‘O Rei ascendendo ao trono pelo nascimento, não provoca divisões nem lutas de opinião. Não é candidato. É aceite previamente, sem discussão, sem rivais, porque é único nas suas condições. Independente das divergências políticas, situa-se acima delas, igual para todos, a todos igualmente representando. Todos estão ao abrigo do poder da Coroa, imparcial, extra-partidário e agregador nacional. O Poder oriundo de uma eleição fica, ipso facto, vinculado à parte que vencer.
É o poder dos vencedores sobre os vencidos.
(…)
Quem não vê que o mecanismo da chefia republicana é um factor periódico e persistente de desunião e de luta interna?
E como há-de um Presidente, eleito por um sector da população, em guerra contra outros sectores da população, simbolizar e exprimir uma unidade nacional?’
MÁRIO António Caldas de Melo SARAIVA (Guimarães, 12 de Maio de 1910 - Cadaval, Vilar, 28 de Maio de 1998) in “Razões Reais”, 1970 | Historiador, escritor, político e médico português. Monárquico interventivo desde cedo, exerceu diversos cargos directivos no movimento monárquico, como o de presidente da Junta Distrital de Lisboa da Causa Monárquica e membro da sua Comissão Doutrinária
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