‘A Monarquia vale por virtude própria, independentemente da figura que a encarna.’, grafou o Doutor João Pinto Ribeiro (1590-1649), um dos mais eminentes Conjurados de 1640, figura-chave na Restauração da Independência de 1640, o Cérebro da Revolução, pois foi o diligente intermediário entre os Conjuradores da Nobreza portuguesa que se reuniam no Palácio dos Almadas e D. João (IV), Duque de Bragança, a quem administrava os negócios da Casa, e que convenceu o hesitante Duque a aceitar a Coroa Portuguesa dos seus maiores, sob pena do escol da Nobreza instaurar uma república aristocrática como em Veneza.
De facto, uma Monarquia é sempre mais vantajosa para um país, uma vez que na chefia de Estado republicana existe uma fulanização do cargo, enquanto um Rei é institucional, pois a Coroa vale independentemente da figura que a incarna, e como tal a chefatura não fica dependente da popularidade, do valor de um determinado presidente, dos seus gostos, dos seus humores e, dessa forma, sujeita ao poder pessoal.
Assim a Coroa vale por virtude própria, porque o Rei não é apenas um homem, mas uma instituição que representa toda a Nação, e toda a sequência de Reis, por isso o Rei usa o plural majestático, a 1ª pessoa do plural ‘Nós’, pois quando alguém se dirige ao Rei não o faz à pessoa Real, mas à Coroa, a potestade real, porque o Rei representa toda a Nação, todas as instituições nacionais e toda a sua História.
Como tal, é essencial a defesa de uma verdadeira Monarquia, que é diferente do Realismo, que é apenas o conjunto de partidários de um monarca, de uma casa real, ou de um pretendente específico. Por isso, para que a Nação nunca fique em situação de dependência de uma figura, sempre me assumi Monárquico e não Realista e muito menos republicano, nem com eles pactuo.
Enquanto no Realismo, os realistas são correligionários de um monarca ou de um pretendente em particular, os Monárquicos defendem o sistema monárquico de governo, ou melhor um Estado Monárquico, mas não necessariamente um monarca ou um candidato a Rei em particular, e colocam a Monarquia acima do domínio do pessoal: a Coroa, em primeiro, – não o objecto que cinge a cabeça do Monarca, mas a instituição - com tudo o que ela representa é o mais importante. Nada obsta a que se defenda um pretendente legítimo a um Trono, mas não basta fazer essa apologia, é necessário, defender, também, as instituições monárquicas, sendo assim não apenas Realista, mas Monárquico.
Os monárquicos querem uma Coroa e instituições monárquicas, portanto não é suficiente substituir um Presidente por um Rei, sem mais, pois isso é clara e manifestamente muito pouco. A Monarquia requer toda uma estrutura para bem servir a Nação.
República Coroada, Não! Os verdadeiros Monárquicos não enfiam esse barrete, o ignóbil carapuço frígio - ainda que com um coronel a cingi-lo!
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