Durante um ano e meio assistimos primeiro a uma guerra de ping-pong entre o Governo e o Presidente Cavaco Silva, se inicialmente com Manuela Ferreira Leite era mais uma frente aberta contra o Governo acabou rapidamente a Primavera do PSD as coisas começaram a ficar piores depois da apresentação do PEC III já com Passos Coelho como presidente do PSD.
Assistimos a um infindável leque de escândalos de um dos lados como Freeport, Face Oculta, Canudos e do outro lado BPN’s, Escutas a Belém, vimos uma convergência institucional virada de costas para o Povo e para o País.
Agora com a forma como o PEC IV surgiu nos radares da política nacional viu-se o mais podre a vir ao de cima de ambas as trincheiras, Cavaco Silva não foi informado do PEC IV e mais um ping pongue diário entre direções do PS e PSD … e em Belém um silêncio profundo.
Sim Cavaco Silva perante uma crise profunda, catastrófica o que diz ? o que faz ? Onde está o papel de mediador da figura de Presidente da República ? Perante tudo Cavaco Silva está calado ? Onde está o supremo interesse nacional ?
Claro que todos nós sabemos que estaria sempre calado Cavaco Silva, ex-Ministro das Finanças do Governo PSD de Sá Carneiro, ex-líder do PSD de 1985 a 1995, ex-candidato à Presidência da República apoiado pelo PSD e pelo CDS. Sabíamos que o cargo de Presidente da República de imparcial não tem nada, agora com o risco de irmos para eleições corremos o risco de não haver um governo com maioria absoluta e perguntamos como ficará o País ? Será que a sede de vingança do despedimento de Santana Lopes por Sampaio é mais importante do que o País ? O poder a todo o custo ?
Na Bélgica o Rei não tem condicionantes partidárias, não tem telhados de vidro por causa do passado político, não está refém de eleições. Na Bélgica a pesar da Crise política que já dura à bastante tempo é o Rei que procura consensos, é o Rei que luta pela unidade nacional … temos visto isto da parte do Presidente da República Portuguesa ? Com um Rei, Portugal teria garantias de uma maior imparcialidade institucional da parte da Chefia de Estado, teríamos a certeza de o Chefe de Estado não seria uma das partes. No fim quem fica a perder é o Povo, não se admirem que a abstenção bata recordes nas próximas eleições.
Rui Monteiro
Fonte: Causa Monárquica
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