quarta-feira, 13 de abril de 2022

Continuamos a ser tratados como atrasadinhos

Volvidos mais de dois anos, não sei quantas doses, zaragatoas e certificados desde o início deste “pesadelo orwelliano”, continuamos a ser tratados como atrasadinhos.

Já éramos assim tratados antes de 2020, mas desde a lavagem cerebral mediática que foi feita às populações, a agenda socialista dos atrasadinhos adquiriu uma força omnipresente e inquestionável.

É o telejornal que ainda dá os casos e mortes covid em números brutos; são as máscaras cujo uso continua a ser imposto pelo império da lei; são os “verificadores de factos” que censuram os conteúdos e limitam a informação; é a propaganda do “proteja-se a si e aos outros” que nos sincroniza pelo diapasão do medo; são as setas no chão que nos direcionam pelo caminho mais seguro; é a marcação de lugares que garante o distanciamento físico, como se além de atrasadinhos fôssemos todos cegos…

É evidente que existe uma percentagem de atrasados mentais na população, cujo juízo é incapaz de orientá-los ao bem coletivo e individual, e que em situações de emergência podem pôr em causa a segurança de todos.

Nessas situações ocasionais, em que uma parte considerável da população paralisa a inteligência, uma vez dominada pelo medo, é realmente útil haver ordens coletivas, pois os atrasados mentais só agiriam corretamente se vissem a esmagadora maioria a agir em uníssono – o que é impossível de conseguir no curto-prazo sem uma boa estratégia de comunicação por parte das autoridades.

Mas tornar uma emergência – como um possível incêndio, em que há trajectos específicos para evitar aglomerações e tornar a saída eficaz –, na norma diária é fazer-nos a todos verdadeiros retardados.

Imagine-se o que seria uma escola de Química em ameaça permanente de incêndios e explosões, onde alunos e professores começassem a andar “normalmente” em fila indiana e apenas por circuitos de segurança contra incêndio. À excepção dos atrasados mentais, todos conhecem as regras em caso de incêndio, mas teriam de se comportar como se fossem todos atrasadinhos, num constante simulacro, para que em caso de incêndio os atrasados não pusessem em causa a segurança de todos, bloqueando saídas ou indo em contra-mão.

É assim que acontece no Portugal socialista, onde desde 2020 só se usam portas de emergência e os restantes percursos continuam proibidos. Qualquer português, mesmo estando sozinho num espaço interior público, mesmo sem sequer qualquer sintoma ou ameaça de contágio, mesmo sem uma conjuntura que aconselhe a cautela, é obrigado a usar máscara facial. Não porque faça sentido (realmente não faz!), mas por ordem da “lei dos atrasadinhos”.

A mesma ideia está presente no famoso “questionário para heterossexuais”, de um guião “Presse” para professores de 3.º ciclo (já desactualizado mas ainda disponível na internet), onde se sugere que todas as crianças experimentem, numa disciplina de cariz obrigatório (a tal lei dos atrasadinhos), o “tipo de perguntas que por vezes são realizadas a homossexuais e bissexuais” e que, depois, debatam com os colegas o que sentiram ao serem confrontadas com as tais “questões de quase impossível resposta”, colocando-os na pele de vítimas para lhes dar uma lição de suposta empatia.

Ou seja, a lógica socialista é que em nome do combate ao bullying, todos sejam sujeitos ao bullying.

Casos não faltam para ilustrar a nova sociedade socialista dos atrasadinhos. O princípio subjacente é que todos precisam da intervenção do Estado para ser boas pessoas, para respeitar os outros e, em último caso, para pensar.

Em suma, para não discriminar os atrasados, todos devem ser atrasadinhos… Em nome do progresso, claro está.

Maciel Rodrigues

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