Altezas Reais,
Minhas senhoras e meus senhores:
A Mensagem com que S.A.R. nos brindou, ponderada e oportuna como sempre, não carece de comentários nem de acrescentos.
Senhor Dom Duarte, se Va. Alteza Real fosse Rei, certamente que estaríamos mais bem servidos.
Veríamos no nosso Rei e na Família Real uma ligação directa e ininterrupta à nossa história milenar, ao desenvolvimento da nossa consciência enquanto portugueses, da nossa independência enquanto Nação. A família que nos dá hoje a honra, uma vez mais, de enriquecer este nosso jantar, é a mesma que com D. Afonso Henriques fundou o nosso país, que consolidou a nossa independência pela mão de D. João I e da extraordinária coragem de São Nuno de Santa Maria, e que na pessoa de D. João IV a recuperou em 1 de Dezembro de 1640.
Um dos maiores estadista do século XX, Winston Churchill, monárquico de grande convicção, escreveu “The farther back you can look, the farther forward you are likely to see.” O nosso conhecimento do passado torna mais nítida a nossa percepção do futuro.
Nesse sentido, se fosse Rei, Va Alteza seria certamente um símbolo de esperança no futuro, deixando-nos emocionalmente mais estáveis, mais conscientes das nossas capacidades e, naturalmente, mais preocupados em educar os nossos filhos a servir Portugal e não a servir-se dele.
Cabe-me a mim agradecer a Vas. Altezas Reais reiterando o privilégio que sentimos todos em poder partilhar a celebração desta data com a nossa Família Real.
Não querendo abusar da Va. paciência, não posso deixar de falar da Causa Real. Tem aparecido na Internet uma frase minha que julgo sintetiza aquilo que é a Causa Real hoje: "A Causa Real só faz sentido se estiver virada para o futuro… temos que incentivar uma mudança de atitude, apresentando uma alternativa política para o País que traz vantagens concretas para o Portugal do século XXI."
Há já muito trabalho a ser feito para que possamos realizar este nosso objectivo, e aproveito para vos falar de três destes projectos, que temos vindo a desenvolver na continuidade das alterações estruturantes efectuadas pelo Dr Paulo Teixeira Pinto, assim como dos principais obstáculos e preocupações com que nos debatemos e que acho que vale a pena frisar.
Temos um projecto de comunicação ambicioso, mas muito sólido e absolutamente necessário, que urge implementar. Inclui uma renovação da imagem da Causa Real, uma redefinição do seu posicionamento online, razão pela qual o nosso site está em construção, e uma nova abordagem à comunicação que nos possibilita chegar a todos os portugueses. Se formos bem sucedidos, e eu acredito que seremos, a Causa Real ficará dotada, pela primeira vez, de uma plataforma dinâmica de comunicação e informação a nível internacional, assim como de uma rede eficaz de comunicação interna por forma a agilizar a coordenação e cooperação com as suas estruturas regionais – as Reais Associações. A ideia não é nova, mas temos ao nos dispor instrumentos que nunca tivemos, para poder consolidar as nossas bases e revolucionar a forma como comunicamos com o público, dando maior visibilidade e credibilidade à nossa mensagem.
Mas o nosso projecto passa também pelos meios tradicionais, e posso já avançar que hoje mesmo foi assinado um Acordo de Princípios entre a Causa Real e a Real Associação de Lisboa, que visa lançar a nível nacional e, eventualmente, internacional o excelente boletim oficial da Real Associação de Lisboa (única publicação periódica monárquica), o Correio Real. Será uma voz da Causa Real para todos os nossos associados. Já muitos conhecem a qualidade desta publicação que será certamente enriquecida por este alargamento significativo da sua base de leitores Como sabem, os associados das Reais que compõem a Causa Real são automaticamente associados desta, e esta ideia propõe compensar com algo tangível aqueles que regularmente vão apoiando as Reais Associações, pagando as suas quotas, e incentiva as Reais a obter um número crescente de associados e estes a manter as suas quotas em dia.
Além de isso, a nossa comunicação precisa de conteúdo e a nossa mensagem de maior substância.
Por estas razões, decidi convidar um conjunto de profissionais de reconhecido mérito nas suas áreas de actividade, para desenvolver dois trabalhos que consideramos fundamentais para um movimento como o nosso. O primeiro passa por uma análise histórica do nosso passado constitucional e um análise comparativa das estruturas jurídicas e políticas das actuais monarquias europeias, procurando apresentar uma visão do que poderia constituir uma monarquia constitucional moderna em Portugal e a forma de lá chegarmos. O segundo grupo de trabalho centrar-se-á numa análise de custo-benefício dessa mesma estrutura, realçando não só as poupanças esperadas de uma mudança de regime, como também os potenciais benefícios económicos do mesmo. Queria agradecer desde já a generosa disponibilidade de quem anuiu ao meu convite e que nos honra com o seu compromisso. Não querendo entrar em mais detalhes, posso vos confirmar que contaremos com o brilhantismo de José Adelino Maltez, António Nogueira Leite e Diogo de Lucena.
Para estes projectos e outros que temos em mãos, temos procurado a cooperação das Reais Associações, dos nossos associados e de simpatizantes que nos têm abordado com ideias ou simplesmente com a sua disponibilidade. Somos todos voluntários o que, necessariamente, restringe a nossa capacidade de actuação. Mas estamos cá pela convicção de que há um caminho diferente e melhor para Portugal, que passa pelo restabelecimento da Instituição Real.
Apesar da forma voluntária com que muitos têm dedicado o seu tempo à nossa Causa há, imprescindivelmente, contas a pagar e há projectos, como o nosso projecto de comunicação, que dependem em grande parte de recursos que não possuímos. Não posso deixar de vos apelar para que ajudem a Causa a levar os nosso objectivos em frente através de uma simples contribuição. Do nosso lado, a Causa Real tem procurado reduzir ao máximo os custos inerentes à sua actividade, para que possamos canalizar recursos tanto para aqueles que mais precisam como para os projectos que actualmente procuramos desenvolver.
Lembro que este ano, e pela primeira vez, a Causa Real fez questão de fazer reverter a receita do Jantar dos Conjurados a favor de uma instituição de solidariedade escolhida por SS.AA.RR., neste caso o Banco do Bebé. Esta associação de cariz privativo e voluntário apoia as mães que mais precisam, com o provisionamento de enxovais e outros produtos de primeira necessidade para os seus recém-nascidos, ajudando a formar novas famílias portuguesas. Vamos tentar angariar o suficiente para presentear o Banco do Bebé com 10 enxovais, um exemplo do qual está exposto aqui na sala.
Antes de acabar, queria agradecer a todos a Va. presença, imprescindível, quer sejam já habitués ou estejam cá pela primeira vez.
Há também um conjunto de pessoas e instituições que não posso deixar de sublinhar, pois sem eles a organização deste evento teria sido impossível. À generosidade de Nuno Pinto de Magalhães e da Centralcer, cujo apoio constante tem trazido a Sagres Bohemia, cerveja da Mesa Real, às nossas mesas. A toda a equipa do CCB e em particular à Rita Correia que teve que aturar as nossas exigências e negociações semanas a fio. À equipa de catering que nos proporcionou este delicioso jantar, muito especialmente ao Gonçalo Figueiredo do Barros pela a sua ajuda incondicional e ao Sr Mesquita pela sua simpatia e paciência. Ao Miguel Anadia e à sua Companhia das Quintas, fornecedores de um espumante que se enquadraria perfeitamente numa das Grandes Marques. Ao Vasco Cascais que nos emprestou um belíssimo e enorme exemplar de uma bandeira portuguesa, com sentido estético! À Festa Aluga e à HIgh Concept & Touch e à sua Directora Geral Mafalda Figueiredo, pelo seu trabalho incansável na organização dos detalhes de tudo. Finalmente um agradecimento aos da Casa. Ao João Mattos e Silva, Presidente da Real Associação de Lisboa e à sua equipa que tiveram, mais uma vez, o trabalho mais ingrato e mais exigente, e o fizeram sem pestanejar e sempre com um sorriso na cara. Ao staff de voluntários aqui presente, muitos dos quais tenho a honra de conhecer pessoalmente. E à Comissão Executiva da Causa Real, que com um verdadeiro espírito de equipa tem mantido a minha esperança de que tudo é possível. Aqui quero realçar o trabalho da Alexandra Vasconcelos, que não pode estar hoje connosco, pois a responsabilidade deste jantar coube-lhe a ela. A todos os meus sinceros agradecimentos.
Acabo pedindo que se juntem a mim bebendo à saúde de SS.AA.RR. os Duques de Bragança que encarnando a nossa história representam uma instituição que será sempre um símbolo de esperança para o futuro de Portugal. Winston Churchill certamente que aprovaria!
Viva Portugal!
30 de Novembro de 2011
Luís Lavradio, Presidente da Causa Real
Fonte: Real Associação de Lisboa
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