quinta-feira, 21 de outubro de 2021

Uma Igreja de cócoras, não é a Igreja que Cristo quis

 



É tristíssimo verificar que a Igreja tem estado de cócoras, ao longo dos últimos anos, diante do poder político-económico...

 

A sua submissão e subjugação aos poderes do grande capital selvagem das big-tech e aos políticos com eles conluídos é enormemente assustadora.

 

Limito-me a fazer somente umas perguntas inocentes:

 

1. Por que é que temos assistido a crescentes nomeações e promoções de Bispos e Cardeais que comprovadamente são favoráveis, e incentivam, os objectivos, antes inconfessáveis, mas actualmente descarados, da ideologia lgbtiq+, chegando aos extremos de perseguir os Sacerdotes fiéis às verdades de sempre proclamadas pela Igreja?

 

2. Quando ouvimos, o sucessor de Pedro, afirmar imperativamente que a ‘Sagrada Comunhão não é uma recompensa para os santos, mas sim um remédio para os pecadores’, podemos perguntar-nos o que é que se tenta exprimir com este dito, uma vez que ele inteiramente ambíguo?

 

a) O que é que aí se entende por pecadores? Os que vivem habitualmente em estado objectivo de pecado grave ou mortal? - mas isso seria convidá-los ao sacrilégio contínuo. Ou os penitentes que reconhecendo embora as suas faltas leves, se dirigem, arrependidos, com Fé ao Santíssimo Sacramento que os pode e de facto os purifica alimpando-os?

 

b) Sucede, ademais, que a Igreja sempre ensinou que as coisas santas são dadas aos santos, pois, como Jesus ensinou, não se podem dar pérolas aos porcos. Os santos são aqueles que em virtude do baptismo são feitos participantes da Santidade de Deus, o único verdadeiramente SANTO, e perseveram nessa Graça que lhes foi, sem mérito algum da sua parte, concedida. Como é que se pode afirmar que a Sagrada Comunhão, na Igreja/Oriental e Ortodoxa a Comunhão seja dada imediatamente após o baptismo e afirmar concomitantemente que Ela é um remédio para os pecadores? É impossível afirmar que um bebé recentemente baptizado seja um pecador, uma vez que está totalmente santificado.

 

c) Quando é afirmada que a Sagrada Comunhão é um remédio para os pecadores, de novo importa perguntar, o que se entende por pecadores? (Estes slogans, muito correntes neste pontificado, são frases talismãs que nos dispensam de pensar, e que inevitavelmente ao bloquear a nossa mente nos manipulam de uma forma subreptícia ou mesmo subliminar.)


De facto, se por pecadores se entende aqueles que estão em pecado venial, mas que arrependidos procuram a reconciliação e comunhão com Deus; o dito é certíssimo. Porém, se se trata de pecados graves ou mortais, sem prévio arrependimento nem confissão sacramental, a afirmação é ímpia, mesmo herética.

 

d) É curioso, a meu parecer, que este slogan tenha, tanto quanto sei, aparecido somente a propósito da ‘liberalização’ da Sagrada Comunhão para casais adúlteros (“recasados pelo civil”) proporcionada pela Amoris laeticia e subsequentes interpretações; e agora muito inesperadamente a propósito de conceder ou não a Sagrada Comunhão ao Presidente, que se diz católico, mais poderoso da terra.

 

e) O actual Presidente dos EUA tem um historial político e religioso demasiado conhecido para poder ser ignorado. Examinando-o atentamente só se pode chegar à conclusão que as Sagradas Comunhões que tem feito somente lhe têem prejudicado, ou envenenado, a alma (como S. Paulo advertiu). De facto, o seu crescendo furioso e exponencial contra a vida humana e a família, patente a todos, evidencia de um modo categórico que as Comunhões sacrílegas que tem feito têm-no, infelizmente, tornado um cúmplice do Diabo.


 

À honra e Glória de Cristo. Ámen.


Padre Nuno Serras Pereira



Fonte: Senza Pagare

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