“- Que nome se dá a alguém que não acredita nas alterações climáticas?
- Persona non greta”
Autor desconhecido
Desde tempos imemoriais que as gerações mais novas aprenderam a respeitar as mais velhas.
Desde as mais antigas tribos que a Direcção, o Conselho, a Justiça, os problemas mais graves da comunidade eram resolvidos pelos mais idosos, muitas vezes reunidos em conselhos de anciãos.
Mesmo quando se “inventou” a Monarquia, o Rei tinha na sua formação e em seu conselho pessoas de reconhecido saber derivado não só das suas capacidades (inatas e adquiridas) e do conhecimento da vida, que só uma vida longa pode proporcionar.
Do mesmo modo nas famílias eram os avós (quando existiam) que passavam o testemunho aos netos.
Era, e é, a lei natural das coisas.
Tal não tinha segredos nem obrigava a licenciaturas: quem vive mais tempo tem, naturalmente, mais conhecimento das coisas e dos homens, já que nada pode substituir a experiência (falo dos homens, pois as mulheres sempre foram imperscrutáveis…).
Este estado de coisas não se passava num ou noutro local era, simplesmente, universal.
É certo que em todas as épocas há jovens que nunca chegam a ser velhos e velhos que nunca foram jovens.
Tem a ver com o grau de maturidade que se vai adquirindo.
Ser “novo” ou “velho” é também um estado de espírito (muito na moda que agora nos querem impingir quanto a género!...). E a maturidade também se comporta como o Vinho do Porto…
Ora a partir de meados dos anos 60 do século passado começou a dar moléstia na sociedade dita ocidental e as coisas começaram a virar. Ainda não parou.
Para isso contribuiu muito o Maio de 68; o movimento hippy; o pacifismo; o feminismo; o ateísmo; o individualismo; o materialismo; etc. os “ismos” nunca mais acabam.
Rebentaram com a família tradicional, ataca-se a Igreja, as instituições nacionais e agora estão a destruir as Nações.
Os sistemas de “democracia liberal” cuja génese é baseada na quantidade (e não na qualidade) dos votos depositados na caixinha mágica a que apelidaram de urna – nome de um mau gosto atroz, mas que inconvenientemente espelha o que de lá, por norma, sai…
Ora as diferentes formações políticas que tomaram o nome de “Partidos” – outro termo péssimo, mas que também espelha o que deles resulta – para tomarem ou se aguentarem no Poder, raramente fazem o que devem mas abusam da demagogia, logo da mentira e de mil caras. A sociedade foi na onda (e estou a simplificar muito as coisas).
Deste modo, a indisciplina e a desordem, grassam nas escolas, na família, nas empresas e até nos quartéis.
A autoridade e a hierarquia transformaram-se em conceitos malditos. Os juízes passaram a ser rapazes novos; a idade e os anos de serviço para os militares de posto superior poderem estar no activo, não pára de descer.
Com a esperança de vida a aumentar e os meios da segurança social a diminuir, os velhos passaram a ser um alvo a abater; nem a propósito a eutanásia medra e os “idosos” que deviam ser acarinhados passam a “peste grisalha”.
Começaram, aliás, por empurrar os mais velhos para a reforma, para logo a seguir se arrependerem e aumentarem o tempo em que se tem de trabalhar…
As próprias famílias – são raras as que se aguentam empurram o mais possível os mais idosos (muito antes de se esgotarem as hipóteses possíveis) para os lares, que se tornaram um dos melhores negócios do país.
Aliás o que está a dar são os cães e os gatos!
Os mais velhos passaram a ser preteridos em massa pelos mais novos, na procura de emprego; os líderes partidários namoram as respectivas juventudes; já assisti a chefes militares dirigirem-se a cadetes de um modo como se eles já fossem aquilo que ainda aspiram a ser.
Os gabinetes dos ministérios estão cheios de “jovens” para dar um aspecto de modernidade, embora toda a gente saiba que é para dar um tacho aos filhos dos amigos ou a familiares.
Quase todo o "marketing" apresenta, invariavelmente, jovens bem - parecidos e com aspecto de sobredotados para passarem a sua propaganda, como se tal fosse a linha média da sociedade.
Ou seja, a cultura efémera da forma!
O discurso político apela (ou rasteja) aos jovens; “livra-os” do serviço militar obrigatório ou de qualquer serviço cívico; nivela por baixo, fomenta o facilitismo (já nem se pode chumbar na escola), só fala em direitos e nunca em deveres e só lhes falta prometer a vida eterna.
Já me esquecia, agora até já aos dezasseis anos podem mudar de sexo sem autorização dos pais e já se fala em baixar a idade da maioridade para aquele número…
Resultado, chegam à idade adulta sem estarem minimamente preparados para a vida; viciados em ociosidade (quando não em drogas); perdidos no espaço e no tempo; danadinhos por emigrarem ou fazerem uma “volta ao mundo”, antes de “assentarem”, e cheios de referências erradas que potenciam a frustração, o mau desempenho, etc..
Depois queixam-se da demografia negativa…
É evidente também, que houve aqui muita demissão dos avós (já nem falo dos pais), mas “banhos quentes e camas fofas” nunca foram grandes conselheiros (a maleita moral que levou à queda do Império Romano…).
Não há, porém, boas nem más gerações.
Elas são todas idênticas, pois a natureza humana não muda (ou muda muito devagarinho – assim como as alterações climáticas).
Mas as referências, essas mudam constantemente.
E passou a haver a cultura da pressa, derivado em grande parte da compressão do conceito do espaço/tempo e do desenvolvimento exponencial da tecnologia.
Em suma, a análise de tudo isto daria vários tratados de muitas páginas, desde que expurgados das diferentes dislexias mentais que por aí abundam.
As coisas que são verdadeiramente importantes estão “inventadas” há muito tempo e não mudam por aí além.
Deste modo a juventude, tem de ser preparada para a vida, de preferência dentro das suas aptidões (a verdade da diferença contra a mentira da igualdade); segundo as leis naturais; darem tempo ao tempo, sem embargo da troca de ideias; no exercício do respeito mútuo e da hierarquia; no sentido em que a comunidade deve ter um valor mais elevado que o individuo; com referências morais e éticas elevadas e não no relativismo das mesmas; que se pode e deve chegar à ideia de Deus, através da Fé e da Razão; na ideia da transcendência espiritual da vida e não no materialismo da mesma e que os Direitos devem derivar dos Deveres cumpridos e não estão garantidos à partida.
A Liberdade não existe nem se desfruta na medida em que é decretada, mas na tradução do que é possível.
É um valor, em si, absoluto, mas a sua aplicação é relativa…
Poderia continuar, mas creio já ter ilustrado o ponto.
É neste contexto que apareceu o fenómeno da jovem Greta. O fenómeno é explicável mas inadmissível.
A moçoila, que não passa de uma fedelha mimada, doente, explorada, aparentemente manipulada, infeliz e zangada, vocifera e invectiva tudo e todos. Com muitos apoios por detrás.
Parte dos filhos d’algo deste mundo (ocidental), acompanhados pela histeria de grande parte dos “OCS”, de que somos servidos, genuflectem perante toda esta aberração.
O nosso PR, por uma vez (vá-se lá saber como), resistiu à vertigem de que anda constantemente possuído e não foi falar com a pequena, vítima de escravatura infantil (ou será o quê?).
Nada para admirar, é apenas o último exemplo de terem posto a sociedade (e as leis naturais) às avessas.
Quanto às propaladas alterações climáticas e ao alarido à sua volta, merecem uma análise mais profunda.
A coisa está longe de ser pacífica. E o que parece, às vezes, não é.
João José Brandão Ferreira
Oficial Piloto Aviador (Ref.)
Fonte: O Adamastor
Sem comentários:
Enviar um comentário