Obikwelu, Mamona, Nelson Évora, Marcelino da Mata, Pichardo, Pepe, Eusébio, Jordão, Mário Coluna, Almada Negreiros, Sara Tavares, Naide Gomes, Mamadu Ba, Joacine Katar Moreira, etc., etc., fazem parte de um conjunto de cerca de 150 000 portugueses cuja cor da pele é mais escura que a minha.
Uns nasceram em Portugal, outros não, e nisso não se distinguem entre eles, nem de mim, nem dos restantes portugueses.
Todavia, não podiam ser mais diferentes.
Obikwelu, Mamona, Nelson Évora, Marcelino da Mata, Pichardo, Eusébio, etc., etc. (poderia dar, sem pensar muito, dezenas de outros nomes) identificam-se com esta terra, as suas gentes, os seus símbolos, os seus usos e costumes.
Mamona, a recente medalha de prata olímpica no triplo salto, declarou mesmo, sem papas na língua, que “sinto que tenho sangue português, nasci em Portugal, a minha cultura é portuguesa, embora tenha sido influenciada pela cultura africana dos meus pais. Toda eu sou portuguesa, não tenho outra palavra para me descrever”.
Ela, e os outros como ela, são tão portugueses como eu. Jus solis, jus sanguinis, o que for, nada disso interessa face ao que se sente.
Além isso concorrem, ou concorreram, com o seu esforço, entrega, trabalho e dedicação, na área em que aplicam as suas capacidades, para que os restantes portugueses se orgulhem do seu país, da sua terra, dos seus símbolos, da sua identidade.
E demonstram às claras o seu apreço por serem quem são, e pelos símbolos que nos unem como portugueses.
Sentem e fazem-nos sentir orgulhosos de serem e sermos portugueses.
Estes portugueses notáveis, não andam a parasitar os impostos dos restantes cidadãos, nem usam o seu tempo para debitar as cartilhas vitimistas da moda, e muito menos gastam saliva para dividir e instilar o ódio e o racismo.
Um amigo meu, há dias, chamava lamentavelmente a estes portugueses, “pretos do tempo do colono”, uma espécie de versão lusa do “Uncle Tom”, termo pejorativo usado para designar os afro-americanos que fazem o seu caminho de mérito e sucesso na sociedade americana, sem atitudes de confronto, vitimismo, complexos de inferioridade e revolta permanente.
Lá, como cá, é a esquerda confrontacional quem, na sua permanente busca de minorias oprimidas, cria e perpetua estes conceitos, acabando por inventar novas “lutas de classes”, servindo-se delas como carne para canhão, ao serviço de ideologias abstrusas e que jamais trouxeram algo de bom às sociedades que inquinam.
De tal forma que, qualquer membro dessa “minoria oprimida” que não aja segundo os cânones que a esquerda para ela estabeleceu, passa a ser um “Uncle Tom”, um “preto do tempo do colono”, no fundo, um traidor à sua “classe”.
Isto passa-se aliás com outras categorias de “oprimidos”.
Por exemplo, gays ou mulheres que não debitem o discurso estereotipado autorizado pela esquerda, deixam de ser verdadeiramente gays ou mulheres, para se transmutarem por exemplo em “homens que dormem com outros homens”.
Joacine e Mamadou são o absoluto contraponto daqueles portugueses que se identificam com o seu país e dos quais nos orgulhamos.
Ideias toldadas por ideologias extremistas, medíocres e inapelavelmente racistas, tudo definem em função da cor da pele, e a sua intervenção pública, propiciada pelos megafones mediáticos de correligionários omnipresentes nos media, é um permanente e constrangedor apelo ao ódio.
As suas opiniões azedas e zangadas, dividem e criam discórdia, numa demonstração inequívoca de desamor e desprezo pelo país de que fazem parte e que lhes dá o chão e a pertença.
Joacine e Mamadou não se orgulham do seu país, pelo contrário, parecem ter-lhe um ódio quase patológico e é justamente por isso que são instrumentos da esquerda confrontacional, na sua eterna visão marxista do mundo como um lugar de luta entre “opressores” e “oprimidos”.
Os primeiros, são uma mais valia para Portugal, e a generalidade das pessoas não quer saber da cor da sua pele para nada. Não são “pretos do tempo do colono”, são cidadãos portugueses que amam o seu país e nele dão o melhor de si mesmos.
Os segundos são intrinsecamente maus, são como o célebre Tullius Detritus, personagem de “A Grande Zaragata” (Astérix), que os romanos usam para dividir os gauleses e os fazer andar à pancada uns com os outros.
Que estes agentes do racismo e da discórdia sejam hoje incensados e protegidos pelos media e por certas facções político-partidárias, e “compreendidos” por tanta gente de ideias obscurecidas pela ideologia, é sinal de que vivemos estranhos tempos de entropia, tempos em que se destrói, tempos de abutres e decadência.
Já tivemos gente desta, na nossa História, não importa a cor, desde o defenestrado Miguel de Vasconcelos a Álvaro Cunhal (que recebia um salário de 500 rublos da URSS, tinha viatura de estado e um enorme apartamento de 3 assoalhadas, pago pelo estado soviético) passando por Audax, Ditalco e Minuro (que traíram Viriato), o Conde Andeiro, etc., gente cuja lealdade a entidades externas é bastante maior do que a que era suposto terem em relação à sua pertença.
Roma traditoribus non premiae, mas os tempos estão de tal modo invertidos que estes racistas e traidores são hoje galhardamente pagos pelo estado português.
Justamente com o dinheiro daqueles que odeiam e desprezam.
Fonte: Inconveniente
Sem comentários:
Enviar um comentário