Há muitos que, quando ensinam, não são humildes na exposição, mas antes arrogantes. E mesmo as coisas boas que pregam não são anunciadas por desejo de correcção, mas por vício de grandiloquência.
Muitos há que ensinam não com a intenção de construir, mas para se engrandecer, e não são sábios para tirar proveito (para a Vida Eterna), mas querem ensinar para parecer sábios.
Há uma perversa imitação dos presbíteros arrogantes, que imitam os santos no rigor da disciplina mas desprezam-nos no afecto da caridade. Querem parecer rígidos pela severidade mas não querem dar exemplos de humildade, preferem ser terríveis do que como mansos e afáveis.
Os doutores soberbos sabem mais sobre ferir do que curar. É Salomão quem o testemunha (Ps. XIV, 9): Na boca dos insensatos está a vara da sua soberba, porque repreendendo com rigor ferem e não sabem ter simpatia através da humildade.
Quem aceita, por caridade de coração e humildade de consciência, curar os males do pecado alheio, faz bem. Mas quem repreende o criminoso com um coração orgulhoso ou odioso não corrige, mas fere. Porque tudo o que o protervo ou irado profere é a fúria de quem ofende, não a direcção de quem corrige.
De tal forma que quanto mais tentam corrigir, mais aprofundavam a ferida e a rejeição; e mais favorecem imobilidade dos fiéis, pois não conquistavam a sua confiança.
Fonte: Senza Pagare
Sem comentários:
Enviar um comentário