quinta-feira, 3 de setembro de 2020

O Prestígio Internacional D’El-Rei D. Pedro V de Portugal

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Fotografia: 10 de Junho de 1854, Dom Pedro V e Dom Luís acompanharam, à direita no lugar de honra, a Rainha Britânica na sumptuosa reabertura do Palácio de Cristal, reinstalado em Sydenham Hill

Rabiscam muitos escribas republicanos de almanaque, que os Reis Portugueses no século XIX já não gozavam de qualquer prestígio internacional: nada mais falso!


Era Dom Pedro V ainda um Rei em vias de ser, pois Sua Augusta Mãe morrera ainda na menoridade do Príncipe Real, e empreendeu uma viagem, em 1854, pelas Cortes europeias, para aprender a prática de reinar e dar-se a conhecer. Juntamente, com seu irmão e herdeiro presuntivo, o Infante Dom Luís de Bragança, Duque do Porto, puderam privar, com a mais importante das cabeças coroadas da época, Sua Majestade Britânica a Rainha Vitória.


A Família Real Britânica recebeu-Os como membros da Sua própria Família (porque o pai dos Príncipes portugueses o Rei-consorte Dom Fernando II, marido da Rainha Dona Maria II, era primo do Príncipe Albert, pois nascera Prinz Ferdinand August von Sachsen-Coburg-Gotha-Koháry), e entre a Rainha Vitória, o Príncipe consorte Albert de Saxe-Coburgo-Gotha e Dom Pedro V estabelece-se uma enorme amizade que perdurará até à trágica e imprevisível morte do monarca português.


Numa estadia que duraria exactamente um mês e que começou no dia 3 de Junho de 1854, os monarcas portugueses nunca foram tratados como visitas de Estado e com as habituais e frias cortesias protocolares, mas com genuínas manifestações de amizade e familiaridade.


Durante a visita, Dom Pedro V e Dom Luís acompanharam sempre a Monarca inglesa e o seu real consorte nos mais importantes eventos a que sempre concediam o privilégio da Sua Presença. Assim foi no Baile dos Marqueses de Breadalbane - a quem a Rainha dedicava amizade -, onde perante mil convivas a realeza portuguesa mereceu lugar de destaque como se pode constatar pela entrada dos convidados de honra. Depois de anunciar a entrada da Rainha Vitória pelo braço do anfitrião, o Mordomo anunciou: ‘Sua Majestade o Rei de Portugal e Sua Excelência a Marquesa de Breadalbane’. Depois o Príncipe Albert e a Duquesa de Cambridge e, de seguida, ‘Suas Altezas Reais o Príncipe Dom Luís de Portugal e a Princesa Mary’.


Também, em 10 de Junho de 1854, Dom Pedro V e Dom Luís acompanharam, à direita no lugar de honra, a Rainha Britânica na sumptuosa reabertura do Palácio de Cristal, reinstalado em Sydenham Hill.


Foram pois, o Rei e Príncipe portugueses recebidos na intimidade da Família Real Britânica e essa amizade haveria de perdurar, mesmo para além da estadia nas Terras de Sua Majestade, pois continuariam a corresponder-se com assiduidade tornando-se a Rainha Vitória e o Príncipe Albert (primo do Rei-Regente Dom Fernando II de Saxe-Coburgo-Gotha, pai de Dom Pedro V e viúvo da Rainha Dona Maria II), conselheiros e mesmo confidentes do jovem monarca português.


Quando Dom Pedro V faleceu precocemente, com apenas 24 anos, vitimado pela febre tifóide que contraíra em Portalegre, depois de beber água contaminada de um charco após uma caçada, a Rainha Vitória escreveu: ‘Que infortúnio horrível! (…) Como a mão da morte teima em perseguir aquela querida Família! (…) Parece inacreditável, que terrível calamidade para Portugal, e que grande perda para a Europa! O querido Pedro era tão bom, tão inteligente, tão fantástico!’


Miguel Villas-Boas


Fonte: Plataforma de Cidadania Monárquica

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