segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Um dia depois

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Passou um dia... Já então se trocavam acusações e se depurava. Quão singular e monotonamente se repetem os factos históricos!
Exemplifiquemos: em 1903, Emídio Navarro, um influente político da Bairrada, pedia, furioso, explicações a El-Rei D. Carlos ao saber o seu nome preterido da lista de novos pares do Reino, por alegada indicação de Sua Magestade. O que fora um Seu grande entusiasta assim se transfigurava num repetino assanhado inimigo.
Já em tempos recentes testemunhei a metamorfose de um ou outro menino, com pezinhos de moço-fidalgo levando aos seus lugares os convidados, no casamento de SAR o Senhor D. Duarte, agora denodados defensores de rocambolescas alternativas dinásticas! Eles lá saberão porquê...
Na sua obra ímpar - D. Carlos - Rui Ramos sustenta quue o monarca e o Príncipe Real morreram às mãos dos republicanos e dos dissidentes. Aqueles conhece-se bem quem são; estes, nem tanto. Há-os até tentando colar Sua Magestade a cenários perfeitamente descabidos. Vale tudo e tudo cabe debaixo do manto imenso do Senhor D. João VI, no qual se supunha Ele envolto e sepulto. 
El-Rei morreu barbaramente assassinado. Mas sem a sofisticação com que hoje se escavaca um Ideal. Decerto porque entre instigações e cumplicidades, há um século como actualmente, a Maçonaria semeia, colhe e goza os réditos do seu labor.

João Afonso Machado

Fonte: Corta-fitas

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