Natural da China, o chá foi introduzido na Europa pelos portugueses no século XVI.
Assim, Dona Catarina de Bragança deixou pelo menos a Inglaterra o hábito de beber chá que se tornou um dos hábitos tipicamente britânicos, mas que não foi o único: deixou o costume do consumo da geleia de laranja, para além de lá ter introduzido o uso dos talheres – pois antes disso os ingleses comiam com as mãos, mesmo a aristocracia mais fina que levava os alimentos à boca com três dedos (polegar, indicador e médio) da mão direita e do tabaco, legando dessa forma uma importante herança cultural.
O hábito de beber chá já existiria, num período em que a Companhia das Índias Orientais o estava a vender abaixo do preço comercializado pelos Holandeses e o anunciava como uma panaceia para a apoplexia, epilepsia, catarro, cólica, tuberculose, tonturas, pedra, letargia, enxaquecas e vertigem – um verdadeiro cura tudo e mais alguma coisa -, mas foi Dona Catarina de Bragança que o transformou na "instituição" que os ingleses hoje conhecem por “Chá das Cinco”, o tão famoso quanto imprescindível "five o'clock tea". Bravo, Dona Catarina, pela herança que deixou!
Acresce que, o consumo deste produto era apanágio das esferas mais altas da sociedade. Em consequência, também, surgiu a expressão: “Ter falta de chá!”, dirigida a alguém que não tem educação ou que não tem maneiras, uma vez que o chá era originariamente consumido por famílias nobres, presumidamente mais sofisticadas. Hoje, claro que numa sociedade burguesa e plutocrata, em que o dinheiro é o mote, não está garantido que haja na alta roda muito chá, até porque podem-no não ter tomado em pequeno e uns são ricos, mas outros têm apenas dinheiro!
Com este artigo iniciamos uma rubrica de interesses históricos sobre factos e figuras que muitas vezes são ignorados pela ciência histórica mainstream, com a certeza de continuaremos com os artigos de fundo mais sérios e doutrinários!
Miguel Villas-Boas
Fonte: Plataforma de Cidadania Monárquica
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