sábado, 18 de setembro de 2010

Educação sff

Um dos temas do momento é o início das aulas. Fala-se, portanto, de educação. Longe dos polémicos encerramentos de escolas tentar-se-á abordar, hoje, ainda que de uma forma “leve”, um outro assunto: as línguas!

Parece que, de há uns tempos para cá, se insiste na introdução de línguas estrangeiras (nomeadamente o inglês) no curriculum do primeiro ciclo (vulgo escola primária). Quer-se associar (ou mesmo colar) esta ideia aos conceitos de inovação e desenvolvimento.

Vão-se buscar os “ólogos” de serviço para atestar a “excelência” da ideia pois esta não era a mesma coisa sem o selo de “ologamente comprovado”. Trata-se de um selo do tipo “cientificamente comprovado” mas, para o comum dos mortais, diz ainda menos que este último.

Tristemente há encarregados de educação que aceitam facilmente esta situação, que até acham “uma boa ideia”.

Na verdade a ideia até seria interessante se a Língua Portuguesa não estivesse a ser atacada de uma forma tão vergonhosa. Lê-se mal (quando se lê) e escreve-se ainda pior. Da maneira como se fala hoje em dia, então, é melhor nem tecer qualquer tipo de comentário. “A minha pátria é a língua portuguesa”, dizia Fernando Pessoa.

Mais uma vez há qualquer coisa de errado nas prioridades. O conhecimento de outras línguas é, naturalmente, uma mais valia que dever ser tida em conta na formação das novas gerações. Mas será assim tão essencial numa fase tão precoce da vida? Nessa fase não se deviam solidificar os conhecimentos na língua materna? Depois admiram-se (ou talvez não) das anormalidades que saem da boca (ou da esferográfica) dos nossos estudantes (e não só, lamentavelmente)!

Durante décadas o ensino de outras línguas foi introduzido depois da língua materna já se encontrar bem estruturada. Durante décadas esse sistema funcionou.

Não se trata de ser contra a mudança. Há, contudo, necessidade de ponderar bem se a mudança é, efectivamente, para melhor. Toda e qualquer mudança tem de ser bem ponderada. No caso disso não acontecer corre-se o risco de ir, tal como diziam os antigos, “de cavalo para burro”.

Que futuro será o nosso com gerações futuras incapazes de usar correctamente a sua língua materna, seja na forma escrita ou oral? Quais serão as consequências na capacidade de estruturação do raciocínio? Como será quando já não se conseguir interpretar um texto correctamente, seja ele um artigo de jornal ou um enunciado?

Enquanto isto acontece não são ensinadas disciplinas ou temas verdadeiramente importantes naquela faixa etária.

E agora?!

Agora, caros leitores, vocês já sabem qual é a solução.

Fonte: Portugal Futuro

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