domingo, 26 de fevereiro de 2023

“Todo o mundo tem direito a saber tudo”

“Este é um slogan mentiroso para um século de mentira. Porque acima deste direito há outro, hoje perdido: o direito que o homem tem a não saber, o direito a que não encham a sua alma criada por Deus com coscuvilhices, falatórios e futilidades. Aquele que verdadeiramente trabalha e cuja vida está bem ocupada, não precisa para nada desta onda superabundante de informações embrutecedoras.

A imprensa é o lugar privilegiado onde se manifesta esta precipitação e esta superficialidade que são a enfermidade do século XX. Foi proibida de ir ao coração dos problemas; não está aí para isso, a não ser para oferecer formulas sensacionalistas.”

Alexander Soljenitsin em “O suicídio do Ocidente”

sábado, 25 de fevereiro de 2023

Doutor da Igreja alertou para as horríveis consequências da Sodomia

 


São Pedro Damião (1007 e 1072) foi um monge reformador, que escreveu um livro a explicar o grande mal das relações entre pessoas do mesmo sexo, especialmente membros do Clero; e a grande corrupção que vinha daí para a Igreja. Este aviso é mais actual do que nunca:

Este vício não é absolutamente comparável a nenhum outro, porque supera a todos em enormidade. Este vício produz, com efeito, a morte dos corpos e a destruição das almas. Polui a carne, extingue a luz da inteligência, expulsa o Espírito Santo do templo do coração do homem, nele introduzindo o diabo que é o instigador da luxúria. 

Conduz ao erro, subtrai totalmente a verdade da alma enganada, prepara armadilhas para os que nele incorrem, obstrui o poço para que daí não saiam os que nele caem. Abre-lhes o inferno, fecha-lhes a porta do Céu; torna herdeiro da infernal Babilónia aquele que era cidadão da celeste Jerusalém, transformando-o de estrela do céu em palha para o fogo eterno. Arranca o membro da Igreja e lança-o no voraz incêndio da geena ardente.

Tal vício busca destruir as muralhas da pátria celeste e tornar redivivos os muros da Sodoma calcinada. Ele viola a temperança, mata a pureza, jugula a castidade, trucida a virgindade, que é irrecuperável, com a espada da mais infame união. Tudo infecta, tudo macula, tudo polui, e tanto quanto está em si, nada deixa puro, nada alheio à imundície, nada limpo. Para os puros, como diz o Apóstolo, todas as coisas são puras; para os impuros e infiéis, nada é puro, mas estão contaminados o seu espírito e a sua consciência (Tit. I, 15).

Esse vício expulsa do coro da assembleia eclesiástica e obriga a unir-se com os energúmenos e com os que trabalham com o diabo, separa a alma de Deus para ligá-la aos demónios. Essa pestilentíssima rainha dos sodomitas torna os que obedecem às leis de sua tirania torpes aos homens e odiáveis a Deus. 

Impõe nefanda guerra contra Deus e obriga a alistar-se na milícia do espírito perverso, separa do consórcio dos Anjos e, privando-a da sua nobreza, impinge à alma infeliz o jugo do seu próprio domínio. Despoja os seus sequazes das armas das virtudes e expõe-os, para que sejam transpassados, aos dardos de todos os vícios. Humilha na Igreja, condena no fórum, conspurca secretamente, desonra em público, rói a consciência como um verme, queima a carne como o fogo.

Arde a mísera carne com o furor da luxúria, treme a fria inteligência com o rancor da suspeita, e no peito do homem infeliz agita-se um caos como que infernal, sendo ele atormentado por tantos aguilhões da consciência quanto é torturado pelos suplícios das penas. Sim, tão logo a venenosíssima serpente tiver cravado os dentes na alma infeliz, imediatamente fica ela privada de sentidos, desprovida de memória, embota-se o gume da sua inteligência, esquece-se de Deus e até mesmo de si. 

Com efeito, essa peste destrói os fundamentos da fé, desfibra as forças da esperança, dissipa os vínculos da caridade, aniquila a justiça, solapa a fortaleza, elimina a esperança, embota o gume da prudência. E que mais direi, uma vez que ela expulsa do templo do coração humano toda a força das virtudes e aí introduz, como que arrancando as trancas das portas, toda a barbárie dos vícios?

Com efeito, aquele a quem essa atrocíssima besta tenha engolido, entre as suas fauces cruentas, impede-lhe, com o peso das suas correntes, a prática de todas as boas obras, precipitando-a em todos os despenhadeiros da sua péssima maldade. Assim, tão logo alguém tenha caído nesse abismo de extrema perdição, torna-se um desterrado da pátria celeste, separa-se do Corpo de Cristo. É confundido pela autoridade de toda a Igreja, condenado pelo juízo de todos os Santos Padres, desprezado entre os homens na terra, reprovado pela sociedade dos cidadãos do Céu, cria para si uma terra de ferro e um céu de bronze. 

Por um lado, não consegue levantar-se, agravado que está pelo peso do seu crime, por outro, não consegue mais ocultar o seu mal no esconderijo da ignorância, não pode ser feliz enquanto vive, nem ter esperança quando morre, porque, agora, é obrigado a sofrer o opróbrio da derrisão dos homens e, depois, o tormento da condenação eterna. 

São Pedro Damião in 'Liber Gomorrhianus' (c. XVI, in Migne, Patristica Latina 175-177)


sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

Há uma guerra total contra os nossos filhos

Há uma guerra total contra as crianças e não há exagero algum nas palavras. Ignorá-la, é condená-las.

O que é que se está a passar com as crianças, desde a concepção até à idade adulta?

Milhões, estão a ser abatidas no lugar onde deveriam estar mais seguras; o útero materno. Outras tantas, estão a ser sequestradas dentro de casa e moldadas para não serem nada além dos seus impulsos sexuais; estão a ser violadas, abusadas, negligenciadas e usadas, por activistas sem escrúpulos que as vêm como futuras marionetas; estão a sofrer uma lavagem cerebral profunda por parte de muitos professores e influencers e a serem intimidadas pelos seus colegas. Estão perdidas e solitárias, deprimidas e cheias de pensamentos suicidas. Cortam-se e matam-se. A inocência está a ser-lhes roubada e não há um lugar seguro para se refugiarem.

Creio que podemos dizer que nenhuma geração da História esteve sujeita a um ataque demoníaco tão concertado e concentrado.

Desafio o leitor a colocar-se no lugar de uma criança hoje, e a percorrer a sua perigosa jornada, desde o útero até à vida adulta:

Desde o momento da concepção, a sua vida está em risco. Será que conseguirá sobreviver ao aborto? Mais de 70 milhões de bebés foram mortos antes de saírem do ventre… O direito à vida foi-lhes negado.

Hoje, mais do que nunca, fala-se em “acabar com o racismo”, e, convenhamos, um racista é alguém absolutamente desprovido de entendimento acerca da natureza humana e do facto de que todas as pessoas, independentemente da cor da sua pele, descendem de um único casal – Adão e Eva – que todos os seres humanos têm o mesmo valor e dignidade. Mas, onde está o movimento multi-milionário, Black Lives Mather, quando um ataque demoníaco é perpetrado contra bebés de pele preta? Onde estão os defensores das “vidas pretas”, quando os factos revelam que os bebés de pele preta têm menos de 75% de hipóteses de sobreviverem ao útero materno?

Sim. Um bebé de pele preta, concebido na cidade de Nova York, tem menos de 50% de hipóteses de sair vivo do útero. Como resultado, «de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças, o aborto mata mais pessoas de pele preta do que a SIDA, o homicídio, diabetes, acidentes, cancro, doenças cardíacas … combinados».

Consegue olhar para este genocídio com os olhos secos?

Ok! Se está a ler isto, é evidente que sobreviveu à gravidez da sua mãe e saiu do útero para respirar fora dele pela primeira vez. «Parabéns! É uma linda menina!» ou »Parabéns! É um belo rapaz!» – Disse o médico, quando constatou o seu sexo.

Mas, nasceu num lar desfeito? Conhece a sua mãe e o seu pai, biológicos? Ou, o namorado da sua mãe abusa de si física e sexualmente? Ou, talvez a sua mãe se tenha decidido por uma “produção independente” e o seu pai seja um dador de esperma anónimo. Quem é você? Nunca saberá?

Mais uma vez, porém, este não é o seu caso. Tem uma mãe e um pai presentes, que adoram fazer coisas consigo e que o levam à biblioteca onde decorre um evento chamado Hora de Leitura da Drag Queen. Elas são tão coloridas… tão divertidas!

Alguns anos depois, na pré-escola, o professor lê-lhe livros de histórias, livros muito bonitos cheios de imagens coloridas. Alguns, mostram meninos a usar vestidos como os que viu nas princesas dos contos de fadas, com as unhas e os lábios pintados; outros, retratam uma menina com os seus dois pais ou com as suas duas mães… Tão alegres e felizes… O que parece menos feliz e tem um ar sombrio é o menino que tem um pai e uma mãe… O professor, bué de fixe, trata todas as crianças por um pronome neutro, pois considera que tratar os alunos por meninos ou meninas é fazer distinções de género desnecessárias. Todas, menos a Bela, a menina-trans, que é aquele menino que se veste de menina, usa as unhas e os lábios pintados, e gosta de usar um nome feminino… Esse (ou será essa?) deve ter a sua distinção de género afirmada e respeitada por TODOS, incluindo aqueles que não têm direito a ter a sua identidade sexual afirmada e respeitada e são tratados como “neutros”.

Quando entrar na Escola, a partir dos 6 anos, aprenderá mais sobre o “género” e ficará a saber de cor o significado de cada letra do abecedário lgbtqia+, representado por aquela bandeira colorida, omnipresente nas salas de aula, nos corredores, no átrio da Escola, nos livros, material escolar e até nas roupas e nos desenhos animados. Será convencido de que alguns meninos são realmente meninas, algumas meninas são realmente meninos, e que talvez isso se aplique a si, pois nasceu uma folha em branco e é na escola que deve aprender a construir-se com tantos géneros quantos quiser… Basta experimentar as mais diversas formas de se relacionar sexualmente – com homens, mulheres ou ambos – para depois, e só depois, ter uma identidade e pertencer ao colectivo da tal bandeira.

Em pouco tempo, e se ainda não descobriu, descobrirá também o maravilhoso mundo da internet, cheio de jogos para jogar. Aos 8 anos, se não for antes, será apresentada à pornografia e, se for uma criança normal, tenderá a experimentar o que vê.

Por volta dos 12 anos, o rapaz pelo qual se apaixonou pressiona-a a enviar-lhe fotos suas… nua. De repente, chega à escola e todos estão com os olhos colados nos telemóveis, a cochichar e a rir-se de si… As suas fotos já viralizaram e todos, incluindo os professores e trabalhadores da Escola, podem vê-la… nua.

Antes que perceba o que lhe aconteceu, estará a cortar-se «para lidar com a dor», pois já viu muitos vídeos sobre o assunto e sabe que é assim que as outras meninas da sua idade lidam com a dor… E, quando isso não funciona, tenta o suicídio. Tem 13 anos.

O que vale é que os seus pais têm muito dinheiro e podem mandá-la para outra escola. Ali, você faz novos amigos e conhece vários parzinhos lgbt, super-felizes, muito populares e super-protegidos pelas associações que os representam.  

Você fez catorze anos. A sua melhor amiga engravidou e fez um aborto sem que os pais soubessem. A Escola protegeu-a. Parece que apanhou uma doença sexualmente transmissível… Como conseguirá manter segredo sobre isso? E se precisar de ir ao médico? De tomar medicamentos?

Pensará nisso quando acontecer… Até lá, há que manter a mente ocupada com muita música e com os seus melhores amigos: os influencers das redes sociais, tão fixes, com aqueles cabelos coloridos, cheios de tatuagens bué de giras, gays, lésbicas, trans, não-binários, sábios e importantes, com milhares de seguidores. Sem dúvida, modelos que deseja seguir.

O seu irmão, entretanto, não gosta de música. Em vez disso, passa seis horas por dia a jogar aqueles videojogos violentos, sangrentos e sexualmente explícitos. Quanto aos seus pais, estão felizes e descansados por vocês passarem o dia no quarto, longe de problemas.  

Mas, há um grande problema lá na nova escola…. Todas as meninas são mais bonitas do que você e têm corpos perfeitos. Você sente-se o patinho feio… Todos os dias olha para o espelho e diz: “Odeio-te!”. Apesar de comer cada vez menos e de quase não encontrar roupa para o seu tamanho, nem na secção de criança, continua a ver aqueles pneus todos quando se vê ao espelho. Frustrada, volta a cortar-se.

Mas, nada parece mitigar a sua dor… Drogas? Você já deu umas passas. Os seus pais são a favor da legalização das drogas leves. Decide aumentar o consumo. Uau! Que sensações fantásticas… Já não se sentia tão feliz há muito tempo. Só que o corpo habitua-se e os baixos começam a ser muito piores do que os altos… Quase não sobrevivia à segunda tentativa de suicídio.

Sem saber como, mas talvez devido ao facto de os professores serem “muito fixes” ou de não quererem ver a sua nota prejudicada por lhe dar algumas negativas, você conseguiu terminar o 12º ano e os seus pais matricularam-na uma das melhores universidades do país.

Lá, aprenderá que Portugal é um país perverso cuja História deve ser reescrita (para se adaptar às reivindicações feministas/socialistas), que todos os brancos são racistas, que a crença no Deus judaico-cristão é absurda, que a moral é uma invenção dos cristãos (para impedir que as pessoas tenham prazer sexual), que a verdade absoluta não existe, que a realidade é a que cada um quiser que ela seja e que as coisas são o que você quiser que elas sejam (desde que, claro, a sua perspectiva esteja alinhada com a narrativa oficial da cultura do cancelamento). Quanto a disciplinas como História, Geografia, Ciências e Biologia, o que importa é como você se sente sobre tudo isso.

Mas, sejamos justos, você aprenderá e memorizará os pronomes de género que cada um prefere e, caso se atreva a discordar de qualquer coisa que esteja a ser-lhe incutida, aprenderá uma lição para a vida: é proibido discordar. Agora você está pronto para ser um adulto.

Baseado no artigo: https://www.christianpost.com/voices/coming-to-terms-with-the-all-out-assault-on-our-children.html


Maria Helena Costa

Fonte: Inconveniente

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

9 coisas para saber sobre a Quarta-Feira de Cinzas

 

1. O que é a Quarta-feira de Cinzas?
É o primeiro dia da Quaresma, ou seja, dos 40 dias nos quais a Igreja chama os fiéis a converter-se e a preparar-se verdadeiramente para viver os mistérios da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo durante a Semana Santa.

2. Como apareceu a tradição da imposição das cinzas?
A tradição de impor as cinzas vem da Igreja primitiva. Naquela época, as pessoas colocavam as cinzas na cabeça e apresentavam-se diante da comunidade com um “hábito penitencial” para receber o Sacramento da Reconciliação na Quinta-feira Santa.
A Quaresma adquiriu um sentido penitencial para todos os cristãos a partir do séc.V, e a partir do século XI começou a impor-se as cinzas no início desse tempo litúrgico.

3. Por que se impõem as cinzas?
A cinza é um símbolo. A sua função está descrita em um importante documento da Igreja, mais precisamente no artigo 125 do Directório sobre a piedade popular e a liturgia:

“O começo dos quarenta dias de penitência, no Rito romano, caracteriza-se pelo austero símbolo das Cinzas, que caracteriza a Liturgia da Quarta-feira de Cinzas. Próprio dos antigos ritos nos quais os pecadores convertidos se submetiam à penitência canónica, o gesto de cobrir-se com cinza tem o sentido de reconhecer a própria fragilidade e mortalidade, que precisa ser redimida pela misericórdia de Deus. Este não era um gesto puramente exterior, a Igreja o conservou como sinal da atitude do coração penitente que cada baptizado é chamado a assumir no itinerário quaresmal. Devem ajudar aos fiéis, que vão receber as Cinzas, para que aprendam o significado interior que este gesto tem, que abre a cada pessoa a conversão e ao esforço da renovação pascal."

4. O que simbolizam as cinzas?
A palavra cinza, que provém do latim "cinis", representa o produto da combustão de algo pelo fogo. Sempre teve um sentido simbólico de morte, expiração, mas também de humildade e penitência.
A cinza, como sinal de humildade, recorda ao cristão a sua origem e o seu fim: “O Senhor Deus formou o homem do pó da terra” (Gn 2, 7); “até que voltes à terra de onde foste tirado; porque tu és pó e ao pó voltarás” (Gn 3, 19). 

5. Onde se encontram as cinzas?
Para a cerimónia devem ser queimados os restos dos ramos abençoados no Domingo de Ramos do ano anterior. Estes são benzidos com água benta e aromatizados com incenso.

6. Como se impõem as cinzas?
A imposição acontece durante a Missa, depois da homilia. As cinzas são impostas na testa, em forma de cruz, enquanto o ministro pronuncia as palavras bíblicas: “lembra-te, homem, que és pó e ao pó hás-de voltar” ou “converte-te e acredita no Evangelho”.

7. A imposição das cinzas é obrigatória?
A Quarta-feira de Cinzas não é dia de preceito e, portanto, não é obrigatória. Não obstante, nesse dia muitas pessoas costumam participar da Santa Missa, o que sempre é recomendável.

8. Quanto tempo é necessário permanecer com a cinza na fronte?
Quanto tempo a pessoa quiser. Não existe um tempo determinado.

9. O jejum e a abstinência são necessários?
O jejum é obrigatório na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira Santa, para as pessoas maiores de 18 (inclusive) e menores de 60 anos. Fora desses limites, é opcional. Em dia de jejum, os fiéis podem apenas tomar ter uma refeição “principal” (almoço ou jantar) e no máximo duas refeições "menores" (que juntas não cheguem a uma refeição principal).
A abstinência (não comer carne) é obrigatória também na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira Santa, para os maiores de 14 anos (inclusive). Todas as Sextas-Feiras da Quaresma também são também de abstinência obrigatória, não se pode comer carne. As outras Sextas-Feiras do ano também, embora hoje em dia poucos conheçam este preceito.

adaptado de acidigital

domingo, 19 de fevereiro de 2023

Estranhos números no estudo sobre abusos na Igreja em Portugal: 4800 vítimas ou apenas 34 depoimentos?

A 7 meses da chegada a Lisboa de centenas de milhares de jovens para as JMJ, incluindo menores de idade, na imprensa de todo o mundo multiplicaram-se manchetes que dizem: “Mais de 4800 menores sofreram abusos sexuais desde 1950 na parte da Igreja portuguesa”. Mas alguém encontrou essas 4800 vítimas? De onde vem esse número?


A fonte é o relatório de 500 páginas “Dar voz ao silêncio”, conduzido por uma equipa “independente” (mas nomeada pela Igreja). Lendo-o, descobrimos que os investigadores não "encontraram" 4800 vítimas neste país católico de 10 milhões de habitantes.

Esse número é um cálculo que fazem por extrapolação, com matemáticas mais ou menos criativas e mais ou menos duvidosas. Depoimentos de vítimas cara a cara encontraram 34. E cerca de 500 formulários anónimos, não verificáveis, recebidos pela Internet.

A investigação começou a 10 de Janeiro de 2022 e reuniu dados e testemunhos até 31 de Outubro de 2022. A equipa contactou todas as dioceses, visitou bispos, arquivos, congregações e a própria Igreja, através dos seus canais, divulgou o site, telefone (fácil de memorizar, não gravava chamadas), morada e e-mail da comissão. A imprensa portuguesa também divulgou os seus contactos pedindo depoimentos e garantindo o anonimato.

O que os pesquisadores realmente encontraram, pessoalmente, foram 34 pessoas (23 homens e 11 mulheres) com quem conversaram cara a cara ou via Zoom, que lhes contaram os abusos sexuais que sofreram quando jovens, nas mãos de clérigos ou pessoas a eles associadas, a entidades católicas (monitores dos escuteiros, professores, pessoal escolar). Outras 14 pessoas vieram contar-lhes, em pessoa, casos dos quais foram testemunhas, mas não vítimas. Depois, 9 pessoas escreveram cartas partilhando os seus testemunhos (de abusos sofridos).

A equipa de investigação incumbiu ainda um jornalista a procurar, durante 6 meses, casos de abusos eclesiásticos contra menores nos arquivos dos jornais portugueses dos últimos 70 anos. O jornalista analisou detalhadamente 27 jornais online. Em seguida, consultou os arquivos de papel de 4 grandes jornais. Entrou em contacto por telefone com os arquivistas de outros jornais. Este jornalista encontrou, no total, 19 casos de abuso. Vários foram recebidos pela equipa de pesquisa por outros meios.

É verdade que antes de 1974 a imprensa portuguesa não publicava histórias de abusos do clero. Mas também é verdade que em Fevereiro de 2019 toda uma equipa de jornalistas do jornal online “Observador” passou 3 meses à procura de casos de abuso de menores em ambientes católicos, para a sua reportagem “Em Silêncio”.

Insistimos: em 50 anos de democracia em Portugal, toda a imprensa do país, mesmo pesquisando muito, encontrou apenas 19 casos de abuso de crianças (quase sempre os que chegaram aos tribunais).

O resto do relatório depende dos 512 formulários longos e detalhados preenchidos anonimamente na Internet. Não há como garantir que esses formulários sejam verdadeiros. Uma única pessoa poderia ter preenchido vários formulários. Muitas delas poderiam ter sido preenchidas por inimigos da Igreja, militantes feministas, militantes de género, de outras religiões ou seitas, anticlericais em geral, etc... Não faltam inimigos à Igreja Católica!

O mesmo relatório, na página 138, admite-o: “Pode-se sempre discutir genericamente se o inquirido está ou não a dizer a verdade, ou se o que diz corresponde exactamente ao que viveu, sem construir o que se chama de ‘falsas memórias’. "

É quase certo que os 34 depoimentos ouvidos ao vivo são reais e sinceros. O trauma é perceptível nos olhos, na voz, nas mãos... Pode haver casos de falsas memórias, uma vítima pode enganar-se sobre quem foi o seu agressor (um terço das vítimas no relatório fala de uma única agressão), é possível confundir um clérigo com outro. Mas, em geral, a testemunha que relata uma experiência traumática como essa, a menos que seja um actor incrivelmente bom, não pode mentir sobre os sentimentos que vive, as suas memórias, as feridas que se abrem. Nessas 34 entrevistas pessoais, as histórias quase certamente reflectem o que foi vivido.

Mas os 512 formulários na Internet podem perfeitamente ser falsos. Nem todos, mas indivíduos com motivações anticlericais, bem organizados, poderiam preencher 20, 30, 60, 80 formulários com histórias falsas. Para torná-los credíveis, poderiam adequá-los ao que já foi publicado no Relatório Sauvé, em França, ou ao que foi publicado noutros países.

A equipa de pesquisa diz que de 563 formulários preenchidos, 51 foram rejeitados, não por estratégias elaboradas para verificar a verdade, mas por casos muito óbvios:

- depoimentos em que admitiram ter sofrido abuso quando tinham 18 anos ou mais (não eram menores de idade, não fazem parte deste estudo);
- depoimentos com números extremamente exageradas ("eles abusaram de pelo menos mil crianças naquele seminário naquele ano", num seminário que acomodava 200, diz o relatório);
- os factos não ocorreram em Portugal (caso de uma vítima portuguesa agredida numa escola católica de Madrid);
- as datas e locais têm muitas inconsistências, claramente falsas.

Detectar esses casos tão óbvios não implica que a equipa tenha capacidade de detectar depoimentos inventados melhor trabalhados e elaborados.

O relatório também admite um viés ideológico de género alheio à ciência e aos ambientes católicos e que talvez tenha distanciado valiosos testemunhos. Por exemplo, na página 129, diz que os formulários e questionários usam palavras como "género" para evitar a associação "directa a categorias binárias". Quantas pessoas preencheram o formulário online alegando ser de outro "género"? Exactamente duas.

Ao, supostamente, "acolher" esses dois depoimentos, muitas outras pessoas contrárias à ideologia de género podem ter decidido, ao ver o vocabulário ideológico, não preencher o relatório, suspeitando que haveria militantes hostis à Igreja por trás dele, não interessados genuinamente em melhorar a protecção das crianças. O relatório estabelece que 1 em cada 4 é actualmente um católico praticante.

Justamente, o sexo declarado nos questionários (não há como verificar se é real, pois não se sabe quem realmente está por trás desses questionários online anónimos), contrasta com o que encontramos em estudos sobre abusos eclesiásticos noutros países.

O que outros estudos mostram há décadas é que o abuso de menores em ambientes católicos tende a ser maioritariamente homossexual: geralmente são homens adultos que procuram adolescentes muito vulneráveis, pré-adolescentes, manipuláveis, entre 10 e 12 anos, ou já adolescentes (meninos, 15 e 16 anos).

Quando se analisam abusos mais recentes, depois dos anos 90, há mais alguns casos de meninas agredidas em acampamentos, jornadas e convívios. Mas o abuso dentro da igreja é principalmente algo que homens que procuram sexo homossexual fazem a jovens rapazes.

Assim, o estudo português cita que estudos dos Estados Unidos (2008), Holanda (2011), Alemanha (2014), Áustria (2015), Austrália (2017) e França (2021) detectam que os agredidos são homens em 64 a 82% dos casos (dois em três, ou quatro em cinco), enquanto as vítimas femininas, em ambientes eclesiais, variam entre 17 e 34%.

Por outro lado, nesta investigação portuguesa, dos 512 testemunhos aceites, apenas 57% são homens e 42% mulheres. O relatório espanta-se com esta taxa feminina extraordinariamente alta e tenta justificar dizendo que a mulher portuguesa é muito emancipada e fala com muita liberdade mas... mais do que a francesa ou a norte-americana?

Outras teorias poderiam ser apresentadas. Por exemplo, se activistas feministas anticlericais quisessem denegrir a Igreja para enfraquecê-la, podiam preencher questionários online anónimos com falsos testemunhos, mas com histórias de mulheres, em parte porque é mais fácil para elas e em parte para apresentar a Igreja como opressora das mulheres. Alguns questionários como estes seriam suficientes para distorcer os dados. Assim que as falsificadoras analisassem o Relatório Sauvé (França, 2021), poderiam fabricar factos que se adequassem a esse relatório (como mais abuso de meninas nas últimas décadas, por exemplo).

O pico de vítimas ocorre no sexo masculino entre 11 e 15 anos; os abusadores são homens adultos que atacam adolescentes e meninos que estão a entrar na adolescência.

O mesmo estudo português aponta que a profissão que quem preenche estes formulários mais declara é a de "especialistas em áreas científicas e intelectuais", e que no próprio estudo é admitido "o carácter desequilibrado da amostra".

Quanto à regularidade do abuso, os questionários online mostram que 32% sofreram abuso "regularmente" enquanto um terço (33%) sofreu abuso apenas uma vez (39% das meninas afirmaram que foi apenas uma vez; também 29% dos meninos declaram ter sido vítimas de um ataque único).

Quanto ao tipo de abuso, teriam ocorrido 30 casos de "cópula consumada", 50 de "sexo anal" e 100 de "sexo oral".

É horrível, mas temos que contextualizar os números: estamos a falar de um país de 10 milhões de habitantes, quase todos católicos e de cultura católica, incluindo anos de governo autoritário, porque o estudo reuniu dados ao longo de 70 anos (desde 1950).

Os abusos, como em França e em outros países, eram mais frequentes quando se combinavam duas épocas: uma de tradicional confiança no clero e na instituição dos seminários e internatos e, ao mesmo tempo, a difusão da mentalidade da Revolução Sexual marcada por 1968 e o caos dos anos 70.

Os números elevados do clero também têm a sua importância, embora seja um tanto difícil de medir, como aponta o relatório. De qualquer forma, o número de clérigos caiu rapidamente: em 1975 havia quase 5000 padres diocesanos em Portugal; em 2015 eram metade.

Sacerdotes diocesanos por ano:

1975: 4954;
1986: 4099;
1991: 3431;
2001: 3267;
2015: 2502.

Sacerdotes religiosos por ano:

1994: 1.024;
2002: 931;
2016: 848.

Vale destacar que, entre os que enviaram os seus questionários anónimos online, quase 26% se declararam católicos praticantes, 27% católicos não praticantes e 35% dizem não ser católicos. 12% não responderam à questão.

Ainda há muito trabalho a ser feito em matéria de investigação dos arquivos das congregações, associações e dioceses, porque o Relatório diz que eles foram abertos muito tarde, em Outubro, quando faltava pouco para concluir o trabalho. Pode haver alguns dados interessantes, mas dificilmente números muito grandes.

Por exemplo, ao investigar congregações religiosas masculinas por conta própria, a Comissão Independente encontrou 62 vítimas e 60 agressores (muito longe dos 4800 relatados nas manchetes). Mas revendo os arquivos das congregações, encontraram 8 clérigos considerados culpados... e não são eles que a Comissão Independente encontrou por outros meios.

Sem sombra de dúvidas, o abuso em contexto eclesial é um flagelo que deve ser debelado e há muitas maneiras de preveni-lo, melhorar a detecção de agressores e proteger os menores.

Neste momento, a Comissão Independente anunciou que enviou às autoridades os nomes de 25 suspeitos de abuso que podem ser julgados porque o seu caso não prescreveu. Embora não forneçam o número total de suspeitos “detectados” (ou mencionados), somando os que constam nas listas por dioceses e congregações, são quase 500 suspeitos ao longo de 7 décadas, dos quais 414 são sacerdotes. Muitos, ou a maioria, já podem estar mortos.

Mas não parece equilibrado espalhar manchetes que falam de cerca de 4.800 supostos abusos (extrapolados, não detectados) quando o que eles encontraram são basicamente 34 depoimentos presenciais, 9 por carta, 19 na imprensa ao longo de 70 anos e 8 casos nos arquivos de 20 congregações missionárias e educativas, num país católico de 10 milhões de habitantes.

Por Pablo J. Ginés in Religion en Libertad


sábado, 18 de fevereiro de 2023

As portas do inferno não prevalecerão contra ela

 


A Igreja tornou-se o “saco de boxe” favorito de todos: sejam ateus, sejam protestantes, sejam pagãos ou até mesmo daqueles que se dizem católicos “não praticantes” ou católicos “que defendem ideologias marxistas”.

Nota: Para os católicos “não praticantes” aconselho pelo menos a leitura do catecismo da Igreja (pode ser mesmo a versão de capa amarela, mas preferencialmente o de capa verde[1]); para os católicos “defensores das ideologias marxistas”, leiam o Decreto contra o Comunismo[2], e escolham o que querem para a vossa vida.

Para deixar bem claro, não quero, com este texto, branquear nenhum comportamento perverso ou defender os monstros que escondidos nas batinas da Igreja praticaram atrocidades contra a inocência dos mais frágeis e puros aos olhos de Deus.

Dessa forma é necessário investigar, julgar, condenar os culpados (ainda vivos) e que sejam imediatamente excomungados.

Mas sejamos íntegros e sérios no julgamento social que é necessário e deixemos os “ouvidos de marcador” para os covardes e mal formados.

Vamos por pontos:

  1. O que está acontecer na Igreja Católica faz parte do plano da Nova Ordem Mundial (NOM), que há décadas se infiltrou na Igreja. Há muito que tinham entendido que era impossível destruir a Igreja por fora, por isso começaram a fazê-lo por dentro.
  2. Estiveram anos a preparar tudo isto, estudaram e ingressaram na Igreja, prometeram servi-la, foram aceites e usaram as suas batinas como disfarce. Não é por acaso que a maior parte dos acusados publicamente são homens seniores que viveram vivamente no período de uma das primeiras actividades da NOM na sociedade: a revolução sexual!
  3. Padres, bispos ou cardeais, muitos deles comunistas usaram e usam a sua posição na Igreja para praticarem as ditas atrocidades. A Igreja não restringe a porta a ninguém, pelo contrário, por isso foi fácil que estes seres abjetos conseguissem facilmente posições propícias e cometessem os crimes que cometeram e que destruíram a vida de muitas crianças e famílias.
  4. Também não é por acaso que no Brasil e na França são centenas os membros da Igreja a denunciarem a infiltração da “Teologia da Libertação”; desde as pequenas Igrejas ao próprio Vaticano.
  5. Ou acham que o papa Bento XVI renunciou por livre e espontânea vontade (pergunta retórica que apenas uma minoria saberá responder)?
  6. Aproveitando o momento em que todos estão a julgar a Igreja Católica, vamos também investigar, denunciar e julgar os crimes de pedofilia praticados em comunidades islâmicas ou grupos de etnia cigana com crianças que casam e engravidam ainda menores, onde as mesmas são tiradas das escolas para servirem os homens da comunidade. E também não esqueçamos as atrocidades que são feitas com crianças em várias Igrejas evangélicas espalhadas pelo mundo… Cuidado com os telhados de vidro. O último caso que li foi em Outubro de 2022, no Brasil, onde mais um pastor foi preso por crimes contra menores. Os números das igrejas evangélicas também são assustadores, apenas não são escrutinados, mas chegará a hora.
  7. Foi a Igreja Católica que acabou com a perversidade no Ocidente; acabou com a pedofilia e com a poligamia legalizadas e normalizadas no antigo Império Romano e ainda acabou com os sacrifícios macabros e todas as atrocidades cometidas pelos pagãos em nome dos seus deuses que hoje são pintados de “cor-de-rosa”. Já agora, feliz Carnaval a todos!
  8. A Igreja criou os primeiros orfanatos, hospitais, Santas Casas da Misericórdia, escolas, universidades, instituições de caridade…. Todos estes locais eram pagos e administrados pela Igreja (e ainda hoje milhares o são) e era impossível determinar que todas as pessoas que estavam na gestão desses locais eram pessoas íntegras e verdadeiros cristãos ao serviço de Deus e da sua comunidade.

Agora vou falar do elefante cor-de-rosa na sala que todos estão a ignorar:

  1. A maior parte dos abusadores denunciados são homossexuais, o que prova que a pedofilia é mais suscetível em desvios comportamentais do que heteronormativos, e isto é algo que o “status quo” não quer que seja debatido na sociedade. Basta pesquisar para concluir isto.
  2. O facto acima mencionado, leva-nos a um questionamento que há anos tentam fazer na sociedade via comunidade “da bandeira colorida”: normalizar a pedofilia!
  3. O Estado faz isso através das escolas (ideologia de género), mas os mesmos que cospem veneno contra a Igreja hoje, são os mesmos que estão ligados a essa comunidade e que, através de activismo social ou da política, tentam normalizar a sexualização das crianças (sendo que a sociedade está pouco se lixando para isso).
  4. E são os mesmos que defendem o aborto.
  5. É fácil de concluir que o “mainstream” é maquiavélico e tem como finalidade a desintegração da Igreja na confiança da população portuguesa, maioritariamente é católica, quando vemos que em plena RTP3 (paga pelos nossos impostos), Paulo Pedroso comenta os abusos de menores na Igreja!!! VERGONHOSO!!!

Por isso, e para terminar, podem contar comigo para condenar esses abjetos e maquiavélicos infiltrados na Igreja, mas não contem comigo para condenar a Igreja Católica Apostólica Romana, construtora do Ocidente, dos bons costumes, da caridade e da bondade.


Miguel Macedo


[1] É possível consultar online aqui e adquirir aqui.

[2] Um documento da Igreja Católica publicado pelo Santo Ofício no dia 1 de julho de 1949, durante o pontificado do Papa Pio XII. Original “Decretum Contra Communismum”, pág. 334. Tradução em português disponível na pág. 850 (879 no PDF), n.º 3865 do Denzinger.


Fonte: Inconveniente

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

Cremação


Cremação é o acto de queimar cadáveres. É reprovada pela lei eclesiástica. Se alguém mandar que o seu corpo seja queimado, é ilícito fazer-lhe a vontade e não se executa o seu testamento (C. 1203). Não tem sepultura eclesiástica (C. 1240). São excomungados os que mandarem ou coagirem a dar-lhe sepultura eclesiástica (C. 2339). A Igreja quer que respeitemos os cadáveres que foram habitação de Deus pela graça e que um dia hão-de ressuscitar. Condena, a não ser em casos raros (peste, guerra, etc.), a cremação por ser contrária aos costumes cristãos que vêm dos Apóstolos e por muitos promoverem a cremação negando a existência da outra vida.

Pe. José Lourenço in «Dicionário da Doutrina Católica», 1945


Fonte: Veritatis

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

Presidência da República Portuguesa vs Casa Real de Espanha

Veio a Revista Sábado, na sua edição número 979, de 02-08 de Fevereiro p.p., a propósito do centésimo décimo quinto aniversário do Regicídio (do Latim “regicidium”, de regis/rei + cidium/assassinato) do Rei Dom Carlos e do seu filho, o Princípe herdeiro D. Luís Filipe, dar à estampa com destaque e chamada de capa uma peça intitulada “A vida de luxo da Família Real Portuguesa”, a que a referida Revista, na dita publicação, dedicou no interior as páginas 28, 29, 30, 31, 32, 33, 34, 35 e 36 com muitas histórias, estórias e não menos fotografias e retratos, tudo muito legendado sobre os reais faustos, os opíparos banquetes e a regalada vida do então Chefe do Estado Liberal, sim, que regia a Constituição de 1838.

Ora, o critério editorial da citada peça da Revista Sábado, escolhida a dedo para a data do Regicídio, a publico precisamente no dia em que muitos Portugueses prestavam tributo à memória do Rei e do Príncipe herdeiro, cujo sangue vertido e as vida ceifadas à força da bala às mãos de outros Portugueses, não se pode dizer que tenha sido coisa pacífica, nem propriamente agregadora da Nação, tal como ainda hoje não o é, digamos assim, pelo que, se a liberdade de expressão e, com ela, a liberdade de imprensa é direito fundamental inalienável, somos os primeiros a dizê-lo, já o gosto e o rigor histórico hão-de ser matérias controvertidas, que hão-de, pois, merecer contraditório por parte de quem melhor possa tal arguir, ao abrigo da mesma liberdade de expressão e de imprensa, que afinal, antes ainda das convicções, todos são Portugueses, como a História é toda de Portugal.

Entretanto, sem comparar nada com a dita peça da Revista Sábado, apenas para nos situarmos no tempo, actualizando-nos, como a Sábado e outros hão-de entender positivo, aqui fica tão só uma pálida ideia das coisas no que toca a custos, “da democracia”, dirão uns, e concordamos, “de la democracia”, dirão outros, também concordamos.

Vejamos:

Presidência da República Portuguesa
Orçamento 2019 - 15.812.2 euros
Fonte: Secretaria-Geral da Presidência

Casa Real de Espanha
Orçamento 2022 - 8.431.150 euros
Fonte: Casa Real

Texto do Dr. Ricardo Alves Gomes
09/02/2023

Fonte: Causa Real

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

Precisa-se de pais – 2

 

Como escrevi no artigo anterior, a tarefa dos pais é a mais árdua dos nossos dias. A sua alienação da educação dos filhos, que tem vindo a ser proposta, legislada e imposta pelo Estado, ameaça expropriar os pais da educação dos seus filhos e, à semelhança de qualquer governo totalitário de má memória, o Estado passará a ser o grande educador.

Os pais cristãos/conservadores, por culpa própria, têm vindo a perder qualquer direito a educar e a exercer os seu direito de decidir sobre o ensino que querem para os seus filhos. A Escola estatal (pois, públicas, são todas) passou a ser dona e senhora da educação (não do ensino) e os pais ficam, literalmente, do lado de fora dos portões. Todos os dias há crianças a verem a sua fé (transmitida pelos pais, claro) ridicularizada e os valores e princípios familiares achincalhados. Professores, que ainda não cederam à pressão, gritam por socorro e desejam ver os pais mais actuantes, mas exigentes, mais presentes, mais… pais!

Por exemplo: Quantos pais pedem informações detalhadas sobre os objectivos educativos de disciplinas como cidadania, visitas de estudo e de outros eventos da escola?

Não é triste constatar que, enquanto os pais de esquerda se opõem e se queixam, por haver tarefas associadas a celebrações cristãs centrais, os pais cristãos vão deixando que essas celebrações sejam retiradas do calendário? Não é a quem as celebra que cabe defender a celebração dos símbolos do Natal do Nascimento de Cristo e não a Popota, a Páscoa do Cordeiro de Deus (Crucificação/Ressurreição/Ascensão) e não a do Coelho? O dia da mãe e do pai? O que as nossas crianças celebram é importante.

Fazer vassouras, gatos, bruxas e ver filmes de “terror” para celebrar a Noite das Bruxas é celebrar a agenda pagã abraçada pela esquerda do culto aos deuses da natureza, a quem eram sacrificados animais e até crianças para acalmar a ira do trovão, do relâmpago… Não se deve comemorar o pavor e a violência. O trick era um severo castigo a quem não contribuísse para os sacrifícios; o treat era uma espécie de nabo/abóbora para quem contribuísse. Bruxas, Mortos-Vivos, Lobisomens e máscaras degoladas com sangue são imagens  do mal, que não devem ser celebradas.

O mal tem de se chamar mal; o bem, bem. Não podemos tornar a semana das bruxas algo obrigatório, enquanto a palavra Natal tem vindo a ser censurada e retirada da escola estatal, por ordem da Direcção, em nome de um suposto laicismo.

Ser laica, não é acabar com todas as formas de religião. Viver num Estado laico pressupõe que há lugar para todos e que ninguém é excluído por causa da religião que professa. Não significa ignorar a nossa matriz de identidade religiosa e cultural. Um Estado laico não é um Estado ateu, que impõe o ateísmo. Não podemos deixar que o socialismo atire a nossa cultura e os nossos valores para o lixo.

Não mandamos os nossos filhos para a escola para que sejam reeducados.   

Pais, têm de sublinhar que a linguagem importa! A palavra “sexo” não pode ser censurada. Urge explicar que sexo género não são sinónimos e, que quando são apresentados como tal estamos diante de uma ideologia.  Os professores devem usar a palavra sexo quando se referem ao domínio biológico. O facto de uma ou outra criança se sentir desconfortável como seu corpo, com o seu sexo, não transforma o sexo em género. O género, esse, sim, uma construção social, não pode sobrepor-se ao sexo. O sexo é biológico e imutável. O género, tal como os sentimentos das crianças, é fluído. A leitura pessoal que alguém faz de si mesmo, contrariando a realidade e desejando, por isso, envidar esforços para a alterar não deve ser apresentado como algo bom e desejável por todos. Afinal, ninguém precisa alterar o que já é, só o que não é.

É importante conhecer os argumentos dos Defensores da Ideologia de Género e desconstruí-los de forma racional, usando por vezes a sua argumentação ao contrário, sem pedir desculpa por o fazer… Também é importante “não procurar inventar a roda” e ir buscar argumentos como os de Ben Shapiro e de outros escritores/comentaristas/palestrantes de pensamento conservador e dar a conhecer vídeos simples, com informação concisa, a outros pais e professores.

Negar que uma pessoa nasce homem ou mulher e que essa é uma realidade pré-existente não é liberdade, nem tolerância, nem inclusão, mas sim uma negação da verdade científica/natural acerca da humanidade.

Como é que permitimos que uma pequena minoria, cujas tendências sexuais diferem da larga maioria, conseguisse fazer dos seus interesses sexuais a causa principal e dominante da revolução cultural em curso? Será que esse activismo contribui para a resolução dos problemas que afligem a sociedade no seu todo? Ou, será que os agrava, desintegrando a família e aumentando a crise demográfica?

Vamos à luta!


Maria Helena Costa

Fonte: Inconveniente