sábado, 31 de agosto de 2024

♔ | As Cortes e o Rei

Em Portugal, desde os primevos anos da Monarquia, que o poder real era legitimado pelas Cortes Gerais da Nação Portuguesa. As Cortes eram assembleias políticas, Gerais ou Extraordinárias, os órgãos políticos de carácter consultivo e deliberativo das Monarquias orgânicas. Eram convocadas pelo Rei, ou em seu nome, para as diferentes classes sociais estabelecidas em três Ordens: o Primeiro Estado, fronde do Clero; o Segundo Estado, fronde da Nobreza; e o Terceiro Estado, fronde do Povo.

As Cortes da Monarquia Portuguesa eram uma evolução dos concílios nacionais da monarquia visigótica, e, a designação de Cortes provém do nome de Corte dado a cada uma das várias audiências pelas quais se desenvolviam os trabalhos da Assembleia. Havia diferentes designações para as Cortes: Cúria, Concílio e Parlamento – daí a designação ainda hoje utilizada.

As Cortes eram compostas pelo Estado do Clero, os prelados diocesanos, representantes dos cabidos e superiores das ordens religiosas; pelo Estado da Nobreza, um grupo de nobres membros das famílias titulares e nobres de Portugal a quem era reconhecido o direito de participar em Cortes; e o Estado do Povo, representado em Cortes pelos procuradores dos Concelhos Municipais. Desde o alvor da Monarquia Portuguesa que as liberdades municipais eram uma regra essencial de governação. O papel democrático dos municípios tornava-o em real representante de toda a comunidade local diante do Rei que valorizava o apoio popular. Esses conselhos municipais compostos por ‘vizinhos’ tinham capacidade política e um enorme conjunto de liberdades fundamentais, regalias e seguranças, normalmente consignadas em carta de Foral - que elencava as matérias relativas à liberdade das pessoas, ao direito de asilo, à defesa dos direitos em juízo, à tributação, à inviolabilidade do domicílio. Destes concelhos eram enviados representantes às Cortes, tendo assim o Povo participação directa na governação.

As Cortes funcionavam por convocatória do Rei em sessões ordinárias, antecedidas por sessões solenes. Na sessão solene, era proferido um discurso de abertura, a cargo de alguém nomeado pelo Rei. Neste discurso, eram, apresentados, os motivos da convocação.

Os trabalhos das Cortes desenrolavam-se em reuniões independentes de cada um dos três braços, que, de per si, apresentavam, ao Rei, as suas petições ou conclusões. O Rei, a cada um, respondia ulteriormente, cabendo-lhe, sempre, em caso de impasse ou não, a decisão final. A duração dos trabalhos decorria por tempo indefinido até que se concluíssem os assuntos em discussão; pode, contudo, afirmar-se que a média seria a duração de um mês.

As Cúrias eram denominadas Cortes Gerais quando realizadas para eleger e aclamar o Rei. E Cortes Extraordinárias, as que, formalmente, se limitavam a formular pedidos ao Rei – os Agravamentos -, sobre questões de interesse geral do reino ou de interesse de algum município ou de algum Estado ou mester em particular.

Havendo deferência do pedido pelo Rei, essa promulgação conferia o valor de Lei ao Agravamento.

É a tradição portuguesa de autodeterminação a partir da base social dos Três Estados.

Mas voltando à Aclamação, Portugal era o único Reino onde o Rei não era Coroado, ainda que até D. João IV usassem Coroa, mas Aclamado, sendo a imposição da Coroa não o acto que conferia legitimidade ao Rei, mas o seu Alçamento - como era primeiro chamada a Aclamação até D. João IV -, ou seja, era o Alevantamento pelos súbditos que o investia Rei, fosse D. Afonso Henriques na primeira das vezes ou D. Manuel II na última cerimónia. Com excepção do Rei Fundador em que não existiu uma sucessão, nos Monarcas que se Lhe seguiram, após a morte do anterior Rei, a fórmula era de que o novo Rei fosse Aclamado onde estivesse ou onde fossem realizadas as Cortes Gerais no caso de ser necessário eleger um Rei que não fosse o Príncipe herdeiro, não havendo lugar específico para a realização do acto jurídico que lhe conferia a legitimidade real. Se Dom Afonso I foi aclamado em Ourique, a Aclamação do Rei-eleito Dom João I ocorreu, a 6 de Abril de 1385, nas Cortes de Coimbra. ‘Ouvide! Ouvide! Ouvide! Arreal! Arreal! Arreal! Pelo mui alto e poderoso Príncipe El-Rei Dom Joam, nosso senhor!’

Assim os Reis desta tão abençoada Nação, ainda que Pela Graça de Deus, fruto da Aclamação, também, o não eram menos pelo Querer de Todos os Portugueses.

A Monarquia Portuguesa derivava, portanto, de uma convenção entre a Res Publica, a Comunidade dos Portugueses (que D. Francisco de Almeida definiu como a ’congregação de nossos parentes, amigos e compatriotas, a que chamamos república’) e o Rei, que era sempre Aclamado, primeiro pelos Três Estados reunidos em Cortes, depois, na vigência da Monarquia Constitucional, através da Aclamação dos Pares do Reino da Câmara Alta e dos Deputados da Nação da Câmara Baixa das Cortes e depois ainda com uma Aclamação pelo Povo diante da varanda de São Bento, pois nunca assentou as suas bases no absolutismo da teoria medieval da origem divina do poder, mas antes erigiu o seu trono nas bases do sólido apoio de toda a Grei.

Assim a legitimação dos Reis resulta destes receberem o poder do Povo para governar sob a obrigação implícita de reinar bem. O Rei coloca-se ao serviço da Nação – a servidão de reinar de que falava D. Pedro V - caso contrário, se ele não cumprir quaisquer deveres próprios à função real, a Comunidade pode destroná-lo. A Nação não é obrigada a amargar um Rei despótico e caprichoso e por isso mesmo o Monarca pode ser deposto por Cortes Gerais. É a repristinação do mandamento do direito visigótico de que o Rei tem de reinar justamente: ‘És Rei se fizeres rectamente, se não fizeres, não és’, que foi plasmado nas leis do Reino e depois nas Constituições do Reino de Portugal.

‘Os Tês Estados destes Reinos de Portugal, juntos nestas Cortes, onde representam os mesmos Reinos e em todo o poder que neles há, consultarão que por princípio delas deviam fazer assento por escrito firmado por todos (…) E pressupondo por cousa certa em direito, que ao Reino somente compete (…) eximir-se também de sua sujeição e domínio, quando o Rei por seu modo de governo se fez indigno de reinar, por quanto este poder lhe ficou, quando os povos a principio transferirão o seu poder no Rei para os governar’, escreveu Ayres de Campos in ‘O poder Real e as Cortes’.

Para castigar o Rei que fazia mau uso do poder que lhe havia sido conferido pela Comunidade, a competência pertenceu primeiro às Cortes Gerais, e depois, na Monarquia Constitucional ao Parlamento, também chamado de Cortes, e que dispunham de meios que iam desde a ab-rogação das regalias reais, pela instituição de uma Regência, ou mesmo pela extremada deposição do Rei.

Assim, deu-se em Portugal, o caso particular, desde o próprio Rei Fundador Dom Afonso Henriques até ao último Rei, Dom Manuel II, de que o Rei é Aclamado e nunca imposto.

Miguel Villas-Boas

quinta-feira, 29 de agosto de 2024

quarta-feira, 28 de agosto de 2024

Santo Agostinho sobre a fragilidade da vida


Deus sabe quando será o fim do mundo: seja quando for, o tempo da fé é hoje. O tempo está próximo para todos nós, porque somos mortais. Caminhamos no meio de perigos. 

Se fôssemos de vidro, não os recearíamos tanto; com efeito, não há coisa mais frágil que um recipiente de vidro, e no entanto conservamo-lo e dura séculos, porque pode cair, mas não pode envelhecer nem ser atingido por uma febre. 

Mas nós somos mais frágeis e mais fracos que o vidro, e essa fragilidade faz-nos recear em cada dia todos os acidentes que são constantes na vida dos homens. E se não houver acidentes, continua a existir o tempo que avança. O homem evita os choques; poderá evitar a sua última hora? Ele evita o que vem do exterior; poderá extirpar o que nasce no seu interior? 

Por vezes, é subitamente dominado por uma doença. E, mesmo que tenha sido poupado toda a vida, quando a velhice por fim chega, não há adiamento possível.

in Sermão 109


terça-feira, 27 de agosto de 2024

Santa Mónica, mãe de Santo Agostinho

"... enquanto minha Mãe, Vossa fiel serva, junto de Vós chorava por mim, mais do que as outras mães choram sobre os cadáveres dos filhos" (Confissões, p. 83).

Forte de animo, ardente na fé, firme na esperança, de inteligência brilhante, sensibilíssima às exigências da convivência, assídua na oração e na meditação da Sagrada Escritura, Santa Mónica encarna o modelo de esposa ideal e de mãe católica.

     Santa Mónica entrou na História por meio da obra Confissões, de seu filho Santo Agostinho, escrita aproximadamente no ano de 397. Santo Agostinho tornou-se um venerável bispo, homem de grande virtude e grande sabedoria, alcançou também a santidade e é Doutor da Igreja.
     Mónica teria nascido no ano de 331 d. C. em Tagaste (Norte da África, distante 100 k de Cartago, actual Sukh Ahras, na Argélia), embora existam controvérsias quanto a esta data. Seus pais eram cristãos, que se mantiveram católicos durante o cisma donatista.
     Segundo Santo Agostinho, Mónica foi criada por uma dada (termo que designava uma escrava incumbida de vigiar as crianças filhas de seus senhores), que se caracterizou por sua religiosidade e também por sua rígida disciplina. Santo Agostinho conta-nos um caso em que sua mãe, ainda criança, foi severamente repreendida pela dada, pois começou a demonstrar gosto pelo vinho.
     Tal educação fez com que Santa Mónica também se tornasse uma mulher de grandes virtudes. Após receber o santo Baptismo, conservou tal graça por toda a vida pela pureza da fé e santidade de vida.
Seu casamento foi ajustado por seus pais com Patrício, membro da ordem dos decuriões do Conselho de Tagaste. Na qualidade de decurião, ele provavelmente possuía muitos bens, que incluía escravos, olivais e vinhas, o que colocava o casal numa razoável posição social. Mónica teria dezassete ou dezoito anos e Patrício cerca de quarenta anos de idade quando o casamento ocorreu.
     O marido era um homem rude e violento, fonte de muito sofrimento e provações para Mónica. Mas ela sofria tudo com muita paciência, mansidão e docilidade; não respondia a Patrício. Muitas eram as más línguas que procuravam semear a discórdia no lar da santa mulher, aconselhando-a a abandonar o marido violento, mas Mónica defendia o marido, e jamais tolerava que o difamassem em sua presença. Havia, naturalmente, um abismo entre marido e mulher; suas esmolas e seus hábitos de oração o irritavam, mas diz-se que ele sempre manteve uma espécie de reverência em relação a ela.
     Santa Mónica teve com Patrício três filhos, sendo dois homens, Agostinho e Navígio, e uma mulher, Perpétua, que se tornou religiosa. Agostinho, o filho mais velho, foi também fonte de grandes amarguras para a mãe.
     Apesar de nunca faltarem os bons conselhos da mãe, o filho era desobediente e se mostrava muito inconstante e volúvel. Por esses motivos, Santa Mónica achou por bem não o apresentá-lo para ser baptizado, temendo que se o fizesse, poderia vir a perder a graça do Baptismo. Agostinho, contudo, foi inscrito na preparação para receber o baptismo.
     Naquela época o Cristianismo já tinha a aquiescência do Império Romano e é provável que Patrício tenha cedido aos apelos da esposa se convertendo e dando os primeiros ensinamentos cristãos a Agostinho.
     Mónica ficou viúva aos 39 anos e teve então que ocupar-se de toda a família. Agostinho perdeu o pai com dezassete anos, depois foi mandado para Cartago a fim de estudar num curso superior. Mónica ficava tão desolada com as notícias que recebia do filho, que chegou a proibi-lo de entrar em sua casa. Em Cartago Agostinho se tornou maniqueísta e quando voltou para casa ele ventilou certas propostas heréticas fazendo com que ela o afastasse de sua mesa com energia.  Mas Deus consolava o coração da pobre mãe, revelando-lhe a futura conversão do filho por meio de sonhos misteriosos. E isto fez com que ela aceitasse o filho em casa.
     Certa feita, Mónica fez súplicas a um bispo - provavelmente o de Cartago - para interceder junto a seu filho, já que seus pedidos não eram atendidos. O bispo teria respondido: “O coração de teu filho não está ainda preparado, mas Deus determinará o momento. Vai em paz e continua a viver assim, porque é impossível que pereça o filho de tantas lágrimas" (Confissões, p. 85).
     Quando Agostinho foi para Milão, Santa Mónica para lá se dirigiu para procurá-lo e vigiá-lo. Ali ela encontrou o grande Santo Ambrósio, e por meio dele ela finalmente teve a alegria de ver Agostinho se render, depois de dezassete anos de resistência. Mãe e filho passaram seis meses de verdadeira paz em Cassiacum.
     Tantas foram as orações, súplicas e penitências de Santa Mónica pela conversão de seu filho Agostinho, que na noite de Páscoa de 387 ele recebeu, com seu filho Adeodato, o santo Baptismo na igreja de São João Batista, em Milão. Diante disto Santa Mónica afirmou: “Vendo-te hoje católico, nada mais me resta fazer neste mundo”.
     A África reivindicou-os, no entanto, e eles partiram em sua jornada, parando em Cività Vecchia e em Óstia. Foi lá que Mónica morreu no mesmo ano, aos 56 anos de idade. Mas antes, os dois santos tiveram um diálogo-êxtase em Óstia, numa das passagens mais famosas das Confissões.
     Santo Agostinho afirma que esse encontro foi obra dos "secretos desígnios de Deus": "Enquanto assim falávamos, anelantes pela Sabedoria, atingimo-la momentaneamente, num ímpeto completo do nosso coração" (Confissões, p. 228). Uma semana depois, ela caía com febre e falecia.
     Santa Mónica foi sepultada em Óstia e a princípio parece ter sido quase esquecida, embora seu corpo tenha sido removido durante o século VI para uma cripta escondida na igreja de São Aurélio. Por volta do século XIII, no entanto, o culto de Santa Mónica começou a se espalhar e uma festa em sua honra foi mantida em 4 de Maio.
 Em 1430, Martinho V ordenou que suas relíquias fossem transladadas para Roma. Muitos milagres ocorreram no caminho, e o culto de Santa Mónica foi definitivamente estabelecido, e mais tarde uma igreja lhe foi dedicada. Depois, o Arcebispo de Rouen, Cardeal d'Estouteville, construiu uma igreja em Roma em homenagem a Santo Agostinho e depositou as relíquias de Santa Mónica em uma capela à esquerda do altar-mor. A vida de Santa Mónica, no entanto, só apareceu no Breviário Romano no século XVI.
     Em 1850 foi estabelecida em Notre-Dame de Sion em Paris uma Associação de mães cristãs sob o patrocínio de Santa Mónica; seu objecto era oração mútua para filhos e maridos que tinham se desviado. Esta Associação foi em 1856 elevada ao posto de arquiconfraria e se espalhou rapidamente por todo o mundo católico, filiais sendo estabelecidas em Dublin, Londres, Liverpool, Sydney e Buenos Aires. Eugenio IV havia estabelecido uma confraria semelhante muito antes.

Fórmula para não brigar
     Mónica não era a única matrona de Tagaste cuja vida de casada era infeliz, mas, por sua doçura e paciência, ela foi capaz de exercer um verdadeiro apostolado entre as esposas e mães de sua cidade natal.
     Naquela região da África, onde as pessoas eram sumamente agressivas, as demais esposas perguntavam a Mónica porque seu marido era um dos homens de pior gênio em toda a cidade, mas não a agredia nunca, e, ao contrário, os esposos delas as agrediam sem compaixão.
     Mónica respondeu-lhes: "É que quando meu marido está de mal humor, eu me esforço para estar de bom humor. Quando ele grita, eu me calo. E como para brigar precisam de dois e eu não aceito a briga... não brigamos". Esta fórmula fez-se célebre no mundo e serviu a milhões de mulheres para manter a paz em casa.

Oração
     Nobilíssima Santa Mónica, rogai por todas as mães, principalmente por aquelas mães que se esquecem que ser mãe é sacrificar-se.
     Rogai, virtuosa Santa Mónica, para que abram-se os olhos e as almas de todas as mães, para que elas enxerguem a beleza da vocação materna. A beleza do sacrifício materno.
     Rogai, Santa Mónica, para que todas as mães saibam abraçar com Fé o sofrimento e a dor, assumam seus filhos com coragem, como instrumento de santificação para suas famílias, e para sua própria santificação. Amém.

segunda-feira, 26 de agosto de 2024

Irmandade da Misericórdia

Em todas as Cidades e Vilas de Portugal há Irmandades deste nome. Servem de dar sepultura aos defuntos e aos pobres, sem interesse algum; sustentam pessoas pobres, bem procedidas; casam e dotam órfãs, negoceiam as causas dos presos desamparados e fazem com suma edificação muitas outras obras pias. Estas santas Irmandades há só em Portugal e não em outra parte de Espanha. Bem diz delas o Mestre Gil Gonçalves de Ávila, Grandezas de Madrid, liv. 4, titulo del Consejo de PortugalQue es la mayor cosa que hoy se conoce en la Cristiandad. No ano de 1498, das relíquias da antiga Irmandade da Piedade, assentada em uma das Capelas da Claustra da Sé de Lisboa, com a direcção e zelo do venerável Padre Fr. Miguel de Contreiras, Religioso da Ordem da Santíssima Trindade, Confessor d'El-Rei D. João II, se levantou em Lisboa a piíssima e nobilíssima Irmandade da Misericórdia, livre de qualquer outra jurisdicção e favorecida de muitas graças, privilégios e isenções, que lhe concederam os Sumos Pontífices. Para a fábrica do Templo, que consta de três naves, todas de pedraria, concorreu com grandes esmolas El-Rei D. Manuel, que quis ser Irmão e Protector da dita Irmandade. No ano de 1534, reinando já El-Rei D. João III, se passou da Sé à sua nova casa em que a vemos, a qual consta de um nobre Recolhimento para donzelas órfãs e um Hospital para entrevados pobres, casas de despacho e cartórios, com outras muitas oficinas; e hoje de outro Recolhimento magnífico, acrescentado para quarenta donzelas órfãs e com dotes muito bons para casarem. Compõe-se a Irmandade de seiscentos e vinte Irmãos, trezentos nobres e trezentos mecânicos, e vinte letrados; uns e outros provam limpeza para serem nela admitidos. É governada por um Provedor (que sempre é um dos primeiros Fidalgos da Corte), um Escrivão, um Tesoureiro, dois Conselheiros, e seis Irmãos nobres e outros seis mecânicos. Tem sessenta Capelães, que rezam em coro as Horas Canónicas; e tem a seu cargo a administração do Hospital Real de todos os Santos. Chama-se esta Irmandade de Misericórdia, porque nas sete obras de Misericórdia se exercitam os Irmãos dela com grande caridade e dispêndio, parte de dotações dos Reis, Rainhas e Infantes de Portugal, e de pessoas devotas, que importam em cada ano perto de cem mil cruzados. Misericordiae sacrae Sodalitas, atis. Fem. Na obra do P. António Vasconcelos, intitulada Descriptio Regni Lusitanici, pág. 56, acharás um belo discurso das excelências desta Irmandade.

Pe. D. Rafael Bluteau in «Vocabulário Português e Latino», Tomo V, 1716


Fonte: Veritatis

domingo, 25 de agosto de 2024

86º ANIVERSÁRIO DO GRUPO DOS AMIGOS DE OLIVENÇA

 

Caros,

    Olivença é terra portuguesa e os portugueses não devem abdicar do que lhes pertence.
 

    BF

 

Prezado(a) Consócio(a),

O Grupo dos Amigos de Olivença, sociedade patriótica de Utilidade Pública que milita pela reintegração do território oliventino na Pátria Portuguesa comemora neste 15 de Agosto os seus 86 anos.

Com efeito foi em 1938 que um grupo de três distintos portugueses – Ventura Ledesma Abrantes, Francisco de Sousa Lamy e Amadeu Rodrigues Pires – inconformados com a ocupação de Olivença por Espanha e alimentados pelo espírito irredentista da restauração da soberania portuguesa sobre o território de Olivença, decidiu fundar esta Associação.

Ao longo destes 86 anos, pugnado e defendendo activamente a reintegração da Vila de Olivença e seu termo no Território Nacional do qual foi apartada à força pela Espanha em 1801, a acção do Grupo dos Amigos de Olivença sustenta-se naquela que tem sido a posição repetidamente afirmada e nunca desmentida pelo Estado Português de que «Olivença é território português».

Nesta ocasião, com a legitimidade que lhe conferem estes 86 anos de esforços pela retrocessão de Olivença, contando com um cada vez maior apoio junto da classe política e da opinião pública portuguesas, o Grupo dos Amigos e Olivença vem reafirmar publicamente a sua inabalável determinação em continuar com o seu combate tendo em vista a recuperação do território oliventino, sem nunca esquecer e mantendo-se sempre ao lado da corajosa população oliventina que ao longo destes 200 anos tem defendido e preservado a sua língua e tradições portuguesas e que hoje, de forma crescente, reivindica o reencontro de Olivença com Portugal.

Neste aniversário, exortamos todos os associados a prosseguirem com determinação, reforçando a nossa mensagem e ampliando o alcance da nossa Causa, divulgando-a em todos os espaços possíveis, fortalecendo a nossa presença e inspirando as novas gerações a se juntarem a nós. Juntos, honramos o passado e afirmamos o futuro. Com Olivença!

A Direcção do Grupo dos Amigos de Olivença agradece a cada associado pelo comprometimento e pelo espírito de união que nos mantém firmes na nossa Missão.

Crer e Querer Para Vencer!
Olivença é Terra Portuguesa!
Viva Olivença Portuguesa!



Grupo dos Amigos de Olivença


Fonte: O Adamastor

sábado, 24 de agosto de 2024

Canadá: Paróquias de Missa em latim “a rebentar pelas costuras”


Um relatório de investigação de 2022 da Cardus (“The Shifting Landscape of Faith in Canada”) concluiu que, em geral, os indicadores religiosos entre as pessoas que se identificam como católicas diminuíram desde 2017.

Esses indicadores incluíam acreditar em Deus, ler a Sagrada Escritura regularmente, ter uma relação com Deus na vida, rezar e ir à Missa regularmente.

No entanto, o relatório encontrou uma excepção entre os católicos mais jovens. Estes têm duas vezes mais probabilidades do que os seus congéneres mais velhos de ir à Missa pelo menos uma vez por mês. Para além disso, 81% dos jovens católicos expressaram a sua crença na vida após a morte, sendo que 91% das mulheres com menos de 35 anos têm essa crença, em comparação com 60% das suas congéneres mais velhas.

O site BcCatholic.ca cita o Diácono Andrew Bennett, director do Programa de Comunidades de Fé do Cardus, que fala de “um renascimento no seio da Igreja” num “provavelmente um dos países mais secularistas do mundo”.

Segundo ele, quanto mais secularizado se torna o regime canadiano, mais o catolicismo se torna uma opção atraente para os jovens adultos (dos 18-34 anos). Os jovens procuram integridade, autenticidade e algo com um verdadeiro poder de permanência: “A fé católica tem uma verdade objectiva e universal, que não é uma filosofia que muda ao sabor do vento”.

A geração mais jovem “está a começar a desejar uma vida mais tradicionalmente católica”, disse o Diácono Bennett. “Se olharmos para qualquer igreja onde se ofereça a Missa tradicional em latim, não só estão a crescer, como estão a rebentar pelas costuras.”

Uma paróquia com muitos jovens adultos é a Paróquia da Sagrada Família em Vancouver.

Kent Grealy, vigário paroquial da Sagrada Família, observa que o crescimento de jovens e famílias levou ao aumento de, em média, um novo paroquiano todos os Domingos durante quase seis meses. 

in gloria.tv


sexta-feira, 23 de agosto de 2024

Ter os princípios correctos para pensar correctamente


Uma das observações desta Lógica criteriosa, de facto, é que a maior parte dos erros dos homens advém menos de raciocinarem mal a partir de princípios verdadeiros, do que de raciocinarem bem a partir de juízos imprecisos ou de princípios falsos. O duque de Chevreuse, tal como o vemos através de Saint-Simon, como na sua correspondência com Fénelon, apresenta-se-nos precisamente como um desses casos de homens que raciocinam maravilhosamente, que raciocinam muito bem, que raciocinam sobre tudo e até onde a vista alcança: só que o princípio de que partem é falso ou questionável.

Charles-Augustin Sainte-Beuve in «Causeries du lundi», Tomo X, 1854

Fonte: Veritatis

quinta-feira, 22 de agosto de 2024

O Bombeiro D. Afonso Henriques de Bragança

Deve-se ao Infante Dom Afonso Henriques de Bragança a fundação, em 10 de Abril de 1880, da Real Associação de Bombeiros Voluntários da Ajuda, da qual foi o seu primeiro comandante.

A RABVA recebeu o alvará de Real Associação em 2 de Maio de 1881 e funcionava como sede numa parte do próprio Palácio da Ajuda.

O Infante Dom Afonso Henriques de Saxe-Coburgo-Gota e Bragança, (Ajuda – Lisboa, 31 de Julho de 1865 – Nápoles, 21 de Fevereiro de 1920), era o filho 2.° do Rei de Portugal D. Luís I e da Rainha D. Maria Pia, e irmão de Dom Carlos I, e a sua titularia foi: 3.º Duque do Porto, 6.º Príncipe Real e herdeiro do trono de Portugal (no reinado de Dom Manuel II), 24.° e último Condestável de Portugal,  109.º governador e 51.º e último Vice-Rei da Índia Portuguesa.

Fruto da mal-intencionada campanha republicana que visava denegrir os membros da Família Real Portuguesa ficou injustamente conhecido como «O Arreda». O que não conta essa estória é que Dom Afonso como comandante dos Bombeiros Voluntários da Ajuda  percorria as ruas de Lisboa num carro de bombeiros – pago do próprio bolso – a alta velocidade para levar o auxílio a quem tinha os seus bens a serem consumidos pelo fogo ou para combater incêndios nas matas adjacentes, perigando a própria vida, e como não havia sirenes nesse tempo fazia-o com uma palavra de ordem, o grito, de ‘Arreda, Arreda!’ para que os hipomóveis e os peões saíssem da frente, o que lhe valeu o cognome pouco abonatório, pois como era entusiasta de carros e foi o responsável pela organização das primeiras corridas de automóveis em Portugal, a propaganda anti-monarquia pretendeu passar a ideia que era por conduzir o seu automóvel Fiat a alta velocidade – uns ‘estonteantes’ 20 km/hora -, pelas ruas da Capital aos gritos de ‘Arreda!’, para as pessoas se afastarem e não serem atropeladas.

É, portanto, impreterível fazer a devida Honra e Justiça à Memória do Infante Dom Afonso Henriques de Bragança que com galhardia tanto honrou a divisa da sua corporação: ‘Vida por Vida’.

Entretanto, um outro Afonso, o Príncipe D. Afonso de Santa Maria de Bragança começou o estágio provatório como Estagiário Especialista nº 1231 no Corpo de Bombeiros da Real Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Lisboa, seguindo a tradição de Serviço da Dinastia de Bragança.

Miguel Villas-Boas

Fonte: Plataforma de Cidadania Monárquica

quarta-feira, 21 de agosto de 2024

20 DE AGOSTO DE 1153-2024

Fez ontem 871 anos que faleceu S. BERNARDO DE CLARAVAL, mentor dos Templários e um dos obreiros de Portugal como Nação independente.
A fundação de Portugal deveu-se muito à Ordem do Templo e, sobretudo, a S. Bernardo, seu mentor que, situado em terras de Claraval, não deixava de orientar política e espiritualmente os templários, que lutavam pela fé cristã. Desse modo, Portugal, emergindo como nação, tornou-se um objectivo primordial no quadro de uma nova Europa que pretendiam construir – longe das querelas que a minavam por dentro –, com gente valorosa que pudesse servir os intentos do monge cisterciense.
D. Afonso Henriques doou à Ordem de Cister ou a S. Bernardo extensos territórios na Estremadura (onde se inclui o mosteiro de Alcobaça), província que na altura estava deserta e constituía a fronteira entre cristãos e muçulmanos. Daí que S. Bernardo tratasse de encarregar Gualdim Pais de fazer uma cintura defensiva à volta dos bens da Ordem.
A Ordem de Cister foi fundamental para a colonização do território. A sua acção incidiu em:
• chamar, proteger e educar os colonos que formaram povoações;
• desbravar terras, abrir estradas e caminhos;
• construir pontes;
• comunicar com o mar que era uma forma de aproveitar a navegação;
• criar e aperfeiçoar as indústrias;
• explorar minas e os seus recursos;
• promover a criação de gado;
• lançar as bases de uma civilização.
S. Bernardo, nobre borgonhês e abade de Claraval desde 1115, desenvolveu um pensamento providencialista que aplicou à expansão universal da cruz de Cristo. Para ele, esta expansão não devia ser entendida como uma simples propagação de fé pela conquista, mas dependia, antes de mais, da conversão da Igreja a um ideal mais puro, mais místico e mais cavaleiresco. Tais exigências de dedicação, entrega e pureza de ideal fizeram com que o nome e a obra de S. Bernardo inflamassem uma época crucial da história europeia.
O grandioso projecto de S. Bernardo manifestou-se em dois planos:
• o da acção no mundo e no tempo através da Ordem do Templo ao serviço da Monarquia Universal;
• e o da missão espiritual da Ordem de Cister, ao serviço de uma Igreja mais pura e ascética.
A própria criação de Portugal foi “imaginada” por uma elite espiritual, cuja expressão mais visível terá sido S. Bernardo de Claraval. Essa elite, que pensava em termos de eternidade, deu início a um projecto que viria a dar os seus frutos séculos mais tarde. Tratava-se de pessoas de eleição, alimentadas pelos valores do espírito; uns viviam ao abrigo das ordens monásticas, nomeadamente de Cister, e outros estavam ao serviço do poder temporal. Porém, ambos, monges contemplativos e monges-guerreiros eram humildes servos do poder espiritual, que não era necessariamente o poder da Igreja de Roma.
in Eduardo Amarante, "Templários", Vol. 2

terça-feira, 20 de agosto de 2024

Morreu a Irmã Agnes Sasagawa, a quem Nossa Senhora apareceu em Akita (Japão)


A irmã Agnes Sasagawa morreu na Festa da Assunção de Nossa Senhora com a idade de 93 anos. As visões que teve de Nossa Senhora tiveram lugar em 1973.

A Irmã Agnes, japonesa, nascida em 1931, foi catequista numa igreja em Kyushu durante muitos anos, antes de ficar incuravelmente surda em 1973. A deficiência levou-a para o convento de Akita, para a Congregação das Servas do Sagrado Coração de Jesus na Sagrada Eucaristia. Em 1982, reclamou uma cura.

Recebeu três mensagens principais que avisam essencialmente que Deus está a preparar um terrível castigo para a Humanidade (“cairá fogo do céu e uma grande parte da Humanidade morrerá”).

E: “Satanás infiltrar-se-á na Igreja. Os bispos opor-se-ão a outros bispos, os cardeais insurgir-se-ão contra outros cardeais, os padres que veneram Maria serão perseguidos pelos seus irmãos. Os altares e as igrejas serão saqueados e as igrejas encher-se-ão de compromissos com o mundo. Muitos padres desistirão do seu sacerdócio perante as tentações de Satanás.”

Diz-se que a famosa estátua de madeira de Nossa Senhora de Akita chorou mais de 100 vezes em 1981, algo que foi visto por mais de 500 testemunhas, tanto católicas como pagãs. A estátua também exalou bons odores em várias ocasiões. A estátua da Virgem Maria a chorar foi transmitida pela televisão estatal japonesa.

Após uma investigação de 11 anos, o Bispo John Shorjiro Ito de Nilgata (1909-1993) aprovou os milagres e as mensagens em 1984.

Em 1990, o Arcebispo Peter Shirayagani (1928-2009) e a Conferência dos Bispos Católicos do Japão rejeitaram a mensagem da aparição. Afirmaram que os acontecimentos podiam ser considerados revelações privadas, mas não tinham o estatuto de aparições aprovadas, como Lourdes ou Fátima.

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sexta-feira, 16 de agosto de 2024

No dia 15 de Agosto começa a Quaresma de São Miguel Arcanjo


Esta devoção deve-se a São Francisco de Assis, que sempre fazia orações especiais a São Miguel, quarenta dias antes da festa do Arcanjo (29 de Setembro). Foi difundida através dos seus discípulos, que o imitavam nessa devoção e recebiam graças. E, até hoje, temos esse belíssimo costume de consagrar as nossas vidas a São Miguel.

O que é necessário?

Antes de tudo, termos os devidos cuidados para não cairmos em superstição. A superstição é o desvio do sentimento religioso e das práticas que ele impõe. Então, o nosso coração deve estar reconciliado com Deus e cheio de bons propósitos, para isso faça um breve exame de consciência

Após esta breve análise da sua vida, faça um altar com uma imagem de São Miguel (pode ser estátua ou de papel), colocando velas ou lamparinas bentas, e flores para enfeitar. 

Durante a Quaresma, faça penitências, jejuns e abstinências e uma boa confissão. 

Cada dia, faça o Sinal da Cruz, diga a sua intenção particular - por si ou por alguém - e reze as orações abaixo, e no dia 29 de Setembro participar da Festa de São Miguel com a Santa Missa, se possível. 

Todos os dias da quaresma de São Miguel 

• Acender uma vela benta;
• Oferecer uma penitência;
• Fazer o sinal da cruz.
• Rezar a oração inicial; 
• Rezar a jaculatória.
• Rezar a Ladainha de São Miguel
• Rezar os três Pai Nossos 
• No último dia, rezar as orações indicadas no final

Oração inicial para todos os dias

São Miguel Arcanjo, defendei-nos neste combate, sede o nosso auxílio contra as maldades e as ciladas do demónio. Instante e humildemente vos pedimos que Deus sobre ele impere. E vós, Príncipe da Milícia Celeste, com esse poder divino, precipitai no inferno a satanás e aos outros espíritos malignos que vagueiam pelo mundo para perdição das almas. Ámen.

Jaculatória diária

Sacratíssimo Coração de Jesus tende piedade de nós! (3x)

Ladainha a São Miguel

Senhor tende piedade de nós.
Jesus Cristo tende piedade de nós.
Senhor tende piedade de nós. 
Jesus Cristo ouvi-nos.
Jesus Cristo atendei-nos.
Pai Celeste, que sois Deus, tende piedade de nós.
Filho, Redentor do Mundo, que sois Deus, tende piedade de nós.
Espírito Santo, que sois Deus, tende piedade de nós.
Trindade Santa, que sois um único Deus, tende piedade de nós. 
Santa Maria, Rainha dos Anjos, rogai por nós.

São Miguel, rogai por nós.
São Miguel, cheio da graça de Deus, rogai por nós.
São Miguel, perfeito adorador do Verbo Divino, rogai por nós.
São Miguel, coroado de honra e de glória, rogai por nós.
São Miguel, poderosíssimo Príncipe dos exércitos do Senhor, rogai por nós.
São Miguel, porta-estandarte da Santíssima Trindade, rogai por nós.
São Miguel, guardião do Paraíso, rogai por nós.
São Miguel, guia e consolador do povo israelita, rogai por nós.
São Miguel, esplendor e fortaleza da Igreja militante, rogai por nós.
São Miguel, honra e alegria da Igreja triunfante, rogai por nós.
São Miguel, Luz dos Anjos, rogai por nós.
São Miguel, baluarte dos Cristãos, rogai por nós.
São Miguel, força daqueles que combatem pelo estandarte da Cruz, rogai por nós.
São Miguel, luz e confiança das almas no último momento da vida, rogai por nós.
São Miguel, socorro muito certo, rogai por nós.
São Miguel, nosso auxílio em todas as adversidades, rogai por nós.
São Miguel, arauto da sentença eterna, rogai por nós.
São Miguel, consolador das almas que estão no Purgatório, rogai por nós.
São Miguel, a quem o Senhor incumbiu de receber as almas que estão no Purgatório, rogai por nós.
São Miguel, nosso Príncipe, rogai por nós.
São Miguel, nosso Advogado, rogai por nós.

Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós.

Rogai por nós, ó glorioso São Miguel, Príncipe da Igreja de Cristo, para que sejamos dignos de Suas promessas.

Oração: Senhor Jesus, santificai-nos, por uma bênção sempre nova, e concedei-nos, pela intercessão de São Miguel, esta sabedoria que nos ensina a ajuntar riquezas do Céu e a trocar os bens do tempo pelos da eternidade. Vós que viveis e reinais em todos os séculos dos séculos.

No final, reza-se:

Um Pai Nosso em honra de São Gabriel.
Um Pai Nosso em honra de São Miguel Arcanjo.
Um Pai Nosso em honra de São Rafael. 

* * *

No último dia acrescentar estas orações

Gloriosíssimo São Miguel, chefe e príncipe dos exércitos celestes, fiel guardião das almas, vencedor dos espíritos rebeldes, amado da casa de Deus, nosso admirável guia depois de Cristo; vós, cuja excelência e virtudes são eminentíssimas, dignai-vos livrar-nos de todos os males, nós todos que recorremos a vós com confiança, e fazei pela vossa incomparável protecção, que adiantemos cada dia mais na fidelidade em servir a Deus.

V. Rogai por nós, ó bem-aventurado São Miguel, príncipe da Igreja de Cristo.
R. Para que sejamos dignos de suas promessas. 

Oração: Deus, todo poderoso e eterno, que por um prodígio de bondade e misericórdia para a salvação dos homens, escolhestes para príncipe de Vossa Igreja o gloriosíssimo Arcanjo São Miguel, tornai-nos dignos, nós vo-lo pedimos, de sermos preservados de todos os nossos inimigos, a fim de que na hora da nossa morte nenhum deles nos possa inquietar, mas que nos seja dado de sermos introduzidos por ele na presença da Vossa poderosa e augusta Majestade, pelos merecimentos de Jesus Cristo, Nosso Senhor. 

Consagração a São Miguel Arcanjo 

Ó Príncipe nobilíssimo dos Anjos, valoroso guerreiro do Altíssimo, zeloso defensor da glória do Senhor, terror dos espíritos rebeldes, amor e delícia de todos os Anjos justos, meu dilectíssimo Arcanjo São Miguel, desejando eu fazer parte do número dos vossos devotos e servos, a vós hoje me consagro, me dou e me ofereço e ponho-me a mim próprio, a minha família e tudo o que me pertence, debaixo da vossa poderosíssima protecção. É pequena a oferta do meu serviço, sendo como sou um miserável pecador, mas vós engrandecereis o afecto do meu coração; recordai-vos que de hoje em diante estou debaixo do vosso sustento e deveis assistir-me em toda a minha vida e obter-me o perdão dos meus muitos e graves pecados, a graça da amar a Deus de todo coração, ao meu querido Salvador Jesus Cristo e a minha Mãe Maria Santíssima, obtende-me aqueles auxílios que me são necessários para obter a coroa da eterna glória. Defendei-me dos inimigos da alma, especialmente na hora da morte. Vinde, ó príncipe gloriosíssimo, assistir-me na última luta e com a vossa arma poderosa lançai para longe, precipitando nos abismos do inferno, aquele anjo quebrador de promessas e soberbo que um dia prostrastes no combate no Céu.

São Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate para que não pereçamos no supremo juízo.

Oração a Nossa Senhora Rainha dos Anjos

Oremos: Augusta Rainha do Céu, altíssima Senhora dos Anjos. Vós que desde o princípio recebeste de Deus o poder e a missão de esmagar a cabeça de Satanás, nós vos suplicamos humildemente, que envieis vossas santas legiões para que, sob vossas ordens e por vosso poder, persigam os demónios, os combatam por toda parte, reprimam sua audácia e os precipitem no abismo do inferno. Quem como Deus? São Miguel, Santos Anjos e Arcanjos, defendam-nos e guardai-nos. Ó Mãe de Deus, enviai vossos Anjos para defender-nos e afastar para longe de nós o cruel inimigo. Ó boa e terna Mãe, vós sereis sempre o nosso amor e a nossa esperança. Ámen.

in Pale Ideas