terça-feira, 31 de janeiro de 2023
Missa de sufrágio pelas almas de El-Rei Dom Carlos I e do Príncipe Dom Luiz Filipe - Viana do Castelo
D. Carlos I: O Sonho De Renascimento Pátrio
‘Quanta vez O ouvi descrever a esperança de edificar um futuro grandioso para a Pátria. (…)
É claro que El-Rei não tinha a ilusão que esse sonho florisse de todo no Seu Reinado. Obras dessas não se realizam na vida de um homem. D. Manuel I foi precedido por D. João II. D. Carlos olhava para diante, a sua aspiração estava para lá da sua vida: era esse o seu melhor mérito.
E conscientemente, tenazmente, ia lançando as bases do engrandecimento pátrio, preparando o apogeu para o reinado do Seu amado Filho. Par que o Príncipe Real fosse o seu consciente e seguro continuador, o glorioso herdeiro da Sua obra, o facetador que havuia de dar o último toque de cinzel no Seu sonho d’oiro, El-Rei, de passo que preparava a força interior que era o exército, e no exterior o ambiente de consideração, com as suas viagens e as suas óptimas relações pessoais com todos os tronos da Europa: de caminho que preparava um Povo, para as nobres alegrias do futuro, educava-lhe um Rei que incarnasse e guiasse esse Povo, nos últimos trechos da marcha para o renascimento. (…)
Mas D. Carlos educava o Príncipe Real não à Sua imagem, e sim à imagem do seu ideal de Rei. Queria-Lhe todas as virtudes que torna legendário um trono, e d’Ele tudo quanto havia de bom e grande havia repassado para o Filho.
O Príncipe sabia que o Pai lhe estava preparando uma grande Pátria. O muito amor por seu Pai era, a par da admiração de filho, a profunda, consciente gratidão de Português, que assistia ao engrandecimento incessante de trabalho de patriota. (…)
Afectuoso e educado como seu Pai, em El-Rei D. Carlos tinha um retrato do que é a cortesia e o respeito, dentro do afecto. (…)
Como nós nos não podemos aperceber do movimento da Terra, por nela estarmos, o Príncipe Real não se apercebia de que Portugal, para vir a ser grande, até o tinha a Ele! Do que o Príncipe se apercebia, d’olhos gratos e enlevados, era do que muitos ainda hoje se não apercebem, – do grande Rei que estava sendo El-Rei D. Carlos, e de que florescente época de Renascimento para que o seu reinado nos estava encaminhando.’
António Coelho Vasconcellos Porto, Ministro da Guerra D’El-Rei D. Carlos I (1908) in ‘A Marcha Para O Renascimento – El-Rei D. Carlos e o seu Reinado’, Jornal ‘O Correio – Semanário Monarchico’, 1 de Fevereiro de 1913.
segunda-feira, 30 de janeiro de 2023
Príncipe Real D. Luís Filipe – A Grandeza Que Nos Roubaram
Era [Príncipe Real Dom Luís Filipe de Bragança] uma figura de arrebatar!
‘Era uma figura de arrebatar! Tanto El-Rei como S. M. a Rainha tinham esta preocupação na educação do Príncipe: que Sua Alteza bem merecesse da Pátria pelo que valesse, pelos seus méritos e virtudes. E o Príncipe foi o que Suas Majestades desejavam. Eu vi despontar, naquela alma portuguesa, todos os grandes sentimentos da nacionalidade. Era português na linguagem, imprevisto e delicado como um literato nato, reflexivo (as suas respostas nos exames, dadas depois de meditar, aldeados da Corte que assistia, a cabeça entre as mãos!) e espirituoso, subjectivo e cavalheiresco, enlevado e simples. E desde tamanino, dois traços magistrais e característicos vincaram definitivamente a figura do Príncipe: a ternura pelo Rei e o culto pelo Reino! Toda a nobreza que um grande sentimento demanda, no Príncipe a havia.
O Príncipe [D. Luís Filipe] sabia que o Pai [D. Carlos I] lhe estava preparando uma grande Pátria. O muito amor por seu Pai era, a par da admiração de filho, a profunda, consciente gratidão de Português, que assistia ao engrandecimento incessante de trabalho de patriota.
O sentimento patriótico tão característico no Príncipe Real, o seu espírito eminentemente culto fizeram-no entrar admiravelmente na realização dessa ideia que o alto senso político d’El-Rei D. Carlos imediatamente aprovara.
Da forte personalidade do Príncipe Real emanava um singular atracção: a amenidade do trato e a seriedade do carácter, a alegre comunicabilidade da sua mocidade eram outros tantos elementos da simpatia que despertava. (…) Como nós nos não podemos aperceber do movimento da Terra, por nela estarmos, o Príncipe Real [Dom Luís Filipe] não se apercebia de que Portugal, para vir a ser grande, até o tinha a Ele!’
General Conselheiro António Coelho V.B. Vasconcellos Porto | Ministro e secretário de Estado dos Negócios da Guerra (Mai. 1906 – Fev. 1908) e Ministro e secretário de Estado interino dos Negócios da Marinha e Ultramar (Jun. – Set. 1907) no Ministério de João Franco Castello-Branco, no reinado D’El-Rei D. Carlos I, in ‘A Marcha Para O Renascimento – El-Rei D. Carlos e o seu Reinado’
domingo, 29 de janeiro de 2023
MISSA POR ALMA DE S.M. EL-REI D. CARLOS I, E DE S.A.R. O PRÍNCIPE REAL D. LUIZ FILIPE - PORTO
sábado, 28 de janeiro de 2023
A ignorância é pecado? São Tomás de Aquino responde
Evidentemente todo aquele que negligencia ter ou fazer o que é obrigado ter ou fazer, peca por omissão. Portanto, por causa de uma negligência, a ignorância das coisas que se devia saber é um pecado. Mas não se pode imputar a alguém como negligência o não saber o que não se pode saber.
sexta-feira, 27 de janeiro de 2023
Prémio Príncipe da Beira Ciências Biomédicas abriu candidaturas para a edição 2022/2023
O prémio, no valor de 15 mil euros, visa distinguir um(a) investigador(a), português ou estrangeiro, com currículo de excelência na área das Ciências Biomédicas, com menos de 40 anos à data de apresentação da candidatura, e visa apoiar um plano de trabalho científico a realizar numa instituição de I&D nacional e/ou estrangeira(s).
As candidaturas devem ser apresentadas até 31 de Março de 2023.
A avaliação das candidaturas é realizada por um Júri designado pela Fundação Dom Manuel II, o Município de Guimarães e o Grupo de Investigação 3B’s- Universidade do Minho.
Fonte: Guimarães Digital
quinta-feira, 26 de janeiro de 2023
quarta-feira, 25 de janeiro de 2023
Regicídio - Missa de Sufrágio 2023 (01 de Fevereiro 19:00) - Lisboa
Na passagem de mais um ano sobre o trágico regicídio, a Real Associação de Lisboa cumpre o doloroso dever de mandar celebrar uma missa de sufrágio pelas almas de Sua Majestade El-Rei Dom Carlos I e de Sua Alteza Real o Príncipe Dom Luiz Filipe, no próximo dia 1 de Fevereiro (Quarta-feira), pelas 19:00, na Igreja de São Vicente de Fora, com a Celebração Eucarística a cargo do Reverendo Padre Gonçalo Portocarrero de Almada.
Terminada a Missa terá lugar a romagem ao Panteão Real, onde Suas Altezas Reais deporão uma coroa de flores junto aos túmulos reais. A cerimónia encerrará com uma sessão de cumprimentos, junto à sacristia.
Para mais esclarecimentos contacte-nos através do endereço secretariado@reallisboa.pt, pelo telefone 213 428 115 ou presencialmente na nossa sede de segunda a sexta-feira das 11:00 às 14:00.
É importante a presença de todos, contamos consigo!
terça-feira, 24 de janeiro de 2023
Suécia abandona tratamentos baseados em “ideologia de género”: “falta evidência científica confiável”
Enquanto, neste “paraíso” socialista empobrecido e atrasado, na Assembleia da República, a maioria de esquerda vai aprovando e impondo leis para que crianças sejam submetidas a bloqueadores de puberdade por volta dos 10 anos, hormonas do outro sexo aos 14 anos, cirurgia a qualquer momento entre 13 e os 18 anos, e se prepara para “criminalizar “práticas de conversão”, com o objectivo de obrigar os profissionais de saúde a praticar a “afirmação de género” nos seus pacientes, ou seja: se uma criança chega ao psicólogo ou ao psiquiatra e lhe diz que se sente um rapaz preso no corpo de uma menina, o psicólogo só pode dar-lhe os parabéns pela coragem de “sair do armário” e apoiar tratamentos cujos efeitos secundários são: osteoporose no início da idade adulta, doença cardiovascular com risco de vida, esterilidade permanente e maior propensão para o suicídio.
Na Suécia, o Socialstyrelsen [Conselho Nacional Sueco de Saúde e Bem-Estar (NBHW)] publicou novas directrizes de tratamento para jovens com disforia de género, que instruem explicitamente os médicos a evitar o uso de drogas/medicamentos. O suporte psicossocial deve ser a primeira linha de tratamento. Citando a falta de evidências científicas como motivo para a tomada de decisão, o NBHWA informa:
“A prescrição de bloqueadores de puberdade e de outros tratamentos hormonais a pessoas trans com menos de 18 anos deve parar.”
As novas directrizes não são juridicamente vinculativas, mas, na Suécia, os conselhos hospitalares são obrigados a levar em consideração a publicação do Socialstyrelsen para as melhores práticas. Esta decisão segue-se a uma mudança ocorrida em 2021, que eliminou o uso de bloqueadores da puberdade e hormonas do outro sexo para tratar jovens com possível disforia de género. De acordo com o NBHW:
“O suporte psicossocial, com vista a ajudar os menores a conviver com o desenvolvimento do seu corpo na puberdade, sem medicamentos, precisa [voltar] a ser a primeira opção na escolha dos cuidados de saúde. […] Actualmente, os riscos dos tratamentos de supressão da puberdade com análogos de GnRH [hormona bloqueadora da puberdade] e o tratamento com hormonas de afirmação de género superam os benefícios potenciais e os tratamentos [com bloqueadores da puberdade, hormonas do outro sexo e cirurgia] só devem ser oferecidos em casos excepcionais”.
A Sociedade sem fins lucrativos para Medicina do Género Baseada em Evidências (SEGM) informou: “O NBHW acredita que “a disforia de género, e não a identidade de género (baseada na ideologia de género), deve determinar o acesso aos cuidados e tratamentos”.
Esta actualização altera significativamente a conduta dos órgãos de saúde suecos adoptada até 2015, que se baseava principalmente nas directrizes da World Professional Transgender Health Association [Associação Profissional Mundial de Saúde Transgénero (WPATH)].
Desde então, e de acordo com o SEGM: “A WPATH tem vindo a ser denunciada internacionalmente, por profissionais médicos e de saúde mental, por causa da sua “adesão a visões ideológicas não apoiadas por evidências, exclusão de preocupações éticas e descaracterização da ciência básica”.
As três principais razões, que levaram o NBHW a mudar as políticas de saúde, foram: 1) a falta de evidências científicas confiáveis, 2) o aumento de casos de “destransição”, com um número cada vez maior de pessoas a quererem voltar ao seu sexo de nascimento, e 3) um aumento enorme e inexplicável de casos de disforia de género juvenil, especialmente em adolescentes sem história prévia de sofrimento sexual.
Actualmente, as autoridades de saúde da Suécia, Finlândia e Reino Unido, fazem parte de um crescente consenso internacional que defende que os menores com disforia de género devem ser tratados, em primeiro lugar e como sempre haviam sido, com psicoterapia, e não com drogas/medicamentos e cirurgias, pois, já se sabe que adolescentes que usam hormonas do outro sexo após os bloqueadores da puberdade ficarão inférteis e que a cirurgia para remover os testículos ou os ovários irá torná-las permanentemente estéreis e não será reversível.
Resumindo: Os países pioneiros nas políticas identitárias e nos tratamentos de afirmação do género, onde a ideologia de género foi imposta à Escola e à sociedade há mais tempo, já perceberam que:
- Urge devolver aos profissionais de saúde aquilo que é da sua competência. No caso, é preciso voltar ao que era feito antes de a ideologia se impor às boas práticas de saúde mental.
- O aumento enorme e inexplicável de casos de disforia de género juvenil, especialmente em adolescentes sem história prévia de sofrimento sexual, precisa de ser urgentemente analisado e explicado.
- O uso de bloqueadores da puberdade e hormonas do outro sexo, para tratar jovens com possível disforia de género, traz graves riscos para a saúde e não garante que a saúde mental desses jovens melhore, antes pelo contrário.
- Ideologia não é ciência. “Identidade de género” e “disforia de género” são coisas diferentes.
- A saúde das crianças não pode ser tratada de acordo activismos lgbtetc e políticas identitárias, impostas aos profissionais de saúde, mas sim de acordo com a ciência e as boas práticas de saúde mental.
Por isso, já em 2021, a Suécia eliminou o uso de bloqueadores da puberdade e de hormonas do outro sexo para tratar jovens com possível disforia de género.
Entretanto, por cá, o Ministério da Educação não quer saber de nada disso e insiste em usar o site de Educação para a Cidadania para promover a ideologia de género. Para isso, o site contém vídeos do canal do Youtube “The Guys Cuddle Too” (“os rapazes também se abraçam”), criados e apresentados por dois transsexuais, que incentivam claramente as crianças a usar hormonas e a amputar partes saudáveis do corpo, usando o seu próprio exemplo e afirmando que todos esses tratamentos são perfeitamente reversíveis e que não há quase ninguém a arrepender-se de ter “mudado de sexo”, a exigir que os profissionais de saúde sejam “afirmativos de género” e que sejam as crianças/adolescentes (o público-alvo dos vídeos) a auto-diagnosticar e exigir o próprio tratamento, contra tudo e contra todos, até porque eles estão disponíveis para os ajudar.
É o Portugal socialista, sempre na cauda da Europa, a copiar e a infligir à sociedade os males já diagnosticados nos países dos quais copiaram e importaram a moda, mas que insiste no erro e avança teimosamente para a destruição dos mais vulneráveis e, claro, da família. Até quando?
Maria Helena Costa
Fonte: Inconveniente
segunda-feira, 23 de janeiro de 2023
Braga recebeu visita de SS. AA. RR. D. Duarte Pio e D. Afonso de Bragança
A cidade de Braga recebeu, este sábado, a visita de SAR D. Duarte Pio, Duque de Bragança, e do seu filho, SAR D. Afonso de Bragança. Na ocasião, a Junta de São Vicente endereçou o convite ao Duque e ao filho para uma visita à Igreja da freguesia que se encontra a celebrar o Padroeiro.
Para D. Duarte Pio, esta foi “uma feliz ocasião de vir cá na altura da romaria”, manifestando agrado com todo o ambiente em volta da celebração em honra de São Vicente.
Por sua vez, D. Afonso de Bragança, frisou que tem uma forte ligação à cidade, uma vez que foi baptizado na Sé Catedral de Braga.
“Sempre tive uma forte ligação com a cidade de Braga. Gosto muito de vir cá visitá-la. Infelizmente, não venho com tanta frequência devido à dificuldade do tempo, pois é uma viagem de ida e volta de um dia, mas gosto muito de vir cá onde sou sempre muito bem recebido, tanto eu como o meu pai e o resto de minha família. É uma ligação que nunca tenciono largar”, disse o filho de D. Duarte Pio.
Para Daniel Pinto, presidente da Junta de Freguesia de São Vicente, esta visita “foi uma feliz coincidência”. “A Real Associação de Braga quis realizar o Almoço de Reis em Braga e acabou por realizar aqui em São Vicente. Daí, desafiei a Real Associação para poder trazer D. Duarte à nossa Igreja e é um gosto enorme que ele possa vivenciar um pouco da nossa romaria. É pena não poder ficar para a procissão, mas já é um marco importante deixar aqui a sua marca naquilo que é um objectivo comum de fazermos a intervenção e de recuperarmos este património”, disse o autarca, que deixou a sua gratidão pela presença do Duque de Bragança.
No final da visita à Igreja, D. Duarte Pio e D. Afonso de Bragança assinaram uma telha para a cobertura da Igreja de São Vicente. A visita foi promovida pela Real Associação de Braga que realizou um almoço de reis no Solar de Infias, em São Vicente.
Fonte: Braga TV
domingo, 22 de janeiro de 2023
Impera descolonizar a intelectualidade nacional do marxismo
Um museu, de acordo com a definição dada pelo dicionário Priberam, é um lugar destinado ao estudo das ciências e das artes e que tem actividade museológica ou especial interesse turístico devido ao seu valor artístico, patrimonial ou histórico.
Ontem pude ouvir uma conferência com Lonnie G. Bunch III intitulada de “Racismo na praça pública: o papel dos museus em conversas difíceis, mas necessárias”. Bunch é um historiador que, pelo Smithsonian Institution, fomentou a criação do Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americana. Esta conferência foi dinamizada pela Culturgest, uma entidade cultural financiada maioritariamente pela Caixa Geral de Depósitos (entenda-se, financiada maioritariamente pelos nossos impostos).
Como estudante de História, foi interessante ouvir de um colega que leva mais tempo de investigação e trabalho na área do que eu dizer e concordar que os brancos – em especial os portugueses – são “maus” por terem permitido e fomentado a escravatura negra ao longo do Atlântico. Que Lisboa e os seus monumentos deveriam ser recontados sob a perspectiva africana. E que o grande objectivo do museu que ajudou a criar seria mostrar a escravatura e como ela foi racista.
Mas, terá sido a escravatura racista? Não é preciso estudar-se História em grande profundidade ou ter uma vasta carreira de investigação histórica para se saber que os maiores comerciantes de escravos eram muçulmanos. Que as próprias elites tribais africanas vendiam escravos. Que os escravos por excelência na Europa, durante um período de tempo considerável, eram os escravos eslavos. A escravatura só é racista quando foi praticada por brancos europeus que comercializavam africanos? Interessante que estas afirmações sejam feitas ou apoiadas por alguém que é racista ele próprio – recentemente o Smithsonian esteve envolvido numa polémica por considerar que o trabalho árduo e o pensamento racional são “cultura branca”. Como se os não brancos fossem incapazes de trabalhar arduamente pensarem racionalmente…
Sobre este tema, vi o Instituto Trezeno, do qual faço parte e representei nesta conferência, perguntar que direito teria Lonnie G. Bunch de moralizar o racismo tendo em conta o seu próprio racismo. Aparentemente foi uma conversa difícil, mas não necessária, visto que desconversou e não respondeu. Também considerou “difícil” e “desnecessária” a pergunta feita sobre se iria aos países da África meridional falar sobre o racismo das sociedades que discriminam os brancos (tal como acontece na África do Sul). Além de “difícil” e “desnecessária”, foi ainda considerada “desonesta”. A História é feita com questões. A melhor História é feita com as perguntas difíceis e necessárias efectivamente – e não apenas com aquelas que nos convêm, como parece ter sido o caso.
Além de me entristecer a desonestidade intelectual que pude assistir, entristece-me mais que os impostos dos portugueses sejam usados para financiar estas conferências que tenho a certeza que muitos não tiveram conhecimentos e que muitos não se revêm nas palavras ditas. E que a Culturgest possa abrir portas – com o dinheiro dos portugueses – a conferências que diminuem o nosso país e legado histórico, sendo, assim, tendenciosa e politizada. Entristece-me também que tenha sido admitido por uma das moderadoras, Paula Cardoso, que o Ministério da Cultura negoceia em privado a passagem do espólio histórico recolhido ao longo dos anos de volta aos seus países de origem. Das muitas questões que este facto levanta, creio que a mais relevante será o porquê de ser feito em privado. Será para uma “melhor negociação” ou será porque a maioria dos portugueses, independentemente da sua cor de pele, não se reveria nessa medida? Acredito, ao contrário do Smithsonian Institution, que todos somos capazes de trabalho árduo e pensamento racional – não será isto uma afronta contra os que, com o seu trabalho árduo, pagam impostos e cujo pensamento racional se iria opor a esta medida? Numa aula, José Varandas disse que a História tem um tempo e um espaço. Devolver o espólio, seja de um modo mais ou menos honesto, faz com que não respeitemos o tempo (os séculos em que os Descobrimentos e a expansão marítima se deram), nem o espaço (Lisboa e Portugal – englobando os territórios pelo mundo fora – como um dos pólos globalizantes e multiculturais desse período).
Por fim, na resposta à última questão que lhe foi feita, Bunch afirma que o seu objectivo é criar uma nova geração de activistas. Presumo que quis dizer que fossem activistas a favor de uma deturpação da História. Deste lado, diria que criou uma que fará precisamente o contrário: investigar e lutar pelo ensino de uma História fiel à realidade.
Cátia Borges
Fonte: Inconveniente
sábado, 21 de janeiro de 2023
Papa Pio VI sobre a execução de Luís XVI, Rei de França
230º aniversário da morte do rei Luís XVI
sexta-feira, 20 de janeiro de 2023
O hino nacional e a necessidade dos símbolos
É um assunto recorrente, à falta de melhor, alguma personalidade pública vir à praça pôr em causa os símbolos nacionais. Desta vez foi o cantor luso-cabo-verdiano Dino D’Santiago que, numa certamente bem frequentada conferência por causa dos 50 anos do Expresso, contestou o hino nacional português que reclama ser demasiado bélico. O tema, que em tempos tinha sido levantado com a mesma sofisticação teórica pelo maestro Vitorino de Almeida, pegou como fogo em palha seca nas redes sociais, donde nos últimos dias emerge um irresistível debate que venho seguindo com interesse. No Facebook alguém reclamava que o nosso hino não era grande coisa, que os mais bonitos eram o americano e a Marselhesa. Eu confesso que, mesmo sendo melómano, os hinos não me atraem grandemente. Detentor de uma relativamente numerosa discoteca, só sou feliz possuidor de dois hinos: o brasileiro, inserido numas Variações de Louis Moreau Gottschal (Grande Fantasia Triunfal) e uma impressão em ebonite 78 rpm de "A Portuguesa" de 1906 ou 1907, adoptada pelos republicanos em 1891 como “canção de intervenção” na sequência do ultimato britânico, quando eles se pretendiam fazer ao mar para heroicamente enfrentarem a armada britânica. Pena que não o tenham feito, todos juntos dentro cruzador Adamastor, adquirido pelos próprios através da “grande subscrição” patriótica. Não se tinha perdido grande coisa.
Na empolgante discussão sobre os deméritos de “A Portuguesa”, não foram poucos os que assumiram preferir o hino da Maria da Fonte, que os republicamos terão certamente ligado aos miguelistas. O facto é que hinos e marchas não entusiasmam a minha veia melómana, mas evidentemente prefiro qualquer um à Marselhesa, um descarado exemplo de xenofobia e belicismo. Os hinos soviético e americano são musicalmente interessantes, mas essa afeição talvez esteja relacionada com o número de vezes que os ouvi na infância e juventude a ver os Jogos Olímpicos na TV. Na verdade, os “símbolos nacionais” são uma invenção da sanguinária Revolução Francesa, na ânsia da consolidação do Estado Moderno como religião laica. Mesmo havendo quem afiance que “A Portuguesa” teria sido inicialmente dedicado por Alfredo Keil ao Príncipe Dom Miguel exilado na Austria, a verdade é que foram os republicanos de 1910 que o aproveitaram para primeiro hino nacional, na forma como entendemos actualmente o conceito. O Himno da Carta, era apenas o Hino da Carta, como o Hino da Restauração ou o Hino da Maria da Fonte. O pior dos “símbolos nacionais” foi a bandeira verde-rubra com que nos castigaram os revolucionários numa exibição de extremo mau gosto, e em cuja genealogia encontramos os símbolos da bandeira dos terroristas carbonários. A ela se referiu assim Fernando Pessoa: “contrária à heráldica e à estética, porque duas cores se justapõem sem intervenção de um metal e porque é a mais feia coisa que se pode inventar em cor. Está ali contudo a alma do republicanismo português – o encarnado do sangue que derramaram e fizeram derramar, o verde da erva de que, por direito mental, devem alimentar-se”. Valha-nos as armas reais, mesmo decapitadas lá no meio, que se foram impondo pelos nossos reis ao longo dos séculos, e cuja versão actual procede das armas de Dom João II com a Esfera Armilar de D. Manuel I.
Não me incomoda grandemente que se discutam os "símbolos nacionais”, pois não foi com “símbolos nacionais” que se construiu a nossa pátria. Na verdade, estou convencido de que Portugal, com fronteiras e língua bastante consolidadas há séculos, é dos países do mundo que menos necessita da sacralização dos "símbolos nacionais", exacerbados sempre por países em formação ou nacionalidades pouco consolidadas. Nós os portugueses há muito que nos habituámos a viver como habitualmente, e, de revolução em revolução, a aceitar um medíocre destino. O hino de Portugal decididamente não é o pior que nos impingiram, até homenageia os nossos egrégios avós. Agora aquela bandeira...
João Távora
Fonte: Real Associação de Lisboa
quinta-feira, 19 de janeiro de 2023
Entrevista a SAR, o Senhor Dom Duarte de Bragança realizada pelas Matinés Pensantes
quarta-feira, 18 de janeiro de 2023
O LINGUAJAR POLÍTICO MODERNO
“Às vezes é melhor ficar calado e deixar que as pessoas pensem que você é um imbecil, do que falar e acabar de vez com a dúvida”.
Abraham Lincoln
É vê-los esplendorosos!
Hoje proponho-me analisar algum do linguajar – é disso que se trata e não de fala – da maioria dos políticos e postulantes a tal (e não devemos ficar só por eles pois outros lhes seguem os passos). Que, por norma, seguem sempre a máxima de Bismark, “Nunca se mente tanto como depois de uma caçada, durante uma guerra ou antes de umas eleições” (atenção pessoal do “PAN”, esta das caçadas é convosco…).
A frase mais utilizada passou a ser “não sabia”. É curioso, nasci a aprender que o desconhecimento – sobretudo em funcionários públicos; responsáveis a vários títulos e então dos militares nem se fala, era considerado não uma desculpa, mas sim uma agravante.
Mas agora os responsáveis políticos (e pelos vistos muitos banqueiros, financeiros ou seus reguladores – estes usam até prioritariamente, o “não me lembro”) que dispõem mais do que quaisquer outros, acesso privilegiado á informação, passaram a desconhecer o que se passa na sua área de trabalho, não de outras, mas daquelas pelas quais são directamente responsáveis!
As alterações climáticas!
Outra frase recorrente soa a “é preciso investigar tudo” e “vai proceder-se a um rigoroso inquérito”; bom, já ninguém acredita nisto, as pessoas simplesmente sorriem. Não só pela repetição da coisa, como por, depois, raramente se saber do resultado das “investigações” (se é que alguma) como por as entidades que supostamente vão investigar se queixem, por sistema, da falta de meios para o fazerem (pudera, com tantos casos). Além disso a memória é curta…
Segue-se o “agora é o tempo da justiça actuar” e “como sabe eu não me pronuncio sobre casos que estão a ser investigados”.1 Chama-se a isto chutar para canto. E não é por acaso que a justiça é lenta e está cheia de “formalismos” e alçapões. Sem embargo a justiça não faz as leis, pondera-as e aplica-as. Quem as faz são a Assembleia da República e o Governo, a que o PR apõe a sua chancela às vezes, com a ajuda do Tribunal Constitucional, um tribunal político. E escusado.
De algum tempo a esta parte, parece que são os escritórios de advogados (pagos a folha de ouro) que elaboram as leis, o que é transversal aos Partidos Políticos que, por sua vez, “infiltram” o Magistério Público, a Magistratura, “and so on”. Ou seja, a independência de poderes sonhada por Montesquieu, é apenas uma quimera.
Para já não falar das “infiltrações” maçónicas, que são transversais a tudo o que cheirar a poder e negócios.
E as alterações climáticas…
O que está relacionado com a frase, “eu confio na justiça”, aldrabice pasmosa já que no que confiam é no tempo que tudo demora; nas habilidades processuais; nas eventuais moscambilhas no “sorteio” dos processos; e na prescrição dos prazos por recursos sucessivos, ou outras variadas razões!
Aliás, no estado em que está o edifício judicial e legislativo, ninguém pode confiar que se faça justiça. É um totoloto com sorteio em data incerta, e sei-o até, por experiência própria.
Naturalmente que, as alterações climáticas!
“Tudo são “fait divers”, nós estamos focados na resolução dos interesses do país e dos portugueses”; será nalguns casos, mas o argumento é recorrente entre políticos de diferentes colorações e funções. Utilizam-no conforme as conveniências. Soa a falso.
E quanto ao”interesse nacional” (que nunca é definido) o “País” e os “portugueses”, em coisa alguma se vislumbra, que estejam interessados neles.
Ora, as alterações climáticas…
A “Ética Republicana” representa uma frase ininteligível (o mesmo se pode dizer da “disciplina democrática”). Ora a Ética é a ciência do Bem, não é republicana, nem monárquica, nem outra coisa qualquer. Insistir nisto, é apenas uma idiotice semântica, nem se entende o intuito ou alcance, com que o afirmam (com ar sério).
Melhor fariam em obrigar-se e obrigarem à Ética (e à Deontologia, já agora), em vez de a relativizarem, que é o que na prática fazem, bem como à Moral.
O que vemos diariamente é apenas uma desgraça cívica. Mas, enfim, temos de fazer face às alterações climáticas que, aliás estão na origem dos incêndios, das cheias, das secas, da subida das temperaturas e da descida das mesmas, mais os males todos que nos afectam. E até da mudança da polaridade da terra, mas dessa quase ninguém fala…
“É a Democracia a funcionar”, esta frase então, é uma delícia. Parece que absolve tudo, que tudo justifica e explica, como se de uma evidência se tratasse.
Por vezes, ainda é complementada com os “custos da Democracia”, assim a modos como comparar os gastos da Presidência da República que bate aos pontos a Casa Real Espanhola (por ex.). Venha, pois, a Monarquia…
O PIB desceu? É a Democracia a funcionar! Cerca de metade dos funcionários públicos e das empresas estatizadas estão permanentemente em greve e, ou, de baixa? É a Democracia a funcionar! (ou como dizem os populares “estão no seu direito”- ao mesmo tempo que se queixam dos “incómodos” causados…).
Os deputados ofendem-se no Parlamento ao nível dos baixos instintos? É a Democracia a funcionar! Jornalistas manipulam notícias, favorecem ideologias ou correntes políticas, opinam durante entrevistas, censuram informação? É a Democracia a funcionar.
A gente entra num café e diz bom dia e ouve o silêncio como resposta? É a Democracia a funcionar!
Não passa um dia sem que apareça nos jornais um ou mais casos de corrupção (antigamente também havia, mas não se sabia, dizem os mentirosos)? É a Democracia a funcionar. Parece pois, que a Democracia é corrupta e corrompe…
A lista pode prolongar-se “ad eternum”…
As alterações climáticas é que vão já muito avançadas (como se pode constatar pelo que, invariavelmente, diz o “povo” quando entrevistado após um fenómeno climático mais agressivo: “nunca na minha vida vi uma coisa assim…”)
Finalmente os “Direitos”. Todos os filhos d’algo falam, invocam, prometem, direitos. Mas nunca em deveres. Ora os direitos devem decorrer dos deveres cumpridos e aqui é que a porca torce o rabo. O único dever que passou a haver é o de pagar impostos – o que corre paredes meias com o “direito” da fuga ao fisco…
Ora isto distorce completamente a realidade da vida. Já repararam que começa na concepção e no nascimento? Alguém pediu para nascer? Isso constitui algum direito seu? Cada um de nós nasce por um desígnio divino (para os crentes) ou por um acaso biológico (para os não crentes) mas nunca, que se saiba, por vontade própria. Não se nasce com direito nenhum a não ser os que lhe forem outorgados e garantidos, mas apenas com o dever de sobreviver, crescer e desenvolver-se; senão morre logo ali.
Vai ser uma luta constante. Mas para a maioria desta gente que nos governa, imbuídos de princípios jacobinos, positivistas e ateístas, só existem “Direitos” e nenhuns “Deveres”.
Corre mal.
Tal como as alterações climáticas.
Por outro lado, todos os momentos, hoje são “históricos”; qualquer eleição é “decisiva”; o novo ano é a nossa “última oportunidade”; cada nova tranche de fundos europeus (a nossa última desgraça, pois sem eles já teríamos que ter começado a trabalhar há décadas…) levanta vozes de “agora é que é”, etc.
E tudo aquilo que funcionava minimamente tem sido destruído e ficado a apodrecer…
Mas ao mesmo tempo que a cacofonia política abusa de frases atrás apontadas – onde tudo tem de ser “anti-racista”, “inclusivo”, em “igualdade” (ah, ah, ah), “não xenófobo”, “tolerante”; com “igualdade de género” e “ismos” variados, numa verdadeira tentativa de lavagem ao cérebro - existem outras palavras que foram erradicadas do léxico político e até do “main stream” mediático, e sabe-se quando o silêncio ou as omissões falam mais alto do que a algaraviada aliás muito democrática e pluralista (como se sabe), que nos frita os miolos diariamente.
Refiro-me, por exemplo, às palavras “Pátria” – conceito aparentemente ausente, nesta gente; “Nação”, definição ultrapassada, quiçá, fascizante; “hierarquia”, cruz credo; “autoridade” sem se aperceberem (ou sabendo muito bem) que nada se pode realizar sem ela; “trabalho” e o seu valor e importância, algo impensável no campo das promessas; “mérito” e “rigor”, então não é melhor ser tudo igual? “Honestidade” e “integridade”, pois fujam disso que é uma obrigação diária; “Portugal” que é preterido na fórmula “este país”, nem ao menos o “nosso país”.
Para já não falar nas frases redondas e nas mentiras descaradas que nos pregam quase todos os santos dias. O pessoal aparentemente gosta…
Vivemos no signo do maligno.
E não se vislumbram responsáveis, com um mínimo de carácter, onde se reúnam em simultâneo, aquilo que pensam, aquilo que dizem e aquilo que fazem.2 E mesmo sendo a “Democracia a funcionar” não se pode continuar a votar em marginais e pô-los a responsáveis pela Polis.
Esperemos melhores dias pois tudo tem um fim à excepção da salsicha que tem dois. O pior mesmo, são as alterações climáticas.
João José Brandão Ferreira, Oficial Piloto Aviador (Ref.)
1 Mais propriamente “ à Justiça o que é da Justiça” e à Política o que é da Política”. Para já não falar daquela piada que reza assim, “como sabe eu quando estou no estrangeiro não me pronuncio sobre assuntos nacionais”…
2 E nem surgirão, a não ser por bambúrrio, pois os “políticos” provêm das alfurjas dos Partidos Políticos, onde não existem Princípios decentes a que se obriguem; qualquer tipo de selecção, formação e escrutínio e cujo funcionamento está baseado na de agências de emprego, onde as credenciais profissionais são substituídas pelo apoio ao “chefe”, negociatas e guerrilha permanente, entre “delfins”, “tendências”, “grupos”, etc. Reformar esta miséria de alto a baixo, não tem passado, infelizmente, pela cabeça de ninguém.
Fonte: O Adamastor
terça-feira, 17 de janeiro de 2023
O CARDEAL PELL E A CAÇA ÀS BRUXAS
No passado dia 10, faleceu em Roma, no Hospital Salvator Mundi, o Cardeal George Pell, de 81 anos, que foi Arcebispo de Melbourne, na Austrália, bem como principal responsável pelas finanças do Vaticano. O seu falecimento ficou-se a dever a complicações surgidas depois de uma intervenção cirúrgica.