segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Declaração de D. Athanasius Shneider sobre a destituição do Bispo Strickland

“A única acusação que agora certamente garantirá punição severa é a de manter cuidadosamente as tradições dos Padres”. Estas palavras de São Basílio (Ep. 243) são mais apropriadas para ilustrar a destituição do Bispo de Tyler, TX/EUA, Sua Excelência Joseph E. Strickland. A deposição do Bispo Joseph E. Strickland significa hoje um dia negro para a Igreja Católica.

Assistimos a uma flagrante injustiça para com um bispo que cumpriu o seu dever de pregar e defender com parrhesia a imutável fé e moral católica e de promover a sacralidade da liturgia, especialmente no imemorial rito tradicional da Missa. Todos compreendem, e mesmo os inimigos declarados deste bispo confessor, que as acusações feitas contra ele são, em última análise, insubstanciais e desproporcionais; tendo sido utilizadas como uma boa oportunidade para silenciar uma incómoda voz profética dentro da Igreja.

O que aconteceu aos bispos durante a crise ariana no século IV, que foram depostos e exilados apenas porque pregavam destemidamente a fé católica tradicional, está a acontecer novamente nos nossos dias. Ao mesmo tempo, vários bispos que apoiam publicamente a heresia, abusos litúrgicos, a ideologia de género e convidam abertamente os seus sacerdotes a abençoar casais do mesmo sexo não são de forma alguma incomodados ou sancionados pela Santa Sé.

O Bispo Strickland provavelmente entrará na história como um “Atanásio da Igreja nos Estados Unidos”, que, ao contrário de Santo Atanásio, não é perseguido pelo poder secular, mas incrivelmente pelo próprio Papa. Parece que uma espécie de “purga” dos bispos, fiéis à imutável fé católica e à disciplina apostólica, que já dura há algum tempo, atingiu agora uma fase decisiva.

Que o sacrifício que Nosso Senhor pediu ao Bispo Strickland dê frutos espirituais abundantes para o tempo e a eternidade. Dom Strickland e outros bispos fiéis, que já foram convidados a renunciar, que estão actualmente marginalizados ou que serão os próximos na fila, deveriam dizer com toda a sinceridade ao Papa Francisco:

“Santo Padre, por que o senhor nos persegue e nos bate? Tentamos fazer o que todos os santos Papas nos pediram? Com amor fraterno oferecemos o sacrifício deste tipo de perseguição e exílio pela salvação da Sua alma e pelo bom estado da Santa Igreja Romana. Na verdade, somos os seus melhores amigos, Santíssimo Padre!”

+ Athanasius Schneider, bispo auxiliar de Santa Maria em Astana


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