Revelou SAR D.Duarte Pio de Bragança
Na intervenção da sessão de encerramento, SAR D.Duarte Pio de Bragança, salientou o facto da Região do Algarve ser independente do todo nacional.
“Para além dos Açores e Madeira, o Algarve é a região mais marcada e curiosamente, quando em 1910 aconteceu o golpe militar que implantou a república em Portugal, os responsáveis esqueceram-se de que havia dois reinos e aqui nunca foi proclamada a República do Algarve. O reino do Algarve tinha sido abolido no tempo de D.José porque o Marquês de Pombal não gostava muito de regionalismo e como Lisboa teve que pagar as despesas enormes com o terramoto do Algarve, ele aproveitou para extinguir o reino do Algarve.
A rainha D.Maria I voltou a restaurar o Reino do Algarve e até hoje ninguém o extingiu. Portanto seria bom até para o turismo do Algarve lembrar de quem é o rei e será o professor Cavaco Silva ou outro alguém.
Ainda bem que o Dr. Mário Soares não percebeu isso porque não tinha deixado passar a ocasião.
Devemos tentar corrigir os erros e falhas que a administração pública comete porque deviam ouvir o país e seguir as opiniões de todas as regiões. Infelizmente todos percebemos que o Estado é uma máquina que funciona multiplicando as burocracias para poder justificar os empregos públicos que foram sempre aumentando. Como se sabe em 1974 havia 200 mil funcionários públicos e hoje há 700 mil. Claro que os serviços aumentaram também mas certamente não corresponde a essa multiplicação.
Vamos ter que acabar com isso e seria uma ocasião muito boa para reformular o funcionamento do Estado e cumprir melhor as suas obrigações. Os deputados inclusivamente fazem leis que muitas vezes não são aplicáveis. Espero que no Algarve haja uma unidade superior às do resto do país e que possa ser aproveitado o modelo de desenvolvimento que queremos aqui.
Ouvi excelentes propostas e uma deles foi a de que não é preciso reduzir o número de concelhos e freguesias mas criar municípios supra concelhios em que os serviços administrativos possam funcionar a nivel regional embora a identidade e a representação política continue a ser nos concelhos e freguesias.
Poderemos, por iniciativa das freguesias e concelhos, demonstrar que funcionaremos mais eficientemente acabando com a tentação de reduzi-las.
Por exemplo em França há concelhos minúsculos, só que a maioria funciona praticamente sem custos, com voluntários e reformados que põem os seus serviços à disposição.
Aliás, há uns anos atrás os presidentes das juntas e câmaras não tinham vencimentos, apenas recebiam ajudas de custo.
Um trabalho de coordenação com as instituições locais e o Instituto da Democracia Portuguesa deve e queremos que seja um instrumento ao serviço dos algarvios e do Algarve.
Podem contar connosco.
Será uma região que poderá servir de exemplo ao país!”, disse a terminar.
Fonte: a Avezinha - jornal algarvio
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