Tempos de capa e espada regressaram ao Estoril
O beberete que, ao final da tarde de sábado, 18, ocorreu no Centro de Congressos do Estoril, teve como ambiente uma exposi
Esgrima, afinal, ficou assim demonstrado, não é apenas o devaneio de uns quantos: é uma Arte, uma Técnica, um saber de longa experiência feito, um hino à não-violência através de atitudes à primeira vista violentas. E quando, mesmo nos filmes, se vêem cenas ‘de espadeirada’, nada daquilo é improvisado: há muito treino, muita perícia e…muita elegância também!
No sábado, tudo isso ficou amplamente demonstrado e bem podemos agradecer a Mestre Eugénio Roque, que preside à Academia das Armas de Portugal, ter solicitado o apoio do Município de Cascais para aqui se realizar de novo o Campeonato Mundial de uma modalidade bem agradável de ver-se, campeonato que se realiza de quatro em quatro anos e que teve o seu início em 1996, em Lisboa... De resto, o elevado nível da esgrima portuguesa ficou bem demonstrado e foi largamente referido pelos especialistas que a Cascais se deslocaram.
Aliás, com apresentação de Ana Zanatti e Ricardo Carriço, a sessão foi memorável, a culminar os dias anteriores de ensaios, competições e actuações ao ar livre. A Academia de Dança Antiga de Lisboa brindou-nos, no começo, com duas danças do século XVIII. O ponteiro das horas tocava as 19 quando, na categoria «solo», se deu entrada à equipa da Ucrânia, a interpretar «A espada da morte», que arrebatou a medalha de bronze; seguiu-se a Suécia, com um «Don Juan», que lhe valeu a medalha de ouro; apresentou a França o mito da Fénix renascida que luta (medalha de prata). Entregou os prémios o anfitrião, Mestre Eugénio Roque.
Seguiu-se a categoria «Ensemble». Portugal apresentou «Goldfinger» (medalha de prata); a Rússia, «Sob o reino da ilusão», de bem bonita coreografia, que merecidamente lhe valeu a medalha de ouro; a Espanha, com «Crazy, crazy, Amadeus», obteve a medalha de bronze. Prémios entregues pelo Subcomissário José Pereira, Director do Serviço de Peritagem de Armas da PSP, e Presidente da Comissão de Segurança do Campeonato.
O duelo medieval, naquela eterna luta pelo Santo Graal e pela perfeição e pela donzela ama da, a Rússia inspirou-se na Guerra de Tróia, uma passagem da Ilíada que celebra a morte de Heitor (medalha de ouro); celebrou a Polónia a fraternidade nas armas (medalha de bronze); ganhou Portugal a medalha de prata com «O poder da espada», bem agradável coreografia. Entregou as medalhas Sua Alteza Real D. Duarte Pio de Bragança.
Na modalidade «Batalha antiga e medieval», apresentaram-se a Noruega, com um «Ninguém passa!» pleno de humor, que arrebatou a medalha de ouro; e a Rússia, com «Guerreiros em repouso», agraciado com a medalha de prata. Entregou os troféus Clauso Neves, vice-presidente da Federação Portuguesa de Esgrima.
Após o intervalo, na classe «Duelo Renascença / Século XIX», Portugal arrebatou a medalha de bronze; a equipa francesa, a de prata; e coube à Rússia o melhor galardão, o ouro – prémios entregues por Marcel Dubois, Presidente de Honra da Academia de Armas Internacional.
Na classe «Batalha Renascença / Século XIX», bronze e prata para a Rússia, o ouro foi para a França. Entregou os galardões Frederico Valarinho, Presidente da Federação Portuguesa de Esgrima.
Na categoria «Duelo Fantasia / Intemporal», as classificações dos finalistas presentes foram: Bronze – Alemanha; Prata –Noruega; Ouro – Cazaquistão. Mike Bunke, Presidente da Academia de Armas Internacional, subiu ao palco para galardoar os vencedores.
E, a terminar, na modalidade «Batalha Fantasia / Intemporal»: Bronze – Rússia; Prata – Noruega; Ouro – França. Os galardoados tiveram a honra de ser medalhados pelo Actor homenageado Gérard Barray.
No final, todos os participantes medalhados subiram ao palco, emoldurando homenagens a Claude Carliez, Mestre de Armas, Presidente da Academia Francesa, coreógrafo e actor, e a Gérard Barray, célebre actor que incarnou as figuras de d’Artagnan, Cyrano de Bergerac e muitas outras personagens em filmes de capa e espada e de aventuras. Foi-lhes oferecida uma espada de honra com a gravação “Homenagem da Academia de Armas de Portugal – 2012” . Agradeceram comovidos e aplaudidos por todos os presentes.
Usaram da palavra Eugénio Roque, Presidente da Academia de Armas de Portugal e do Clube Duelo, e Mike Bunke, Presidente da Academia de Armas Internacional. Trocaram-se lembranças, ramos de flores e distinções internas.
Enfim, uma tarde excelente que se prolongou noite adentro e a todos deliciou (recorde-se que, após cada apresentação, até os agradecimentos eram coreografados!...). E nota bem alta recebeu a organização e, de modo especial, a esgrima portuguesa, que está verdadeiramente de parabéns pelo seu elevado nível, por todos, de resto, reconhecido sem favor, como atrás se assinalou.
Fonte: Notas & Comentários e Cyberjornal
Fonte: Notas & Comentários e Cyberjornal
Sem comentários:
Enviar um comentário