Os monárquicos têm liberdade para tomarem qualquer posição nas eleições presidenciais, que se realizam no próximo dia 23, mas habitualmente abstêm-se ou invalidam o voto, notam responsáveis do Partido Popular Monárquico (PPM) e da Causa Real.
Em declarações à Lusa, João Mattos e Silva, vice-presidente da Causa Real, declarou a ausência de uma “posição unânime, nem uma directiva”, embora seja “lógico” para os monárquicos não votarem na eleição do Chefe de Estado.
“Mas ninguém pode impedir as pessoas de exercerem os seus direitos de cidadania”, argumenta o responsável, adiantando o apoio da Causa a quem entenda votar, uma vez que se vive numa República.
Mattos e Silva defende, como “muitos monárquicos”, que “por uma questão de coerência não se deve votar, mas anular o voto” e assim cumpre-se o “dever de cidadão”.
Nas outras eleições, os monárquicos são livres de votar e muitos são até filiados em partidos, recordou o dirigente que resume que a “monarquia está acima dos partidos”.
Para esta campanha, como nas passadas, a Causa Real não agendou qualquer iniciativa embora continue a passar mensagens e a “denunciar aquilo que está mal na chefia de estado electiva” nomeadamente na Internet.
O PPM deverá na próxima semana começar as acções sobre as “contradições” do exercício da função de Presidente da República com a Constituição e a despesa “cada vez maior” do sistema para o país, informa o presidente do partido.
Paulo Estêvão lembra que os chefes de Estado já foram líderes de partidos, estão “comprometidos” ideologicamente e têm apoios partidários “muito específicos”: “a ideia que se estabelece é que não é presidente de todos os portugueses, ao contrário de um rei”.
Para o líder do PPM, com um presidente “não existe isenção e capacidade para fazer convergir o povo para os grandes objectivos e para a unidade nacional”.
Outra acção será mostrar que o “país gasta cada vez mais” com a República face ao número de ex-presidentes, que contrariamente aos “princípios republicanos” não voltam a ser “cidadãos comuns”.
“Os ex-presidentes ficam com um conjunto de regalias, não só em termos de vencimento, como de pessoal, de segurança”, enumera.
Sobre as eleições, o partido decidiu “liberdade de voto e os dirigentes e militantes poderão apoiar qualquer um dos candidatos”.
No entanto, a prática é “não votar” e mesmo anular o voto com a frase “Viva o Rei”.
Fonte: Diário Digital
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