Ontem, um Presidente de Câmara Municipal mandou cancelar e impedir que continuasse a decorrer uma conferência em que participavam reputados intelectuais e académicos, destacados políticos incluindo um primeiro-ministro europeu em funções, um candidato presidencial, diversos ex-ministros, deputados e até um cardeal da Igreja Católica.
Este Presidente de Câmara ordenou que as forças policiais cercassem o edifício onde o evento estava a decorrer, impedindo a entrada do público e dos conferencistas, proibindo a distribuição de comida e bebidas a quem já estava dentro da sala há horas e preparando-se para cortar a electricidade ao espaço, fazendo dos participantes reféns.
O local onde decorre esta conferência é privado, e o seu dono foi ameaçado de lhe ser retirada a licença de exploração da sua sala de eventos caso não cumprisse a ordem do autarca, que estava a ser posta em prática através da força pela polícia.
Tudo isto decorreu em Bruxelas, nas barbas e quiçá com a conivência de toda a classe de dirigentes e burocratas da União Europeia. Para estes actos absolutamente antidemocráticos e totalmente contrários à defesa das liberdades humanas básicas foram apresentadas, por escrito, pelo próprio presidente da Câmara local, razões que se prendem com o facto de o evento juntar personalidades com uma visão da sociedade de pendor conservador-nacionalista, uma atitude eurocéptica e que, portanto, seria gente conotada com a extrema-direita e que isso acarretaria riscos de perturbar a ordem pública na cidade.
Entretanto, numa decisão judicial de urgência, um tribunal superior belga revogou a ordem do autarca e determinou que o congresso deveria ter lugar livremente e que o segundo dia da conferência decorresse sem qualquer restrição.
Infelizmente, esta inclinação para a censura, o silenciamento, o restringir da liberdade de expressão, o uso da força e da coação para impor um pensamento único, a segregação de quem pensa diferente, a estigmatização de gente desalinhada com a narrativa no poder e todos os tiques e ferramentas totalitárias estão na essência da nossa actual Esquerda política e até em alguma Direita dita “moderada”. Na Bélgica e em toda a Europa, incluindo Portugal.
Basta ver a reação da oligarquia e dos comentadores às recentes intervenções públicas de Pedro Passos Coelho para perceber que há demasiada gente que não veria com maus olhos a instauração no nosso país de um califado progressista ou de uma democracia de aiatolas de esquerda.
Como disse o saudoso Vasco Pulido Valente: “Quando se raspa um socialista acaba sempre por se encontrar um tiranete”.
Fonte: Blasfémias
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