Qual terá sido a menos má República? Eis uma pergunta cuja resposta não é fácil. Todas se distinguiram mais pela negativa do que pela positiva. Ainda assim, é de justiça se reconheça a actual III República garante aos cidadãos um muito satisfatório direito à liberdade de expressão. Algo que, sem dúvida, a superioriza em relação às suas antecessoras.
Mas permanecem, a manchá-la, a sua incapacidade para lançar o País nos caminhos da verdaeira modernidade, a corrupção que a mancha de cima a baixo e a desacredita perante os portugueses, mesmo o facciosismo e a demagogia com que olha para trás, no tempo, e multiplica as mentiras com que pretende lavar a cara.
Todos o sabemos, todos o sentimos: vivemos dias muito dificeis, o futuro é incerto. Os 10 milhões de euros para a comemoração do centenário republicano é pão, toneladas de pão deitadas à arena do Coliseu romano.
Falta-nos um algo que é uma imensidão: a consciência de um Destino comum.
Vivemos de ilusões. Já em 1968 Marcello Caetano se iludia pensando ter o País consigo. Pois se até às Forças Armadas tinham assegurado ao Presidente da República plena liberdade de escolha do sucessor de Salazar, desde que fosse civil e não intentsse afrouxar a politica de defesa da integridade do Ultramar!
Alguns anos volvidos, eram essas mesmas Forças Armadas que punham cobro à II República. Aparentemente zangadas pela equiparação (remuneratória, sobretudo) dos oficiais milicianos aos do quadro permanente...
O que equivalerá a dizer que foi a partir de uma questão salarial que se concluiu pela inoportunidade da guerra colonial; pela pertinência da Revolução, do Conselho da Revolução, da descolonização, das nacionalizações...; e, felizmente, pela necessidade do 25 de Novembro também.
Fonte: Centenário da República
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