Os Magos eram os sábios daquele tempo. A sua presença junto do Deus Menino é significativa da homenagem que a inteligência deve prestar ao Criador, louvando-o. Porque o mistério não humilha a razão, antes a sublima e eleva onde, por si só, jamais se poderia alcandorar. Eram sábios e por isso leram os sinais dos tempos: a sabedoria, afinal, mais não é do que um olhar mais atento e penetrante sobre a realidade. Muitos viram a estrela, mas só eles compreenderam o seu significado e se puseram a caminho. Os ignorantes, como não sabem nada, nem sequer sabem o que não sabem.
Os Magos, como eram sábios, sabiam muito, mas também sabiam que não sabiam tudo. Conscientes da sua ignorância teológica, ao chegarem a Jerusalém, perguntaram sobre o lugar do nascimento de Jesus. Sábia foi também a sua decisão de acatar a douta resposta dos peritos na ciência que não era a sua.
Quando finalmente viram o tão desejado Rei dos Judeus, aqueles homens, com a humildade própria do seu muito saber, prostraram-se e adoraram-no. Não o fazem como crentes, pois eram gentios; nem como súbditos do novo Rei, porque não eram judeus; mas como sábios, porque Aquele que adoram é a Verdade o princípio e o fim de toda a sabedoria.
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