quarta-feira, 10 de outubro de 2018

A espada sagrada

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Entre a chegada de Pêro da Covilhã, em 1490, e a morte do jesuíta português Luís Cordeiro, em 1640, foi marcante a presença portuguesa na Etiópia. Depois, um manto de silêncio abateu-se sobre a memória daquelas relações, não só por Portugal ter perdido o interesse pelo Corno de África, mas por aquele reino cristão africano ter entrado num longo ciclo de decadência, guerras civis e invasões que se prolongariam até meados do século XIX.

Em 1860, dois padres capuchinhos italianos internaram-se na Etiópia e foi-lhes dito que num mosteiro das terras altas havia uma bandeira sagrada, objecto de veneração, e que todos os anos era passeada em procissão. Curiosos, os dois religiosos requisitaram um guia e tomaram caminho para ver a preciosa relíquia. No dia da procissão, foi desvelado o segredo: a bandeira era a de Portugal, o pendão das quinas.

Décadas depois, o viajante austríaco Philipp Victor Paulitschke (1854-1899), pioneiro dos estudos etnográficos naquela parte do continente negro, sabendo da existência de uma espada sagrada à qual as tribos Gallas prestavam adoração, pediu que a mesma lhe fosse mostrada. Para seu grande espanto, mostraram-lhe uma espada portuguesa do século XVI.

MCB

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