais, pelo menos até ao final de Março. Segundo o autor, cuja sinceridade deve ser elogiada, é um espectáculo “completamente absurdo” e não serve “para pensar, não é nada intelectual, não é nada para a parte de trás do cérebro” (sic). Que é então? “É uma grande maradice (sic) que eu ainda não sei muito bem o que é”, nas palavras de uma das actrizes intervenientes, Ana Brito e Cunha. Na realidade, é uma paródia à história de Portugal, que é contada aos turistas de “forma sarcástica, cómica, às vezes musical”. Por exemplo, a expansão marítima portuguesa é “representada com banheiras sobre rodas a fazerem de caravelas e Fernando Pessoa”. Também há uma “partida de póquer entre António de Oliveira Salazar e James Bond”, canções dos Abba e das Spice Girls, que são, como é sabido, grupos tradicionais de música portuguesa. Enfim, uma palhaçada …
Outro tanto se diga de ‘Actores’, “uma peça em que” – refere a imprensa – “a repetição, a exaustão e a humilhação são atiradas para o palco”. Segundo ampla reportagem, o encenador confessa que “queria que, nesta navegação por estilhaços dos percursos individuais, o grupo atracasse (sic) em momentos em que fosse a ficção a transbordar para o lado da realidade, em que biografia e peças/telenovelas se vão intersectando, através de manifestações físicas próprias das personagens que assaltam os actores”. Estamos entendidos, não estamos?!
Mas não desanimem, que há ainda pior, nomeadamente no teatro municipal Sá da Bandeira, em Santarém. Aí esteve recentemente em cena “um espectáculo em que uma actriz apareceu nua e a dizer palavrões”. “Trata-se da adaptação e encenação do romance O Mandarim, de Eça de Queiroz” – em que, por sinal, não consta que haja mulheres nuas, nem palavrões – por Pedro Barreiro, o agora demitido director artístico e programador desse teatro, que reconheceu que esta história tinha assumido “um carácter um bocado circense”. A artista em causa, Sandra Oliveira, “não tardou a reagir, considerando que ‘resumir esta peça a uma gaja nua a dizer asneiras’ é de um desrespeito enorme pelo trabalho de todos os envolvidos”, sobretudo – digo eu – o responsável pelo guarda-roupa. Atente-se à pulcritude da linguagem da actriz, sintomática da elevação cultural e evidente interesse artístico e educativo da peça.
E o público? Segundo as contas da vereadora da cultura da Câmara Municipal de Santarém, ‘O Mandarim – Apóstrofe e Paciência’ contou com “47 pessoas a assistir à estreia e (…) 70 euros de receita”! Outro dado significativo: 197 espectadores estiveram no total das quatro representações da peça em Dezembro passado mas, como 127 eram convidados, só 70 pessoas pagaram bilhete, ou seja, houve uma média de menos de vinte presenças pagas por sessão.
Mas, claro, este insucesso não se deve à pouca qualidade das peças, mas ao público que, pelos vistos, já nem de circo gosta. Como disse a vereadora da cultura, “é importante ter espectáculos contemporâneos, mas não podemos ter tudo do mesmo, sobretudo quando ainda não existe maturidade do público”. Portanto, a culpa é do povo, que é imaturo, coitado! Fica explicada a crise do teatro nacional, mas salva-se a honra de vereadores, autores, programadores, directores, encenadores, actores, outros e outras dores: afinal, é por falta de “maturidade do público” que esta nobilíssima arte não atrai mais especta-dores!
Ao invés destas indignas e ruinosas experiências, os musicais ‘Wojtyla’, ‘Calcutá’, ‘Partimos, vamos, somos’, entre outros, foram experiências de grande êxito, graças à beleza de uma empolgante mensagem de fé, de amor e de esperança.
Consta que George Bernard Shaw ofereceu a Winston Churchill dois convites, para a estreia de uma sua peça teatral: um para o primeiro-ministro, e o outro para um amigo dele … ‘se o tiver’! Churchill agradeceu os bilhetes, desculpou-se por não poder ir à estreia, mas disponibilizou-se para uma segunda representação … ‘se houver’! Moral da história: é preferível que uma má peça se fique pela estreia, do que o Estado subsidiar, com dinheiros públicos, peças medíocres e deficitárias a que ninguém vai assistir e que desprestigiam o país.
Fonte: Observador

sábado, 20 de janeiro de 2018

Raríssimo é este comportamento num chefe de Estado

Foto de Nova Portugalidade.


"D. Carlos estimava muito os pescadores, e eles ainda hoje se lembram do rei a quem falavam, não com a subserviência dos políticos, mas de igual para igual, como a um pescador de maior categoria. Às vezes D. Carlos encontrava-os no mar alto.- Então que tal a pesca? - Nada.- Também vocês estão aqui, e ali em baixo, a três milhas, o peixe anda aos cardumes.- Mas com este vento como é que a gente há-de lá ir? - Botem os cabos!... - E voltando atrás, levava-os a reboque do iate até ao sítio da abundância."

Raul Brandão
in Algarve.


sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

O País Primeiro!


Portugal Acima de Tudo!
‘As dificuldades que encontramos no nosso caminho não devem ser para nos assustar ou fazer recuar, mas sim para as encarar com firmeza. Com calma, firmeza e boa vontade, e essas qualidades creio que as temos, vencer-se-á esta campanha e se o fizermos, como confiadamente acredito, poderemos então descansar um pouco com a consciência de termos feito alguma coisa útil e de termos bem servido o nosso País.’
– S.M.F. El-Rei Dom Carlos I de Portugal in ‘Cartas D’El Rei D. Carlos I a João Franco Seu Último Presidente do Conselho’

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

A monarquia e as repúblicas

No seguimento do último postal, e por contraposição, convinha explicitar a natureza da monarquia e já agora a qualidade do seu relacionamento com as repúblicas.

Sabendo que não existem regimes perfeitos, também sabemos que a monarquia surge na história política para solucionar os inconvenientes da república. E os inconvenientes da república têm a ver basicamente com a representação e com tudo o que daí decorre. Nomeadamente a sucessão e a arbitragem.

O problema maior resulta da óbvia incapacidade do chefe republicano para representar a raiz e o vínculo comunitário, que é o mesmo que dizer, o passado o presente e o futuro de determinada comunidade histórica. Os problemas menores, que não são tão menores como isso, são afinal o corolário do problema maior. O presidente eleito há-de puxar aos seus descendentes sanguíneos, favorecendo-os, porque é da natureza humana. E ainda que represente apenas uma parcela do eleitorado há-de favorecer quem o elegeu se não quiser ser apodado de traidor. Também por isto é incapaz de ser árbitro. Qualquer pessoa percebe.

No que toca ao relacionamento com os regimes republicanos, a monarquia por não ser uma religião mas um acto de inteligência, tem outra plasticidade e outro alcance. E pelo facto de assegurar ao chefe de estado, neste caso ao rei, uma representação muito superior a qualquer chefe de estado republicano, coloca-se noutro patamar. Isto também qualquer pessoa percebe.

A título de exemplo recordemos uma célebre cimeira ibero americana e o ‘porque não te calas’ com que o rei de Espanha brindou o presidente da Venezuela! Parafraseando Bonaparte no Egipto, eram dez séculos de monarquia que mandavam calar cinco anos de xavismo. E todos perceberam as razões da autoridade de Juan Carlos. Incluindo o presidente da Venezuela.

No caso português que é o que mais nos interessa lembro a propósito uma frase do rei Dom Carlos – ‘Podemos estar de mal com todo o mundo, menos com a Inglaterra e com o Brasil’! Se Angola fosse nessa altura um estado independente o rei tê-la-ia incluído na excepção. E temos uma certeza: - à semelhança da relação que existe hoje entre a Inglaterra e os Estados Unidos, assim seria a nossa relação com Angola. Onde tudo se resolve, sem domínio ou submissão.


Saudações monárquicas

JSM

Fonte: Interregno

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

O Cristo mutilado - "Mas sei que em qualquer parte em que lutar, estarei no sagrado chão de Portugal"

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Na Sala do Capítulo do mosteiro de Santa Maria da Vitória da Batalha, altar da pátria, alumiado por um lampadário, encontra-se em campa rasa o túmulo do Soldado Desconhecido que exibe a solene inscrição “Portugal eterno nos mares, nos continentes e nas raças, ao seu Soldado Desconhecido morto pela Pátria”. Um profundo silêncio domina aquele espaço guardado em permanência por dois militares. Os restos mortais que ali jazem vieram da Flandres e de África, cenários de guerra em que o Exército Português padeceu sofrimentos e ofereceu o seu sangue naquela terrível guerra cujo centenário se evoca neste ano de 2018.

Sobre o túmulo, um Cristo amputado e enegrecido. É o Cristo das Trincheiras, imagem do Crucificado que os soldados portugueses levantaram altaneiro na frente de guerra e foi, durante dois anos, o companheiro dos terríveis sofrimentos de milhares de homens expostos ao frio, à fome, à lama, à metralha inimiga e à morte. A imagem foi respeitada pelo inimigo alemão até àquela fatídica madrugada de 9 de Abril de 1918, quando o sector português recebeu a brutal investida da ofensiva alemã da primavera, precedida por uma preparação de artilharia que despejou dezenas de milhares de projécteis sobre o Corpo Expedicionário Português.

MCB

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

O Bom Exemplo do Rei



O poder moderador do Monarca habilita-o a negar poder a quem dele pudesse abusar! É necessário que o exercício do poder deixe de ser equívoco e passe a ser realizado de acordo, não só com o mínimo ético, mas, ainda mais além, que se identifique com a moral. Não se deve separar nem opor Moral e Política, uma vez que o bem-ser regula sempre o bem-fazer. É necessário apagar o hiato que existe actualmente entre eles. Não pode subsistir o Poder pelo Poder, com a frustração da Moral, mas sim unir-se os dois conceitos, para se alcançar o soberano bem da Nação.
Um Rei exprime a virtude da dedicação ao bem comum e tem uma superior consciência dos assuntos nacionais, representando da forma mais ética possível a Nação; a Comunidade confia no Rei e revê-se nele, e quererá seguir-lhe o exemplo o que vai fazer repercutir nas instituições democráticas essa ordem. El-Rei Dom Pedro V de Portugal, personificação da virtude de dedicação ao bem da coisa comum, escreveu sobre o papel dos Reis: ‘devemos também lembrar-nos que existe para eles uma lei moral muito mais severa do que para os outros, porque quanto mais elevada é a posição tanto maior é a influência do exemplo.’ De facto, nenhum Rei esquece que Reinar a é uma função que deve ser desempenhada com sentido de missão. O Rei procurará a defesa do bem da coisa comum e dos interesses da Nação, pois encara o posto de Reinar como um ofício e sobretudo um serviço. Ora lembremos o Princípiode Tomás de Kempis segundo o qual “os maus hábitos podem ser eficazmente combatidos por outros que lhes sejam contrários: um costume mau é vencido por um costume bom.”
Assim, com um Rei dedicado à defesa do bem comum no seu posto de honra, zeloso em cumprir os Seus deveres por lealdade à Pátria, isso reflectir-se-á, inevitavelmente, nos demais agentes do Estado que não raras vezes estão muito afastados dos princípios da transparência que se exigem na gestão da coisa pública (res publica). Os Reis sentem que têm deveres, os políticos – a grande maioria – entendem só ser honrados com direitos, pelo que, num regímen de Monarquia, existem níveis mais exigentes de igualdade entre as pessoas e transparência democrática e das instituições políticas.

Miguel Villas-Boas

domingo, 14 de janeiro de 2018

Lembrando ainda a Grande Guerra - Uma mulher ao serviço do povo

Foto de Nova Portugalidade.

Esta imagem devia estar em todos os hospitais portugueses. É uma grande lição de humildade e serviço. Em plena Grande Guerra, a Rainha Dona Amélia ofereceu-se como voluntária no Hospital Militar Central de Londres para cuidar dos feridos evacuados da Flandres. Organizou leilões e quermesses, doou parte dos seus haveres para equipar hospitais, preocupou-se com a sorte dos soldados do Corpo Expedicionário Português na frente ocidental, sobretudo os grandes mutilados.


sábado, 13 de janeiro de 2018

OLEIROS – SAR, O Senhor D. Duarte de Bragança visita Oleiros


O Duque de Bragança, D. Duarte Pio, vai estar de visita ao concelho de Oleiros no próximo dia 27 de Janeiro.

O programa contempla a recepção nos Paços do Concelho pelas 15:30, seguida de uma visita ao quartel dos bombeiros locais. O Chefe da Casa Real Portuguesa visitará o distrito de Castelo Branco nesse fim-de-semana, a convite da Real Associação da Beira Interior.

D. Duarte Pio de Bragança (Dom Duarte Pio João Miguel Gabriel Rafael de Bragança), chefe da Casa Real Portuguesa, é filho de Dom Duarte Nuno, Duque de Bragança e neto de D. Miguel I, Rei de Portugal, e de Dona Maria Francisca de Orleans e Bragança, a Princesa do Brasil, trisneta do Imperador D. Pedro I do Brasil (D. Pedro IV de Portugal).


quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Mouzinho de Albuquerque Morreu Há 116 Anos



Mouzinho de Albuquerque (12 de Novembro de 1855 – 8 de Janeiro de 1902)


A 8 de Janeiro de 1902, há precisamente 116 anos, morreu, em Lisboa, Mouzinho de Albuquerque. Partia um dos derradeiros grandes portugueses perante a consternação geral do País, que chorou a partida do Herói de Chaimite.
Joaquim Augusto Mouzinho de Albuquerque nasceu a 12 de Novembro de 1855 na Quinta da Várzea, concelho da Batalha, Leiria. Foi um heróico oficial de cavalaria português do século XIX e uma das mais brilhantes figuras militares portuguesas, que se notabilizaria durante as gloriosas campanhas de África (1894/95), e que ganhou grande fama em Portugal por ter protagonizado, em 1895, enquanto Comandante do esquadrão de Lanceiros n.º 2, a captura do imperador nguni Gungunhana, na terra de Chaimite, e pela condução da ulterior campanha de pacificação das populações locais de Chaimite e de Gaza que afiançariam lealdade à administração colonial portuguesa, no território que viria a constituir o presente Moçambique.
Para o temerário Mouzinho os êxitos militares prosseguem, pois comandou ainda diversas campanhas de afirmação territorial de Portugal em África: Naguema (3 de Março), Mocutumudo (6 de Março ) e Macontene (21 de Julho), todas em 1897.
Em 15 de Dezembro de 1897, Mouzinho de Albuquerque aporta em Lisboa onde é, qual triunfador romano, recebido em apoteose, tendo inclusive direito a uma espécie de desfile triunfal pelas ruas da Capital.
A 28 de Setembro de 1898, o herói Mouzinho de Albuquerque assume funções como oficial às ordens do Rei e é designado ajudante de campo efectivo d’El-Rei Dom Carlos I de Portugal, oficial-mor da Casa Real e nomeado pelo Rei para a mais importante das tarefas, a de aio do Príncipe Real Dom Luís Filipe de Bragança, então com treze anos, para a sua instrução passar a ter mais uma componente militar e a ser uma preparação para reinar. ‘Faz dele um Rei’, disse-lhe Dom Carlos. Ficou célebre a Carta que Mouzinho escreveu então ao Príncipe Real e Duque de Bragança:
Quando Vossa Alteza chegou à idade em que a superintendência da sua educação tinha que ser entregue a um homem houve por bem El-Rei nomear-me Aio do Príncipe Real (…) Por esse motivo, o primeiro dos meus deveres é fazer de Vossa Alteza um soldado. É Vossa Alteza Príncipe, há-de ser Rei; ora, Príncipe e Rei que não comece por ser soldado, é menos que nada, é um ente híbrido cuja existência se não justifica. (…) Aprenderá a sê-lo na história de seus avós. Este Reino é obra de soldados. Destacou-o da Espanha, conquistou-o palmo a palmo, um príncipe aventureiro que passou a vida com a espada segura entre os dentes, escalando muralhas pela calada da noite, expondo-se à morte a cada momento, tão queimado do sol, tão curtido dos vendavais como o ínfimo dos peões que o seguia. Firmou-lhe a independência o Rei de “Boa Memória” (…)”
Mas as intrigas da Corte não eram o terreno belígero indicado para o temperamento de Mouzinho, que apontara os problemas da política da época e tecia fortes críticas à partidocracia vigente que com o clima de indecisão política agonizava a própria Monarquia. Este ambiente repugnava o próprio Dom Carlos I. A inveja dos áulicos e dos políticos tecem então uma teia de suspeições e maledicências a que o carácter do herói Mouzinho de Albuquerque não foi imune. Atribuíram-lhe as mais vis mentiras e os inuendos, as detracções, as calúnias e as infâmias avolumam-se e acossam o herói contra uma posição para si insustentável, e, impossibilitado de lidar com toda essa insídia, quer pelo seu carácter de homem impoluto quer pela sua própria espartana formação militar, a 8 de Janeiro de 1902, opta pelo suicídio – como os grandes romanos que renunciavam a morrer corrompidos pela lassidão do poder e do sistema, mas faziam desse gesto de oferecer as veias ao pugio o derradeiro de uma honra que não estavam dispostos a perder ou sequer ceder.

Miguel Villas-Boas 

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Portugalidade nipónica: segredos das catacumbas

Foto de Nova Portugalidade.


Novas perspectivas se têm aberto ultimamente sobre a vivência da clandestinidade católica no Japão após a expulsão dos missionários oriundos de Macau e consequente fechamento do arquipélago aos contactos com os portugueses. Durante muito tempo pensou-se que após o chamado século cristão, a maioria dos católicos havia abjurado da sua fé e regressado à prática do budismo e do xintoísmo. Porém, nos últimos anos, estudos atentos a subtis vestígios da vida oculta de muitos japoneses residentes nas regiões que haviam conhecido grandes conversões, revelam resultados inesperados. Objectos votivos consagrados a Buda encerravam no seu interior crucifixos, pelo que os altares a Buda existentes em muitos lares eram, afinal, altares cristãos, deusas japonesas, nomeadamente as da fertilidade e do sol substituíam Nossa Senhora e bolos de arroz - comuns na gastronomia japonesa - eram marcados com uma cruz, pelo que, ao comê-los em família - talvez na presença de um sacerdote católico nativo - se realizava a eucaristia.

Há cerca de cinco anos, por mera casualidade, um coleccionador de lâminas japonesas mandou restaurar algumas das peças que pediam intervenção. Para seu espanto, ao serem retirados e abertos os punhos, verificou-se que continham crucifixos. Estas armas pertenciam à elite guerreira samurai, o grupo social dominante que manteve as rédeas do poder até ao fim do período Tokugawa, sendo que o mais surpreendente foi verificar que algumas das armas haviam sido fabricadas nos séculos XVII e XVIII, ou seja, após a proibição da religião dos portugueses.

MCB

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Um porquê para ser Monárquico

Bandeira de Portugal


A questão do regime, em Portugal, tem sido um assunto ausente dos principais meios de comunicação social, o que a torna, de certa maneira, adormecida no debate público. Como tal, quando em conversas mais politizadas, onde a forma de designação do chefe de Estado vem ao de cima, sou recorrentemente confrontado com a pergunta: "mas porque é que és monárquico?" - se bem que duvido que similar interrogação possa ser feita aos - poucos - republicanos convictos que fui encontrando.

    Quando confrontado com essa curiosidade gosto de oferecer um só argumento, e um que seja muito simples, pois convém que nos lembremos que desde os bancos da escola que a ideia de República é associada ao progresso social e à democracia, de uma forma intelectualmente desonesta e que, se tivermos por referência a I República, não resiste a qualquer análise objectiva.

    E o argumento que lanço é o seguinte: o Rei é o melhor garante da democracia - entendida aqui à maneira Ocidental: Constituição, Liberdades, Parlamento. Tal resposta é, parece-me, o completo oposto do que os meus interlocutores estão à espera, habituados àquela associação democracia/república.

    Esta tese que proponho é acompanhada por uma pequena reflexão sobre os poderes constitucionais nas democracias europeias e como, pelo menos dois deles, estão sempre reféns de interesses partidários ou de grupo que, nas repúblicas, afectam, também, a figura do chefe de Estado. Convirá admitir que, do ponto de vista meramente constitucional, quando tudo corre bem, talvez não se sinta como flagrante tal situação; porém o problema ocorre quando o país se vê sujeito a um tipo qualquer de crise: aí, os interesses clientelares vêm à superfície, com dano para o interesse nacional - e o chefe de Estado passa a ser mais um patrono da sua clientela do que uma figura de referência e de estabilidade das instituições políticas.

    Ora, pelo contrário, é evidente que se a designação do chefe do Estado não tiver natureza electiva (leia-se, se for hereditária), tal ofício é subtraído à influência da 'partidocracia' ou dos grupos de interesses: tal circunstância permite que mais se possam rever no trono.

    Depois, tem igualmente importância a estabilidade do cargo e a tendencial longa duração dos reinados - não sujeitos a um contínuo 'tic-tac' eleitoral que antecipa a luta política. Esta estabilidade tende a reflectir-se nas restantes instituições de um país - os Parlamentos passam por menos convulsões, vemos surgir menos fenómenos revolucionários e há uma grande estabilidade constitucional, aspecto essencial para a manutenção dos nossos direitos, liberdades e garantias.

    Aqui chegados, procuro então acompanhar estes desenvolvimentos teóricos com um exemplo retirado da recente história política: com a excepção da Confederação Helvética, todos os países europeus que no ano de 1900 eram Monarquias e, sem interrupção, assim se mantiveram até ao ano 2000 foram democracias; pelo contrário, todos os que enveredaram pelo caminho republicano experimentaram, nesse longo século XX, pelo menos um momento autoritário ou totalitário. Todos! De um lado podemos incluir: o Reino Unido, a Suécia, a Bélgica, o Luxemburgo, a Holanda; já do outro: a Rússia, a Alemanha, a Espanha, Portugal.

    Esta pequena reflexão tem, habitualmente, o condão de começar a derrubar preconceitos e de permitir uma troca de ideias mais frutífera e, sobretudo, mais honesta. No fim, gosto sempre de atirar uma pergunta: “então porque continuas republicano?”.

Nelson Marques Nascimento

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

SAR, Senhor Dom Duarte de Bragança presidirá à próxima conferência da Nova Portugalidade



É com muita felicidade que a Nova Portugalidade anuncia que a sua próxima conferência "Os Jesuítas em Portugal: um projecto do tamanho do mundo", ministrada pela Professora Maria de Deus Manso, será presidida por Sua Alteza Real o Senhor Dom Duarte Pio, Duque de Bragança. O evento será no Salão Nobre do Palácio da Independência, em Lisboa, às 18h30 de dia 19 de Janeiro. A Nova Portugalidade convoca a estarem presentes todos os seus amigos e interessados.

domingo, 7 de janeiro de 2018

Um católico pode ser maçon?

Um católico pode pertencer à maçonaria? A Igreja e o Grande Oriente Lusitano (GOL) têm respostas diametralmente opostas a esta questão. Com efeito, segundo a Igreja, nenhum católico pode ser da maçonaria e por isso, se o for, fica impossibilitado da vida sacramental. Para a maçonaria, pelo contrário, não só não existe nenhuma oposição como até há uma alegada convergência e afinidade entre ambas instituições. António Arnaut, ex-grão-mestre do GOL, chegou a escrever que, “se um católico for maçon será, certamente, melhor católico. E se for um bom católico virá a ser, seguramente, um maçon exemplar” (Introdução à Maçonaria, pág. 60). Mas um cristão também pode afirmar o contrário, ou seja, que um mau maçon talvez possa ser um sofrível católico, mas um excelente maçon só poderá ser um péssimo católico. Afinal, quem tem razão?!
Para um católico a questão não é problemática, porque todos os fiéis sabem que, em matérias de fé e de moral, estão obrigados a seguir, por elementar coerência, as prescrições da autoridade eclesial. Ora sobre este particular, o magistério da Igreja não só não foi omisso como declarou, mais de quinhentas vezes, que a nenhum fiel é lícito pertencer à maçonaria e que, se o fizer consciente e voluntariamente, comete um pecado grave, que o impede de receber a comunhão. Assim o recordou o cardeal D. José Policarpo, patriarca de Lisboa: “Um católico, consciente da sua fé e que celebra a Eucaristia não pode ser maçon. E se o for convictamente, não pode celebrar a Eucaristia” (Nota pastoral A Páscoa da Eucaristia, Janeiro de 2005).
É certo que a maçonaria tentou relativizar estas condenações, considerando-as desactualizadas. Segundo Arnaut, “actualmente a Igreja, sobretudo após João XXIII e o Concílio Vaticano II, encara com outros olhos o fenómeno maçónico”. Mas, ao contrário do que faz crer, nem esse papa, nem o Concílio Vaticano II alteraram em nada a posição da Igreja em relação a esta questão. Aliás, deve ser por este motivo que não cita nenhum documento de S. João XXIII, ou do referido concílio, que corrobore essa falsa suposição.
É também o mesmo ex-grão-mestre do GOL quem afirma que “à intolerância sucedeu a compreensão e uma certa simpatia”, até porque “há espaços comuns de preocupação e de identidade de propósitos entre a maçonaria e a Igreja progressista”, porque “a maçonaria não é concorrente e, muito menos, inimiga da Igreja católica”. Com certeza que pode haver, por via de excepção, alguma convergência entre as duas instituições em relação a alguma causa humanitária, como a erradicação da miséria ou a promoção da justiça social, mas a verdade é que tal coincidência pontual não contradiz a radical oposição entre ambas entidades. Também republicanos e monárquicos podem convergir em relação a um propósito patriótico – como, por exemplo, a defesa nacional em caso de guerra – mas nunca um monárquico poderá ser republicano, nem vice-versa.
Por outro lado, a referência à “Igreja progressista” subentende a existência de uma outra Igreja, supostamente conservadora, que seria a responsável pelas reiteradas e nunca desmentidas condenações da maçonaria. Condenações essas que seriam aliás menosprezáveis, na medida em que os ‘bons’ católicos, isto é os progressistas, teriam apreço pela maçonaria… Mas, ao contrário do que se faz supor, não há duas Igrejas, mas uma só Igreja católica, que não é progressista nem conservadora, mas “una, santa, católica e apostólica”. E, por sinal, unânime na condenação da maçonaria. A insidiosa e maniqueísta suposição de que existem duas igrejas católicas – uma boa, que seria a progressista e pró-maçónica; e outra má, que seria a conservadora e antimaçónica – serve uma causa diabólica (‘diabo’ significa, etimologicamente, aquele que divide): a divisão entre ‘católicos’ pró-maçonaria, releve-se a contradição, e católicos antimaçónicos.
António Arnaut também invoca, como prova da suposta compatibilidade entre a fé cristã e a ideologia maçónica, “a circunstância de muitos católicos e altos dignitários da Igreja serem maçons”. Mas esta afirmação, ao não ser corroborada por nenhuma prova, é totalmente gratuita. De facto, não se sabe de nenhum alto dignitário da Igreja portuguesa que seja maçon. Se, em tempos idos, alguns eclesiásticos aderiram à maçonaria, foi porque apostataram a fé, violaram gravemente os votos a que se tinham comprometido, desobedeceram aos seus legítimos superiores e escandalizaram os fiéis.
Nem todos os católicos foram sempre coerentes com a fé da Igreja. Infelizmente, por exemplo, já houve clérigos comunistas, mas nunca a Igreja aceitou essa ideologia que, como ainda hoje se comprova na China, na Coreia do Norte, e em Cuba, é totalitária, materialista, anticristã e contrária à liberdade religiosa e aos direitos humanos. Um católico maçon é como um cristão comunista: uma contradição e um escândalo!
Talvez alguém pudesse objectar que a contradição existente entre as duas entidades é acidental e superável no futuro. Ora a maçonaria é, segundo a abalizada opinião do ex-grão-mestre do GOL, “uma ordem (…) baseada no livre-pensamento”, ou seja relativista, pois “não aceita dogmas”. Portanto, quando afirma que “admite todas as crenças”, deve-se entender com essa ressalva, pois quem acredita em dogmas não pode pertencer a uma entidade que “não aceita dogmas”, a não ser que seja um ignorante, ou um hipócrita, como é óbvio. Acontece que a religião católica é essencialmente dogmática: um fiel que negue, consciente e voluntariamente, um só dos seus dogmas, não só é formalmente herege como incorre automaticamente na pena de excomunhão, ou seja, autoexclui-se da Igreja. Não se trata, portanto, de uma incompatibilidade secundária ou momentânea, mas essencial e definitiva: só seria superada se a maçonaria deixasse de ser livre-pensadora, ou a Igreja deixasse de ter dogmas; isto é, se a maçonaria deixasse de ser maçonaria e a Igreja católica deixasse de ser Igreja católica!
Portanto, não só em função do que a Igreja católica afirma, mas também pelo que decorre, com necessidade, dos princípios da própria maçonaria, “se um católico for maçon”, já não é católico. E, pelo contrário, se um maçon se fizer católico, é necessariamente porque já não é maçon.
Fonte: Observador

sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

SAR, O Senhor D. Duarte de Bragança visita distrito de Castelo Branco no final do mês


O chefe da Casa Real Portuguesa visita Castelo Branco, Oleiros e o Fundão.


D. Duarte de Bragança vai visitar o distrito de Castelo Branco nos dias 27 e 28, a convite da Real Associação da Beira Interior.
O chefe da Casa Real Portuguesa vai encontrar-se no primeiro dia da visita com o presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco, Luís Correia, tendo previsto um almoço com todo o executivo.
Da parte da tarde segue para Oleiros, onde se encontra com o presidente Fernando Jorge e visita o quartel dos bombeiros.
Ao final do dia regressa a Castelo Branco para jantar com a população em Póvoa de Rio de Moinhos.
O segundo dia da visita começa nesta freguesia do concelho de Castelo Branco, com uma visita ao moinho da Ribeirinha e à Casa da Cultura, assistindo à missa na igreja matriz.
D. Duarte segue depois para o Fundão, onde irá reunir com o presidente Paulo Fernandes e almoçar com o executivo.
Da parte da tarde ruma ao Alcaide, onde participa numa palestra sobre “Os Franco Castelo Branco no Contexto da Política Beirão (1850-1910)”.
Os oradores são Nuno Pousinho e João de Mello Franco.

Fonte: Reconquista

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

O PAÍS E AS MENSAGENS DE NATAL E ANO NOVO…



“Na maioria das sociedades actuais falta geralmente aos homens públicos, o valor não só para praticarem o Bem, mas, até, para praticar fracamente o mal”.
                            Alexandre Herculano 
                            (História de Portugal, Tomo 1, p.10, Bertrand, Lisboa, 1980-82.)

                            “Santa Catarina de Siena em diálogo com Deus (“O Livro”), a pensar nos inocentes pede a Deus misericórdia para aquelas cidades (Sodoma e Gomorra).
                              Deus respondeu-lhe: ”Se houvessem dez justos na cidade, ela não seria destruída”!

      É tradição nesta quadra de Natal e Ano Novo, o Cardeal Patriarca de Lisboa, o Chefe do Governo e o Presidente da República, falarem ao país.
      O Cardeal Patriarca fala na véspera natalícia; o PM, no próprio dia de Natal e o inquilino de Belém, arenga no primeiro dia do ano.
      Seria uma boa prática não fôra duas coisas: a primeira sendo, que já não se consegue ouvir e aturar os políticos, nomeadamente os dois mencionados, já que nos massacram diariamente com a sua fala e a sua presença.
      Tais figuras só são batidas pela dos treinadores e dirigentes do Futebol e actividades afins, que em boa hora deviam ser degredados para as Selvagens, ou enxotados como refugiados para a Alemanha. Estou certo que a Senhora Merkel, na sua infinita filantropia, os iria receber de braços abertos e depois até lhes pagava uns milhares de euros para eles emigrarem para um outro sítio qualquer!
      E, em tudo isto, a comunicação social e o negócio que a sustenta, têm muitas culpas no cartório.
      Existe, aliás, um excesso de órgãos de comunicação social, que está hipertrofiada e nos inunda com toneladas de dejectos informativos, ao passo que censuram pertinências e pedagogia.
       Mas voltemos ao assunto, está o Cardeal Patriarca fora do aludido, pois fala pouco e fala bem, apesar de raramente sair do “política e religiosamente correcto”.
      Mas tal, representará, talvez, a consequência do cerco pouco amistoso, em que a Igreja Católica está posta que, a prosseguir, a irá fazer regressar às catacumbas romanas.
      Consequência também, da falta de combatividade, que caminha para uma situação de acobardamento por parte da generalidade da hierarquia e, por arrastamento, do seu “rebanho”.
      Um grupinho intitulado “Associação República e Laicidade” veio até, protestar contra o direito do Cardeal falar, alegando que vivemos num Estado laico. Pois é grupinho, o Estado é laico, mas a Nação não é…
      E creio que devemos fixar isto: do mesmo modo que a intolerância não deve ser arma dos fortes, a tolerância não pode constituir o refúgio dos fracos…
                                                                         *****
      A segunda razão pela qual estes momentos televisivos perderam qualquer acuidade e valor, é pela vacuidade do discurso. Bastava desejarem apenas, Bom Natal e bom ano novo e desculpem qualquer coisinha e estava o assunto arrumado.
      E poupavam-nos também ao regabofe das apreciações de todos aos dizeres uns dos outros…
       Mas não só pela vacuidade, mas também por algum desacerto e omissões, das mensagens expendidas.
      Dos problemas sérios que se colocam à Nação Portuguesa (termo liminarmente eliminado do vocabulário político) e ao seu esfrangalhado Estado – cuja única competência presente e reconhecida, é a de cobrar impostos – nem uma palavra.
      Deve ser para tentar dar Esperança…
      Quanto a aqueles (os problemas), podem ser resumidos em duas grandes áreas: a do “Poder” real, factor primordial em que se baseiam as relações internacionais e o bem – estar da população e que está directamente relacionado com o “Potencial Estratégico” do País e a sua situação Geopolítica (onde há que ter em especial atenção as ameaças); e a circunstância do “Relativismo Moral” e da perda e degradação dos “Princípios” Morais e Éticos em que a sociedade portuguesa está mergulhada.
      Não vamos abordar os primeiros, para nos cingirmos aos segundos, que são primordiais e condicionam todos os restantes.
      Mas sobre isto, repito, nem uma palavra se ouviu nas comunicações referidas.
      Como, de resto, não existe qualquer abordagem neste âmbito, por qualquer força politica, comentadores, organismos, instituições.
      Zero.
      É um não assunto.
      Ou seja é o assunto principal.
      De facto todo o mundo fala de problemas políticos, sociais, económicos, financeiros, até de segurança, etc..
      Mas ninguém fala (peço desculpa se cometo alguma injustiça) em problemas morais e éticos. Porque será?
      Queima as mãos a toda a gente? Ninguém quer ser apodado de moralista? Os telhados de vidro são assim tantos? Andam distraídos? Têm medo? Acham que não tem importância? Que mais?
      Pois é, meus caros, a falta de ética e moral espalhou-se como uma mancha de óleo e afecta tudo e todos…
      Basta estar minimamente atento ao dilúvio de notícias (e também de desinformação): não há um santo dia em que não venham a lume várias barbaridades; poucas vergonhas; má criação; crimes vários; corrupção em paletes (isto da corrupção está a ficar endémico e perverte tudo!), etc..
      Deixou de haver áreas da sociedade imunes a este flagelo que se propaga à velocidade dos vírus…
       E isto apesar dos tribunais estarem entupidos com casos incríveis; as prisões a abarrotar, apesar das leis estarem feitas para protegerem quem se porta mal e o ambiente geral ser perigosamente permissivo.
      Ora é este problema crucial (Moral e Ético), que origina o problema político (vidê agora essa escabrosa tentativa bandoleira de alteração da lei do financiamento dos Partidos – que são, aliás, o cancro do Regime…), que por sua vez origina os problemas financeiros, os quais, por sua vez, geram os problemas económicos, tudo resultando, no final num problema social.
      Ora não se atacando as raízes do mal jamais se poderá emendar o que está a montante.
      Combata-se ainda a “ideologia” – que nunca resolveu nenhum problema – e a ganância – que inventou o juro, que levou à usura – e implemente-se os 10 Mandamentos (que diabo, são só 10), suficientes para harmonizar a sociedade.
      Finalmente, contrate-se uma dúzia de juristas competentes (e dos que tenham moral e ética), a fim de darem forma legal à maioria dos ditados populares, que representam sínteses de conhecimento sensato e real, caldeado por séculos, quiçá, milénios.
      E chega.
      Só é preciso garantir no Poder uma mão cheia de abencerragens honestos, competentes e corajosos, para tal implementar.
      A questão é saber - e deve partir-se do princípio que Deus está atento - se ainda restam dez justos na cidade.


João José Brandão Ferreira
Oficial Piloto Aviador

Fonte: O Adamastor