quinta-feira, 1 de setembro de 2022

SUICÍDIO COLECTIVO E INFAMANTE!

 

“Não houve uma só ocasião na História em que a esquerda não tenha provocado desastre atrás de desastre, cujo preço foi sempre pago, principalmente, pelos mais fracos.”

Jorge Semprun

(ex-comunista, prisioneiro dos nazis e ministro da cultura de um governo do PSOE, em Espanha), in “Público” de 10/6/2011.

Não acreditam?

Comentadores (o último foi o extraordinário Dr. Júdice), políticos, (muitos); jornalistas (na maioria formados em universidades medíocres de que somos servidos); o Primeiro - Ministro, nos intervalos em que “chuta para canto” e hasteia, aleivosamente, a bandeira dos LBGT+; a segunda figura do Estado, conhecido nalguns meios como a “hiena trotskista”, quando se cansa de malhar no “Chega” e o próprio Presidente da República, cuja presença e audição, já nem os seus assessores em Belém devem suportar, afadigam-se, mais vezes do que menos, em vir defender o “status quo” da imigração e o que lhe está associado.

E associam (mal) tal facto, com considerações sobre racismo, xenofobia, inclusão, humanitarismo, e outros chavões da moda das almas piedosas do impropriamente chamado politicamente correcto.

Afirmam, ainda, quase a desculparem-se, de que a vinda de imigrantes é importante, pois são necessários ao mercado de trabalho, não só porque não há portugueses suficientes para o mesmo, como estes não se querem sujeitar a trabalhar num número alargado de ofícios! E não é certamente por lhes cair os parentes na lama (digo eu) … Já lá iremos.

Ora esta gente fala, fala e, no mais das vezes, só diz disparates, para além de não enquadrar o vendaval da imigração (pois de um vendaval se trata) nas muitas variáveis em que deve ser analisado.

Este fenómeno (e o que lhe está associado) é, de há uns 15 anos a esta parte, a maior ameaça à existência da Nação Portuguesa. Não por causa das balelas do racismo, do humanismo, da falta de inclusão, ou xenofobismo – cujos bons termos irão regredir, a continuarmos nesta senda – mas porque a matriz cultural portuguesa está a ser irremediavelmente modificada e destruída, ao passo

que, quase todos os bens materiais existentes, incluindo o solo, irão desaparecer, num ápice, das mãos dos portugueses originais.

Tudo isto se torna mais perigoso porque todas as ameaças criadas são, maioritariamente, auto induzidas e infligidas!

O assunto é assaz sério, constitui um suicídio colectivo – se lhe quiserem chamar uma eutanásia em massa – e, dadas as nossas fragilidades, será assaz rápido. Nem o facto de vermos as barbas de vizinhos a arder parece suscitar alguns cuidados. Antes pelo contrário.

Enumeremos as diferentes causas concorrentes para a imigração, que confluem todas no tal suicídio.

A primeira é a demografia negativa. De um modo geral, os jovens não querem ter filhos, não por lhes faltar meios materiais para tal, mas por quererem gozar a vida libertos de responsabilidade. O percurso é já longo, tendo origem nos movimentos feministas, no ataque à família, no hedonismo e na invenção da pílula.

A generalização do trabalho feminino não ajudou nada à causa (cada medalha tem o seu reverso…). Agora andam numa de curtir e de fazerem “anos sabáticos”. A segurança social também há muito que não é representada pelos filhos… Até ver. O que ficou por dizer dá para vários tratados.

A ajudar a demografia negativa, temos a cultura da morte plasmada na apologia do aborto, da eutanásia, eugenia, etc., e a exaltação inconcebível e inaceitável, da homossexualidade.

Acontece que, apesar de já há muito não vivermos nos “anos tenebrosos da ditadura salazarista” e da “guerra colonial”, os portugueses resolveram passar a emigrar em grande escala. E agora já não são os pobres dos campos (onde em muitos locais havia excesso de mão de obra e pobreza), mas os jovens saídos das universidades (não que estejam lá muito bem preparados, mas custaram uma pipa de massa…). Pelos vistos não estão nada satisfeitos com o esplendor da “democracia” indígena!

Depois temos a lei que dá acesso à nacionalidade, que é uma aberração escandalosa de facilitismo, quando devia ter critérios apertados e decentes. Não nos damos ao respeito nem se tem vergonha na cara: colocaram a nacionalidade em saldos sucessivos quando devia ser a outorga de uma honra baseada em merecimento e deveres cumpridos.

A coisa é tão miserável que foi complementada pelos “vistos gold” – uma autêntica prostituição da nacionalidade (além das vigarices a que é permeável) – e a última cretina lei dos sefarditas, que virou um embuste total; para já não falar na imoralidade abusiva de carimbar

alguém como português para ele vir jogar para os clubes de futebol ou representar a selecção, a que se seguiram outras modalidades com o Atletismo à cabeça.

Este facilitismo tem sido muito fomentado por partidos ditos de esquerda, com o fito destes “novos cidadãos”, votarem neles, nas eleições seguintes, como tem acontecido escandalosamente em França, por exemplo.

Além do mais esta lei desvirtua constantemente as estatísticas sobre o número de imigrantes e a sua percentagem relativa no total da população, já que está a engrossar a quantidade de nacionais, sem o serem realmente e a diminuírem, eufemísticamente, o número de estrangeiros residentes!

Caíu-se ainda, na esparrela de deixar ascender a cargos de governação, portugueses com dupla nacionalidade, o que devia estar proibido de ocorrer em todos os órgãos de soberania por poder vir a causar conflitos de lealdade.

Juntamente com tudo isto apareceu o fenómeno dos “migrantes” que passaram a derramar-se pela Europa aos milhões, e que vá-se lá saber porque bulas, temos que acolher, alimentar, tratar e tentar arranjar-lhes modo de vida. Fenómeno acompanhado obviamente pelo direito de asilo – antigamente só usado aquando de razões ponderosas de guerra ou perseguição política comprovada – cada vez mais generoso. Responsabilizar os fautores de tudo isto e tentar resolver os problemas “in situ” não passa, naturalmente, pela cabeça de quase ninguém.

Acabar com o tráfico mafioso que se estabeleceu, também não ocorre às alminhas condoídas dos responsáveis políticos: tem é que se ir salvar os que ficam à deriva por esses mares afora!

A cumular todo este desastre gigante assinou-se sob a égide da ONU – essa organização babilónica que não serve para nada que jeito tenha e que representa apenas uma espécie de juro que o vício presta à virtude – o acordo de Marraquexe, de 2018, em que na prática, tornou as fronteiras dos países, inexistentes para quem quiser imigrar para onde lhe apeteça. E essa possibilidade aparece ainda como um direito! A insanidade é total.

O governo português apôs o seu acordo sem pestanejar, sem que tenha havido qualquer discussão no Parlamento (que também se porta como uma espécie de pequena ONU, com a diferença de não haver algo semelhante ao poder de veto dos membros permanentes do Conselho de Segurança) ou pública e sem que tal estivesse previsto em nenhum programa dos partidos políticos.

A maioria dos bebés nascidos em Portugal será, em breve, de pessoas que não têm qualquer afinidade com os portugueses. Esta coisa do “jus solis”, apesar de ser tradição nacional, tem de ser repensada…

Ora a imigração deve ter regras e apertadas e só devemos deixar entrar quem nos interessar ter no território. E agora, mesmo que o governo português quisesse pôr ordem nas fronteiras (o que não quer), nem sequer o poderia fazer, pois deixou destruir quase toda a estrutura que o fazia, e as poucas - vergonhas à volta do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (que nunca devia ter sido criado) são apenas a ponta do iceberg.

A isto deve-se ainda acrescentar os muitos milhares de estrangeiros que passaram a residir em Portugal, a fim de gozar da sua condição de reformados e cujas motivações são díspares. Os últimos já vêm “fugidos” do centro e norte da Europa, pois não estão para aturar os migrantes que lhes “invadiram” o país…

Tenho andado por todo o Portugal (que se vai à vela) e mesmo nos lugarejos mais pequenos a percentagem de não portugueses começa a ser esmagadora.

Isto não é nada bom e parece, até, um plano deliberado de substituição de populações!

Experimentem, por exemplo, andar num transporte público, sobretudo de uma área suburbana…

A questão de não haver portugueses suficientes para ocupar as vagas de trabalho que há, não colhe, além de ser uma meia verdade mal equacionada.

O que se passou é que nos idos de 1974/5 destruíram o ensino comercial e técnico, achando-se que toda a gente tinha direito a ser “doutor” e o que tem sido “inventado” para solucionar o problema tem sido tardio, mau e inconsequente – tipo “novas oportunidades”. Acresce que as pessoas se aburguesaram no pior sentido do termo; o trabalho perdeu dignidade e as relações de trabalho e entre parceiros sociais nunca estabilizou numa vivência saudável e equilibrada, entre capital, gestão e trabalho. E nunca se tentou fazer a pedagogia de que não há boas nem más profissões, mas sim bons e maus profissionais.

Acresce que o Estado passou a distribuir subsídios a esmo o que permite a um número alargado de pessoas, que já não têm grande apetência para dar no duro, se encostem à sombra da bananeira.

E prefere-se ainda manter na escola (digamos, que a partir dos 14 anos), à força, uma quantidade de jovens que não querem estudar ou não o conseguem fazer por razões variadas, onde a “burrice” naturalmente não pode entrar; não importa sequer que eles fiquem por lá a indisciplinar

o trabalho de todos ou a lança-los no mundo da droga; só não se lhes pode é arranjar um ofício ou modo de vida, pois não “se lhes pode roubar a infância”.

Deste modo a importação de imigrantes é bem-vinda pelas piores razões, além de que exponencia a possibilidade de exploração do trabalho importado por pessoas de menores escrúpulos.

Estabelece-se um ciclo vicioso…

As consequências desta imigração desregulada e infrene são muitas e todas más.

Gera fenómenos de “bolhas” de inadaptados; de gente que não se quer integrar (veja-se o caso dos ciganos cujo problema tem séculos e nunca se resolveu); infiltração de informadores e agentes terroristas; tentativas de “multiculturalismo”, que já se viu terem falhado por todo o lado; estabelecimento de redes ilícitas de contrabando de seres humanos, de pedofilia e prostituição; exploração de incautos; aumento do tráfico de droga; aumento da criminalidade (o que já está a acontecer de uma forma assustadora e tem sido escamoteado pelas autoridades), etc.

Um etecetera extenso que rapidamente pode ficar fora de controlo.

Isto é tão evidente que até dói.

Dir-se-á que outros países também fizeram ou estão a fazer o mesmo. Pois é, mas nós não temos que ser como os “outros”, muito menos copiar-lhes os erros!

Do mesmo modo o excesso de turismo (que já há) tem que ser travado, por três razões principais: ter efeitos colaterais negativos; não caberem cá todos; ir prejudicar o próprio turismo e a vontade das pessoas cá voltarem. Do mesmo modo que o excesso de imigração também o prejudica: estou dispensado de visitar as grandes cidades europeias, pois o que lá há de origem são os preços e respectivas taxas e a traça de muitos edifícios que ainda estão de pé. O resto já pouco tem a ver com a idiossincrasia da região e vai a caminho de um conflito social inimaginável.

Por tudo isto o Presidente da República escusa de vir dizer que “não há portugueses puros” pois toda a gente sabe isso. A questão não é essa. A Nação (termo que deixou de ser usado) amalgamou-se durante séculos dando origem a um “estereótipo” e uma maneira de ser e estar, que permitia que nos reconhecessem em qualquer parte do mundo. Fomos ainda os campeões da mestiçagem por natural desígnio e necessidade estratégica, mas sendo a iniciativa nossa, com domínio político e preponderância da nossa matriz cultural. Não é nada disso o que está a suceder hoje em dia.

O que está a suceder hoje em dia é o desaparecimento de um dos povos mais antigos do mundo que se individualizou no concerto dos clãs, tribos, cidades estado, impérios, confederações,

federações e estados-nação, numa síntese homogénea de cultura e coesa de valores, língua, princípios morais, éticos e religiosos, num território que sempre se defendeu.

Deixámos de querer ser e passámos apenas a querer estar.

É triste e é pena.


João José Brandão FerreiraOficial Piloto Aviador (Ref.)


Fonte: O Adamastor

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