terça-feira, 30 de junho de 2020

SAR, O Senhor D. Duarte Pio de Bragança entrega equipamento ao Hospital de Barcelos


SAR, O Senhor D. Duarte Pio entregou no sábado um videolaringoscópio ao Hospital de Barcelos, resultado de uma campanha de angariação de fundos levada a cabo pela Real Irmandade do Bom Senhor Jesus da Cruz lançada em Março.

Numa publicação na sua página de Facebook, o Hospital de Barcelos refere que “foi com muita alegria e emoção” que recebeu “Sua Alteza Real, o Senhor Dom Duarte de Bragança e seu filho Afonso, bem como a Real Irmandade”.

“Este equipamento trará grandes vantagens para os nossos utentes, permitindo, por exemplo, evitar a lesão que a intubação pode causar à estrutura laríngea dos utentes”, salienta o hospital.

A Real Irmandade explica que começou a campanha para aquisição de ventiladores portáteis, mas após contacto com o Conselho de Administração do Hospital, este comunicou que o videolaringoscópio era uma necessidade mais premente e assim foi mudado “o objecto da angariação de fundos”.

“Com a ajuda do nosso Irmão e amigo Dr. Adalberto Neiva de Oliveira, conseguimos travar contacto com a Fundação D. Manuel II, representada por Sua Alteza o Senhor D. Duarte. O mesmo, mal tomou conhecimento do projecto e, porque é Irmão Honorário da Real Irmandade e Duque e Conde de Barcelos, quis ajudar-nos a alcançar a quantia necessário para adquirirmos o equipamento”, sublinha a Real Irmandade.

O valor angariado para comprar o equipamento foi de cerca de 15 mil euros.

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Fonte: O Minho

domingo, 28 de junho de 2020

Nagasáqui portuguesa

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O território onde viria a ser fundada Nagasáqui foi cedido a Portugal por Ōmura Sumitada, importante Daimyo convertido ao catolicismo com o nome de Dom Bartolomeu. Como possessão portuguesa, desenvolver-se-ia a grande ritmo. A Companhia de Jesus ergueria lá uma capela e um colégio, chamados "de São Paulo" como os de Macau e Goa, uma academia de pintura e uma Misericórdia. As casas eram caiadas de branco "à moda portuguesa". E a jovem Nagasáqui tornou-se conhecida pelas ilhas japonesas por lá serem numerosas as crianças - na cidade nipo-portuguesa e católica, ao contrário do que sucedia no resto do país do sol, não se praticava o infanticídio. O controlo directo da Coroa portuguesa sobre a cidade foi de pouca duração, estendendo-se por apenas sete anos. Contudo, a cidade manter-se-ia pelas décadas futuras como o principal porto para o comércio com Macau, gerido então como monopólio da Coroa portuguesa. E a cidade não mais perderia a posição como centro do cristianismo japonês, depois tão severamente perseguido.


sábado, 27 de junho de 2020

O erro do materialismo histórico


A teoria materialista da História, segundo a qual toda a política e ética são expressões da economia, é de facto uma falácia muito simples. Ela consiste, simplesmente, em confundir as necessárias condições de vida com as normais preocupações da vida, que são coisas muito diferentes. É como dizer que, porque o homem pode andar somente sobre duas pernas, então, ele só pode caminhar se for para comprar meias e sapatos. O homem não pode viver sem os amparos da comida e da bebida, que os suporta sobre duas pernas; mas sugerir que esses têm sido os motivos para todos os seus movimentos na História, é como dizer que o objectivo de todas as suas marchas militares, ou peregrinações religiosas, deve ter sido a perna dourada da Sra. Kilmansegg ou a perfeita e ideal perna do Sr. Willoughby Patterne. Mas são esses movimentos que constituem a História da espécie humana e sem eles não haveria praticamente História. Vacas podem ser puramente económicas, no sentido de que não podemos ver que elas façam muito mais do que pastar e procurar o melhor lugar para isso; e essa é a razão pela qual a história das vacas em doze volumes não seria uma leitura estimulante. Ovelhas e cabras podem ser economistas em suas acções externas, pelo menos; mas essa é a razão das ovelhas dificilmente serem heróis de guerras épicas e impérios, importantes suficientes para merecerem uma narração detalhada; e mesmo o mais activo quadrúpede não inspirou um livro para crianças intitulado Os Feitos Maravilhosos das Cabras Galantes. Mas, em relação a serem económicos os movimentos que fazem a História do homem, podemos dizer que a História somente começa quando os motivos das ovelhas e das cabras deixam a cena. Será difícil afirmar que os Cruzados saíram de suas casas em direcção a uma horrível selvajaria, da mesma forma que as vacas tendem a ir das selvas para pastagens mais confortáveis. É difícil afirmar que os exploradores do Árctico foram em direcção ao Norte imbuídos dos mesmos motivos materiais que fizeram as andorinhas ir para o Sul. E se deixarmos de fora da História humana, coisas tais como todas as guerras religiosas e todas a aventuras exploratórias audaciosas, ela não só deixará de ser humana, mas deixará de ser História. O esboço da História é feito dessas curvas e ângulos decisivos, determinados pela vontade do homem. A História económica não seria sequer História.

G. K. Chesterton in «The Everlasting Man», 1925


Fonte: Veritatis

quinta-feira, 25 de junho de 2020

660 anos do maior dos portugueses

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Maior dos portugueses, Nun'Álvares nasceu a 24 de Junho de 1360. Há 660 anos. A história pátria celebra-o como herói e santo, reunindo a dupla condição da alma portuguesa, como também lembrou António Sardinha, a defesa do reino contra a ameaça de Castela e a defesa da fé. Empossa a espada e a cruz. Na sua vida acompanha momentos derradeiros para a afirmação de Portugal como nação independente. Um dos momentos mais empolgantes, exactamente, a eleição e respectiva aclamação de D.João I, Mestre de Avis como rei de Portugal, encontra em D. Nuno um protagonista, empresa árdua que a Batalha de Aljubarrota consagrará com a heróica vitória face ao inimigo quantas vezes mais poderoso.


Na sua conduta vivifica todas as virtudes da gesta portuguesa, como notavelmente Fernão Lopes recordou na sua "Crónica de D.João I": “assim no temporal como espiritual, vivo e depois da morte, sempre foi havido em grande reverência por todo o povo…” Esta imagem profunda releva a conduta da vida do Condestável. Por um lado, a forma como a vida militar não obscurecia nele as virtudes cristãs, testemunhando o povo as provas de caridade, de sacrifício e de dedicação ao bem comum que praticava e, por outro, a forma como respondia às crises com a mesma profundidade da fé: depois da guerra ordenava aos militares que tratassem dos feridos e dos mortos. Em nome da paz fazia a guerra.


Os seus dotes de guerra eram acompanhados por uma espiritualidade profunda: dedicado à Oração Mariana, jejuava sempre em honra da Virgem Maria, assistia diariamente à missa, e, às suas custas, erigiram-se inúmeras igrejas e mosteiros. Depois, distribuindo parte dos seus bens e das suas terras, e doando aos mais necessitados, exerceu a mais pura virtude cristã: a caridade, conduzindo a vida na verdade dos ensinamentos de Cristo. Percebe-se como a literatura positivista no século XIX, no seu anti-clericalismo, não procurou perceber e atacou esta imagem do Condestável, Oliveira Martins não terá sido particularmente generoso. Porque a santidade implica o exercício heróico da vontade, implica uma introspecção activa do ser e uma relação superior com as adversidades do mundo.


No final da vida, já desprendido dos bens materiais, mendigou o sustento pelas ruas e recusou títulos e benesses, ganhando entre o povo o nome de "Pai dos pobres". Encarnou o carácter luso na sua expressão superior, no lado místico e no lado terreno, na dedicação a Deus e na defesa da Pátria, na defesa do rei e na defesa da fé. O seu amor pela Virgem do Monte Carmelo levou-o a promover o culto mariano, reunindo assim a primeira Confraria de Leigos em Lisboa, a “Confraria do Bentinho”, origem da futura Ordem Terceira Secular.


Assim a vida de Nuno Álvares foi o exemplo da virtude e do sacrifício, do despego e da renúncia aos bens materiais, ao mesmo tempo herói de gesta cavaleiresca, figura onde o povo encontrou a identidade da sua comum vocação histórica.


Daniel Sousa


Fonte: Nova Portugalidade

terça-feira, 23 de junho de 2020

Cara ou Coroa?

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Mais de cem anos volvidos sobre a implantação da república, seria de esperar que o regime tivesse tido a capacidade de sarar as feridas que a sua sanha destrutiva rasgou no coração das nossas terras. Que a paisagem urbana, agitada pelo ímpeto revolucionário, conseguisse incorporar de modo minimamente harmonioso os novos símbolos do novo Estado que se anunciava progressista e estribado na ciência.


Passado todo este tempo, as chagas perduram. Permanecem à vista de todos como testemunho da brutalidade inconsequente que se abateu sobre edifícios, pinturas e esculturas. Uma sombra de coroas destruídas e o espaço que estas ocupam mantém-se. Falam com a clareza de um sepulcro vazio.


Nenhuma tentativa de as substituir ou emendar resultou minimamente credível ou esteticamente aceitável. Algumas coroas ainda resistem, partidas: o furor destrutor foi menos consequente que a obstinação que estas demonstraram em se perpetuarem.


São pedras que falam. Sobretudo as que lá não estão. A tentativa da sua substituição por esferas armilares tornou o novo conjunto simbólico incôngruo e assumidamente remendado. A opção esférica gorou-se. Nos sítios em que o rigor da demolição foi mais tenaz, rapidamente se compreendeu que melhor seria deixar que nada encimasse as nossas armas. E o nada lá ficou.


As coroas destruídas contam-nos a história da arrogância humana e da crença fanática no progresso. Demonstram até que ponto se procurou arrasar e desfear, para refazer tudo. Mas a violência e o opróbrio demonstraram, como demonstram sempre, total incapacidade para darem origem a qualquer coisa que seja, simultaneamente, nova e nossa.


Os estilhaços das coroas que ainda resistem por todo o país são o testemunho, pétreo e silente, de um povo que viu serem-lhe impostos, uma e outra vez, regimes políticos sem que tivesse aderido a eles e que se acomodou às mudanças com resignação, mas sem coração. O Portugal das coroas partidas é o dos brutos que nos querem salvar de nós próprios. Daqueles que querem civilizar-nos à força. Dos que desdenham e rejeitam aquilo que somos e, mais ainda, o que sempre fomos. 


A ruína das coroas coroa a ruína do país. Cada coroa partida ou eliminada e o espaço que delas ficou demonstra como as instituições estruturantes não se apagam com a mesma facilidade que as suas manifestações exteriores. O Portugal simbólico que nos legou a república é o da pilhagem, da perseguição e do vazio espiritual. O país da compressão das liberdades em nome da Liberdade. Um lugar profanado. Um sítio onde as pedras se vergaram ao escopro tal como as pessoas deveriam vergar-se à apregoada ordem nova. Um lugar desmemoriado. Velho sem ser antigo.


Cada coroa que subsiste recorda outro tempo, um outro país e uma outra história que, por desdita, não fomos capazes de merecer. Cada uma destas marcas de equilíbrio e completude do todo nacional e da sua dimensão transcendente recorda-nos o que poderíamos ter sido. São sobreviventes e profetas infelizes. Pedra feita palavra.


Não se criam relações partindo pedras, mas as múltiplas caras da república demonstraram não ser capazes de muito mais. 


Antes uma coroa de rosto humano.


João Vacas


Fonte: Real Associação de Lisboa

segunda-feira, 22 de junho de 2020

HISTÓRIA TRÁGICO-MARÍTIMA DA NAU CATRINETA

“Virá o dia em que os discursos oficiais serão capazes de reconhecer a enorme violência da expansão portuguesa, a nossa história esclavagista, a responsabilidade no trânsito transatlântico de escravos. Até podia ser num 10 de Junho. Mas ainda não foi hoje” – Catarina Martins, coordenadora do Bloco de Esquerda, 10-6-2020.

Noutros tempos, o 10 de Junho era também o dia da raça. Ao contrário do que parece, a designação não só não era racista, como era até antirracista. Com efeito, se todos os portugueses, qualquer que seja a côr da sua pele, a sua etnia, a sua religião, as suas origens, a sua região, os seus antecedentes familiares, a sua cultura, a sua condição socioeconómica e a sua ideologia política são uma só e a mesma raça, ficam desvalorizadas todas as distinções em que apostam os diversos racismos.

Enquanto o judaísmo estava confinado a um só povo, ou raça, o Cristianismo é católico, ou seja, universal. Embora originário da Ásia, foi na Europa que mais se desenvolveu e de onde se expandiu para o resto do mundo.

É verdade que o dia da raça tinha algumas conotações políticas, felizmente já ultrapassadas, e podia ser usado em detrimento das outras nações, ou ‘raças’. Mas não é menos censurável a atitude antipatriótica da extrema-esquerda, de que as declarações da coordenadora do Bloco são exemplo. Este revisionismo histórico, para além de evidenciar uma crassa ignorância sobre o passado, também revela, infelizmente, um considerável desprezo pela pátria.

Se é criminoso danificar as estátuas dos “egrégios avós”, não é menos grave desrespeitar a nossa memória histórica. Catarina Martins quer fazer à expansão portuguesa o mesmo que alguns idiotas fizeram à estátua do Padre António Vieira: vandalizá-la, não com tinta encarnada, mas com a tinta com que escreve declarações que insultam a nossa história e, por isso, ofendem todos os portugueses.

Sou partidário dos dogmas em relação à verdade revelada, mas só esses. Sou muito amigo da liberdade em todos os outros temas, que são, por isso mesmo, opináveis. Em questões teológicas discutíveis, não abdico da minha liberdade de pensamento e de expressão, na Igreja e na sociedade civil. Uma tese histórica não se impõe como se fosse um dogma, que os não há nesta matéria, mas prova-se cientificamente: só recorre à razão da força quem não tem a força da razão.

Por ser, por formação e opção, avesso a versões únicas do que é discutível, não aprecio as narrativas exageradamente elogiosas da nossa história, como se os portugueses fossem superiores aos outros (não será o nacionalismo um certo racismo, disfarçado de patriotismo?!).

Não sou dos que pensam que somos os melhores, nem muito menos os melhores dos melhores. Mas também não somos os piores, nem os piores dos piores. Somos mais um povo, com virtudes e defeitos, com feitos grandiosos, como os descobrimentos e a expansão ultramarina, e vergonhosos, como o infame regicídio, a ominosa PIDE, a desastrosa descolonização, etc. Na nossa história de quase nove séculos há, como nas dos outros povos, vitórias e derrotas, momentos de esplendor e de trevas. A todas essas experiências devemos, afinal, o que hoje somos, a nossa identidade nacional.

Muito embora a extrema-esquerda pretenda tomar de assalto a história de Portugal, a nossa memória colectiva não pertence a nenhuma ideologia política. Os mesmos, que vandalizam o património escultórico, são os que banalizam o património histórico, de uma forma mais subtil e discreta, mas com igual violência e desrespeito pela verdade.

Está na essência do socialismo este visceral ódio pelo passado: não é por acaso que a Rússia, quando passou a ser a infame União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, eliminou, até no nome, qualquer referência à sua história. Com a nova designação, o regime comunista substituiu quase dois milénios de uma venerável tradição cultural e religiosa, por uma utopia igualitária, que se revelou a mais sanguinária das tiranias.

Passado o tempo das grandes Catarinas, como a de Sena, a Czarina da Rússia e a homónima Rainha de Inglaterra, que nasceu Infanta de Portugal, restam apenas as pequenas Catarinas, ou Catrinetas. Se este diminutivo se aplica a quem está ao leme do ‘Bote’ de Esquerda, este bem se poderia chamar Nau Catrineta, embora nada tenha para contar e a sua história, mais do que de pasmar, seja de arrepiar.

Com efeito, as caravelas das descobertas tinham, por insígnia, a Cruz de Cristo, mas este ‘Bote’ de Esquerda, qual navio pirata, tem por pavilhão a caveira da cultura da morte, tanto dos nascituros como dos velhos e doentes terminais. Em vez de descobrir, está empenhado em destruir; em vez de unir o povo português, aposta em o dividir, à força de causas fracturantes; e, em vez de servir o desígnio de Portugal, procura denegrir a grandeza nacional. Os piratas não têm fé nem valores, só a vã cobiça de matar e pilhar. Ao antipatriótico ‘Bote’ de Esquerda não falta apenas ciência e arte, falta também respeito pela verdade, falta ideal, falta grandeza de alma, falta compreensão da história. Falta, sobretudo, amor a Portugal.

Não, não sou de extrema-direita, nem sequer conservador: há alguma revolução social mais radical do que a preconizada por Jesus Cristo?! Quero um mundo mais livre, mais justo, mais fraterno, mais solidário e mais verdadeiro: um mundo melhor. O patriotismo não pode ficar refém de um partido ou tendência política, por mais que os nacionalistas dele se queiram apropriar, ou a extrema-esquerda se empenhe em o negar.

Sou cristão e sou português, com muita honra. Como discípulo de Cristo, reconheço a dolorosa verdade dos meus pecados e imperfeições, de que todos os dias me arrependo. Como português, assumo a memória integral da nossa história nacional, em que não faltaram, é certo, injustiças, a par de não poucas glórias.

Por exigência da Lei de Deus, procuro honrar e respeitar os meus progenitores, bem como o país dos meus pais, e dos pais dos meus pais, até aos alvores da nacionalidade. A pátria é, em termos etimológicos, a terra dos pais: é por esta razão que, não obstante ter nascido na Holanda, sou – com muito orgulho! – português.

P. Gonçalo Portocarrero de Almada

Fonte: Observador

domingo, 21 de junho de 2020

Livro "D. Manuel I - Duas Irmãs para um Rei" de Isabel Stilwell

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SINOPSE

Uma história fascinante de um homem que não nasceu para ser rei, que chegou ao trono depois de ver morrer o sobrinho e ver assassinar o irmão e o cunhado.

Isabel, viúva de Afonso, filho de D. João II, resistiu ao casamento. Mas Manuel era determinado. Desde aquele dia em que os seus olhares se cruzaram em Moura, sabia que Isabel havia de ser sua.

Por ela faria tudo, inclusive expulsar os hereges de Portugal, e depois os judeus. Mas mais uma vez a roda da fortuna girava e a sua felicidade durou pouco. Isabel morria no parto, e o seu único filho não sobreviveria. Era preciso garantir a descendência. Maria, irmã de Isabel, esperara, apaixonada, e o seu tempo tinha chegado. Seria rainha de Portugal e mãe de dez filhos, entre eles seis varões.

Um dos reis mais importantes da nossa História, construtor do império global português, numa época fascinante dos Descobrimentos, em que Lisboa se enche de espiões e especiarias.



sábado, 20 de junho de 2020

Anda a mentira em pés de verdade


Muito tempo há que a mentira se tem posto em pés de verdade, ficando a verdade sem pés e com dobradas forças a mentira; e é força que, sustentando-se em pés alheios, ande no mundo a mentira muito de cavalo; e se houve filósofo que, com uma tocha numa mão, buscava na luz do meio-dia um sábio, hoje, por mais que se multipliquem luzes às do Sol, não se descobrirá um afecto verdadeiro. Buscava-se então a ciência com uma vela, hoje pode-se buscar a verdade com a candeia na mão, que apenas se acha nos últimos paroxismos da vida.

«Sete Propriedades da Alma aplicadas às obrigações de um valido em Carta do Padre António Vieira dirigida ao Conde de Castelo Melhor, escrivão da puridade de El-Rei D. Afonso VI de Portugal», 1656/1667

Fonte: Veritatis

sexta-feira, 19 de junho de 2020

17 de Junho de 1665 - Batalha de Montes Claros

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17 de Junho de 1665, Batalha de Montes Claros onde os exércitos de El-Rei D. Afonso VI derrotaram os exércitos do mais poderoso rei da Europa do seu tempo - Filipe IV de Espanha, Nápoles, Flandres, etc - afirmando em definitivo nesta quinta vitória a independência da Coroa Portuguesa face à dinastia dos Habsburgos.


A Guerra da Restauração, tão esquecida pelos portugueses, mas tão cheia de feitos de armas notáveis que impressionaram a Europa do seu tempo contribuindo para o prestígio da Restauração de Portugal e dos Bragança entre as potências da época, bem que merecia maior memória e estudo. Honra, memória e glória para eles.


LRP


quinta-feira, 18 de junho de 2020

Vivemos a ordem revolucionária

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Pacificamente, os povos partilharam a sua sorte política, sabendo que cada poder se limitava à consecução dos seus próprios fins, um poder livre e oposto ao carácter absoluto e único da nova doutrina da soberania.

Os poderes locais, inferiores e superiores, movimentavam-se cada qual dentro do seu âmbito até ao momento em que o superior, abusivamente, condicionasse o inferior. Assim aceitava-se prestar-lhes lealdade sem qualquer problema, sendo que tal não significava submissão ou mesmo renúncia aos seus direitos, mas tão só para dar o devido acordo a cada ordem conforme a sua natureza.

Esta correlação que existiu outrora entre as políticas nacionais e multinacionais do Império Português e a autonomia subsidiária foi destruída pela ordem revolucionária instituída pela Revolução Francesa.

Esta acabou com as sociedades intermédias e criou um vínculo directo e despótico entre o Estado e o indivíduo, instituindo o postulado da não separação entre o Estado e a Nação.

L.L.

quarta-feira, 17 de junho de 2020

Jamais Apagarão a Gloriosa História de Portugal

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Infante D. Henrique (1394-1460). Iluminura da “Cronica dos feitos da Guiné por Mandado do Infante D. Henrique” (fls. 50 e 51 do Códice de 1453), de Gomes Eanes d´Azurara (1420-1474), acervo da Biblioteca Nacional de França

O Infante Dom Henrique era o quinto filho d’El-Rei Dom João I e de Dona Filipa de Lencastre, e, nasceu na cidade do Porto a 4 de Março de 1394. O Infante Dom Henrique de Avis foi o 1.° Duque de Viseu – a par do seu irmão D. Pedro (O Infante das Sete Partidas), foram os primeiros a receber título de Duques – e 1.° Senhor da Covilhã e ficou conhecido pelo epíteto d’O Navegador, pois o Infante teve um papel determinante na expansão portuguesa ultramarina que principiou em 1415, com a conquista de Ceuta.

Nem vamos abordar o papel guerreiro que o Infante D. Henrique teve nos Descobrimentos portugueses, mas sim o seu papel como patrocinador da criação de uma cadeira de Astronomia na Universidade de Coimbra, ou o seu empenho no desenvolvimento da Caravela, de portulanos, de roteiros e de instrumentos náuticos que facilitassem essas mesmas descobertas por parte dos navegadores. "O Navegador" investiu toda a sua fortuna em investigação relacionada com navegação, náutica e cartografia, dando início à epopeia dos Descobrimentos. Esta descoberta geográfica do Mundo empreendida pelos portugueses que se expandirá por séculos, é reflexo do paradigma do Renascimento na medida que o humanismo não se trata apenas de um ideal de cultura, mas um ideal de pensamento de confiança no Homem. Com os Descobrimentos, Portugal participou na primeira linha da construção de um admirável Mundo Novo.

O sabant italiano Poggio Bracciolini compara os feitos do Infante Dom Henrique aos de Alexandre, o Grande, ou aos de Júlio César, exaltando-os ainda mais por serem descobertas de lugares até, então, desconhecidos da Humanidade.

O Infante D. Henrique era um dos homens mais poderosos da sua época, mas apesar disso regia-se por princípios da mais rigorosa ética. Tal como toda a Ínclita Geração recebeu uma esmerada educação, mas sem descurar a vertente religiosa. A sua moral enquadra-se dentro do moralismo puritano inglês, por influência da Mãe que antes de ser Rainha de Portugal era neta do Rei inglês e filha do Duque de Lencastre - o homem mais poderoso de Inglaterra que Rei não fosse.

Ao Infante Dom Henrique devem-se feitos como a tomada de Ceuta em conjunto com seu pai e irmãos; a armada das Canárias; a guerra que os seus navios faziam aos piratas; o povoamento das "descobertas" ilhas Atlânticas, sobretudo da Madeira. Foi ele quem mandou vir da Sicília a cana-de-açúcar e os "peritos" para monitorizarem o seu cultivo e a sua transformação, fazendo da Madeira uma relevante região produtora de açúcar.
Partiu para a sua derradeira viagem a 13 de Novembro de 1460.

Nunca O esqueceremos, nunca deixaremos apagar da memória colectiva portuguesa os Seus feitos.

MVB

terça-feira, 16 de junho de 2020

E Se a Maior Parte da Imprensa for Apenas Uma Agência de Informação e Propaganda?

E Se a Maior Parte da Imprensa for Apenas Uma Agência de Informação e Propaganda?

“A imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados”.
Millor Fernandes

A fazermos fé na frase em epígrafe, o que temos são armazéns de secos e molhados. Quando a imprensa recebe dinheiro do Estado ou está submetida ao conselho de direção de um grande grupo económico privado não é oposição mas megafone de interesses específicos.
Houve um tempo em que a imprensa foi fundamental para a construção da cultura Ocidental. Informação, liberdade e pluralidade de pensamento e opinião, debate, espírito critico, divulgação literária, científica, política, etc., eram comuns nos projetos singulares da imprensa e havia uma verdadeira liberdade, independência e diversidade. O jornalismo era incómodo. Esse tempo é passado, a importância da imprensa tem outro sentido, significa algo perturbador.
Autores como Karl Kraus (Viena, 1874-1936) começaram a perceber algo que destruíra o papel fundamental da imprensa (por imprensa hoje consideramos não só os jornais mas todos os media).
O diagnóstico de Kraus não só se foi confirmando como os sintomas e as causas se agravaram a níveis impensáveis. A importância que atribuía à linguagem e ao sentido permitiam-lhe perceber como a banalização e manipulação dos mesmos eram cada vez mais decisivas para se compreender o mundo contemporâneo. A imprensa e a política eram exemplos acabados de uma decomposição acelerada do melhor da cultura Ocidental e da transformação desta numa obra sofisticada de uniformização e manipulação de um pensamento totalitário. Os meios de comunicação tornaram-se principalmente negócios e instrumentos de propaganda. Não é fácil atualmente distinguir um jornal de uma agência de comunicação e a informação de press release. A imprensa morreu, o ideal do “jornalista” é uma memória longínqua, as grandes investigações e até a defesa apaixonada de causas fazem parte de um passado distante. Grupos económicos com mais ou menos poder e em estreita relação com o poder político ou mesmo indistintos destes, as respectivas castas mediáticas que nasceram à sombra da decomposição das auto-intituladas democracias liberais Ocidentais, dominam a imprensa (os tudólogos, especialistas em generalidades, os políticos disfarçados de jornalistas, e os jornalistas disfarçados de políticos, os amigos e conhecidos, formam um grupo que vive para propagar e difundir, não o que são as coisas ou o seu ponto de vista, mas aquilo que é a narrativa oficial, diabolizando tudo o que não segue o guião pré-escrito da realidade).
A degradação da imprensa é uma consequência de uma decomposição mais profunda, mas também um sintoma como tudo se transformou em negócio e manipulação. Tudo é objeto de consumo e técnica publicitária, sejam objetos ou ideias. Não há muito a permitir distinguir o trabalho jornalístico corrente da promoção de um produto, com a exaltação das suas qualidades, as respetivas campanhas e promoções, assim como a desqualificação mais ou menos velada dos produtos rivais. As técnicas de adestramento e a obra de uniformização das massas transformaram os media num veículo fundamental. Quem quer ser livre, morrerá à fome, como escrevia Cioran.
Os media subjugaram-se e ou foram assimilados por interesses económicos, políticos e até culturais. A sua função é debitar de modo repetido determinadas mensagens e slogans para que o consumidor interiorize que ideias deve repetir e aceitar. A sociedade da informação é agora a sociedade da manipulação massiva. Kraus no seu tempo chegou a falar da imprensa como “A grande prostituta de Viena”, agora provavelmente falaria da “maior prostituta do mundo”. Escrevia Kraus, «…longe de servir de maneira desinteressada os ideais universais de onde se reclama, a imprensa propõe e reserva os seus favores àqueles que têm meios de os pagar e os pagam efetivamente.» (in Jacques Bouveresse, Schmock Ou Le Triomphe Du Journalisme ; La Grande Bataille De Karl Kraus, 2001) Não se trata tanto do fim do ideal, e do domínio do real, mas do triunfo de um falso real, o real construído para consumo obrigatório.
Os media, salvo exceções honrosas, abandonaram a sua principal função de informar, de transmitir conhecimento e ideias, e até de pontos de vista diversos e mesmo opostos e polémicos ou considerados intoleráveis. O debate, a argumentação e contra-argumentação, as ideias por mais benignas ou não devem ser totalmente livres e debatidas. O que temos é apenas uma função, a mais degradante: formatar, manipular, servir de veículo a um determinado tipo de poder político e económico.
O problema sintomático dos média, agrava-se ainda mais em países pequenos e com um certo atraso, como é o caso de Portugal, ainda mais monolítico em termos políticos e da sua pequena, medíocre e obediente elite mediática.
Que diferença existe, mesmo em termos editoriais, entre a RTP, a SIC e a TVI? Ou o Expresso, o Observador, e mesmo o Público ou o JN? O meio é pequeno e o trânsito das pessoas, sempre as mesmas a dizerem as mesmas coisas, entre os diferentes meios, é frequente, constituindo uma espécie de confraria. Temos mesmo que ser muito meticulosos para percebermos alguma diferença.
Escrevo este texto para o Notícias Viriato (NV). O que sucedeu recentemente em relação ao NV demonstra como essa confraria tem a sua coutada que defende de modo intransigente. Já não se trata de pluralidade de informação e opinião, mas de uma versão que é a correta, a boa, e que é única, e a outra, a inaceitável, que tem que ser silenciada e punida por todos os meios e truques. O pensamento único, típico do pior dos totalitarismos, aparece travestido de democracia, de liberdade, mas agora numa formulação execrável: “podes ser livre e democrata, mas se repetires o que queremos que repitas”.
O NV na sua dimensão e crescimento foi uma novidade no panorama português. A prova que se tornou incómodo, foi a barragem de disparates, calúnias e falsificações a que foi sujeito. Como não se vergou ao guião a seguir, não houve malfeitoria, crime, fobia, etc., que não lhe fosse imputado. Da falsidade das acusações pouco interessa, o que conta é o processo, e o acto de amedrontar, denegrir e manchar. A nova ordem, a do “bem” implica uns novos três dês: demonizar, descredibilizar e desqualificar. Tudo o que traz uma visão que não é conforme o poder estabelecido e o que esse poder determina tem que ser destruído de todas as formas.
Estes dados chamam-nos a atenção para a pequenez e atraso do nosso país, que assim é facilmente controlável. A pequenez não se refere à dimensão geográfica. Fazem falta visões efetivamente plurais e divergentes. Só assim há efetivo debate e contraditório, só assim há liberdade de informação, expressão, pensamento e opinião. Ser livre não é repetir a cartilha dos “democratas do bem”, dos “donos da virtude”.
Uma imprensa não estatal, livre e independente não recebe subsídios, pagamentos antecipados por publicidade, não reproduz as agendas do poder nem contribui para processos demonológicos contra os opositores do status quo. Quando a política ajuda a imprensa, a imprensa ajudará a política.
Não vale a pena fingir distinções, é inexistente a fronteira entre os media do sistema, a política e grupos económicos e financeiros. O unanimismo e vinculação de uma visão ideológica única sobre o mundo e o país, portanto totalitária, são o produto final dessas conjugações de interesses.
Temos em Portugal, desde sempre, a obsessão com o ser moderno, europeu e civilizado, ora sem pluralidade nos media, na política e até no ensino não há modernidade de facto. Para se alcançar essas “metas” importa uma verdadeira diversidade, mesmo no plano ideológico, e que se reflita também nos media. O que temos é de facto um sistema, como um pensamento único, com as mesmas orientações políticas e ideológicas. Ver a SIC, a TVI ou a RTP é ver o mesmo, o mesmo sucede com os jornais, além de uma falta de qualidade cada vez mais gritante. O consenso mediático é o mesmo que o político, todos de acordo nos valores e costumes, desde o CDS liberal até ao Bloco, e com algumas variantes sobre economia.
Mais democracia, mais modernidade, mais desenvolvimento só é possível com novos medias verdadeiramente de direita, conservadores, como até liberais e de esquerda, de extrema direita e extrema esquerda com um outro olhar e abordagem sobre a “realidade”, outras visões e propostas, mas que não sejam mais do mesmo, protegidos e subsidiados e fazendo “favores” e alimentado autênticos clãs e grupúsculos de influência. Um genuíno olhar de direita ou de esquerda não significa o desvirtuar da informação, mas a assunção de um outro olhar sobre o real. O que temos já não é sobre o real, mas o fornecimento de uma teoria sobre o real no qual devemos viver e na qual devemos acreditar.
Mas quem investirá na imprensa independente respeitando a sua liberdade e sem medo da máquina de diabolizar deste centro difuso que tem o poder em Portugal há décadas e décadas? Medias de direita como de esquerda teriam de ser corajosos e arrojados, mas sem cair em caricaturas de si próprios. No caso específico da direita, medias de direita não significa missa em latim, recitação e louvor das obras de Salazar e sermões moralistas de manhã, com meia dúzia de loucos a vociferar diatribes em relação ao mundo e a tudo. Uma direita do século XXI sem vergonha de o ser é clara sobre a sua visão acerca da economia, dos valores, da soberania, da imigração, da europa, etc.
O primeiro grande desafio de medias livres, de direita e esquerda, será o da respetiva afirmação e resistência, para que consigam desconstruir a imagem de si próprios que é sempre recebida, não a partir do que são, mas do que o sistema designa que sejam. Por exemplo, o que é direita não é o que a direita diz que é, mas o que o centro do poder designa que ela seja.
João Brás
Professor e Escritor

segunda-feira, 15 de junho de 2020

Manto restaurado da Rainha Dona Amélia em exposição no Santuário de Fátima



Um manto da Rainha D. Amélia, última rainha de Portugal, oferecido por esta ao Bispo D. José Alves Correia da Silva, encontra-se em exposição até 15 de Outubro no Santuário de Fátima – Basílica da Santíssima Trindade, no âmbito da exposição “Vestida de Branco”. O manto, um dos maiores que se guardam da monarca e que se encontrava com alguma degradação, foi alvo de um restauro, ao longo de cerca de cinco meses, antes de ser colocado nesta exposição.

Em cetim de seda com aplicação de fio laminado, missangas, pedraria, rendas e plumas e forro de veludo, com data de finais do século XIX, inícios do século XX, o longo manto já esteve exposto na exposição “Fátima Luz e Paz”. Foi oferecido pela rainha ao bispo responsável pelo reconhecimento de Fátima junto da Igreja Católica, D. José Alves Correia da Silva, reconhecido monárquico.

Sendo um dos maiores mantos que se guardam da Rainha D. Amélia, a peça surge num núcleo alegórico da exposição “Vestida de Branco”, que recorda o centenário da escultura de Nossa Senhora de Fátima. Segundo Marco Daniel Duarte, director do Museu do Santuário de Fátima, a peça visa simbolizar o manto de luz da Virgem, que se estendia da cabeça aos pés.

No mesmo núcleo estão ainda expostas algumas peças de grande valor monetário e simbólico, recordando a histórica ligação da realeza ao divino, como as ofertas de ouro a Nossa Senhora ou a coroa da imagem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa.

sexta-feira, 12 de junho de 2020

Terroristas infamam o Padre António Vieira

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas e céu

Alertados por um seu associado, dois membros da direcção da Nova Portugalidade deslocaram-se há poucos minutos ao Largo da Misericórdia para confirmar um acto de vandalismo, cobarde e infame, perpetrado contra a estátua do Padre António Vieira. O crime foi cometido um dia após o 10 de Junho, nossa festa nacional. Tal não é coincidência. Tem a Nova Portugalidade seguido atentamente o trajecto e manifestações de ódio contra a presença desta evocação do Imperador da Língua Portuguesa e Apóstolo do Brasil, podendo sem dificuldade e erro saber quem são os inspiradores, mandantes e executores deste acto de terrorismo cultural. Perante a maré de banditismo cultural que se espraia pelo Ocidente, tudo faremos para prestar todo o apoio às autoridades na localização dos inimigos da paz social que elementos extremistas, colonizados mentais por algumas universidades americanas e inimigos da cultura, querem perturbar.


quarta-feira, 10 de junho de 2020

S. Anjo da Guarda de Portugal


anjo portugal[1]


Anjo de Portugal, o "Santo Anjo da Guarda de Portugal" ou o "Anjo Custódio de Portugal", também conhecido por Anjo da Paz é uma das designações atribuídas a São Miguel Arcanjo que representa "Portugal"

Terá surgido pela primeira vez na Batalha de Ourique, a mesma deu uma tal vitória às forças de D. Afonso Henriques sobre os invasores muçulmanos que deu a chance de autoproclamar-se Rei de Portugal.

Nas suas Memórias, a Irmã Lúcia contou ainda que, entre Abril e outubro de 1916, nas Aparições de Fátima, teria já aparecido um anjo aos três pastorinhos, por três vezes, duas na Loca do Cabeço e outra junto ao poço do quintal da casa dela, em Fátima (Ourém), convidando-os à oração e penitência, e afirmando ser o "Anjo de Portugal"

Este anjo teria ensinado aos pastorinhos duas orações, conhecidas por Orações do Anjo, que entraram na piedade popular e são utilizadas sobretudo na adoração eucarística.

A pedido do rei D. Manuel I de Portugal, o Papa Júlio II instituiu em 1504 a festa do «Anjo Custódio do Reino» cujo culto já seria antigo em Portugal.

O pedido terá sido feito ao papa Leão X e este autorizou a sua realização no terceiro Domingo de Julho.

A sua devoção quase desapareceu depois do séc. XVII, mas seria restaurada mais tarde, em 1952, quando mandada inserir no Calendário Litúrgico português por Pio XII, para comemorar o dia de Portugal no 10 de Junho.

A devoção ao Anjo da Guarda é muito antiga em Portugal.

Tomou, porém, incremento especial com as Aparições do Anjo, em Fátima, aos Pastorinhos.

Mensageiros de Deus, em momentos decisivos da História da Salvação, os Anjos estão encarregados da guarda dos homens

A fé cristã crê também possuir cada nação em particular um Anjo encarregado de velar por ela.

terça-feira, 9 de junho de 2020

Não buscamos a verdade, mas o rigor



Se Lisboa tivesse sido construída com a malagueta da Costa da Malagueta ou com a pimenta-de-rabo do Benim, nunca teria passado de uma patética aldeola, pois quer o grão-do-paraíso (malagueta), quer a pimenta do Benim eram sofrívreis e baratos substitutos das especiarias do Oriente. O seu preço era pouco mais do que insignificante.
Se Lisboa tivesse sido construída por escravos, não havia Lisboa, de todo, pois o seu quantitativo era insignificante ao longo dos séculos XVII e XVIII (respectivamente 4,5% e 2,8%). O estudo atento do Rol de Confessados de Santa Justa fez há muito desabar o mito de uma Lisboa abrigando uma imensa população escrava. Para além disso, esses 4,5% ou 2,8% de escravos eram aplicados na sua grande maioria em ocupações caseiras, mas também como remadores, carregadores, vendedores ambulantes, sapateiros, barbeiros, aguadeiros e caiadores. Pedreiros, havia-os poucos e especializados. As corporações, muito ciosas dos seus privilégios, jamais telerariam a concorrência de mão-de-obra gratuita.
Estas meninas devem fazer parte do contingente de novas professoras de História, pelo que se compreende que, encurtadas por Bolonha, não tenham tido tempo para passar além das fantasias, ou antes, delírios.