terça-feira, 30 de abril de 2019

Vergonhas desta terra

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Um ano e meio separam esta duas fotos. A primeira, tirada após a conferência proferida pela Professora Maria de Deus Manso, intitulada A Companhia de Jesus em Portugal: um projecto do tamanho do mundo, foi seguida por outra do Professor Pedro Dias subordinada ao tema Malaca Portuguesa de Ontem e de Hoje, presidida por SAR o Senhor Dom Duarte. Depois, a direcção da Sociedade Histórica da Independência de Portugal - que havia disponibilizado graciosamente à Nova Portugalidade, não só o acesso à sala, mas a um gabinete de trabalho - após uma sucessão de inadmissíveis provocações e descortesias, exigiu-nos somas astronómicas e mandou interditar o acesso ao edifício à delegação da NP, dando-lhe, até, ordem de expulsão.

A segunda foto foi tirada no dia 25 de Abril. Ali, o Bloco de Esquerda realizou um comício, pagou e, como pagou, até teve direito a prostituir aquela sala, tapando ostensivamente as armas daquela instituição que inscrevem os símbolos da nossa nacionalidade.

A SHIP morreu hoje, encerrando desgraçadamente a sua finalidade. Que repouse em paz, mas ao seu funeral não podemos acorrer, porquanto não cultivamos a hipocrisia.

A Restauração defenestrada

Eis-nos chegados à humilhação máxima: ver retornar ao Palácio da Independência a mesma tribo dos o escaqueiraram no PREC. A génese da SHIP (o seu ADN, como hoje se diz) parece esquecida.

No século XIX a política externa portuguesa vivia suspensa de um triângulo de geometria variável com os seus vértices em Lisboa, Londres e Madrid. Todas as posições hispanófilas, pese embora as díspares justificações e cambiantes, eram sempre vistas por muitos sectores da população portuguesa, de esguelha e como manifestações do permanente «perigo espanhol». Especialmente acutilantes na defesa da independência nacional foram alguns sectores ligados à Defesa, tendo a Revista Militar dado tribuna a muitas dessas opiniões. E instrumental na denúncia do «perigo espanhol» foi a Comissão Central 1º de Dezembro, criada em 1861 para combater o iberismo e antecessora da actual Sociedade Histórica da Independência de Portugal (SHIP). A sua génese e mesmo a sua praxis podem ser enquadradas naquilo a que arriscaríamos chamar o apelo revivalista do romantismo historicista.

Fundada por sugestão de um alfaiate da Baixa lisboeta, Feliciano de Andrade Moura, a Comissão Central 1.º de Dezembro foi criada com o objectivo de recuperar o culto popular da memória da Restauração da Independência, culminando com a construção de um monumento que recordasse para as gerações vindouras essa gloriosa gesta. Para os seus promotores e fundadores a actividade da Comissão seria o melhor talismã contra a difusão das ideias iberistas, com que as atávicas tendências absorcionistas espanholas e as convicções federalistas das pulsões republicanas de então se travestiam.
Numa época de grandes convulsões, com os ventos internacionalistas revolucionários e a premência das unificações de Itália e da Alemanha, a Comissão (ou a Associação que lhe subjazia) transformou-se, pela prática, num verdadeiro lobby patriótico, promovendo a defesa da identidade e da independência de Portugal, pela evocação da data crucial do 1.º de Dezembro de 1640. Entre os seus fundadores, organizadores, dirigentes e aderentes posteriores estiveram personalidades e políticos de nomeada como António Esteves de Carvalho (Presidente da Câmara de Lisboa), seu primeiro presidente, Feliciano de Andrade Moura, fundador e vice-presidente, Luís de Castro Guimarães, Fontes Pereira de Melo, Hintze Ribeiro, José Estêvão, Vieira da Silva, Luciano Cordeiro, Manuel Maria Coelho, Anselmo José Braamcamp, Lourenço de Almada Cyrne Peixoto (Conde de Almada), José Luís de Sousa Coutinho Castelo Branco e Meneses (Conde de Redondo), Domingos Ferreira Pinto Basto, Ramos da Costa, Álvaro de Castro, Cunha Leal, Ginestal Machado, Alfredo Sá Cardoso, José Maria Barbosa de Magalhães, Artur Ivens Ferraz, Manuel Rodrigues Júnior, Rolão Preto e Humberto Delgado. E também escritores, historiadores e académicos como Alexandre Herculano, Brito Aranha, Inocêncio Francisco da Silva, Luís Augusto Rebelo da Silva, Luís Augusto Palmeirim, Teixeira de Pascoaes, João de Barros, António Correia d’Oliveira, Mário Beirão, Queirós Veloso, Eduardo Brazão, Fidelino de Figueiredo, António Rodrigues Cavalheiro, Luís Pastor de Macedo, Gastão de Melo Matos, Manuel Múrias ou Hernâni Cidade.
Ao desfiar o rosário destes nomes depreende-se que a ideia calou fundo quer em monárquicos do Partido Histórico, e depois Progressista, quer do Partido Regenerador, herdeiros dos cartistas, quer mesmo nos miguelistas, como o conde de Almada (Lourenço de Almada Cyrne Peixoto); a par de republicanos conservadores ou radicais e muitos membros da Maçonaria, todos congregados pelo lema aglutinador e patriótico da comemoração do momento-chave na formação do Portugal moderno. E, por sugestão e proselitismo da Comissão, passaram a ser também comuns nos púlpitos das igrejas, vibrantes discursos patrióticos contra as ideias iberistas, assinalando a «gloriosa data do 1.º de Dezembro».
A comemoração da Restauração não foi, contudo, pacífica. Com a monarquia constitucional a afastar-se cada vez mais do Altar era a vez de os movimentos revolucionários porem em causa o outro pilar do sistema político – o Trono. Ora a dinastia no poder (os Bragança) tinha tido a sua instalação exactamente na movimentação popular do 1.º de Dezembro de 1640, contra o domínio espanhol sobre Portugal. A narrativa, que persiste até hoje, foi adequadamente ajeitada, pondo em causa o carácter do duque de Bragança. E acentuou-se a divulgação do dito «antes morrer reinando que acabar servindo» atribuído à Duquesa, D. Luísa de Gusmão, como resposta à consulta que o marido lhe fizera, a sós. A mítica frase é obviamente uma figura de estilo, um ademã ficcionado, usado, com evidentes recortes «maneiristas», para descrever o desfecho da conversa privada (que eu saiba ainda não havia escutas à distância). Contudo, o dito, posteriormente parafraseado e ajeitado numa qualquer peça de teatro romântica, ficou, propagando-se de geração em geração como verídico, e serviu para demonstrar que D. João IV, o primeiro rei dos Bragança, era tão tíbio e poltrão que necessitou do «empurrão» da mulher para se comprometer com a restauração da independência.
Ora os factos históricos, quando estudados, demonstram precisamente o contrário. D. João, que era de facto prudente (uma virtude tão pouco do agrado dos portugueses, diga-se), fez uma cuidada análise dos riscos envolvidos na revolta, atendendo a que, entre outras coisas, quer ele quer o cunhado se encontravam entre os maiores proprietários da Península. Contudo, seria o seu empenho e decisão que, à última hora, obrigaria os conjurados a cumprir a palavra dada. Mas o episódio da Duquesa acabou por criar um estereótipo que serviria de ilustração à caracterização que os historiadores republicanos fariam dos reis Bragança. A própria secundarização que historiadores como Teófilo Braga fizeram do papel do povo na revolta de 1640, em contraponto ao realce dado ao grupo de fidalgos conjurados, denuncia a fabricação ideologicamente ajustada do glorioso episódio histórico. Como é evidente, não seria possível a três dúzias de fidalgos, por mais experimentados que fossem na coisa das armas, levar de vencida as guarnições fiéis a Espanha sem o suporte popular. E este foi fomentado por grande parte do clero, com realce para a figura do padre Nicolau da Maia, embora nada disso conste da narrativa projectada na História.
Com o advento da República em Portugal e a subsequente subida ao poder dos «democráticos» do PRP, o novo poder iria «varrer para debaixo do tapete» o seu emblemático federalismo por que tanto pugnara. Não porque as convicções e as tendências metanacionais do humanismo maçónico ou as internacionais do movimento revolucionário socialista ou carbonário tivessem desaparecido mas porque assim aconselhava a prática política do momento, obcecada com a legitimação histórica pelo reconhecimento diplomático do novo regime, nomeadamente por parte da Coroa inglesa. E, na decorrência, muitos republicanos, na sua maioria militares, engajar-se-ão na Comissão Central 1.º de Dezembro, juntando-se sem problemas de maior a vários titulares da nobreza e fidalguia. O dia 1 de Dezembro passará então a ser feriado nacional e o Palácio Almada, declarado «monumento nacional» por decreto de 16 de Junho de 1910, sob a designação de Palácio da Independência Nacional, irá ser definitivamente a sede da Comissão Central 1.º de Dezembro.
Esta, que, recordemo-nos, havia sido fundada em 1861 para lutar contra a difusão das ideias iberistas, foi rebaptizada, em 1927, como Sociedade Histórica da Independência de Portugal (SHIP), com um novo desígnio de missão, mais generalizado e abstracto, deixando cair a acutilante expressão «contra o iberismo». Com um momento alto de bom relacionamento entre as duas ditaduras militares no poder em Espanha e Portugal, não deixava de ser da parte de Lisboa um claro sinal de descompressão e uma nova atitude face a Espanha. Na verdade, a lenta mas consistente aproximação entre os dois países peninsulares levaria a que, durante o quinquénio de 1926 a 1931, houvesse mesmo um declínio nas adesões àquela plataforma patriótica [C.C. 1.º de Dezembro/SHIP]. E nela, como já vinha acontecendo desde o sidonismo, passaram a coexistir dois vectores, por vezes pouco claros, é certo, mas reais, que se exprimiam, respectivamente, numa atitude intrinsecamente hispanófoba e numa acomodação de conveniência. O presidente da direcção que administrou a SHIP de 1915 a 1935, o coronel Francisco de Sales Ramos da Costa, oficial do Exército e membro do Partido «Democrático», foi um paradigma da primeira orientação.
Nos tempos que correm, ao olharmos para o que as notícias nos trazem, parece que da acomodação se passou à auto-mutilação mentecapta. Depois de tempos espúrios, em que o cultivo das caganças genealógicas se sobrepôs à missão fundamental da SHIP, que chegou mesmo a ser alienada para uma outra Comissão 1.º de Dezembro, eis-nos chegados à humilhação máxima: ver retornar ao Palácio da Independência a mesma tribo dos energúmenos que o escaqueiraram no PREC. A génese da SHIP (o seu ADN, como hoje se diz) parece esquecida, tendo-se entregado a sua sede à devassa e conspurcação de quem, por ideário internacionalista e totalitário, defende, exactamente o contrário da missão da SHIP, inimigos da liberdade do povo e da independência nacional.
Aos «iberistas» dos dias de hoje foi-lhes dada a oportunidade de transformar o Palácio da Independência num palco de pantominas internacionais. É até bem possível que os saltimbancos tenham industriado os seus agentes circenses para escolher aquele local, «em frente à Ginjinha», caindo na esparrela dos seus próprios mitos, convencidos de que em cada esquina espreita um tenebroso facho; e achavam que iam ter promoção à borla, atacados por «indignados fascistas da ultra-extrema-direita». Se calhar até pensavam que viriam da apregoada manifestação dos «coletes amarelos» (suspeito que mais uma vez convocada pelos sectores do aparelho de Estado controlados pelas oligarquias no poder). A verdade é que nada disso importa. A vergonha é incomensurável. Alguém responsável tropeçou nos atacadores, mais uma vez. Está na altura de os apertar, dar corda aos sapatos e pôr-se a andar. Já chega!
  • José Luís Andrade

Fonte: Observador

domingo, 28 de abril de 2019

Cristianofobia: um novo holocausto?

Em 2018, foram mortos 4.305 fiéis e detidos 3.125 cristãos;1.847 igrejas e edifícios cristãos foram destruídos, incendiados ou vandalizados por ódio à fé em Cristo.

Sim, eu sei que os ataques em que morrem centenas de cristãos são apenas ‘explosões’, ou ‘acidentes’, enquanto os actos em que são mortos muçulmanos, africanos ou, sobretudo, jornalistas são, por regra, horrendos atentados à liberdade, à democracia, à liberdade de pensamento e de expressão, ao pluralismo, à cultura, à civilização, à arte e a tudo o que há de mais sagrado e valioso no mundo.
Quando se deu, no passado dia 15 de Março, o massacre da mesquita de Christchurch, na Nova Zelândia, em que morreram cinquenta muçulmanos, não faltaram os protestos mais sentidos dos estadistas internacionais, nem a veemente reprovação dos principais meios de comunicação social. Ainda bem porque, actos desta natureza, venham de onde vierem e sejam quais forem os agressores ou as vítimas, são sempre condenáveis.
Mas, quando acontece um ataque que causou 360 mortos, sete vezes mais do que as vítimas mortais em Christchurch, e 500 feridos, como neste domingo de Páscoa, no Sri Lanka, já não há as mesmas manifestações de pesar, nem se reconhece que esses ataques foram perpetrados por terroristas islâmicos, que agiram por ódio à fé cristã. Um atentado particularmente cobarde, porque teve por alvo uma indefesa e pacífica minoria. Com efeito, a Igreja católica na distante Taprobana é residual: 6,1% de um total de 21,4 milhões de habitantes, na sua grande maioria budistas (72%) e hindus (12,6%). Os muçulmanos, 9,7%, são quase todos sunitas e poucos mais do que a totalidade dos cristãos (7,4%).
A propósito da catástrofe de Christchurch, Hillary Clinton deu os seus pêsames a todos os muçulmanos, ou seja, à “global Muslim community”. Mais ainda, no ‘tweet’ em que reagiu a essa tristíssima notícia, condenou a “islamofobia e todas as outras formas de racismo”. Contudo, quando referiu os ataques em que morreram 360 católicos no Ceilão e 500 ficaram feridos, não apresentou condolências à Igreja católica, a comunidade religiosa a que pertenciam quase todas as vítimas, nem condenou a cristianofobia, que também não equiparou a outras formas de racismo.
Outro tanto se diga de Barack Obama que, por pudores inconfessáveis, em vez de identificar como cristãs as vítimas dos atentados no domingo de Páscoa, no Sri Lanka, preferiu denominá-las como “Easter worshippers”, algo assim como ‘adoradores da Páscoa’.
Se calhar, nas mentes destes preclaros estadistas há o louvável propósito de não alimentar uma guerra de religiões, ou de evitar o vitimismo católico… Com certeza que ninguém quer deitar achas na fogueira das guerras religiosas, atirando os crentes de Cristo contra os seguidores de Maomé, ou vice-versa. Depois dos históricos encontros ecuménicos e inter-religiosos de Assis, promovidos por São João Paulo II, ninguém tem feito mais pela aproximação entre as diversas religiões do que o Papa Francisco, que visitou inúmeros países maioritariamente islâmicos e também o Ceilão, onde canonizou, a 14 de Janeiro de 2015, o indo-português Padre José Vaz (Constâncio Roque Monteiro, A Epopeia do EscravoVida e obra de São José VazO Apóstolo do Ceilão, Lucerna, Parede 2018).
Mas o nobre propósito de reconciliação entre todos os credos não pode inviabilizar o reconhecimento, nu e cru, da realidade. Se, por exemplo, um carteirista rouba um africano, possivelmente esse acto não é xenófobo, mas se o ofende por razão da sua origem, ou da cor da sua pele, não se pode ignorar o carácter essencialmente racista desse insulto. Pretender outra coisa seria, valha a expressão, branquear a questão. Também não seria sério ocultar a condição judaica de muitos dos perseguidos pelo regime nazi, para evitar a conotação rácica, ou para impedir o vitimismo dos judeus. É verdade que houve mais mártires do nacional-socialismo germânico, mas é evidente que a maioria dos judeus enviados para os campos de extermínio o foram por razão dessa sua condição, como aliás os próprios nazis confessaram.
Não se trata de inventar uma espécie de vitimismo católico, para assim esquecer ou desvalorizar as culpas da Igreja católica, ou dos seus membros, na penosa questão dos abusos de menores, ou outra. Trata-se apenas da verdade e do rigor na informação: há que tratar como iguais os factos que são idênticos, e como diferentes os que efectivamente o são. O que não se pode fazer é reduzir as agressões contra os cristãos apenas a meras ‘explosões’ ou ‘acidentes’, e considerarem-se atentados contra a humanidade os actos em que as vítimas são de outra religião, ou de qualquer minoria, por razões de raça, crença ou orientação sexual.
Zahran Hashim, um dos bombistas suicidas dos ataques deste domingo de Páscoa no Ceilão, num vídeo que o Youtube não censurou e que a Embaixada da Resistência divulgou, disse: “quem discordar dos muçulmanos deve ser morto”. Contudo, a CBS, em vez de o considerar como um terrorista islâmico, expressão que poderia ser tida por islamofóbica, preferiu identificá-lo como um mero “extremista religioso”, expressão que já não é susceptível de ferir a fina sensibilidade muçulmana.  Com certeza que um terrorista islâmico é um extremista religioso, como também um padre católico é um líder religioso. Mas, por que razão, quando um presbítero da Igreja romana é condenado por abusos de menores, é sempre citado como padre católico e nunca como líder religioso?! Pelo contrário, se um crente em Alá e no seu profeta Maomé, mata cristãos pelo facto de o serem, é apenas um extremista religioso e não um terrorista islâmico …
Segundo dados recentes, divulgados pela organização Portas Abertas e referidos pela Rádio Renascença e pelo jornal espanhol ABC, em 2018 foram mortos, por ódio à fé cristã, 4.305 fiéis, à razão de aproximadamente uma dúzia por dia; foram detidos, também por aversão à sua religião, 3.125 cristãos; e 1.847 igrejas e outros edifícios cristãos foram destruídos, incendiados ou vandalizados. Desde 2015, já foram assassinados, por ódio à fé, pelo menos 19 mil cristãos em todo o mundo: só em 2016, foram mortos mais de 7000 crentes em Jesus Cristo. Os cristãos em geral e, em particular, os católicos, sofrem na actualidade uma das piores perseguições da sua bimilenar história.
Se é doloroso o ódio dos que, por motivos religiosos, assassinam cristãos e, em especial, católicos, não é menos vergonhosa a cumplicidade de alguns meios de comunicação social e de certos sectores da comunidade internacional.
Fonte: Observador

sábado, 27 de abril de 2019

VOCÊ SABIA DISSO SOBRE A IGREJA CATÓLICA?

Muitas pessoas não sabem que a Igreja Católica é a maior Instituição Caritativa do planeta.
Se a Igreja Católica saísse da África, 60% das escolas e hospitais seriam fechados.
Quando a epidemia de SIDA estourou nos EUA e as autoridades não sabiam o que fazer, as freiras da Igreja foram convidadas a cuidar dos doentes, porque ninguém mais queria fazê-lo.

No Brasil, até 1950, quando não existia nenhuma política de saúde pública, eram as casas de caridade da Igreja que cuidavam das pessoas que não tinham condições de pagar um hospital.

A Igreja Católica mantém na Ásia:
1.076 hospitais;
3.400 dispensários;
330 leprosários;
1.685 asilos;
3.900 orfanatos;
2.960 jardins de infância.

Na África:
964 hospitais;
5.000 dispensários;
260 leprosários;
650 asilos;
800 orfanatos;
2.000 jardins de infância.

Na América:
1.900 hospitais;
5.400 dispensários;
50 leprosários;
3.700 asilos;
2500 orfanatos;
4.200 jardins de infância

Na Oceania:
170 hospitais;
180 dispensários;
1 leprosário;
360 asilos;C
60 orfanatos;
90 jardins de infância

Na Europa:
1.230 hospitais;
2.450 dispensários;
4 Leprosários;
7.970 asilos;
2.370 jardins de infância

Independente de religião, é preciso reconhecer que a IGREJA CATÓLICA, julgada por não fazer nada, vive em ajudar o próximo. Sabe por que é julgada? Não se faz propaganda, pq não é um valor católico divulgar a caridade. Só sabe quem faz parte, quem é Igreja.

Fonte: O Adamastor

Romaria assinala 10 anos de canonização de São Nuno de Santa Maria


A Romaria de São Nuno de Santa Maria assinala, em 2019, o décimo aniversário da canonização deste santo português, nascido em Cernache do Bonjardim. Entre os dias 26 e 28 de Abril, a sétima edição da romaria apresenta um programa bastante eclético, com inúmeros concertos musicais, uma mostra de produtos regionais, uma exposição sobre a Batalha de Aljubarrota, uma recriação histórica, diversas celebrações religiosas, além do XXXVI Festival de Folclore.

Promovida conjuntamente pela Câmara Municipal da Sertã e pela União de Freguesias de Cernache do Bonjardim, Nesperal e Palhais (UFCBNP), esta romaria “mostra-se cada vez mais consolidada na sua missão de perpetuar a memória e o legado de Nuno Álvares Pereira, enquanto homem, guerreiro e santo. O certame tem vindo a assumir também um papel muito importante no panorama turístico, sendo actualmente um dos principais momentos do calendário anual de eventos do concelho”, refere a autarquia sertaginense numa nota enviada à comunicação social.
A importância desta figura maior é assim destacada, ao longo de três dias, na vila onde nasceu há 658 anos. Ainda hoje é visto como um exemplo ímpar de dedicação aos outros, sobretudo aos mais pobres e necessitados, e defensor de causas nobres e leais. O seu papel decisivo na manutenção da independência de Portugal, no século XIV, garantiu-lhe um lugar no panteão dos grandes heróis nacionais.

De acordo com o programa, o arranque da romaria está agendado para as 19:00 do dia 26 de Abril, com a inauguração da exposição “Batalha de Aljubarrota”, da Fundação da Batalha de Aljubarrota, no Seminário das Missões. Às 19:30 haverá missa presidida pelo Bispo da Diocese de Portalegre e Castelo Branco, D. Antonino Dias, na Igreja Matriz, seguindo-se a Procissão das Velas com a participação da Sociedade Filarmónica Aurora Pedroguense. Pelas 21:30, a Igreja do Seminário das Missões será palco do concerto com o Saint Dominic’s Gospel Choir.
O segundo dia de actividades, a 27 de Abril, tem início às 10:00, com a pintura do mural “Batalha de Aljubarrota”, no Pavilhão Desportivo desta Vila. A abertura da Mostra de Produtos Regionais decorrerá às 13:00 e duas horas depois, no Salão Nobre do Seminário, acontece a conferência “À conversa com os Missionários”. A partir das 16:00, no recinto do Seminário, actuam o Grupo de Animação Seca Adegas, Grupo de Concertinas da Sertã e o Grupo de Música Popular de Cernache do Bonjardim. Segue-se às 19:00 a Recriação Histórica, que antecederá a actuação do Grupo de Cavaquinhos do Clube da Sertã. Destaque ainda para os concertos de David Antunes & The Midnight Band às 21:30 e da banda Cosmos às 23:00.
No domingo, último dia da romaria decorrerá a arruada às 10:00 com a Associação “Os Tambores de Casal da Madalena”, seguindo-se o cortejo com a participação da Filarmónica União Sertaginense. Às 11:00, na Igreja do Seminário, será celebrada a Missa de Acção de Graças a São Nuno de Santa Maria e, pelas 13:00 abre a Mostra de Produtos Regionais. A partir das 14:30 actua a Tuna da Academia Sénior da Sertã e inicia-se, às 15:30, o 36.º Festival de Folclore, no recinto do Seminário das Missões. Às 21:00, a actuação do grupo “Sons do Minho” encerra a programação da romaria.

Pelo sétimo ano consecutivo a Romaria volta a invocar São Nuno de Santa Maria, nascido Nuno Alvares Pereira em 1360, fruto da relação entre D. Álvaro Gonçalves Pereira e Iria Gonçalves. O nascimento ocorreu nos Paços do Bonjardim, em Cernache do Bonjardim (Concelho da Sertã), e ainda jovem, Nuno Alvares Pereira ingressou na Corte, sendo armado Cavaleiro. Nos anos seguintes, cumpriu várias façanhas à frente de destacados exércitos. Notabilizou-se na crise de 1383-1385, quando se aliou a D. João Mestre de Avis (futuro D. João I), e com ele defendeu a independência de Portugal face às investidas do soberano de Castela, que reclamava o trono nacional. Nomeado Condestável do Reino, seguiram-se inúmeras batalhas, a mais famosa das quais foi a Batalha de Aljubarrota – um dos episódios mais celebrados da historiografia portuguesa. 
Nuno Alvares Pereira mandou construir depois diversos templos religiosos e conventos e, em 1423, já depois de ter participado na conquista de Ceuta, repartiu todos os seus títulos e domínios pelos netos e entrou para a Ordem dos Carmelitas, no Convento do Carmo, tomando o nome de Irmão Nuno de Santa Maria. 
Morreu em 1431 mas a sua lembrança permaneceu viva na memória de todos. Em 1918, foi beatificado pelo Papa Bento XV e, a 26 de abril de 2009, o Papa Bento XVI decretou a sua canonização, enquanto São Nuno de Santa Maria.


sexta-feira, 26 de abril de 2019

6 de Abril: Batalha dos Atoleiros


«– Amigos, bem creio que já todos sabeis como o Mestre, meu senhor, me mandou a esta terra para com a ajuda de Deus e vossa, a defendermos de algum mal ou dano que os Castelhanos queiram praticar. E porque tenho recado certo de que o Prior do Hospital, meu irmão, o Mestre de Alcântara, e Martim Anes de Barundo, que contra direito se intitula Mestre de Avis, e Pêro Gonçalves de Sevilha e outros senhores com muita gente estão no Crato, que daqui é mui cerca, prontos a entrar nesta terra e destruí-la, minha vontade é de ir em vossa companhia buscá-los antes que se movam, e pelejar com eles. Espero na mercê de Deus ter deles vencimento, o que será para o Mestre, meu senhor, extremado serviço, e para vós honra e grande bem, pois defendeis a vossa terra, o que direitamente vos pertence».

Tanto que Nun'Álvares acabou estas palavras, todos à uma disseram que a coisa era pesada e muito de cuidar, pedindo, lhes desse espaço para nisso pensarem; e após responderiam. Não foi Nun'Álvares mui satisfeito, mas sofreu-se, porque não podia fazer mais. Ao dia seguinte, feito seu acordo, responderam por esta forma:

«– Nun'Álvares senhor, bem entendido temos o que ontem nos dissestes: e achamos que é coisa muito duvidosa irmos em vossa companhia pelejar com aquela gente pelas razões que vamos dar. A primeira por serem grandes senhores e com muita gente; a segunda porque vêm com eles o Prior, vosso irmão, que é um dos principais, e outros vossos irmãos, e é dura coisa pelejardes vós com eles; a terceira porque tendes muito pouca gente, comparada com a deles. Concluindo: não temos intenção de irmos convosco a tal peleja».

Quando Nun'Álvares tal resposta ouviu teve ainda maior pena que da primeira vez; e com a grande dor e aflição em que ficou, lembrou-se de lhes falar assim. Corria em frente deles uma pequena regueira com uma pouca de água e Nun'Álvares foi para eles e exclamou:

«– Amigos, de mim não sei que vos diga mais do que já disse; mas enfim vou responder às razões que me destes, uma por uma. A primeira, dos Castelhanos serem grandes senhores, tanto maior honra e louvor vos será de os vencerdes. Quanto à dúvida que tendes por ali virem meus irmãos, eu vos digo e prometo de verdade que ainda que lá viesse meu pai, eu seria contra ele, por servir o Mestre, meu senhor, e defender a terra que nos criou. E para verdes que assim é, se quiserdes ser comigo nesta obra, eu vos juro que serei o primeiro que a comece, para verdes a vontade que tenho neste feito contra eles. E enfim, pela parte de sermos poucos e eles muitos, não duvideis por isso de irdes a tal obra, pois muitas vezes aconteceu os poucos vencerem os muitos, que o vencimento está em Deus e não nos homens. Mas já que assim é, rogo-vos que aqueles que quiserem ir comigo a esta obra se passem da parte d'além deste regato, os que não quiserem fiquem de cá».

E isto dizendo passou ele; e os outros, quando o viram fazer, todos disseram que queriam ir com ele e passaram também.

«Crónica do Condestável de Portugal», século XV.


Fonte: Veritatis

Programa 10º Aniversário da Canonização de São Nuno de Santa Maria


quinta-feira, 25 de abril de 2019

Páscoa de sangue para o Portugal universal

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Três igrejas atacadas, hotéis rebentados, mais de duzentos mártires e muitas centenas de feridos, eis o balanço provisório da investida dos sicários no Ceilão. O Palácio das Necessidades divulga, em manifestação da confrangedora impreparação do pessoal diplomático, que "há um português entre as vítimas". Fazer triste figura nos momentos de dor parece ser o preço a pagar por confiar as mais relevantes funções do Estado a analfabetos. É improvável, ou quase impossível, que só um português tenha perecido nos ataques, ou não fosse a comunidade visada - os católicos do país - constituída largamente por luso-cingaleses. Aqueles católicos, que se contabilizam em quase um milhão e duzentas mil pessoas, são na sua maioria, de sangue ou de sentimento, descendentes de portugueses. Até a Igreja de Santo António, em Colombo, foi fundada no século XVII por um missionário português, Frei António. No mínimo, seria de exigir que a diplomacia portuguesa se informasse e não tratasse os luso-cingaleses enlutados como se nos fossem estranhos. Nem seria pedir o mundo a sugestão de que o Estado português se junte a estes seus filhos decretando luto nacional. Pena estarmos nas mãos de homens sem consciência de que há fora do rectângulo um Portugal americano, um Portugal africano e, no caso, um Portugal asiático a que devemos amparo. Se Lisboa não sabe, há que lembrá-la. Nem que seja para poupar-nos a vergonhas.

SAR, O Senhor D. Duarte Pio na SIC Notícias

O Duque de Bragança foi convidado da Edição da Noite, onde falou sobre os ataques no Sri Lanka. SAR, D. Duarte Pio esteve há poucos dias naquele país e comunicou de muito perto com a comunidade portuguesa no Sri Lanka.

quarta-feira, 24 de abril de 2019

R.I.P. Ricardo Chibanga (1942-2019)

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A nossa homenagem ao homem que juntamente com Eusébio, também natural de Lourenço Marques, representava o triunfo pelo mérito e a unidade de espírito de uma nação pluricontinental e multirracial desfeita pela ignorância de muitos. Muito embora não fosse o primeiro toureiro negro português - já os havia no século XVIII - Chibanga não era apenas um português mais; era o cúmulo do portuguesismo. Paz à sua alma.


terça-feira, 23 de abril de 2019

Castelo de Porto de Mós reabre requalificado e inclusivo

Porto de mós

O Castelo de Porto de Mós foi alvo de obras de requalificação, acessibilidade e inclusão e foi inaugurado no passado dia 6 de Abril. O programa teve início com uma missa de veneração das relíquias de São Nuno de Santa Maria, tendo continuação no Castelo de Porto de Mós, onde foi descerrada a placa que regista este acontecimento.

Foram, ainda, inauguradas, nesta ocasião, a Sala D. Afonso, IV Conde de Ourém e a exposição permanente “D. Afonso, IV Conde de Ourém, Vulto Ilustre da História de Porto de Mós”.

A cerimónia contou com a presença do Presidente da Câmara Municipal de Porto de Mós, Jorge Vala, do Presidente da Fundação Dom Manuel II, Duque de Bragança, Dom Duarte Pio, do Presidente do Turismo do Centro de Portugal, Pedro Machado, da Vice-Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, Isabel Damasceno e do Presidente da Fundação Histórico-Cultural Oureana, Carlos Evaristo.

No decorrer da cerimónia teve, ainda, lugar a Assinatura do Protocolo de Cooperação entre o Município de Porto de Mós, a Fundação Dom Manuel II e a Fundação Histórico-Cultural Oureana, no âmbito de uma melhor compreensão da figura de Dom Afonso, IV Conde de Ourém, e do seu papel na história de Porto de Mós e do Castelo, com a criação de uma exposição permanente. Este Protocolo tem como finalidade a promoção, divulgação e desenvolvimento de actividades de âmbito cultural e científico e desenvolver o conhecimento, a cooperação, o turismo, o restauro e a manutenção de artefactos históricos ou culturais.

Segundo o Presidente da Câmara Municipal, o Castelo de Porto de Mós “é um lugar de aprendizagem, um espaço lúdico de elevada dignidade (…) é uma plataforma a partir da qual todo um território se torna tangível e susceptível de ser fruído (…) por isso queremos que o castelo alargue a sua capacidade de se oferecer ao público, através da evolução do projecto sensorial, que o tornará ainda mais acessível”, concluindo que “nem tudo se pode tornar acessível a todos, mas quem tem responsabilidades públicas tem o dever de tentar”.

A primeira fase da intervenção deste Monumento Nacional contemplou obras de Manutenção e Requalificação, um investimento de cerca de 250 mil euros, no âmbito do Programa Operacional Regional do Centro, Portugal 2020, enquadrado no objectivo principal “Revitalizar as Cidades” e que assentou em trabalhos de limpeza, alteração elétrica, melhoria da eficiência energética e reparação de infiltrações.

A segunda fase da intervenção no Castelo destinou-se à adaptação a Monumento Nacional Inclusivo, com a execução de um percurso acessível, financiado pela Linha de Apoio ao Turismo Acessível do Turismo de Portugal.


segunda-feira, 22 de abril de 2019

Portugalidade de luto carregado nesta Páscoa de 2019



Perdão, mas nos repelentes ataques terroristas no Sri Lanka não morreu apenas o nosso compatriota Rui Lucas, mas uma centena e meia de Portugueses do Ceilão, paroquianos de Santo António de Kochchikade. Evocando São José Vaz, apóstolo goês que missionou o Sri Lanka, exprimimos a maior solidariedade aos nossos irmãos colhidos neste dia da Ressurreição.

sábado, 13 de abril de 2019

A república sem ética!

É preciso dizer tudo aos meninos, as regras essenciais, com desenhos elucidativos porque eles só têm esperteza para a asneira. Eis no que se transformou a república da 'ética', da demagogia, das maçonarias e carbonárias, das quadrilhas e da treta. Neste pano de fundo poucos políticos se salvam. Talvez Rui Rio, apesar de ser republicano e excessivamente liberal quanto aos costumes. Ainda assim é o único que raciocina como uma pessoa normal e que transmite o seu pensamento de forma a que as pessoas normais o possam entender. Neste caso do 'regime familiar' colocou o acento tónico onde deve ser colocado – por mais leis que se façam quando falta a ética, não adianta. Se os parentes não entram pela porta entram pela janela!

Não posso estar mais de acordo embora prefira substituir a 'ética' que os republicanos conspurcaram por uma palavra mais simples – educação! E a partir daqui o meu diagnóstico e simples e directo: - num regime deseducativo é muito difícil que surjam pessoas educadas e mesmo que surjam não estão disponíveis para assumir responsabilidades governativas. O exemplo do governo Costa é elucidativo. Ali o que faz mais impressão não é a sua existência mas o facto de os envolvidos acharem aquilo normal!
Dei a minha explicação para o caos instalado. Se Rui Rio tem outro diagnóstico e outro tratamento a propor, que diga.


Saudações monárquicas



Fonte: Interregno

sexta-feira, 12 de abril de 2019

Divulgue A Monarquia!



Numa Monarquia existem níveis mais exigentes de igualdade entre as pessoas e maior transparência democrática das instituições e dos políticos. Ao observar-se as diversas realidades das Monarquias, tem-se constatado isso.

Não são reformas de almanaque que evitarão o colapso do modelo teórico republicano do século passado sem um sistema de valores, sem ética, de poder pessoal e com instituições escleróticas. Este ainda novo e eruptivo século, com precisão de maior escrutínio, clama pelo regímen que durante 771 anos tão bem serviu os Portugueses: a Monarquia.

A ideia de que numa Monarquia o Povo se teria de desfazer em obséquios perante o Rei e diante de uma nobreza a pairar sobre os demais, é completamente errada e mesmo absurda, e só pode resultar de 108 anos em que os escribas do regime republicano, com camada sobre camada de ‘entulho’, reescreveram a História, formatando a opinião e orientando-a para o erro de percepção.

Os Reis de Portugal sempre tiveram uma visão voluntarista de Reinar, de dever perante o Povo; Reinar em prol do Bem Comum, até porque a Monarquia Portuguesa era uma verdadeira Monarquia Popular, em que a Coroa, o Poder Real, a Graça de Reinar era transmitida por intermédio da Comunidade, sendo a Aclamação Popular o passo jurídico que verdadeiramente fazia o novo Rei, um Rei Eleito pela Comunidade dos Portugueses reunida em Cortes e para reinar para o bem do Povo, para o bem da Comunidade, da Grei, da Res Publica. O Rei traduzia a vontade nacional, sentindo com o Seu Povo, fazendo seus os problemas deste e transmitindo as suas ânsias aos políticos. O Rei tinha de pôr em primeiríssimo lugar os interesses do próprio Povo e da Nação tendo por dever fundamental reinar ’em prol do comum e aproveitança da terra’.
Por essa razão, sempre que puder, DIVULGUE A MONARQUIA!

Miguel Villas-Boas

quinta-feira, 11 de abril de 2019

O lapso

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Diz o deputado Fernando Negrão que as “relações familiares não podem ser preponderantes nas decisões do país”, e tem toda a razão. Engana-se, no entanto, quando logo de seguida justifica tal impossibilidade com o facto de vivermos em República e não numa Monarquia.

Conhecendo, como certamente conhece, o funcionamento das instituições democráticas em países como a Holanda, a Dinamarca ou a Noruega, tal afirmação só pode ter sido um lapso. Seria demasiado grave pensar que se trata de preconceito quanto ao sistema de chefia de estado de alguns dos países com as mais altas taxas de democraticidade, transparência e de igualdade do mundo.

Numa Monarquia o Rei, apoiado pela família real, tem como principal missão servir o país, ser o elo que congrega o interesse de toda a comunidade e os valores que a garantem enquanto tal; é o único que está acima de todos os interesses individuais e partidários. É esse o seu dever e a sua razão de ser; a procura do bem comum.

É disso que precisamos e cada vez mais; uma instituição que esteja acima dos partidos políticos e sempre em defesa de Portugal.

Teresa Côrte-Real
Presidente da Causa Real

terça-feira, 9 de abril de 2019

AS MENTIRAS DE ESTADO E DO ESTADO – PARTE II[1]

“Um tolo está sempre pronto a alvoroçar-se perante qualquer teoria ou discurso”.
                           Hieráclito[2]

            E aqui chegamos às tais mentiras do Estado do actual regime.
            E a primeira é logo a da diabolização do regime anterior, conhecido por “Estado Novo”. E, para isso, basicamente o que dizem dele e dos seus principais próceres, nomeadamente do Professor Salazar é, basicamente, tudo mentira tanto na substância, como na forma e nas intenções.
            Depois vem a sacrossanta “guerra colonial”, que nunca existiu, e de que dizem o que Maomé não se atreveu a dizer do toucinho, como se usa dizer.
            Também nisto não têm pingo de razão, pois tratou-se uma guerra justa, nacional, patriota, de direito, defensora dos interesses portugueses, de legítima defesa e apenas um continuado prolongamento da nossa atribulada História.
            Guerra (de guerrilha) em que não tínhamos, desde a Guerra da Restauração, tão bom desempenho e com muito menos sacrifícios.
            Ora estas mentiras inquinaram tudo e passaram a influenciar tudo, sobretudo porque condicionaram psicologicamente uma grande parte da população.
            A partir daqui nasceram mentiras menores que vão desde o que inventaram sobre a figura do Cônsul Aristides Sousa Mendes, ao afirmarem, com ar sério, que estamos perante a geração mais bem preparada de sempre!
            O que se tem aduzido sobre a figura do cônsul – que não tem culpa nenhuma do que fizeram dele na actualidade – visou sobretudo interesses sionistas e atacar a figura do fundador do Estado Novo, o que deu origem a um chorrilho de disparates e mentiras a que todos os órgãos de soberania deram o seu aval – a que tinham resistido – aparentemente até duas visitas a Lisboa de um congressista luso-americano, de seu nome Tony Coelho.
            A mentira da propagandeada geração mais bem preparada é uma falácia de inacreditável desvergonha baseada, ao que se supõe, no facto de nunca ter havido tanto diploma distribuído.
            Só que distribuir diplomas não é sinal que os “alunos” estejam bem preparados, pois a falência generalizada do ensino em Portugal é possivelmente o maior “calcanhar de Aquiles” do País, lançando na sociedade todos os anos, dezenas de milhares de “cidadãos” muito mal preparados para a vida em todos os âmbitos (intelectual, cultural, físico, cívico, moral, etc., o que tem sido extraordinariamente agravado pela crise em queda livre da família tradicional; do fim do Serviço Militar Obrigatório e a doentia dependência tecnológica (como os telemóveis, videojogos, internet, etc.).
            Como pano de fundo temos a mentira do “Relativismo Moral”, que é o pior de todos os cancros; é transversal a tudo e impede qualquer matriz referencial que possa orientar e dar coerência, seja a que actividade humana for.
            Ilustremos algumas outras mentiras “de Estado e do Estado”:
            - Mário Soares é o pai da Democracia; mentira, o pai do regime democrático, como ele é descrito maioritariamente, foi o bacharel Manuel Fernandes Tomás, principal responsável pela implantação do Liberalismo em Portugal, em 1822;[3]
            - O PCP é patriota; perdão? Como é que se pode considerar “patriota”, um partido que desde a sua fundação esteve sempre obediente a uma potência estrangeira, através do seu partido totalitário, chamado Partido Comunista da União Soviética?
            - A Democracia é o menos mau dos Sistemas Políticos; mentira é o “pior” dos regimes políticos, pois é aquele que entra no âmbito psicológico e melhor engana o cidadão votante, pois fá-lo acreditar que pode “influenciar” alguma coisa;
            - O Golpe de Estado do 25 de Abril foi feito para restaurar a Democracia e a Liberdade em Portugal; mentira, foi feito por causa do Decreto-Lei 353/73 de Julho desse ano, que interferia na normal promoção dos oficiais do Quadro Permanente das Forças Armadas e por um desentendimento que o então General Spínola teve com o Professor Marcello Caetano;
            - Os Partidos Políticos são indispensáveis à Democracia; mentira, os Partidos Políticos são, por norma, os coveiros da Democracia (pelo menos entre nós); e já houve quatro tentativas fracassadas, que colocaram Portugal de pantanas!
            - Os encontros semestrais entre os governos de Portugal e Espanha foram, até há bem pouco tempo, chamadas cimeiras ibéricas; pois foram, mas é mentira, foram sempre luso - espanholas, pois não se deve confundir uma realidade geográfica com duas realidades políticas, coisa que o Estado Português levou mais de 30 anos a perceber;
            - Cristóvão Cólon era genovês e trabalhou para os Reis Católicos; é mentira, já se consegue provar que o Cristóvão Cólon não é o Colombo italiano e não há a certeza para quem ele “trabalhava”;
            - Não se reconhece juridicamente Olivença como fazendo parte de Espanha, é certo, mas nada se faz para a sua retrocessão para a sua Pátria – tão pouco se fala no assunto;
            - Os pais da agora União Europeia são o Jean Monet, De Gaspari, Robert Schuman, Konrad Adenaur, Paul-Henri Spaak, Johan Beyen, Joseph Bech e outros, como Winston Churchill (desde que a Grã-Bretanha não pertencesse…) e todos os “clássicos” com que nos enchem os ouvidos; é mentira, os pais da UE, são o “estranhíssimo” (e vou ficar por aqui) político Conde Richard Coundenhove - Kalergi e o seu Movimento Pan-Europeu;[4]
            - O “Poder Local” é uma das conquistas de Abril e um sucesso do regime; é mentira, o Poder Local é um feudo dos Partidos; uma extensa rede de nepotismos; um desregramento de gastos; um poço de dívidas; o reino das taxas e taxinhas; da especulação imobiliária; do envelope por baixo da mesa; da pouca-vergonha do IMI; do “complexo de quinta”; do deslumbramento das “rotundas”, etc.;
            - O Serviço Nacional de Saúde (SNS), esse sim, podemos orgulhar-nos! Mentira, o SNS tem pessoal dedicado; organização razoável e um serviço assistencial que não deslustra, mas o seu custo é incomportável e incompatível, com a nossa economia e poupança; o desregramento financeiro era pavoroso; o negócio com as obras hospitalares (como o das escolas) merecia “mil” investigações da PGR; o número de “meios materiais” que “desaparecem” ao longo da cadeia que vai da mulher-a-dias ao topo da hierarquia está longe de ser despiciendo; acrescenta-se o descontrolo relativo a medicamentos e acções complementares de diagnóstico e o duplo ou triplo emprego, etc..
            Quando o Governo recentemente começou a cortar verbas; acabou com a escandalosa abundância de horas extraordinárias e caiu na asneira de reduzir as horas de trabalho semanais para 35, o sistema começou de imediato a entrar em colapso;
            - O PR, o Governo, o Parlamento, passam a vida a elogiar as Forças Armadas e a dizer que está tudo bem, enfim, “há falta de meios, mas o país não pode pagar mais, mas as missões não estão afectadas”, etc. É mentira; os conflitos institucionais estão sempre presentes; as palavras são de circunstância; a tropa está de rastos e tem falta de tudo, há décadas. Não há, aliás, instituição/empresa/sector, em todo o País, que tenha sido mais mal tratado. Está tudo preso por fios como o triste caso de Tancos, finalmente evidenciou, com estrondo. Até agora ninguém retirou ilações do caso, que está longe de estar resolvido. Esta componente fundamental da Defesa Nacional é, pois, uma grandessíssima mentira e a Defesa, no seu todo, ainda é maior;
            - Andam sempre com a frase (tirada do contexto) do Pessoa de que a “minha Pátria é a língua portuguesa”, como expoente da importância que dão à língua e respectiva cultura; mentira, se assim fosse não se teria assinado o negregado “acordo ortográfico”, cedendo a interesses brasileiros, subalternizando-nos; não apoiam as comunidades portuguesas e outras que querem manter ligações culturais a Portugal e, pior que tudo, abarracaram o ensino do português aos próprios descendentes dos “que de luso ou lisa, filhos foram, parece, ou companheiros”!
            - A quebra catastrófica da natalidade e o facto de os casais não quererem ter filhos, é das fracas condições sociais e económicas; mentira, se assim fosse ninguém tinha filhos desde o Afonso Henriques! É justamente por as condições terem melhorado que o pessoal não quer ter descendentes, pois o seguro de vida antigamente, para a velhice, eram justamente os filhos. Mas não só, seguem-se muitas outras razões: em primeiro lugar aumento exponencial dos métodos contraceptivos, com destaque para a “pilula”; depois o feminismo, a homossexualidade e a propaganda do aborto; finalmente o materialismo, o hedonismo e outros “ismos”, bem como a “despromoção” da maternidade a uma coisa menor, etc.. Dá um livro;
            - Para combater o inverno demográfico temos de chamar e acolher imigrantes e migrantes; mentira, o que temos que fazer é justamente combater todas as causas da quebra da natalidade; evitar que os portugueses emigrem; combater as redes de tráfego humano; dignificar o trabalho; repor as escolas técnicas e deixar de querer que todos sejam “doutores”; combater o preconceito de que há boas e más profissões, mas sim bons e maus profissionais; deixar de pactuar com a subsídio - dependência e com a cáfila de aleijados morais que por aí abundam, etc.. E acabar de vez com a pouca vergonha que nos rebaixa, de andar a oferecer e a vender a nacionalidade portuguesa como não se contratam “serviços” num prostíbulo. Medidas que tardam;
            - Os fogos florestais são causados pelas mudanças climáticas, desordenamento florestal e falta de limpeza! Mentira, os fogos são causados por mãos humanas, quer por dolo ou por incúria!
            Chega, não direi mais.
            De tanta mentira, passámos a conviver com ela como se fosse uma coisa normal.
            A única coisa que ainda fazemos como comunidade e individualmente é, entre duas garfadas de comida e um copo (nisso a verdade existe…), refinarmos o cinismo e mantermos o sarcasmo nas piadas que sempre aparecem como cogumelos.
            É curto.
            Por tudo isto se pode concluir que a maioria dos agentes do Estado, a começar naqueles de categoria mais elevada, mentem e mentem extensivamente. E calar uma verdade também é mentir. Dizer uma coisa hoje, e o seu contrário amanhã; não cumprir as promessas eleitorais, não assumir responsabilidade sobre nada, também é mentir, além de demonstração de muito fraco carácter. A frase “o Estado tem de ser servido por pessoas sérias”, daria um bom “título”, mas até hoje nunca a vimos publicada em nenhum manifesto eleitoral…
            O que se passou e passa, com a situação da banca e das finanças nacionais é disso uma evidência bárbara e criminosa.
            De tanto se mentir cuido até, que já nem se dão conta de que o fazem, pois a vergonha, se alguma vez existiu, há muito se lhe perdeu o rasto.
            Para já não falar nos seguidores de Lenine, para quem uma mentira repetida mil vezes torna-se uma verdade.
            No fundo para todos aqueles para quem os fins justificam os meios. E esses não ficam “alvoroçados” pois não são tolos.


João José Brandão Ferreira
Oficial Piloto-Aviador (Ref.)
       
           

[1] Nem a propósito do 45º aniversário do 25 de Abril…
[2] Éfeso 540-470 A. C. Filósofo pré-socrático, considerado o “pai da Dialética”. Recebeu a alcunha de “o Obscuro”.
[3] Figueira da Foz, 30/6/1771 – Lisboa, 19/11/1822.
[4] Tóquio, 16/11/1894 – Schruns, Áustria, 27/7/1972. Começou por ser Austro-Húngaro, depois Checoslovaco e finalmente Francês. Filho do Conde Henrich Von Condenhove-Kalergi e da aristocrata japonesa Mitsuko Aoyama.


Fonte: O Adamastor