Bastou uma semana de choque com o feio espectáculo do mundo doente para que desaparecessem todas as excentricidades ideológicas, próprias de sociedades entregues à abundância, à ociosidade e à rotina - logo, procurando vorazmente distrações, ópios psicológicos e picos nervosos. As gritarias do género, das quotas, dos comunitarismos, da "invisibilidade" de uns e de outros, das escravaturas, da legalização da cannabis, da iminência de catástrofes ambientais, as Gretas; tudo isso se volatilizou, desapareceu, perdeu valor.
Aquele mundo à Philip Roth - sim, pois que era distopia de plástico - volatilizou-se. O importante, o social, o político e o económico, eixos do real, regressam jubilosamente. Agora, importa que falemos de reindustrialização, de economia nacional, de produção e de economia virtuosa, assim como da reforma do regime muito doente e de um novo pacto de comunidade que permita a todos caminhar unidos no novo tempo de incertezas que se abre. O país perdeu muitas décadas, criou maus hábitos, afundou-se na mediocridade, deixou que se perdessem uma a uma as oportunidades que se lhe ofereceram. Agora, há que começar a viver fora das alienações.
MCB
Fonte: Nova Portugalidade
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