O termo Bombeiro está estreitamente ligado às bombas de água, um dos equipamentos mais importantes no combate aos sinistros e os mais avançados para a época em que foram introduzidas, em Lisboa, no ano de 1734. Neste mesmo ano foram adquiridas mais quatro bombas, em Inglaterra.
Porém, a história dos bombeiros portugueses começa com El-Rei D. João I de Portugal que, através da Carta Régia de 23 de Agosto de 1395, tomou a primeira iniciativa em promulgar a organização do primeiro Serviço de Incêndios de Lisboa, ordenando que:
“…em caso que se algum fogo levantasse, o que Deus não queria, que todos os carpinteiros e calafates venham àquele lugar, cada um com seu machado, para haverem de atalhar o dito fogo. E que outros sim todas as mulheres que ao dito fogo acudirem, tragam cada uma seu cântaro ou pote para acarretar água para apagar o dito fogo”.
Todavia, somente em 1646, no Reinado de D. João IV, se tentou introduzir em Lisboa o sistema usado em Paris, tendo o Senado aprovado a aquisição de diverso material e equipamentos e concedendo prerrogativas a nível de remunerações e de habitações.
A instalação, em Lisboa, dos três primeiros “quartéis”, foi decidida por D. Afonso VI, em 28 de Março de 1678:
O Senado ordenará, com toda a brevidade, que nesta cidade haja três armazéns… e que estejam providos de todos os instrumentos que se julgarem necessários para se acudir aos incêndios, e escadas dobradas de altura competente, para que, com toda a prontidão, se possam remediar logo no princípio…”
Três anos depois, em 1681, a reorganização, continuou, e foram compradas, na Holanda, duas bombas e uma grande quantidade de baldes de couro, sendo distribuídos 50, por cada bairro. Os pedreiros, os carpinteiros e outros mestres passaram a ser alistados para o combate aos sinistros, ficando sujeitos a uma pena de prisão por cada incêndio, a que não comparecessem.
No reinado do D. João V, em 1722, é fundada no Porto a Companhia do Fogo ou da Bomba, constituída por 100 homens práticos, capazes de manobrarem a “Bomba, machados e fouces”.
A primeira Companhia de Bombeiros de Lisboa, criada em 17 de Julho de 1834 pela Câmara Municipal, que ficou também conhecida por Companhia do Caldo e do Nabo. O compositor Guilherme Cossoul foi o 1º Bombeiro Voluntário e fundador da Companhia de Voluntários Bombeiros de Lisboa, criada, em 1868, e que depois, em 1880, passou a Real Associação de Bombeiros Voluntários de Lisboa.
A partir do ano 1868, foram introduzidas as bombas a vapor, originando a obrigatoriedade dos proprietários instalarem bocas-de-incêndio nos prédios. Apareceu também a escada Fernandes, e foi instituída a classe de Bombeiros permanentes, os Sapadores termo que vem do latim Sapa.
A Real Associação de Bombeiros Voluntários da Ajuda foi fundada em 10 de Abril de 1880. O seu primeiro comandante foi o Infante D. Afonso Henriques de Bragança. A RABVA recebeu o alvará de Real Associação em 2 de Maio de 1881 e funcionava como sede numa parte do próprio Palácio da Ajuda.
Miguel Villas-Boas
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