As hienas histéricas já pediam a cabeça do Rei. Mas, afinal, o Rei cometeu algum crime? Não, porque infelizmente a caça não é considerada um crime. Há leis que enformam a prática da caça, por mais ilegítima que surja aos olhos das louváveis preocupações ambientalistas. Mutatis mutandis, era como se alguém pusesse em causa o múnus da função de um titular de cargo público por este ser adepto das touradas. As touradas são ilegais? Não.
Ao contrário de certos presidentes, cúmulos de ininmputabilidade civil e verdadeiros agentes de corrupção - daí o facto de alguns se candidatarem a novos mandatos para se furtarem a julgamento e condenação (vide Chirac, vide Sarkozy) - o Rei cometeu, quando muito, uma falta reprovável às crenças e sensibilidade de alguns.
O mais importante na pequena "estória" é que o Rei pediu desculpas, quando não as devia, pois não cometeu falta alguma que pusesse em risco a segurança do Estado. É comovedor e digno de registo este pedido de desculpas. O Rei não se humilhou, mas falou a cada um dos moralões indignados - desses que de dedo em riste estão sempre prontos a exigir, sem nunca darem o exemplo - e sanou a fúria de milhões que sempre votaram em bandidos, ladrões e pulhas e, sabendo-o, os voltaram a eleger para os proteger da mão da justiça.
As monarquias, até nas falhas, são infinitamente superiores às ditas repúblicas.
Miguel Castelo-Branco
Fonte: Combustões
Sem comentários:
Enviar um comentário