quinta-feira, 3 de novembro de 2022

O serviço cristão para com a Pátria

 


Devemos servir a Pátria pela prática pessoal do dever cristão.

1.º Bom exemplo. – Um dos melhores meios de servir a Pátria e de fazer com que os outros a sirvam, é servir a Deus cumprindo a sua Lei.
Mercê de uma revolução estamos num Estado Novo. O Estado é Novo mas os homens, em grande maioria, continuam a ser velhos. Merecem a exortação do Apóstolo das gentes: «despojai-vos do homem velho e revesti-vos do homem novo». Há ainda uma revolução a fazer: a conversão e perfeição de cada um de nós.
É um absurdo que o todo seja bom, sendo más as suas partes componentes. É um erro fundamental do espírito moderno, dizia um ilustre professor, fundar a cidade de Deus sobre os sete pecados capitais. Tenhamos uma vida honesta, virtuosa, como convém a homens e a cristãos, a bem da nação.

2.º Oração. – Não basta dar à Pátria o nosso dinheiro, o nosso sangue, a nossa dedicação e bom exemplo; é preciso oferecer-lhe as nossas orações para lhe assegurar a assistência divina. Deus é o Autor, Senhor e Conservador das Nações. É Ele, diz Mgr. Gibier, que fere e que cura, que perde e ressuscita, que conduz as nações às portas da morte ou às alturas da vida e da prosperidade. Sem Deus não construímos senão sobre ruínas; os direitos não têm base, os deveres não têm sanção, os sacrifícios não têm proveito, as revoluções não têm freio e as catástrofes não têm remédio. Só Deus é que pode fazer com que um povo subsista, de pé, no meio das causas de destruição que o ameaçam de dentro e de fora.
Como no mar de Tiberíades, Jesus está no meio de nós, como amigo e protector.
Ao grito da nossa fé, Ele despertará e haverá sempre grande calma: «Calma da verdade reconquistada, da virtude restaurada, da ordem pública assegurada, do reino de Deus estabelecido nas almas, da vitória, enfim, sobre os inimigos de Deus e da Pátria».
Portugal, como nação, tem orado sempre a pedir todas as bênçãos de ordem temporal e espiritual.
E Portugal tem sido bafejado, acalentado e abençoado por Deus, como canta o poeta:


Esta grande nação que n'Ele cria
Em todos os perigos protegia


Cultivemos a virtude do patriotismo. Não do patriotismo pagão que tem ensanguentado o mundo, mas do patriotismo cristão, que enche de bênçãos a vida e a história dos povos, amando-nos uns aos outros.
– Jesus, Rei Divino, reinai em Portugal que em Vós confia.
– Jesus, Rei do Amor, por Maria Imaculada, salvai Portugal que em Vós confia.


Cónego Júlio António dos Santos in «O Crucifixo: meu livro de estudos», 1950


Fonte: Veritatis

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