segunda-feira, 14 de novembro de 2022

A quem servem as greves climáticas?

Os jovens foram levados a acreditar no discurso oficial sobre as alterações climáticas causadas pelo Homem, pela necessidade de salvar o planeta do aquecimento global causado pelos gases de efeito de estufa, principalmente pelo CO2 resultante da queima de combustíveis fósseis.

Estes jovens foram doutrinados nas escolas, onde o tema das alterações climáticas faz parte dos curricula e onde é explicado de uma forma demasiado simples e redutora para ser absorvido pelas mentes tenras, com a chancela de “teoria cientificamente comprovada” – quando não passa de uma mera hipótese com mais de um século e que nunca adquiriu sequer foros de teoria sólida.

É natural que a grande maioria dos jovens e até dos menos jovens esteja convencida que o discurso oficial vendido nas escolas e nos meios de comunicação dominantes – que a toda a hora atribuem as catástrofes às alterações climáticas –, corresponde à verdade absoluta e comprovada.

A verdade porém é que os governos, organizações ambientalistas e climáticas e a própria ONU apregoam a sete ventos que é preciso salvar o planeta dos estragos que estamos a provocar e fazem dos humanos os culpados de todas as desgraças que nos atingem. Nesta sua campanha contra o Homem, contam com a colaboração dos meios de comunicação dominantes, comentadores sem qualquer formação científica mas que debitam a cartilha, e também de académicos convertidos a esta religião porque lhes rende patrocínios dos poderes políticos nacionais e transnacionais.

A Ciência não pode nem deve estar subordinada à política mas, quando isso acontece, só serve de meio para justificar fins políticos que podem não ser assim tão altruístas e inofensivos – basta que nos lembremos da colaboração que certos cientistas deram a Hitler, alguns chegando mesmo a defender que o tamanho e a forma do cérebro humano justificava o racismo, a segregação e o genocídio de seres ditos inferiores.

Não sabemos até que ponto o climatismo está a ser usado para fins políticos, mas é legítimo pensar que poderá estar se confrontarmos os objectivos declarados pelas elites plutocratas mundiais com as ações climáticas que impedem o desenvolvimento dos países pobres e menos pobres. De facto, essas elites pretendem reduzir a população mundial com receio de que os recursos do planeta não cheguem para todos.

A ONU, sequestrada por estas elites, centra as suas acções no combate às alterações climáticas e relega para um plano muito secundário o combate à fome e a manutenção da paz no mundo. Combater as alterações climáticas é combater a utilização de combustíveis fósseis, apostar em energias verdes do vento e do sol – como se estas pudessem ser alternativa (o que não podem por serem intermitentes).

Os jovens precisam de causas, precisam de acreditar que podem ser úteis na caminhada para o seu futuro. E confiam naqueles que os educam, nos seus professores, nos governantes, nos meios de comunicação. As campanhas de protecção do ambiente como a reciclagem, a reutilização e a redução do lixo foram bem assimiladas pelas novas gerações desde há vários anos. As pessoas mais velhas até foram “educadas” pelos filhos, que traziam da escola esses ensinamentos, levando-os bastante a sério e incentivando os velhos a reciclar, não poluir, etc.

A educação ambiental alargou-se à protecção da natureza, das plantas e dos animais, aos impactos ambientais dos projectos (hoje não há projecto isento de estudo de “impacte” ambiental), ao combate aos alimentos transgénicos, ao vegetarianismo, veganismo, etc. Ao mesmo tempo, cresceram os casos de intolerância a produtos lácteos, ao glúten…

Tudo deveria ser o mais verde possível, verde é a cor da natureza saudável. Surge assim o anseio da transição para uma sociedade verde, sem poluição de qualquer espécie. É sabido que a queima de combustíveis fósseis liberta vários poluentes e a indústria de centrais térmicas a carvão e a gás, bem como a indústria automóvel, têm vindo a adaptar-se às exigências verdes, dotando os dispositivos de filtros que reduzem as poeiras e outros poluentes, libertando quase apenas o dióxido de carbono, o tão falado CO2.

Até aqui parece-nos que o percurso foi correto, foi possível reduzir a poluição da queima de fósseis, resultando dessa queima quase exclusivamente o CO2, não poluente e de cuja reciclagem cuidam as plantas. Porém, como o objectivo é acabar com a utilização de combustíveis fósseis, o CO2 tinha que ser “diabolizado”, e foi! Hoje em dia, o CO2 é considerado um gás poluente e as suas emissões são taxadas. Até parece que a fotossíntese desapareceu dos programas de ensino!

Numa recente troca de tuítes com um climatista e especialista em energia nos média, recebi a seguinte resposta:

E é neste clima de desinformação que os jovens exigem o fim da queima de combustíveis fósseis até 2030 e fazem greves climáticas à escola, impedindo os colegas de aprender conteúdos perigosos como a fotossíntese, a química orgânica (do carbono) e a evolução do clima na Terra, pelo menos nos últimos 500 mil anos, em que períodos glaciares de cerca de 100 mil anos são intercalados por períodos interglaciares de 10 a 15 mil anos.

Estamos no final de um desses períodos interglaciares quentes que dura desde há 14 mil anos (início da civilização) e que permitiu ao Homem sobreviver, evoluir e multiplicar-se. E não será por acção do Homem que deixará de haver um próximo período glaciar, que nos poderá atirar de novo para a pré-história se prescindirmos das reservas de energia que a natureza criou.


Henrique Sousa

Fonte: Inconveniente

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