Nesse 24 de Junho de 1128 acontecia ‘A primeira tarde portuguesa’, o dia um de Portugal que num acto de vontade se conquistou e fundou Nação nessa Batalha de São Mamede, em Guimarães, onde o Infante Dom Afonso Henriques à frente dos barões portucalenses se torna Princeps ao derrotar a facção estrangeira capitaneada pela própria Mãe.
Quando o Conde D. Henrique faleceu, em 1112, o governo do condado foi assumido por Dona Teresa, uma vez que, o Infante D. Afonso Henriques, o filho de ambos, tinha apenas três anos de idade.
Mais tarde Dona Teresa vê a sua posição enfraquecida pois associa ao governo Fernão Peres de Trava, que Dona Teresa faz de seu valido.
A relação da ‘rainha’ - apesar de ser apenas Condessa, D. Teresa, que entendia que Portucale era seu e não do marido o Conde D. Henrique, a partir de 1117 passa a assinar como “Ego Regina Taresia de Portucale regis Ildefonssis filia” - com o nobre galego acicata contra si a reprovação do filho, os ódios da nobreza portucalense afastada do círculo de poder e a antipatia do povo que recordava com carinho D. Henrique e do clero que exigia outro tipo de comportamento à princesa da Hispânia.
Com a oposição dos Três Estados Portucalenses àquele governo estavam reunidas as condições para ser afastada a auto-intitulada Rainha D. Teresa, e, no dia 24 de Junho de 1128, à dianteira dos barões e fidalgos portucalenses, Dom Afonso Henriques defronta no campo de São Mamede, perto de Guimarães as forças galegas comandadas pela Mãe e pelo seu valete Fernão Peres de Trava, derrotando-os naquela que ficou conhecida pela Batalha de São Mamede e que marcou o 1° passo para a Fundação da Nacionalidade Portuguesa, uma vez que o Infante Dom Afonso Henriques avoca a si o governo do Condado Portucalense, com pretensões de independência, embora não se denominando ainda Rex, mas Dux.
Adenda: D. Teresa, que entendia que Portucale era seu e não do marido o Conde D. Henrique, a partir de 1117 assina como “Ego Regina Taresia de Portucale regis Ildefonssis filia”; além disso, o próprio filho a tratava assim: - «Eu, Infante D. Afonso, neto de D. Afonso, imperador da Hispânia, de boa memória, filho do Conde Henrique e da Rainha Teresa, dou e concedo ou couto a ti, Monio Rodrigues, o mosteiro chamado S. Pedro de Arouca, para remédio da minha alma e remissão dos meus pecados e dos dos meus parentes, em honra de S. Salvador, de Santa Maria Virgem e de S. Pedro, príncipe dos apóstolos, e também por um bom cavalo, dou e faço couto ao dito mosteiro....» 1132, Abril.
Miguel Villas-Boas
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