sexta-feira, 19 de abril de 2024

O Papa Bento distribuía normalmente a comunhão de joelhos e na boca

Em 2009, sendo Bento XVI o Papa reinante, o Ofício das Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice emitiu um documento no qual defende a comunhão de joelhos e na boca. Publicamos aqui a tradução das partes mais relevantes desse texto:

Desde o tempo dos Padres da Igreja, existiu uma tendência que foi sendo consolidada: a preferência de distribuir a Sagrada Comunhão na língua ao invés de distribui-la na mão. São duas as motivações para esta prática: 1) para evitar, tanto quanto possível, que partículas Eucarísticas possam perder-se (por ex: ficarem na mão depois de comungar, e até mesmo caírem no chão); 2) aumentar a devoção entre os fiéis na Presença Real de Nosso Senhor no Sacramento da Eucaristia.

São Tomás de Aquino também se refere à prática de receber a Sagrada Comunhão apenas na língua. Ele afirma que tocar no Corpo do Senhor é próprio, apenas, para o sacerdote ordenado.

Portanto, por vários motivos, entre os quais o Doutor Angélico cita o respeito pelo sacramento, escreve: "...como forma de reverência para com este Sacramento, nada o toque, apenas o que é consagrado (o sacerdote), uma vez que o corpo e o cálice são consagrados, também as mãos do sacerdote (o foram) para que tocasse nesse Sacramento. Por isso, não é lícito a ninguém tocá-lo, excepto por necessidade, por exemplo, se fosse cair sobre o chão, ou então em algum outro caso de urgência."(Summa Theologiae, III, 82, 3).

Ao longo dos séculos, o momento da Santa Comunhão sempre foi marcado com sacralidade e respeito, esforçando-se constantemente para desenvolver os melhores sinais externos que poderiam promover a compreensão deste grande mistério sacramental. Na sua solicitude amorosa e pastoral, a Igreja tem a certeza que os fiéis recebem a Santa Comunhão tendo no seu interior correctas disposições, entre as quais se destacam a disposição e a necessidade dos fiéis compreenderem a Presença Real d'Aquele que estão para receber. (ver: Catecismo do Papa Pio X, nn. 628 e 636). 

A Igreja ocidental estabeleceu o sinal de ajoelhar-se como um dos sinais de devoção adequado para os que vão comungar. Um ditado célebre de Santo Agostinho, citado pelo Papa Bento XVI no n. 66 da sua Encíclica Sacramentum Caritatis, ("O Sacramento do Amor"), ensina: "Ninguém come desta Carne sem primeiro adorá-la, podemos até pecar se não a adoramos" (Enarrationes in Psalmos 98, 9). Ajoelhar-se mostra e promove a adoração necessárias antes de receber Cristo Eucarístico.

A partir desta perspectiva, o então Cardeal Ratzinger assegurou que: "A comunhão só atinge a sua verdadeira profundidade quando é apoiada e rodeada por adoração" [The Spirit of the Liturgy (Ignatius Press, 2000), p. 90]. 

Por esta razão, o Cardeal Ratzinger afirmou que "a prática de se ajoelhar para a Santa Comunhão tem em seu favor uma tradição já antiga, e é um sinal particularmente expressivo de adoração, completamente apropriado, à luz da presença verdadeira, real e substancial de Nosso Senhor Jesus Cristo sob as espécies consagradas "[citado na carta "This Congregation" of the Congregation for Divine Worship and the Discipline of the Sacraments, July 1, 2002].

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