sábado, 27 de março de 2021

Um quebra-cabeças no túmulo de D. Pedro

 


Acabado de limpar, o túmulo de D. Pedro I parece ainda mais uma peça de ourivesaria feita de pedra. São agora especialmente evidentes a delicadeza dos caracóis dos anjos e das penas das suas asas, o drapeado do vestido de D. Inês de Castro nas cenas representadas nas Rodas da Fortuna e da Vida ou as rugas na testa de um demónio num dos segmentos que contam a vida de S. Bartolomeu. 

Terminados os primeiros trabalhos nesta arca tumular com 650 anos, uma das jóias da escultura do Mosteiro de Alcobaça, é tempo de esperar pelo relatório do conservador restaurador deles encarregado, André Varela Remígio, e de começar a planear a fase seguinte. 

Remígio removeu todos os vestígios de silicone deixados por um molde do túmulo feito para uma exposição na Europália, em 1991, vestígios esses que estavam a corroer a pedra ao permitir que a água se acumulasse, e retirou boa parte das argamassas que cobriam o buraco nele aberto, segundo a tradição local, pelos franceses que ocuparam o mosteiro na Guerra Peninsular (1807-1814). 

Público


Fonte: A Monarquia Portuguesa

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