quarta-feira, 23 de junho de 2010

GRANDES CAUSAS DA MONARQUIA

É «o titulo genérico de uma série de exposições» que Rogério Afonso Seabra Leitão Cardoso se propõe «organizar sobre o longo período de vigência do regime monárquico em Portugal».

Isto porque, conforme o idealizador do projecto, «é corrente ouvirmos dizer, por ignorância ou malícia, que pouco ou nada foi feito em tempo de monarquia e tudo começu a melhorar com a república. Não poucas vezes, os comunicadores e fazedores de opinião somam erros e confusões quando falam da monarquia, daí resultando uma boa parte do desconhecimento sobre a vida dos portugueses durante os séculos em que vigoraram os sistemas monárquicos. A deturpação, a alteração e a invenção continuaram a ser utilizadas para denegrir muito do que foi feito a favor dos portugueses mais desfavorecidos.

A época mais próxima de nós - a do constitucionalismo monárquico - foi fértil na criação de instituições de beneficiência, então assim se chamava o que hoje conhecemos por assistência social. Os governos de então e os membros da Família Real tiveram um papel importantíssimo na extensão dos serviços do Estado aos domínios da beneficiência e da saúde pública, bem como na solução das carências sociais, contribuindo e apoiando a criação de inúmeras instituições assistenciais que colocaram Portugal no mesmo caminho e nível do que melhor se fazia na Europa».

A primeira exposição versa, pois, a Assistência Nacional aos Tuberculosos, «criada e presidida pela Rainha D. Amélia, é a prova ineludivel da vontade da Monarquia bem servir Portugal. Em poucos anos, foi criada uma organização de combate à doença que flagelava anualmente milhares de portugueses de todas as classes sociais. Apareceu uma rede de dispensários, hospitais e sanatórios que se estendeu a todo o país e continuou a servir durante dezenas de anos. Montou-se uma campanha de propaganda visando o esclarecimento e a profilaxia. Surgiram laboratórios dedicados à análise clinica e à experimentação de fármacos. Publicaram-se numerosos estudos científicos e houve a colaboração dos melhores médicos e investigadores. Arquitectos de prestígio projectaram edificios vocacionados para a luta anti-tuberculosa. Envolveu-se a sociedade civil nessa luta. Tudo isto em apenas 10 anos, apesar da exiguidade de meios e das tecnologias de então.

A República inaugurou um único sanatório cuja construção, concluida em Fevereiro de 1910, aguardava apenas a dotação de equipamentos para entrar em funcionamento no final daquele ano. Foi o caso do Hospital do Repouso, sanatório a que teria sido dado o nome de "D. Carlos I", em memória do Rei martirizado. A República mudou-lhe o nome, indevidamente, para Hospital Pulido Valente, segundo o velho preceito de matar a memória».

Sem os meios financeiros que o Estado atribui aos «situacionistas», esta era mais uma exposição patente no Teatro do Viriato, em Viseu, aquando do Congresso da Causa Real. Mais uma iniciativa de um português inconformado com este regime devorista e lutador pela reposição da verdade histórica e de um Portugal melhor.

João Afonso Machado

Fonte: Centenário da República

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