segunda-feira, 31 de outubro de 2022
domingo, 30 de outubro de 2022
sábado, 29 de outubro de 2022
Quantas famílias estarão a passar por isto?
A cada artigo publicado acorre sempre alguém a tentar impor-nos a lei da mordaça. Anónimos e não-anónimos, incapazes de apresentar factos concretos para contrariar os factos apresentados e devidamente documentados, atiram insultos e acusações com o objectivo de me “lapidar” e de pressionar os jornais a deixar de publicar os meus artigos. Não tenho dúvidas de que, se tivessem oportunidade, nos atirariam pedras reais. Os mesmos que desfraldam a bandeira da “defesa das vítimas de violência doméstica” e que afirmam que os insultos podem ferir mais do que as agressões físicas não hesitam em insultar, acusar e desejar a morte a quem desmascara as suas intenções político-ideológicas, sem se importarem com as feridas que possam causar.
Decidi, desde o dia em que fui surpreendida com uma entrevista, em que a outra parte envolvida nunca foi ouvida, que jamais me deixaria arrastar para a cilada, que, por razões políticas, tentaram armar-me. E, aviso já, tenciono levar a minha decisão a bom porto. Afinal, como mãe, e ainda que um filho meu decida expor-se e alinhar numa tentativa de linchamento de carácter dos próprios pais, compete-me continuar a amá-lo e a protegê-lo.
Quanto aos insultos, responder ou devolvê-los seria descer ao nível de quem os profere e dar importância a quem, na falta de argumentos inteligentes, usa a difamação e o insulto fácil e covarde para me tentar silenciar. Mas, por outro lado, creio que os que pensam que o facto de um filho se dizer homossexual deve levar os pais a abrir mão da sua fé, princípios e valores, precisam compreender a posição de um cristão quanto a esse assunto. Então, como cristã, quando falo sobre o processo de normalização da homossexualidade e denuncio a imposição da ideologia de género à Escola, e alguém me confronta com a pergunta: «Helena, e se fosse o teu filho? Onde está o teu filho?», respondo:
1) Não tenho um filho, tenho três. Uma mulher e dois homens. Tive a minha filha aos 15 anos, o meu filho do meio aos 19 e o mais novo aos 34.
2) Criei-os como pude, de acordo com a imaturidade própria da idade, cometi erros e acertos, ensinei-os a respeitar todas as pessoas, não por esta ou aquela característica, mas por serem pessoas criadas à imagem e semelhança de Deus. Quando ela, a mais velha, tinha 6 anos e ele, o do meio, tinha 3, num país longínquo para o qual emigrara, saí de casa (por causa da escalada de violência doméstica que quase me custou a vida), e criei-os sozinha, sem que o meu ex-marido desse um cêntimo para o sustento deles. Com a ajuda preciosa dos meus pais regressei a Portugal e, claro, trouxe-os comigo. Por isso, e também por causa da minha imaturidade (na altura, tinha 22 anos), estive muito ausente enquanto os meus filhos mais velhos cresciam. Trabalhava de sol a sol, muitas vezes saía de casa de madrugada e entrava já de noite, algumas vezes fazia directa a trabalhar e, sim, também saía para me divertir e eles ficavam com os meus pais.
Hoje, mudaria muita coisa, mas ninguém pode mudar o passado. Todos os dias dou graças a Deus por ter cuidado deles e por, apesar de não terem tido pais presentes, terem assimilado os princípios e valores que lhes foram ensinados. Sempre foram alunos respeitadores e cidadãos exemplares. Fizeram algumas asneiras? Claro. Haverá alguém que não as tenha feito? Mas, nunca lhes faltou a instrução e a correcção.
Estive muito mais presente durante o crescimento do meu filho mais novo. Já era convertida, o meu marido e eu ensinámos-lhe tudo o que sabíamos sobre o Deus da nossa Salvação e a Sua Palavra e somos-Lhe gratos por ele sempre ter sido uma criança feliz, um aluno e cidadão exemplar, muito elogiado por professores e por quem o conhece. Ele conhece a verdade, sabe o que é e onde está a verdade, e também sabe o que é o pecado e quais as suas consequências. Os meus três filhos ouviram o Evangelho e conhecem a Verdade. Podem crer, ou não (a fé não pode ser imposta, pois é dom de Deus), mas têm conhecimento.
3) Hoje, os meus filhos são adultos, livres e independentes, e não marionetas que eu tento controlar ou manipular conforme me apraz. Nunca projectei neles os meus sonhos e sempre os eduquei no sentido de questionarem tudo, reflectirem, procurarem conhecer os dois lados da História e escolherem de acordo com a sua consciência. Cada um deles tem vindo a percorrer o seu próprio caminho e tomará decisões, boas e más, que trarão consequências. Afinal, como diz uma amada amiga: “Filho de crente não é crentinho; às vezes é cretino”. Muito mais do que meus filhos, são criaturas de Deus e é a Ele que, um dia, tal como eu, prestarão contas.
4) Os meus filhos, tal como eu e todos os seres humanos, são pecadores e precisam de se arrepender dos seus pecados. Qualquer um deles poderia sentir atracção por alguém do mesmo sexo, ser adúltero, fornicador, tóxico-dependente, mentiroso, ladrão, assassino, etc., e não deixariam de ser meus filhos, nem eu deixaria de os amar, apesar de reprovar todas essas práticas.
5) O facto de os meus filhos poderem enveredar por uma vida de pecado, seja qual for o pecado que os domine e com o qual se identifiquem e sintam felizes, não diminui o pecado e as suas consequências nefastas, nem silencia a minha voz na denúncia do mesmo. O pecado gera a morte. Como posso eu amar um filho e apoiar a sua prática pecaminosa, que o condena à morte eterna? Como posso ficar em silêncio, ou aprovar, aquilo que o leva para o inferno? Eu entendo que o leitor não acredite no Inferno, mas eu acredito. Logo, partindo do pressuposto que esse lugar é real e se encontra no fim de uma vida de desobediência ao Criador, de uma vida sem Cristo, que raio de mãe seria eu se aprovasse aquilo que, acredito, lançará o meu filho numa eternidade de choro e ranger de dentes? Desagradaria a Deus, para agradar ao meu filho e à agenda do abecedário colorido, que ele abraçou?
6) Eu sei que quem não tem fé, quem não crê em Deus como seu Senhor e Salvador, quem não O conhece, O rejeita e O odeia, confunde “amor” com desejos sexuais descontrolados e incontroláveis, e “identidade” com transtornos psíquicos, tudo isso resultado do pecado original e do actual modelo de pensamento dominante. Karl Marx, odiava Deus (o Cristianismo) e o capitalismo, e não se inibiu de expor os seus planos: «Vou destronar Deus e o capitalismo. […] Para o advento do socialismo será preciso exterminar povos e nações».
Ora, a dialéctica marxista, reinterpretada pelo feminismo e pelo movimento elgebetista, omnipresentes no ensino obrigatório, do 1.º ciclo ao secundário, incutem na mente das crianças que: são o que sentem, não o que são de facto; que os seus impulsos e desejos sexuais são a sua identidade; que são os genitais que têm controle sobre o cérebro e não o cérebro sobre os genitais, e que, por isso, porque são reduzidos aos seus impulsos sexuais (despertados por adultos perversos), devem deixar-se dominar por eles e militar na causa da bandeira colorida. Os impulsos sexuais são o cérebro da geração do “género” e não podem ser contrariados, pois, dizer que certas práticas sexuais são pecado passou a ser considerado um ataque à pessoa em si e não às suas práticas imorais.
7) Posto isto, eu sei que muitos já assimilaram “o ideal de autonomia e liberdade” onde o corpo surge como “prisão” e a Biologia como “ditadura”, mas eu não alinho nessa narrativa destrutiva e maligna, pois Deus continua a dizer, na Sua Palavra, que as práticas denominadas hoje como lgbtetc são pecado, e o salário do pecado continua a ser a morte espiritual. Portanto, ainda que um filho meu se entregue de corpo e alma a qualquer uma das letras do abecedário colorido, isso continua a ser pecado e eu continuarei a alertar para as consequências do pecado até que Deus me silencie. Ou seja, em linguagem cristã, continuarei a pregar o Evangelho.
Mesmo apesar de alguns estudos (encomendados e bem pagos) dizerem que ninguém nasce heterossexual mas que há pessoas que nascem lgbtetc, a verdade é que ninguém nasce lgbtetc, mas todos nascemos pecadores. E, graças à misericórdia e ao amor de Deus, há esperança para todos aqueles que crêem e se arrependem. Como escreveu o apóstolo Paulo:
“Não sabeis que os injustos não hão de herdar o reino de Deus? Não erreis: nem os devassos, nem os idolatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus. E é o que alguns têm sido; mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus, e pelo Espírito do Deus”. (1 Coríntios 6:9-11).
Os cristãos, aqueles que realmente entenderam o Evangelho, não odeiam ninguém e não desejam mal a ninguém. Os cristãos amam o próximo e odeiam o pecado, que os matará eternamente.
Os meus filhos estão a trilhar o seu próprio caminho, a fazer escolhas e a semear aquilo que virão a colher. Oro por eles diariamente e amo-os incondicionalmente. Amar, não é concordar com aquilo que os destrói e que acabará por os matar, mas sim alertá-los e dizer-lhes a verdade ainda que doa e não a aceitem. Amar, é criar os filhos para a vida eterna e não para a morte eterna. A vida, neste mundo, é muito breve; a eternidade não tem fim. E, por favor, não venham com a conversa: “E se o teu filho se matasse por tu não o apoiares?”. Isso é chantagem emocional barata e não leva em conta outras questões.
E se ele se suicidar, ainda que eu o apoie, só porque o pecado o convenceu que ninguém o aceita como é, que Deus já o abandonou e que essa é a sua única saída?
Como me sentirei, depois de ter minimizado, aprovado e apoiado o pecado que o levou a suicidar-se?
E se eu não aguentar ver um filho meu sofrer as consequências do seu pecado, a perseguição, difamação e pressão da comunidade elgebetista e simpatizantes, e me suicidar?
Amar, não é acarinhar e minimizar o pecado, que acabará por destruir aqueles que eu tanto amo, só porque foram convencidos de que a felicidade deles está na prática desse pecado e o mundo apodrecido os aplaude. Não é. Foi o meu pecado, o seu pecado e o pecado deles, que colocou Jesus na Cruz, e Deus tratou o Seu Filho, Jesus Cristo, como nós merecíamos. Eu jamais aprovarei aquilo que colocou o meu Salvador na cruz. Enquanto Deus me der vida e saúde, continuarei a chamar pecado ao pecado, a pregar o evangelho e a orar para que Deus tenha misericórdia dos pecadores, incluindo os meus filhos, e os salve, por amor do Seu Santo Nome.
Ah… E não acredito em “terapias da conversão” forçadas. Aliás, acredito que o único que pode salvar alguém dos seus pecados é Jesus Cristo.
Urge olhar para os pais, que sofrem nas mãos de filhos radicalizados e são acusados de toda a sorte de “fobias”, só porque não se ajoelham ao lóbi e não o aplaudem. Urge olhar para a dor de pais que vêem os seus filhos, aconselhados por activistas e psicólogos pró-lgbtetc, virar-lhes as costas, difamá-los, passar por eles na rua e não os cumprimentar e ignorá-los quando se cruzam num lugar público… Quantas famílias estarão a passar por isto?
Maria Helena Costa
Fonte: Inconveniente
sexta-feira, 28 de outubro de 2022
Chesterton descreve na perfeição o que se passa com o Ocidente
quinta-feira, 27 de outubro de 2022
quarta-feira, 26 de outubro de 2022
terça-feira, 25 de outubro de 2022
Mensagem do dia 5 de Outubro de S. A. R. o Senhor Dom Duarte, Duque de Bragança, lida em Coimbra, no Mosteiro de Santa Cruz, nas Comemorações do dia da Fundação de Portugal.
Portugueses
O presente ano tem sido particularmente difícil para toda a humanidade.Logo após uma pandemia, que mal foi esquecida, a economia mundial entra em grave crise agravada por uma guerra, de algum modo inesperada, onde precisamente se luta pela independência de um estado soberano.
Em 1143, precisamente no dia 5 de Outubro é assinado o Tratado de Zamora entre D. Afonso Henriques e seu primo, Afonso VII de Leão. É verdadeiramente a declaração de independência do Condado Portucalense e a fundação de Portugal.
A partir daí, Afonso I e os outros reis da dinastia afonsina, começam a sua empresa político-militar, de expandir para sul uma fronteira terrestre que se estendia então do Minho ao Mondego, com a capital em Coimbra.
Esta reconquista que estabilizou as fronteiras mais antigas da Europa foi terminada por Afonso III, um grande rei que mudou a sede do reino para Lisboa e a quem tanto devemos.
Não foi tarefa fácil mas foi a vontade de um povo e dos seus reis. A nação foi-se consolidando apesar da instabilidade causada por conflitos entre a nobreza e a burguesia urbana que os reis procuraram arbitrar.
Em 1383 surge a primeira grande crise que põe em causa a soberania nacional, com a morte de Dom Fernando. A rainha Leonor Teles, então regente, não tem a simpatia do povo e o casamento da Infanta Beatriz com o rei de Castela põe em perigo a independência do reino.
O povo, revolta-se. O mestre de Avis invade o palácio e mata o Conde Andeiro. Os tumultos de Lisboa são apenas os aspectos exteriores de uma luta muito mais profunda de uma nação que não se quer deixar submeter ao domínio castelhano. Destaca-se no plano político Álvaro Pais “homem honrado e de boa fazenda” segundo Fernão Lopes. Da nobreza, o jovem Nuno Álvares Pereira, torna-se o líder carismático e uma espécie de cavaleiro da távola redonda com a auréola de pureza e um campeão de coragem inabalável. O Mestre de Avis é aclamado Defensor e Regedor do Reino.
Para garantir a independência era então necessário preencher o trono. Reúnem as Cortes em Coimbra.
Segundo João das Regras não havia herdeiros legítimos. Apenas o Mestre, com 26 anos de idade, entre todos os putativos candidatos, tinha as qualidades necessárias para Rei. O debate de Coimbra trava-se em torno de dois princípios em conflito: de um lado o respeito pela aplicação das leis de sucessão, e do outro a soberania e a independência nacional. Vence o segundo, o trono como emanação do povo. Ganhou Portugal.
Inicia-se com a dinastia de Avis a época mais gloriosa da história de Portugal. Portugal expande-se e com a conquista de Ceuta e a colonização das ilhas atlânticas inicia-se a construção do império português. Este pequeno país na extremidade da Europa mostra a sua vocação de descobrir o mundo e de se relacionar com os outros povos e com as outras culturas em África, na América, na Ásia e na Oceânia.
Com a morte de D. Sebastião e de seu tio o Cardeal D. Henrique, cria-se uma nova crise dinástica que põe novamente em risco a Independência Nacional. Filipe II de Espanha, pela força e pelo suborno, consegue impor-se como rei num sistema de monarquia dualista. Como consequência Portugal viu-se então envolvido em querelas europeias que eram prejudiciais aos seus interesses.
Foram sessenta anos muito difíceis. Mas a nação ansiava por restaurar a sua autonomia. Mais uma vez a vontade de um povo, liderado pelo Duque de Bragança e por “homens de “quid facimus” (que fazemos) ”, como disse o Padre António Vieira, e contra tudo o que era previsível Portugal recuperou a sua Independência e boa parte do império.
Mais recentemente, com as invasões francesas, e graças à existência do império que permitiu que a coroa se instalasse no Brasil, conseguimos manter a Independência e com a ajuda dos aliados ingleses repelir os ocupantes.
Ao longo dos nove séculos de história demonstramos um saber especial em relacionar-nos com outras nações. São disto exemplo a mais antiga aliança entre dois países, como a que temos com Inglaterra, a aliança com mais de 500 anos entre o reino de Portugal e o reino do Sião, ou ainda o tratado Simulambuco em que os príncipes e mais chefes declaram voluntariamente, reconhecer a soberania de Portugal, colocando sob protectorado desta nação o território de Cabinda.
Mas o tempo passa e o mundo muda. Como escreveu Fernando Pessoa: “Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!”
Somos hoje um país da Europa, bem integrados numa Europa de nações, respeitando a cultura e a autonomia de cada uma. Temos uma ligação privilegiada com quase todos os povos do mundo. O excelente relacionamento que mantemos com as nações que fizeram parte do nosso território ultramarino é um exemplo único.
Os portugueses, através da sua diáspora, estão praticamente em todo o mundo e são provavelmente em maior número os que estão fora do que os que residem no território nacional.
Mas temos de estar atentos às novas ameaças que põem em risco a nossa Independência. O decréscimo da população pela baixa natalidade é um drama que tem de ser encarado muito a sério e que tem de ter uma solução.
Outros factores fundamentais para garantirmos a nossa soberania são por exemplo a água e a energia. A água é um bem fundamental que temos de aproveitar. Sem água, com o clima que temos, não temos segurança alimentar. Precisamos saber guardar a água da chuva e armazená-la no Inverno. A energia é outra condição absolutamente necessária à soberania da nação.
Portugueses, mais uma vez vos desafio a não desistir da nossa Pátria e da nossa identidade como povo.
Temos de cumprir Portugal
segunda-feira, 24 de outubro de 2022
Semi-Democrático
domingo, 23 de outubro de 2022
STABAT MATER, de G. PERGOLESI - Grandioso Concerto em Coimbra
Stabat Mater é a derradeira obra musical de Giovanni Battista Pergolesi em 1736 e tornou-se uma das suas obras mais célebres após a sua morte. Jean-Jacques Rousseau mostrou apreço pela obra, elogiando o movimento de abertura como "o dueto mais perfeito e comovente que saiu da pena de qualquer compositor".
sábado, 22 de outubro de 2022
O orgulho é a fonte do mal
sexta-feira, 21 de outubro de 2022
quinta-feira, 20 de outubro de 2022
quarta-feira, 19 de outubro de 2022
Do suicídio europeu
A narrativa climática está a servir de pretexto para conduzir a Europa a um beco donde só sairá quando as populações deixarem de aceitar as imposições (metas) de Bruxelas.
A estratégia adoptada pelas elites passa por inculcar na mente das pessoas, principalmente dos jovens, que o lobo mau do conto é o efeito de estufa provocado pelos gases produzidos pelas actividades humanas.
Entre esses gases de efeito de estufa está o dióxido de carbono (CO2) que é um gás residual na atmosfera (0,04%), mas que passou a ser o alvo principal a abater no “combate às alterações climáticas”. Visado é apenas o CO2 que resulta da queima de combustíveis fósseis.
Foram criados mecanismos que desencorajam a queima de combustíveis fósseis, as centrais a carvão começaram a ser abandonadas, sendo substituídas (provisoriamente) por centrais a gás natural – o combustível de transição para uma economia neutra em carbono, coadjuvado pelas energias verdes do sol e do vento, que não conseguem substituir potências firmes e tornam a energia das centrais convencionais mais caras.
Nos transportes porém, os derivados de petróleo continuam a ser usados enquanto os transportes elétricos não se vulgarizam, havendo ainda um longo caminho a percorrer mas que se teima em trilhar para, alegadamente, “descarbonizar” a economia.
Ao mesmo tempo que se fecham centrais a carvão na Europa, as centrais nucleares deixam também de ser construídas e as existentes passam a ser desactivadas progressivamente, principalmente na Alemanha, em pânico após o acidente de Fukushima em 2011.
Com parcos recursos em combustíveis fósseis e sob a tirania climática e ambiental que escorraça o carvão e o nuclear, a Europa está agora dependente do gás natural e do petróleo importados para salvaguardar os seus padrões de vida. E aposta ainda nas energias intermitentes que só serão viáveis com enormes investimentos que permitam o armazenamento, mas que, por isso mesmo, a encarecem ainda mais.
De resto, a crise de energia está já instalada, pois a importação de fósseis baratos da Rússia está seriamente comprometida depois da invasão da Ucrânia. A alternativa do gás natural liquefeito e petróleo do resto do mundo é, além de insuficiente, muito mais cara. Energia cara acarreta subida generalizada de preços, inflação.
Apesar do fracasso da política energética europeia, Bruxelas não abranda a luta contra as alegadas alterações climáticas provocadas por gases de efeito de estufa de origem antropogénica. Os gases internacionalmente reconhecidos como gases de efeito de estufa, regulados pelo Protocolo de Kioto, são: dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), óxido nitroso (N2O), hexafluoreto de enxofre (SF6) e duas famílias de gases, hidrofluorcarbonos (HFC) e perfluorcarbonos (PFC).
O governo holandês de Mark Rutte, cumprindo metas da UE, tem um plano de muitos milhares de milhões de euros para reduzir drasticamente as explorações agrícolas e de gado vacum, cujo leite dá origem aos famosos queijos Edamer e Gouda, porque são fontes de “poluição” por N2O, outro perigoso gás de efeito estufa. Os agricultores holandeses têm demonstrado, com diversas acções de rua, o seu descontentamento, mas o governo avança mesmo assim, tendo já despojado muitos agricultores do seu ganha-pão e há, inclusive, relatos de pessoas que foram levadas ao suicídio.
O que se passa na Holanda passa-se também noutras partes da Europa, notícias a que os meios de comunicação dominantes, quiçá instruídos pelos poderes instalados, não dão a necessária cobertura e, quando dão, atribuem os protestos à extrema-direita. Tudo em nome do combate às alterações climáticas de origem humana.
Crise energética, industrial, inflação e em breve a crise alimentar! E a UE sem propostas ou com propostas lunáticas de combate às alterações climáticas, um conto de fadas que alimentou o imaginário da nossa juventude, fazendo surgir as “gretas” por onde a Europa se escoa para o abismo, em imolação para salvar o planeta!
Henrique Sousa
Fonte: Inconveniente
terça-feira, 18 de outubro de 2022
Duque de Bragança preside sessão académica (Iniciativa Lisboa - Dusseldorf)
segunda-feira, 17 de outubro de 2022
Impostura
domingo, 16 de outubro de 2022
A ESCRAVATURA NÃO SURGIU COM O HOMEM BRANCO
sábado, 15 de outubro de 2022
Perigos da “Educação Integral em Sexualidade” na Escola
Começa um novo ano lectivo e aumentam as preocupações daqueles pais que ainda não abriram mão de serem os principais educadores dos seus filhos, que sabem que a Escola estatal foi transformada numa linha de montagem de futuros revolucionários.
À escola, no início de cada ano lectivo, chegam crianças com experiências de vida muito difíceis e traumáticas, como, por exemplo, abuso sexual (muitas vezes, cometido pelos próprios pais, padrastos, familiares ou vizinhos), exposição à pornografia, ausência do pai, da mãe ou até de ambos, bullying, sentimentos de inferioridade, exclusão social desde o infantário, entre outras. Algumas dessas crianças encontram-se numa luta interior, sem saberem quem são, numa fase tão importante, que vai dos 2 aos 7 anos, onde se constrói psicologicamente a própria identidade, esse descobrir quem se é e o aceitar-se.
Conhecer-se e aceitar-se – não transformar-se no que se quiser – é o caminho psicológico normal de qualquer pessoa. E, nessas crianças fragilizadas, o ensino da ideologia de género – a que alguns, errada e deturpadamente, têm dado o nome pomposo de “Educação integral em sexualidade” – pode desencadear um transtorno quanto à própria identidade, que as leva a questionar quem são ou a fugir da sua difícil realidade. Não é que um menino queira ser uma menina, mas, se um menino é abusado sexualmente (uma das causas mais comuns para o desenvolvimento da atracção por pessoas do mesmo sexo), pode pensar que, se se transformar numa menina, o abuso pára. Na sua mente, ele pensa: se eu for uma menina, ele não vai querer abusar de mim. Isto é terrível e requer um cuidado muito especial por parte dos docentes e da sociedade em geral.
Assim, quando uma criança começa a insistir que é do outro sexo, em vez de se coagir tudo e todos a concordar com a criança e a afirmá-la do outro sexo, não deveria haver todo um cuidado em perceber as razões para ela agir assim? E se, ao dizer que quer ser uma menina, o menino estiver apenas a gritar que está a ser abusado em casa?
Muitas associações, que foram consideradas de “utilidade pública” durante a pandemia, e que sabem que há crianças extremamente carentes de aceitação, enviam os seus militantes para as escolas. Ali, usufruindo de uma suposta superioridade académica sobre os alunos, os activistas usam todos os mecanismos de retórica para cooptar crianças, adolescentes e jovens vulneráveis e torná-los súbditos das suas bandeiras.
Porque é que alguns adultos fazem tanta questão de incutir a ideologia de género na mente de crianças de 5 anos? Porque é que os transexuais querem tanto ir às creches e aos infantários contar histórias aos mais pequeninos? Porque é que não vão contar as suas histórias apenas a adolescentes de 14/16 anos? Não será porque aqueles que estão por detrás deles sabem que o cérebro de uma criança de 5 anos é totalmente maleável e que se pode adaptar a qualquer coisa e que a grande maioria dos adolescentes de 14/16 anos vai rejeitar, naturalmente, o ensino do transexual?
Os activistas lgbtetc exigem entrar nos infantários e nas escolas o mais cedo possível, porque sabem que o cérebro das crianças, especialmente dos 2 aos 7 anos, é uma esponja. Já aos jovens de 12, 13 anos é preciso colocá-los sob muita pressão através das redes sociais, dos cantores e actores favoritos, filmes, séries, etc. Não se deixe enganar: na falta de um exemplo a imitar dentro de casa, os seus filhos vão imitar os ídolos que seguem. Quem são os ídolos dos seus filhos? O que promovem? Quem são os youtubers que eles seguem religiosamente? Conhece-os? Já os ouviu? Já os comentou com os seus filhos?
A escola é o motor de toda a engenharia social: nós, adultos, ao contrário do que a ideologia de género propaga, não mudamos radicalmente. Não é fácil convencerem-nos com facilidade de que um homem pode ser uma mulher, de que uma mulher pode ser um homem e de que ambos podem não ser nem um nem outro. Mas, para as mentes virgens submetidas a relações de poder e a ideologias que nem sequer são capazes de entender, as repercussões a longo prazo são terríveis. A imposição da ideologia do género a mentes tão tenrinhas é de uma violência imensurável.
Mas imagino o leitor a questionar: o que é que todo este palavreado tem que ver com o título do artigo?
Tudo. Tem tudo que ver com o título, pois, com esta introdução e as razões listadas abaixo, pretendo provar-lhe quão perigosos são para a sociedade conteúdos como a EIS, Educação Integral em Sexualidade Afectiva e de Género:
- O verdadeiro motivo para a aplicação da EIS é a revolução cultural em curso e não a prevenção de doenças ou infecções sexualmente transmissíveis. Ao assumir a ideologia de género como factos científicos, a maior parte da formação em educação sexual no meio escolar é abertamente anti-natural, pois ensina como verdades mentiras como a “identidade de género” (mais de 100) e o conceito de “orientação sexual”. A EIS não oferece educação sexual, mas sim um kamasutra de práticas genitais.
- A implementação deste programa não previne doenças nem infecções sexualmente transmissíveis, bem pelo contrário; o número de adolescentes que apanha infecções sexualmente transmissíveis tem vindo a aumentar. A EIS apresenta o sexo como algo casual, um direito que deve ser exercido sem nenhum tipo de limitações, responsabilidade, projecto de vida ou compromisso.
- A sexualidade desregrada leva à decadência cultural, à ruptura da família, menos sucesso académico, generalização de transtornos psicológicos, propagação de doenças sexualmente transmissíveis e ao assassinato de milhões de bebés, por meio do aborto. A sexualidade desenfreada é um alarme que assinala que a sociedade está em queda livre. A EIS apresenta como “direitos humanos” actos sexuais anti-naturais e depravados e, assim, sob o lema da “liberdade sexual”, naturaliza toda a sorte de perversões sexuais.
- A libertinagem sexual entre os mais novos destrói, na mente deles, o conceito de família, como o melhor lugar para viver e aprender; e o casamento monogâmico, unido, que gera e protege a prole. Há inúmeros estudos científicos que confirmam algo que todos sabem, ou deviam saber: as crianças crescem melhor numa família estável, com os seus pais biológicos, no seio de um casamento alicerçado no compromisso, no amor, no cuidado, sacrifício e respeito mútuos. É na segurança de um lar estável que se formam pessoas que confiam em si mesmas, têm auto-estima q.b. e são independentes. Pelo contrário, os filhos do divórcio arrastam consigo muitas feridas e são presas fáceis dos predadores. Isso é senso comum. Por isso, não devemos permitir que o Estado – que não consegue controlar a sociedade, o aumento da violência e a desobediências às autoridades – tome a seu cargo a educação dos nossos filhos.
- A hipersexualização priva as crianças da sua infância. O desaparecimento da inocência própria da infância pode ver-se em três aspectos: pior educação, pior alfabetização e falta do sentido de pudor. Isto é muito grave, porque nenhuma sociedade sobrevive ao descontrole dos seus impulsos, particularmente dos impulsos agressivos e de gratificação imediata. O perigo de sermos perseguidos pela barbárie, invadidos pela violência, pela promiscuidade, pelos instintos e pelo egoísmo é real. O pudor é o mecanismo que mantém a barbárie afastada da uma civilização e a EIS destrói o pudor nas crianças.
- A sexualizacão das crianças destrói a autoridade da família, a autoridade paterna. Actualmente, quando muitas associações falam dos “direitos das crianças” referem-se, na realidade, a dissolver a autoridade paterna e familiar. Querem acabar com a patria potestad para que seja o Estado a decidir o que fazer com os nossos filhos. As crianças hipersexualizadas fogem do abraço dos seus pais e ameaçam, não só as boas relações entre pais e filhos, mas também uma vida familiar satisfatória. O propósito da EIS, então, é destruir as estruturas familiares para que o Estado se encarregue da educação dos nossos filhos.
- Hipersexualizar as crianças impede o desenvolvimento hormonal natural. A maturidade sexual física é um processo longo e paulatino. A maturidade psicológica e sexual é um processo ainda mais longo. Mas, sem dúvida, com a educação integral em sexualidade nas escolas, desde a mais tenra infância, viola-se esse ritmo natural, criando nas crianças desejos e inquietações que não correspondem à sua idade e ao seu desenvolvimento psico-biológico.
- A masturbação está ligada a um maior risco de sexualidade narcisista. Nas aulas de ESI, como se tem vindo a provar em todos os países onde foi imposta, incentivam-se as crianças a masturbar-se, sem ter em conta que este hábito pode tornar-se um vício incontrolável, que conduz ao consumo e dependência de pornografia, com todos os problemas que acarreta.
- A incerteza acerca do próprio sexo pode levar a graves transtornos de personalidade. Isso já ocorre em todos os países onde a ideologia de género foi introduzida no sistema de ensino, e, claro, este cantinho à beira-mar plantado não é excepção. Os consultórios de psiquiatras e psicólogos recebem cada vez mais crianças confusas quanto à própria identidade. Dizer aos meninos e às meninas que sentirem-se rapazes e meninas tem que ver com estereótipos opressores e que podem ser o que quiserem, independentemente do sexo com que nasceram, que qualquer um dos seus amigos pode ser de outro género, é semear nas suas mentes grande incerteza quanto à sua sexualidade e isso gera identidades débeis e titubeantes. Chamar “educação para a diversidade” a uma mera construção ideológica do género não diminui os seus perigos. Já há quem acuse crianças de 6 anos de serem transfóbicas.
- Pedir a crianças pré-puberes que “saiam do armário” acaba com o seu desenvolvimento natural. Não faltam estudos a demonstrar que 95% das crianças, que em algum momento sentiram ser do sexo oposto, se identificaram com o seu sexo biológico depois da adolescência. Na adolescência, a fase mais traumática a seguir ao nascimento, há grandes flutuações de sentimentos e nenhuma crianças/adolescente devia ser pressionada a escolher um género (construído pelos ideólogos do género) ou a “sair do armário”. Porquê? Porque essa pressão – de militantes lgbtetc e dos pares já convertidos à ideologia – traz grandes perigos para o seu desenvolvimento emocional, psicológico e sexual.
- Falar de homossexualidade com menores, sem explicar os seus riscos, expõem-nos ao perigo. A conduta homossexual está ligada a maiores taxas de depressão, trantornos, ansiedade, adicções, risco de suicídio e doenças sexualmente transmissíveis. Os activistas apontam para a pressão social anti-lgbtetc como desculpa para a elevada percentagem de suicídios entre essas pessoas, mas isso jamais se pôde demonstrar. Se se dão informações sobre homossexualismo aos jovens, também se lhes devem fornecer dados científicos acerca dos seus riscos.
- Ensinar que as famílias destruídas pelo divórcio são normais torna mais difícil às crianças, filhas de pais separados, superar as suas feridas. Quando os pais se separam, a criança fica ferida. Para superar essa ferida, primeiro, há que reconhecer que há uma ferida. Se os adultos, na escola, repetem que essa ferida não existe, porque o divórcio é normal e ninguém deve ficar ferido por causa disso, só agravam o sofrimento e banalizam as feridas causadas pelo divórcio. Está demonstrado que filhos de pais separados têm mais tendência para se separar.
- A destruição da família conduz, inevitavelmente, ao controle estatal sobre as crianças. Há coisas que se aprendem muito facilmente, na família, desde pequeninos, mas são muito mais difíceis de aprender mais tarde, em instituições do Estado, nas prisões, com terapeutas, conselheiros e/ou psicólogos. O que não se aprende na família, muito dificilmente se aprenderá fora dela (efeito de modelação). A confiança, o compromisso, os valores morais, a vontade de aprender, a produtividade, a responsabilidade, a confiança em si mesmo, o sacrifício pelo outro – todas estas coisas se aprendem na família. Na verdade, os adolescentes violentos e conflituosos raramente provêm de famílias estáveis, amorosas e disciplinadoras, e raramente têm a figura paterna presente. Quanto mais deixarmos que o Estado actue sobre a família, mais ele se apropriará das crianças e as educará para serem futuros servos.
- A ESI promove a pedofilia, uma vez que torna as crianças mais vulneráveis. Supostamente, a ESI educa para prevenir o abuso sexual, mas nunca oferece soluções para a exploração sexual. Esta é a chave: afirma-se que a maior parte dos abusos acontece no meio familiar. OK! Mas, se o que se pretende é proteger a criança, isso não se consegue por meio da educação sexual, ensinando-lhe como é que se é violado, mas sim retirando-o da situação de exploração de que está a ser vítima. Urge informar e formar os docentes para reconhecerem as situações de abuso sem encher as cabecinhas das crianças de sexo. Assim, pode dizer-se que a ESI potencia a exploração sexual, pois não ensina as crianças sobre o que é o amor verdadeiro e a exploração sexual, e a única coisa que é incutida na mente das crianças é o seu direito ao prazer sexual. Logo, se a criança sentir prazer com o “amor” de adultos, qual é o problema? Afinal, se a identidade de género de uma pessoa é o seu sentimento interno, profundamente sentido, um pedófilo não sente, interna e profundamente, atracção sexual por crianças, não grita que as ama? Não consegue convencer uma criança de que isso é o tal amor que se aprende na escola?
- A crise demográfica é o resultado de separar sexualidade de fertilidade. No Ocidente, há cada vez menos jovens, que se casam cada vez mais tarde e têm um filho. O resultado é uma população envelhecida, difícil de sustentar, que caminha para um colapso demográfico. Considerando este desfecho, porque é que o governo está tão empenhado em educar crianças e jovens para se tornarem experts em anticoncepção e despertá-las para o aborto e para toda uma panóplia de relacionamentos sexuais não-heterossexuais?
Por tudo isto, devíamos instar os responsáveis pela introdução da ESI nas escolas a apresentar dados científicos que mostrem que a sexualidade precoce, sem compromisso, promíscua, faz com que as pessoas tenham mais saúde, sejam mais competentes, respeitem os seus compromissos, construam um lar estável para a sua prole e transmitam a vida, porque ela vale muito a pena ou não fossem as crianças, como escreveu Fernando Pessoa, o melhor do mundo.
Maria Helena Costa
Fonte: Inconveniente
sexta-feira, 14 de outubro de 2022
quinta-feira, 13 de outubro de 2022
Testemunho do Milagre Sol e o primeiro automóvel em Fátima