sábado, 13 de novembro de 2021

Delatora Denuncia “Falsificação de Dados” e “Más Práticas Científicas” em Ensaio Clínico da Pfizer

 


Uma das mais conceituadas revistas médicas, The British Medical Journal (BMJ), publicou no passado dia 2 de Novembro um artigo explosivo que expõe a “falsificação de dados”, “contratação de investigadores treinados de modo inadequado”, “atraso no registo das reacções adversas”, “perseguição de funcionários que alertavam para os problemas” e outras “más práticas científicas” num ensaio clínico de fase 3 para a vacina covid-19 da Pfizer.

A delatora, Brook Jackson, foi directora-regional do Ventavia Research Group, uma empresa sub-contractada pela Pfizer para realizar ensaios clínicos da vacina, e, antes da denúncia ao BMJ, avisou repetidamente os seus superiores e inclusive fez uma queixa à entidade reguladora de saúde norte-americana, a Food and Drug Administration (FDA), tendo sido despedida no próprio dia da queixa.

Brook, juntamente com depoimentos de ex-colegas, forneceu à BMJ dezenas de documentos internos da empresa – fotografias, gravações de áudio e e-mails – para provar as suas alegações que o controlo de qualidade, segurança e fiabilidade dos dados do ensaio clínico foi comprometido de forma grave.

A ex-directora especifica que com os procedimentos adoptados foi violada uma das “regras de ouro” dos ensaios clínicos, pois tanto participantes como investigadores sabiam se tinham tomado placebo ou a vacina, revelando assim o grupo de controlo. Para além das más práticas mencionadas, neste ensaio clínico também foi relatado que as “vacinas não estavam armazenadas nas temperaturas adequadas” e “as amostras estavam mal rotuladas”.

Nos documentos apresentados à BMJ, mostra que a Ventavia estava preocupada com uma possível auditoria da FDA e que os seus líderes discutiam nos e-mails a “falsificação de dados” por funcionários.

A BMJ revela também que apenas 9 dos 153 ensaios clínicos é que foram inspeccionados pela FDA, que nenhuma auditoria foi realizada nos ensaios clínicos de adultos nos 8 meses posteriores à autorização de emergência da entidade reguladora norte-americana, e que nenhum dos ensaios da Ventavia foram auditados.

Pfizer contractou a Ventavia para trabalhar em mais ensaios clínicos, entre os quais, os das vacinas covid-19 em crianças e jovens adultos, em grávidas, e o teste para uma dose extra.

Recentemente, o Notícias Viriato noticiou sobre o caso de Maddie de Garay, que participou no ensaio clínico da Pfizer, dos 12 e 15 anos, para a vacina covid-19. Depois da segunda dose da vacina, Maddie sofreu dezenas de efeitos secundários graves, levando a várias hospitalizações e subsequente impossibilidade de andar ou comer (apenas consegue por sonda).

A mãe, Stephanie de Garay, questionou numa conferência de imprensa organizada em Junho pelo Senador Ron Johnson: “O que eu quero perguntar é, se a Maddie voluntariou-se para o ensaio clínico da Pfizer, porque é que não estão a investigar o caso dela para descobrir o que se passou, para que outras pessoas não tenham que passar por isto?”.

Stephanie reportou a reacção adversa grave à Pfizer, ao Center for Disease Control (CDC) e à FDA em Junho de 2021, mas nenhuma procurou saber mais informações.


Fonte: Notícias Viriato


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